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Avanços Na Gestão Compartilhada Dos Recursos Hídricos Nas Bacias Dos Rios Piracicaba, Capivari E Jundiaí

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Academic year: 2021

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scassez, poluição das águas superficiais e subterrâne-as, falta de acesso à água potável e às condições sanitárias básicsubterrâne-as, disputa pelo domínio e utilização de fontes de água. Situações como estas ocorrem em muitos lugares no mundo, e muitas delas estão presentes numa das regiões economicamente mais importantes do Brasil, a região abrangida pelas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ.

Esses três rios são afluentes da margem direita do rio Tietê. O Piracicaba percorre 250 quilômetros, desde as suas nascentes na Serra da Mantiqueira (Minas Gerais) até o rio Tietê, em São Paulo. O Capivari percorre 180 quilômetros e o Jundiaí, 125 quilômetros, estando suas nascentes localizadas no Estado de São Paulo; na Serra do Jardim e na Serra da Pedra Vermelha, respectivamente. As bacias dos três rios ocupam uma área de 15.320 km2 (LOPES, 2003).

O conjunto das três bacias hidrográficas constitui a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (UGRHI 5). Sua reunião numa mesma UGRHI deu-se pela ligação hídrica causada pela ação do homem. Os três rios possuem bacias hidrográficas distintas geograficamente; no entanto, a cidade de Jundiaí, na bacia do rio de mesmo nome, é abastecida por uma reversão da bacia

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar os avanços alcançados no gerenciamento dos recursos hídricos nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ, com destaque para a implementação de importantes instrumentos de gestão de recursos hídricos.

Palavras-chave: Recursos hídricos. Gestão compartilhada. Instrumentos de gestão.

Abstract: This paper aims to analyze the advances reached in the management of the Piracicaba, Capivari and Jundiai river basins, highlighting the implementation of important water resources management tools.

Key words: Water resources. Shared management. Management tools.

recursos hídricos nAs bAciAs dos rios

pirAcicAbA, cApivAri e JundiAí

M

aria

C

astellano

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do rio Atibaia (formador do Piracicaba). Além disso, a cidade de Campinas, dividida entre as bacias do Atibaia e Capivari, capta água principalmente no rio Atibaia e lança seus esgotos na bacia do rio Capivari (CBH-PCJ, 1996).

As bacias PCJ têm 92,6% de sua extensão localiza-da no Estado de São Paulo, e 7,4% em Minas Gerais. No total, abrangem territórios de 63 municípios, sen-do 59 paulistas e quatro mineiros (IRRIGART, 2005). Os rios Camanducaia, Jaguari e Cachoeira nascem em Minas Gerais, seguindo depois para São Paulo, e o Piracicaba é uma continuação do rio Jaguari, quando este se encontra com o Atibaia, que por sua vez é uma continuação do rio Cachoeira. Pelo fato de passarem por mais de um Estado, são considerados de domínio federal. Já os rios Capivari, Jundiaí e Corumbataí são de domínio estadual (CONSÓRCIO PCJ, 2003).1

Contexto soCioeConômiCo e impaCtos nas baCias pCJ

A região abrangida pelas bacias PCJ tem sofrido, nas últimas décadas, um significativo aumento populacional, industrial e urbano, que foi influenciado, inclusive, por uma política estadual de diminuição do inchaço da Região Metropolitana de São Paulo, criada no final da década de 1970 (CONSÓRCIO PCJ, 2003). Atualmente com uma população de cerca de 4,8 milhões de habitantes e um grau de urbanização de 95,2%, estima-se que essa população chegue a 5,7 milhões em 2010, e a 7,5 milhões, em 2020 (IRRIGART, 2005).

Na porção central das bacias PCJ, encontra-se a Região Metropolitana de Campinas – RMC, criada em 2000 e composta por 19 municípios, todos integralmente contidos naquelas bacias hidrográficas. Em termos de área, a RMC2 corresponde a aproxi-madamente 21,15% das bacias PCJ, porém concentra 52,93% da sua população (CARMO, 2001; IRRIGART, 2005; NEPO-NESUR/UNICAMP, 2006).

A região das bacias PCJ como um todo abriga o segundo pólo industrial do país, respondendo por mais de 7% do PIB brasileiro. Suas principais atividades estão voltadas à agroindústria, química,

têxtil, metalúrgica e de eletroeletrônica; e às culturas de cana-de-açúcar, laranja, pinus, eucalipto e outras (CETESB, 2004a).

A concentração populacional nestas bacias, e suas atividades correlatas, têm impactos negativos signifi-cativos para os recursos hídricos dessa região, colo-cando-as entre as mais degradadas do Estado de São Paulo (REIS, 1999).

De acordo com Irrigart (2005), o crescimento populacional encontra-se entre os principais proble-mas associados aos recursos hídricos superficiais nas bacias PCJ, destacando-se a expansão urbana e a dis-seminação dos loteamentos habitacionais, principal-mente na região de produção de água dessas bacias hidrográficas.

Em termos quantitativos, o maior uso da água cap-tada nessa região é urbano (abastecimento público, privado e outros usos), correspondendo a 42% do to-tal das bacias PCJ. O uso industrial consome 35,2%, e o uso rural, 22,1%. Desse montante, a água destinada para irrigação representa 88,9% do uso rural. Além destes usos, outra questão que afeta quantitativamen-te os recursos hídricos na região são as perdas físicas, cujo índice médio, em 2003, estava em 37% – portan-to, muito significativo (IRRIGART, 2005).

Observa-se, entretanto, que a escassez dos recursos hídricos na região decorre não apenas de problemas quantitativos, mas, em grande medida, da baixa qualidade da água. Se, por um lado, a região das bacias PCJ se beneficiou do crescimento econômico que contou com a industrialização e a agricultura de alta tecnologia, por outro, esse crescimento não foi seguido por uma equivalente expansão dos serviços urbanos. Embora o sistema público de água abasteça quase todos os domicílios (98%), a rede de esgoto não se encontra totalmente ligada, e sua coleta e tratamento são deficientes. O índice de coleta de esgotos atinge 83%, porém o índice de tratamento sempre ficou bem atrás. Em 1989, este era extremamente baixo: 3,25%. O aumento neste índice foi bastante lento durante mais de uma década, tendo passado para 11,3% em 1996, e 16,3% em 2003. Nos últimos anos, porém, houve uma melhoria bastante significativa: segundo levantamento realizado pelo Consórcio PCJ junto aos serviços de água e esgoto

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dos municípios que compõem estas bacias, em 2005 a região apresentou um índice de 36% de tratamento de esgotos domésticos. Apesar deste avanço, ainda é muito forte o impacto causado pelo lançamento de esgotos não-tratados diretamente nos rios e córregos (HOGAN; CARMO, 2001; CONSÓRCIO PCJ, 2005c; IRRIGART, 2005).

Além dos efluentes domésticos, a poluição das águas origina-se também dos efluentes industriais (responsáveis por 44,6% da vazão liberada nos rios das bacias PCJ), do deflúvio superficial urbano e agrícola, e de resíduos de atividades de mineração, entre outros. Estas fontes de poluição estão, conseqüentemente, associadas ao tipo de uso, ocupação do solo e atividade humana (IRRIGART, 2005).

A degradação da qualidade dos recursos hídricos por lançamento de efluentes urbanos e industriais sem tratamento é, portanto, uma das principais questões nessa UGRHI, que possui os mais baixos índices de tratamento de cargas poluidoras urbanas do Estado (CETESB, 2004b). A qualidade comprometida dos recursos hídricos obriga cidades localizadas nas proximidades de rios com vazões suficientes para abastecê-las, a recorrerem a mananciais mais distantes, como é o caso do município de Piracicaba, que capta água do rio Corumbataí, que se encontra menos poluído (CETESB, 2004a).

A escassez hídrica na região, gerada por problemas quantitativos e qualitativos, é traduzida numa disponibilidade per capita de água nessas bacias de

cerca de 400 metros cúbicos por habitante ao ano.3 Na bacia do Alto Tietê a situação é ainda pior, com disponibilidade de 200 metros cúbicos por habitante ao ano. Visando aliviar a escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, no início dos anos 1970 foi construído o Sistema Cantareira, que passou a reverter 31 metros cúbicos por segundo de água das bacias PCJ, para abastecer 55% dessa região (CBH-PCJ, 2003; BANCO MUNDIAL, 2005).

mobilização para a gestão

dos reCursos hídriCos nas baCias pCJ

No início na década de 1960, a degradação dos recur-sos hídricos nas bacias PCJ gerou uma reação da

po-pulação, impulsionada pela mortandade de peixes na região, causada pelo lançamento de vinhoto ou restilo nos rios e, mais tarde, de esgoto industrial e domés-tico. Essa mobilização intensificou-se na década de 1970 com a intensa poluição dos rios, em virtude do crescimento demográfico e industrial ocorrido nessas bacias e com a reversão das águas através do Sistema Cantareira.

As principais mobilizações se deram no municí-pio de Piracicaba, que era o mais afetado, por ter no rio de mesmo nome seu maior manancial de água, além de possuir uma forte relação sociocultural com ele. Sendo assim, a queda na qualidade e na quan-tidade das águas do rio Piracicaba fez com que, em 1983, o Conselho Coordenador das Entidades Civis de Piracicaba iniciasse um movimento em prol da sua recuperação, denominado “Campanha Ano 2000 – Redenção Ecológica da Bacia do rio Piracicaba” (CONSÓRCIO PCJ, 2000).

A campanha reivindicava uma reestruturação ética e técnico-financeira da bacia, e trazia uma visão bas-tante avançada, incorporando subsídios de sistemas de gestão dos recursos hídricos já em funcionamen-to na Europa. Seus idealizadores tiveram, através da “Campanha Ano 2000”, papel importante na indução de diversas ações relativas à gestão dos Recursos Hí-dricos no Estado, contribuindo, por exemplo, para a elaboração e aprovação do Decreto Lei n. 27.576/87, que criava o Conselho de Recursos Hídricos – CRH, e o Comitê Coordenador do Plano Estadual de Re-cursos Hídricos e do Sistema Estadual de Gestão de Recursos Hídricos – CORHI (CONSÓRCIO PCJ, 2000; ZAMBELLO, 2000; SÃO PAULO, 1987).

Criação do ConsórCio pCJ: em busCa da gestão integrada dos reCursos hídriCos

Um dos resultados daquela campanha foi a elabora-ção da Carta de Reivindicações ao Governo Orestes Quércia, pela Divisão de Hidráulica e Saneamento e Meio Ambiente junto à Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Piracicaba, apresentando 32 reivindi-cações. Uma delas era pela criação de um organismo intermunicipal, eleito, e representante de um

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Conse-lho Diretor de Prefeitos da bacia. Assim, os princí-pios desta campanha foram fundamentais para a cria-ção do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba e Capivari,4 em 1989, com o propósito de atuar em prol dos recursos hídricos na região (CON-SÓRCIO PCJ, 2000).

Em sua criação associaram-se 11 municípios, por meio de seus prefeitos5 A idéia principal que susten-tou a fundação do Consórcio foi a de constituir uma organização que pudesse complementar a atuação das entidades tradicionalmente responsáveis pela execução de políticas públicas de saneamento e pre-servação do meio ambiente, tornando o processo de gestão mais eficiente (FISCHER, 2000; CONSÓR-CIO PCJ, 2000).

Formado inicialmente como uma Associação de Municípios, a partir de 1996 o Consórcio começou a receber também a adesão de empresas – públicas, privadas e de economia mista -, passando a caracte-rizar-se então como uma Associação de Usuários da Água. Em 1998, o Conselho de Municípios aprovou que a Plenária de Entidades, órgão formado pela so-ciedade civil organizada,6 e até então com papel ex-clusivamente consultivo no Consórcio, passasse a ter um voto no conselho, sem a necessidade do paga-mento da contribuição de custeio.7 Ressalta-se que a participação da sociedade civil, reivindicada por esse segmento em 1990, foi inovadora, pois, até aquele momento, não havia outro mecanismo de participa-ção da sociedade civil na gestão dos recursos hídricos na região (CONSÓRCIO PCJ 2000, 2003).

Em 2000, deu-se a inclusão da Bacia do rio Jundiaí no Consórcio, visando a facilitar a integração ao siste-ma de gestão dos recursos hídricos que compreende estas três bacias em uma única unidade de gerencia-mento (BRAGA et al., 2003).

Atualmente (dados de 2006), o Consórcio PCJ conta com 38 municípios e 36 empresas, cada seg-mento tendo 50% do valor dos votos, com exceção do voto correspondente à Plenária de Entidades (BRAGA et al., 2003; CONSÓRCIO PCJ, 2006).

O Consórcio configura-se como entidade execu-tora ou gerenciadora de projetos e obras, tendo per-sonalidade jurídica e equipe técnica próprias, além de agilidade administrativa. Dentre seus objetivos estão

o aumento da assistência aos municípios e o aten-dimento das necessidades e expectativas regionais, voltando-se principalmente ao planejamento do de-senvolvimento e integração regional; ao fomento, à recuperação e preservação dos mananciais; e à cons-cientização ambiental (CONSÓRCIO PCJ, 2000; MONTICELI, 1993; CBH-PCJ, 1996).

O Consórcio PCJ tem tido um papel fundamental no processo de modernização e descentralização da gestão dos recursos hídricos nas bacias PCJ. Baseado em modelos europeus de gestão, este organismo tem estabelecido acordos de cooperação internacional, vi-sando ao intercâmbio técnico. Também teve impor-tante atuação no trabalho em redes: é membro funda-dor da Rede Internacional de Organismos de Bacias – RIOB, constituída em 1994; participa da Rede La-tino-Americana de Organismos de Bacias – RELOB, fundada em 1997; e, em 1998 criou, juntamente com outros consórcios, a Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas – REBOB, exercendo sua pre-sidência e secretaria-executiva por dois mandatos (CONSÓRCIO PCJ, 2000, 2003).

O Consórcio teve também uma experiência pio-neira quanto ao exercício da cobrança da água, atra-vés da contribuição de R$ 0,01 por metro cúbico de água consumida entre seus associados. Com essa ar-recadação era mantida a máquina administrativa do Consórcio (para a qual era destinado 1/6 do valor total arrecadado), e o restante era aplicado em pro-jetos, obras e outras ações concretas (CONSÓRCIO PCJ, 2000).

Além disso, o Consórcio teve importante contri-buição nos debates e acordos sobre a legislação re-lativa à cobrança, posteriormente implementada nas bacias PCJ. Perante os conflitos surgidos em meio aos debates sobre a cobrança – tais como as pres-sões do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE para ficar com 50% dos recursos da cobrança, e a articulação dos setores industriais e agrícolas para eliminar ou adiar a cobrança – o Consórcio defendia que a cobrança deveria começar pelos consórcios, associações de usuários, entidades regionais organizadas em bacias e, somente depois, evoluir para a cobrança instau-rada com a força da lei, para que isto se desse com

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aceitação dos diversos segmentos envolvidos na questão (CONSÓRCIO PCJ, 2000).

Alguns dos princípios que acabaram sendo incor-porados na legislação paulista sobre a cobrança (Lei n. 12.183/05) também haviam sido fortemente de-fendidos pelo consórcio anteriormente. Por exemplo, este organismo lutou para que, na legislação paulista de recursos hídricos (Lei n. 7.663/91), fosse estabe-lecido que não apenas os recursos da cobrança deve-riam ser aplicados na região, mas também a elabora-ção dos planos de bacias, seu gerenciamento, as obras e demais ações envolvidas nos programas realizados fossem preferencialmente contratadas na região. Isso seria uma forma de provocar cada vez mais a dcentralização, além de reduzir os custos de todos es-ses serviços (em comparação aos valores da capital) (MONTICELI, 1993).

A preocupação com as questões de integração e descentralização da gestão esteve presente no Con-sórcio PCJ desde o início, a partir da observação da dificuldade de integração entre as diversas institui-ções – nos níveis federal, estadual e regional – volta-das ao meio ambiente e aos recursos hídricos, e sua conseqüente atuação setorizada. Assim, o Consórcio influenciou a discussão em torno da descentralização não apenas no nível estadual, mas também no âm-bito nacional. Realizou reuniões com consórcios de outras regiões do país, defendendo a importância da integração e da descentralização através da aborda-gem da gestão por bacias hidrográficas, além de pro-por emendas nesse sentido à lei federal (n. 9.433/97) (MONTICELI, 1993).

O Consórcio também teve influência na discus-são relativa à aprovação da legislação paulista de re-cursos hídricos (Lei n. 7.663/91), criando estratégias para explicitar sua importância, frente à dificuldade que havia em fazer o Poder Executivo Estadual se interessar pelo projeto de lei para a gestão dos Recur-sos Hídricos no Estado de São Paulo. No decorrer das discussões que visavam à formulação dessa lei, ele também participou ativamente da emenda sobre a criação de uma Agência de Bacias, defendendo a sua criação, pois considerava que esse era o maior passo a ser dado em direção à descentralização da gestão dos recursos hídricos. A agência teria funções executivas,

e passaria a ser o órgão de apoio aos comitês, ao in-vés dos órgãos do Governo do Estado – DAEE, Ce-tesb e Secretaria do Meio Ambiente, principalmente (CONSÓRCIO PCJ, 2000; MONTICELI, 1993).

Criação do Comitê de baCia hidrográfiCa pCJ: Compartilhando a gestão dos reCursos hídriCos

A Lei Paulista de Recursos Hídricos (n. 7.663) foi promulgada em 1991, depois de alguns anos de deba-te. Ela trazia uma proposta bastante inovadora, prio-rizando o uso da água para o abastecimento público, e tendo como princípios uma gestão descentraliza-da, participativa e integrada destes recursos. Esta lei criou ainda o Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos de São Paulo, e implementou os Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs como instâncias regionais de gestão. Nos CBHs, a participa-ção da sociedade civil fica garantida por ocupaparticipa-ção de 1/3 de suas cadeiras (SÃO PAULO, 1997).

O primeiro CBH a ser instalado foi o Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – CBH-PCJ, em 1993, apresentado como modelo organizacional para os comitês que surgiram depois. O processo de constituição do CBH-PCJ foi gradual e bastante negociado, devido à sua estrutu-ra tripartite e pioneiestrutu-ra, e também por implicar uma alteração das relações de poder existentes e das for-mas de resolução dos problefor-mas hídricos da região. Houve ainda certa tensão entre a criação de um novo colegiado para fazer a gestão dos recursos hídricos e a dinâmica já consolidada pelo Consórcio PCJ, o que também exigiu negociação para definir os papéis de cada ator na gestão dos recursos hídricos. Embora ambos os organismos tenham importante papel nos debates e negociações relativos à gestão dos recur-sos hídricos na região, sua atuação é diferenciada: ao Comitê cabe um papel mais administrativo, com um poder de decisão relativamente grande, enquanto o consórcio possui maior capacidade para executar pro-gramas e projetos – uma vez que possui autonomia financeira, equipe técnica e equipamentos próprios, capacidade de contratação de serviços etc. – porém, estas ações se restringem ao âmbito de seus associa-dos (CBH-PCJ, 2003; CONSÓRCIO PCJ, 2000).

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O CBH-PCJ tem como objetivo promover o ge-renciamento dos recursos hídricos em sua área de atuação, de forma descentralizada, participativa e integrada. Tem como competências aprovar o Plano das Bacias Hidrográficas, propor a criação da Agên-cia de BaAgên-cia e os critérios e valores a serem cobrados pela utilização dos recursos hídricos nas bacias PCJ, dentre outras (CBH-PCJ, 2005a).

Durante a primeira gestão do CBH-PCJ, deu-se prioridade à recuperação das bacias, uma vez que o índice de tratamento de esgotos na época (1993) era extremamente baixo (3,5%). Assim, destacaram-se nesse período as ações para viabilizar a despoluição e tratamento de esgotos (CBH-PCJ, 2003).

Em 2000, durante a quarta gestão, destacou-se o papel de mediador de conflitos e definidor de priori-dades de uso das águas do CBH-PCJ, não aprovando o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Im-pacto Ambiental – EIA-RIMA da Usina Termelétri-ca do Planalto Paulista (TPP), que seria implantada em Paulínia. O CBH-PCJ considerou o alto consumo de água pela termelétrica – e pelas empresas que se instalariam na região, induzidas pela maior oferta de energia –, alertando para o cenário crítico de dispo-nibilidade hídrica na área de sua abrangência (COMI-TÊ DAS ÁGUAS, 2000; CBH-PCJ, 2000).

Na quinta gestão, em 2001, as discussões em torno da implantação da Usina Termelétrica Carioba II, em Americana, fizeram parte dos trabalhos do CBH-PCJ, que emitiu um parecer baseado em estudos técnicos contra a sua construção, que acabou não acontecen-do (CBH-PCJ, 2003).

Ainda durante a mesma gestão, em 2002, os es-forços se concentraram na criação do Comitê Fe-deral das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ Federal,8 uma vez que os rios Piracicaba, Jaguari e Camanducaia são de do-mínio da União. Foram elaboradas propostas de al-terações do estatuto do CBH-PCJ, de regimento do PCJ Federal e de processos eleitorais para 2003 com o objetivo da atuação integrada desses dois comitês (CBH-PCJ, 2003).

Um outro acontecimento importante em 2002 foi a aprovação do parecer final sobre a ampliação da fábrica da AmBev, localizada em Jaguariúna. A

fábrica devolveria menos água para o rio, para poder aumentar a produção. Por solicitação do Consema – Conselho Estadual de Meio Ambiente –, o CBH-PCJ emitiu o parecer com a condição que toda a água do município fosse tratada; essa foi a primeira vez que ocorreu um processo de compensação por danos ao meio ambiente (CBH-PCJ, 2003).

A sexta gestão do CBH-PCJ e a primeira do PCJ Federal aconteceram em 2003, período que marcou o início da consolidação da integração institucional das bacias PCJ, através de alterações no estatuto do CBH-PCJ, do processo eleitoral integrado, da eleição da mesma diretoria para os dois comitês e da reorga-nização das Câmaras Técnicas que passaram a servir aos dois comitês (CBH-PCJ, 2003).

Enfim, percebe-se a ação conjunta e complemen-tar do Consórcio e dos Comitês PCJ. O Consórcio foi um organismo pioneiro na mobilização pela gestão dos recursos hídricos na região, e os Comitês, legiti-mados por respaldo legal, têm representado um gran-de reforço a esse processo. O Consórcio também possui direito a um voto no comitê, junto ao segmen-to da sociedade civil, além de contar com membros nas Câmaras Técnicas e no segmento municípios dos comitês, desempenhando importante papel nessas instâncias. Assim, historicamente, estes dois orga-nismos têm contribuído para os avanços na gestão compartilhada dos recursos hídricos, que podem ser observados nas negociações relativas à renovação da outorga do Sistema Cantareira, na implementação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos e na criação da Agência de Bacia do PCJ.

busCa pela gestão desCentralizada do sistema Cantareira

O ano de 2004 foi marcado pelas discussões em torno da renovação da outorga à Sabesp para captação das águas do Sistema Cantareira. Desde a década de 1960, os mananciais da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê uti-lizados para consumo humano não atendiam à deman-da crescente deman-da RMSP, que estava em acelerado desen-volvimento. Uma alternativa possível era importar água de boa qualidade de outra bacia hidrográfica, Bacia do Alto Piracicaba (BANCO MUNDIAL, 2005).

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O Sistema é composto por quatro reservatórios (dentro das bacias PCJ) interligados por um sistema de canais e túneis, responsável pelo abastecimento das Zonas Norte, Central, parte das regiões Leste e Oeste da capital e dos municípios de Franco da Ro-cha, Francisco Morato, Caieiras, parte de Guarulhos, Osasco, Carapicuíba, parte de Barueri, parte de Ta-boão da Serra, parte de Santo André e São Caetano do Sul, totalizando uma população de 8,8 milhões de pessoas (ARCE, 2005).

Desde a construção do sistema existia um confli-to latente entre as regiões do Alconfli-to Tietê, na RMSP, e PCJ pelo fato de as represas terem sido construí-das sem a necessária discussão e consentimento da população da bacia. Nessa época, o regime político vigente e o arcabouço legal não permitiam manifes-tações a respeito do projeto. O Sistema Cantareira passou a ser encarado como aquele que beneficia a população da RMSP em detrimento da população da bacia do rio Piracicaba (BANCO MUNDIAL, 2005; ARCE, 2005).

A Sabesp operou o sistema desde 1974, ligada à Secretaria Estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento – SERHS-SP, com outorga de direito de uso concedida até agosto de 2004. A sua renovação nas mesmas condições era o mais interessante para a Sabesp, que argumentava não poder operar com valores menores de vazão para a RMSP. Por outro lado, este era o momento esperado pelas bacias PCJ, que reclamavam do prejuízo dos municípios desde o momento anterior à construção do Sistema. Durante os 30 anos de vigência desta outorga, a comunidade das bacias PCJ organizou-se com o propósito de gerir os recursos hídricos da região de forma mais racional, sustentável e de maneira compartilhada.

Assim, após 10 anos da construção do Sistema Cantareira, em 1984, motivada por uma severa estiagem que causou a mortandade de muitos peixes no rio Piracicaba, foi criada a Operação Estiagem na Bacia do Piracicaba, um grupo formado por técnicos da Sabesp, DAEE, Cetesb e CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz – para regular as obras hidráulicas e controlar as liberações de vazão do Sistema. Sempre se garantia os 31 metros cúbicos por segundo para a RMSP e o restante possível

para as bacias PCJ. Posteriormente, em 1989, com determinação de subsidiar o Plano Estadual de Recursos Hídricos, formou-se o Grupo Executivo de Monitoramento Hidrológico, inserido nas equipes do então Grupo Técnico do Piracicaba. Até o momento, somente a esfera estadual participava da operação do Sistema. Em 1992, o Consórcio PCJ, algumas prefeituras e universidades dessas bacias conseguiram participar das reuniões do grupo, na tentativa de fazer um monitoramento conjunto do Sistema Cantareira. Em 1994, o grupo foi inserido no âmbito do CBH-PCJ como Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico – CT-MH (BOSQUILIA, 2004; CBH-PCJ, 2003).

A CT-MH teve um papel importante nas discussões da renovação da outorga, pois possuía muitos dados sobre o sistema, devido a sua atuação antes mesmo da criação do CBH-PCJ. As funções da CT-MH deixaram de contemplar somente o aspecto quantitativo relacionado à negociação das descargas para a bacia do rio Piracicaba e para São Paulo, e hoje avaliam condições sanitárias, hidrobiológicas e de qualidade da água (BANCO MUNDIAL, 2005).

As discussões em torno da renovação da outorga do Sistema Cantareira começaram em 2001, no âmbito da CT-MH do CBH, pois já era sabido que essa questão precisaria de muita negociação. Nesse início de discussões, os Comitês PCJ se mobili-zaram para obter informações sobre as vazões e o funcionamento do Sistema. Os CBHs não têm atri-buição legal para conceder a outorga (essa é uma atribuição da Agência Nacional de Águas – ANA nos casos de rios federais ou do DAEE, no caso de rios do Estado de São Paulo), mas podem definir algumas diretrizes, como por exemplo, os usos prioritários da água, e diante disso é dada a outorga.

De acordo com as discussões realizadas, pode-se dizer que nem os Comitês PCJ nem o Consórcio Intermunicipal desejavam impedir a renovação da outorga de uso à Sabesp, interrompendo a derivação das águas. Eles esperavam uma distribuição mais im-parcial do volume de água disponível, que atendesse às bacias PCJ com uma garantia de vazão mínima, através de uma gestão compartilhada dos recursos hídricos.

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Em dezembro de 2003, foi criado o GT Cantareira pela deliberação conjunta dos Comitês PCJ (006/03), no âmbito da CT de Outorgas e Licenças. Seu obje-tivo era estudar, discutir e propor os termos da nova outorga, com a visão de uma gestão compartilhada entre as bacias envolvidas (Alto Tietê e PCJ)9. O GT sistematizou os debates e estudos sobre a renovação da outorga, solicitou e coletou informações e enca-minhou um relatório para apreciação dos Plenários dos Comitês PCJ.

A ANA, a Secretaria de Recursos Hídricos, Ener-gia e Saneamento e o DAEE também participaram das negociações na qualidade de instituições com im-portantes atribuições de gestão de recursos hídricos em níveis federal e estadual. Essas instituições elabo-raram estudos técnicos e exerceram o papel de media-ção. Sendo assim, a negociação se deu entre o DAEE, juntamente com a ANA10 e o GT Cantareira.

O Termo de Outorga (Portaria DAEE n. 1213, de 06 de agosto de 2004) foi emitido, com a con-cordância de todos os interessados, garantindo di-reitos de alocação da água para as Bacias do PCJ e para o abastecimento da RMSP, por meio de regras bem definidas de operação do Sistema Cantareira. Em seu artigo 7°, declara que as vazões serão deter-minadas pela Sabesp e pelos Comitês PCJ. Segundo a ANA, o abastecimento de 31 metros cúbicos por segundo para São Paulo e 5 metros cúbicos por se-gundo para as bacias PCJ poderá ser atendido du-rante 95% do tempo11 (ANA, 2004; CONSÓRCIO PCJ, 2004; DAEE, 2004). Assim, a região das bacias PCJ passou a contar com uma garantia de vazão mínima estabelecida.

Antes da renovação da outorga, a Sabesp era res-ponsável pela operação e gestão do Sistema; com a nova outorga, a gestão passou a ser descentralizada. Assim, nos momentos de escassez, a responsabilida-de responsabilida-de responsabilida-decidir o que fazer também é compartilhada com os Comitês PCJ. O banco de águas também foi aprovado. Isso quer dizer que caso a Sabesp e os Co-mitês PCJ resolvam não utilizar as vazões acordadas para cada mês, estes volumes ficarão armazenados nos reservatórios para futura utilização. Além dis-so, a concessão anterior era de 30 anos, agora, é de

10 anos, podendo ser revisada a qualquer momento (DAEE, 2004).

Outro produto das negociações e articulações en-tre a Sabesp e os Comitês PCJ é o Termo de Com-promisso da Outorga. Nele, prevê-se que a Sabesp tem que encontrar outras fontes de abastecimento para a RMSP, procurando diminuir a dependência do Sistema, além de providenciar o tratamento de esgo-tos urbanos, controle de perdas físicas nos sistemas de abastecimento de água e de ações que contribuam para a recarga do lençol freático (DAEE, 2004).

implementação da Cobrança nas baCias pCJ

Além desse instrumento de gestão, os Comitês e o Consórcio PCJ foram responsáveis pela implementa-ção da cobrança pelo uso da água, aprovada em 2005. Um dos primeiros passos para se implementar a co-brança nas bacias PCJ era compatibilizar as questões de dominialidade dos rios dessas bacias entre a União e os Estados. Para isso, em 2004, o CBH-PCJ e o PCJ Federal criaram um Grupo de Trabalho especí-fico para tratar dessa questão, chamado GT-Cobran-ça, dentro do qual foram discutidas e formuladas, ao longo de um ano, propostas de mecanismos de cobrança e de sugestões de valores a serem cobra-dos (CBH-PCJ, 2005b). A proposta de contribuição elaborada por esse grupo foi aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos em 28 de novembro de 2005, dando início à implementação da cobran-ça nas bacias do PCJ nos rios de domínio da União (BRASIL, 2005a; CBH-PCJ, 2005b; CONSÓRCIO PCJ, 2005a).

A cobrança pelo uso da água nos rios de domínio da União no PCJ teve início em 1º de janeiro de 2006, sendo recolhida de serviços de saneamento, de empresas e de proprietários rurais que fazem uso da água (captação, consumo e lançamento de esgoto) dos rios Atibaia, Cachoeira, Camanducaia, Jaguari e Piracicaba. Os valores cobrados, que foram denominados Preços Unitários Básicos – PUBs, são de R$ 0,01 por metro cúbico de água captada, R$ 0,02 por metro cúbico de água consumida (água que não retorna ao rio nem mesmo em forma de esgoto), R$ 0,10 por quilo de Demanda Bioquímica de

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Oxigênio – DBO lançado em corpo d’água e R$ 0,015 por metro cúbico de água captada e transposta para outra bacia (como é o caso do Sistema Cantareira). Poderão ocorrer variações que reduzam os valores acima, as quais serão condicionadas à qualidade da água do manancial usado e às boas práticas de uso e conservação da água (nos casos de uso em propriedades rurais) (CBH-PCJ, 2005b; CBH-PCJ, 2005c; CONSÓRCIO PCJ, 2005b; ANA, 2005).

A implantação desta cobrança será feita de forma progressiva. No primeiro ano, os usuários pagarão somente 60% do valor definido; no segundo ano, 2007, a cobrança alcançará 75% do seu valor real; e a partir de 2008, o contribuinte pagará de forma in-tegral o valor a cobrança: R$ 0,01 por metro cúbico de água. Quando os valores da cobrança forem apli-cados integralmente, a expectativa é que sejam arre-cadados cerca de R$ 20 milhões por ano, somente com a cobrança nos rios federais (CBH-PCJ, 2005d; CONSÓRCIO PCJ, 2005b; ANA, 2005).

Esta decisão dos comitês não envolveu os usos de água dos rios estaduais (caso dos rios Capivari, Jundiaí, Corumbataí, entre outros) e de fontes sub-terrâneas da região, porque a cobrança pelo uso da água nesses mananciais dependia da regulamentação que ocorreu com a aprovação do Projeto de Lei n. 676/00, que tratava da cobrança pelo uso das águas de domínio do Estado de São Paulo (CBH-PCJ, 2005d). Após tramitar durante cinco anos na Assem-bléia Legislativa do Estado de São Paulo, esse PL foi aprovado em dezembro de 2005, resultando na Lei n. 12.183, regulamentada em março de 2006 (SÃO PAULO, 2005, 2006; REDE DAS ÁGUAS, 2005).

Essa lei determinou que “os usuários urbanos e industriais dos recursos hídricos estarão sujeitos à co-brança efetiva somente a partir de 1º de janeiro do ano de 2006” (artigo 1º, Seção V), e que “os demais usuários estarão sujeitos à cobrança somente a partir de 1º de janeiro do ano de 2010” (Parágrafo único, Seção V).

Destaca-se que na redação final da Lei n. 12.183 foram mantidos alguns princípios de grande rele-vância, fruto de discussões realizadas desde 1987, quando se iniciaram os debates sobre a cobrança no Estado de São Paulo (CONEJO, 2000). São eles: a) a

garantia da participação dos diversos setores – socie-dade civil (entisocie-dades e usuários), municípios e Esta-do – na definição Esta-dos preços a serem cobraEsta-dos; b) o estabelecimento de que os recursos cobrados dentro de uma Bacia Hidrográfica deverão ser aplicados na própria Bacia, em conformidade com o aprovado no respectivo Comitê de Bacia, sendo que este poderá, excepcionalmente, decidir pela aplicação em outra bacia de parte do montante arrecadado, desde que haja proporcional benefício para a bacia sob sua juris-dição; c) a cobrança será realizada pelas Agências de Bacias ou pela entidade responsável pela outorga de direito de uso nas Bacias Hidrográficas desprovidas de Agências de Bacias, e o produto da cobrança cor-respondente à Bacia em que for arrecadado será cre-ditado na subconta do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO, de acordo com as condições a serem definidas em regulamento (SÃO PAULO, 2005; THAME 2000; MAURO, 2000).

Também ficou estabelecido na Lei n. 12.183/05 que os serviços de saneamento que comprovarem in-vestimentos com recursos próprios ou financiamen-tos onerosos em estudos, projefinanciamen-tos e obras destina-das ao afastamento e tratamento de esgotos (exceto redes) terão desconto de 50% do valor cobrado, até dezembro de 2009. Os usuários do setor rural e os de baixa renda também foram beneficiados. No caso dos primeiros, além de somente começarem a contribuir a partir de janeiro de 2010, os micro e pequenos produ-tores rurais terão isenção, por tempo indeterminado. Para os usuários residenciais de baixa renda, os servi-ços de saneamento não poderão repassar o valor da cobrança, desde que estes assim o comprovem (SÃO PAULO, 2005; CONSÓRCIO PCJ, 2005b).

o ConsórCio pCJ Como agênCia de baCia

Paralelamente à cobrança, foi definida pelos Comitês PCJ a criação da Agência de Água dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Não havendo tempo hábil para a criação de uma nova organização antes da implementação da cobrança, e

(10)

considerando que o Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Consórcio PCJ atende aos requisitos para assumir funções de Agência de Águas previstas nas legislações federal e mi-neira sobre recursos hídricos, (CBH-PCJ, 2005e, p. 2)

os Comitês decidiram convidar o Consórcio PCJ para desempenhar, por um período de dois anos, as funções de agência de água, em conformidade com o disposto na Lei Federal n.. 9.433/97 (art. 51).12 A proposta foi aceita pelo Consórcio PCJ e aprovada pelos Comitês PCJ e pelo CNRH, sendo firmado um contrato de gestão pelo presidente do Consór-cio PCJ, José Roberto Fumach, e o presidente da ANA, José Machado, conferindo temporariamente ao Consórcio PCJ as funções de Agência de Água PCJ (CONSÓRCIO 2005a, 2005b; CBH-PCJ, 2005e; BRASIL, 1997).

A Agência de Água PCJ foi inaugurada oficialmente em 16 de dezembro de 2005, com sede no município de Piracicaba. Com a implementação da cobrança, tanto nos rios de domínio da União como nos rios estaduais das bacias PCJ, uma das incumbências do Consórcio enquanto Agência consiste em gerenciar os recursos financeiros arrecadados, propondo aos Comitês o plano para sua aplicação destes recursos (BRASIL, 2005b; CONSÓRCIO, 2005b; CBH-PCJ, 2005d).

Considerações finais

Com estes acontecimentos recentes, o conjunto de instrumentos e organismos públicos que visa imple-mentar as políticas das águas – o sistema de gerencia-mento de recursos hídricos – está praticamente im-plantado nas bacias PCJ. O histórico de mobilização e participação nessas bacias contribuiu para as ações

consistentes do Consórcio PCJ e dos Comitês PCJ. A ação conjunta e cooperativa desses dois organismos tem resultado no fortalecimento e institucionalização do sistema de gestão de recursos hídricos.

Com a aprovação da cobrança pelo uso da água nos rios federais e estaduais e com a assinatura do contrato de gestão entre a ANA e o Consórcio PCJ, no qual este passa a ser uma entidade delegatória das funções de Agência de Água, a região das bacias PCJ finalmente tem todos os organismos e instrumentos necessários para promover a recuperação e a preser-vação dos recursos hídricos, para arbitrar adminis-trativamente os conflitos relacionados ao tema, para planejar e regular o uso da água, entre outras funções (CONSÓRCIO PCJ, 2005b).

Soma-se a isso o avanço na renovação da outorga do Sistema Cantareira com critérios mais favoráveis a essa região, além da conquista de uma gestão com-partilhada e transparente desse Sistema.

No entanto, ainda existem incertezas quanto ao funcionamento da cobrança, pois se observa uma preocupação em relação à aprovação da cobrança no Estado, pelo fato desta conter critérios que devem di-ficultar o estabelecimento de cobranças com valores iguais para usos dos rios federais e estaduais.

Mesmo assim, os avanços no sistema de gerencia-mento das águas na região são recebidos com grande entusiasmo. Numa perspectiva nacional, membros dos organismos gestores das águas na região das bacias PCJ esperam que a cobrança tenha repercussão em outras regiões hidrográficas do país. Localmente, a grande expectativa é que, com o excelente índice de adimplência de 97% observado nos primeiros meses da cobrança, sua implementação facilite os investimentos em saneamento e ajude no atendimento às necessidades financeiras dos municípios (CONSÓRCIO PCJ, 2005b).

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1. A dominialidade dos rios está ilustrada em <http:// www.comitepcj.sp.gov.br/RegiaoPCJ.htm> e <http://www. comitepcj.sp.gov.br/>.

2. Criada pela Lei Complementar nº 870, de 19 de junho de 2000, ocupa uma área de 3.238 km², compreendendo os muni-cípios de Artur Nogueira, Santo Antonio de Posse, Holambra, Cosmópolis, Jaguariúna, Americana, Paulínia, Nova Odessa, Pedreira, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Itatiba, Indaiatuba, Monte Mor, Hortolândia, Sumaré e Santa Bárbara D’Oeste. 3. Vale ressaltar que as águas subterrâneas também devem ser consideradas como importantes recursos hídricos nas bacias PCJ, pois, de modo geral, a água subterrânea dos aqüíferos que ocorrem nestas bacias é de boa qualidade, permitindo sua utilização sem grandes restrições. Entretanto, ainda não há estratégias de planejamento concretas para sua utilização (IRRIGART, 2005).

4. O Consórcio Intermunicipal é uma associação civil de direito privado, com independência técnica e financeira. Arrecada e aplica recursos em programas e ações ambientais. O poder de decisão cabe ao Conselho de Municípios, formado pelos prefeitos e representantes das empresas consorciadas (CONSÓRCIO PCJ, 2003).

5. As Prefeituras fundadoras do Consórcio, além da de Piraci-caba, foram as de Americana, Amparo, Bragança Paulista, Ca-pivari, Campinas, Cosmópolis, Jaguariúna, Rio Claro, Sumaré e Pedreira (CONSÓRCIO PCJ, 2000).

6. A Plenária de Entidades é composta por ONGs, sindicatos de trabalhadores de diversas categorias e universidades.

7. Esta contribuição era obrigatória para os demais segmen-tos, e foi aberta uma exceção à Plenária de Entidades. 8. Criado pelo Decreto do Presidente da República, de 20 de maio de 2002, o PCJ Federal foi instalado em 31 de março de 2003, com base na Lei n. 9.433/97.

9. Fizeram parte do GT Cantareira: representantes do governo federal, do governo de São Paulo, do governo de Minas Gerais, de municípios paulistas e mineiros, da Sabesp, do CBH-PCJ, dos usuários e da sociedade civil. A ANA e o DAEE foram convidados para dar suporte técnico ao GT. Participaram, em média, 44 pessoas entre os membros do GT e convidados. Após a renovação da outorga, o GT continua atuando e conta com a Cetesb, o DAEE e o Consórcio PCJ como membros. 10 A ANA seria o órgão concessor da outorga, pois os rios Atibaia e Jaguari são federais; no entanto, ela permitiu que o DAEE a concedesse.

11. No período restante, as vazões deverão ser definidas com base num modelo matemático que considera as projeções de uso do Cantareira para os dois anos seguintes sem permitir que as retiradas possam deixar o sistema abaixo de 5 % da sua capacidade, na pior projeção de estiagem já registrada. 12. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, artigo 51, com reda-ção alterada pelo artigo 10 da Lei Federal n. 10.881, de 9 de junho de 2004, que determina que o Conselho Nacional de Re-cursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de ReRe-cursos Hídri-cos podem delegar a organizações sem fins lucrativos, dentre elas os consórcios intermunicipais, “por prazo determinado, o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos”.

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Maria Castellano

Mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo.

(mcastelbr@yahoo.com) Fabiana barbi

Cientista Social pela Universidade Estadual de Campinas.

(fabarbi@usp.br) Artigo recebido em 10 de abril de 2006.

Aprovado em 23 de maio de 2006.

Como citar o artigo:

CASTELLANO, M.; BARBI, F. Avanços na gestão compartilhada dos recursos hídricos nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 20, n. 2, p. 46-58, abr./jun. 2006. Disponível em: <http://www.seade.gov.br>; <http://www.scielo.br>.

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