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LEMBRETES de Direito Processual do Trabalho

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Academic year: 2021

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LEMBRETES

de Direito Processual do Trabalho

“O que você não pode esquecer para a OAB”

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Prof. Bruno Klippel – Advogado, Mestre em Direito pela FDV/ES, Doutorando em

Direito do Trabalho pela PUC/SP, autor de diversas obras e artigos jurídicos,

destacando-se

Direito Sumular TST Esquematizado

, pela Ed. Saraiva, 2ª Ed, 2012.

PARTE 1 – PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:

 Princípio dispositivo ou princípio da inércia:

o Art. 39 da CLT: Delegacia Regional do Trabalho, na hipótese de negativa de vínculo de emprego, encaminha ofício à Justiça do Trabalho para que se inicie a reclamação trabalhista.

o Art. 856 da CLT: Afirma que o Presidente do Tribunal poderá dar início de ofício ao dissídio coletivo. Para questões objetivas, ainda deve ser considerado.

 Princípio inquisitivo (impulso oficial):

o Art. 765 da CLT: Ampla direção do processo pelos Juízes do Trabalho e determinação de diligências visando ao descumprimento da verdade.

o Súmula nº 74, III do TST: o Juiz pode determinar a produção de qualquer meio de prova que entender necessário, nos termos do art. 130 do CPC, que prescreve a existência dos poderes instrutórios do Juiz.

 Princípio da Identidade física do Juiz:

o Súmula nº 136 do TST e Súmula nº 222 do STF: afirmam que não se aplica ao processo do trabalho o aludido princípio.

o Doutrina afirma que, após a EC nº 24/99, que extinguiu a representação classista (juízes classistas), não há mais razão para a manutenção do entendimento acima, mas aquele deve ser levado em consideração para as provas da OAB.

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 Princípio da Concentração dos atos processuais:

o Art. 849 da CLT: prevê que a audiência no processo do trabalho é una, devendo ser fracionada apenas excepcionalmente, haja vista que o legislador optou por fazer da audiência o princípio ato de procedimento em 1ª grau. o A audiência, quando una, possui as seguintes fases: pregão, 1ª tentativa de

conciliação, defesa oral em 20 minutos, instrução (produção de provas), razões finais, 2ª tentativa de conciliação e sentença.

 Princípio da Oralidade:

o Art. 840 da CLT: prevê a petição inicial oral, que será reduzida a termo após a sua distribuição. Distribuída a reclamação trabalhista oral, o reclamante deverá comparecer à Vara do Trabalho no prazo de 5 (cinco) dias para reduzir a termo as suas declarações.

o O Juiz do Trabalho, quando não dispensado por ambas as partes, fará a leitura da inicial no início da audiência, de forma a dar ampla publicidade ao ato, conforme art. 847 da CLT.

o Talvez o aspecto mais importante do princípio da oralidade, a DEFESA NO PROCESSO DO TRABALHO, pelo menos em teoria, É APRESENTADA ORALMENTE, NO PRAZO DE 20 (VINTE) MINUTOS. Não há na CLT previsão para a defesa escrita, como ocorre na prática, razão pela qual essa é a única opção correta para concursos.

o Razões finais: nos termos do art. 850 da CLT, são apresentadas no prazo de 10 minutos para cada partes, sem possibilidade de prorrogação, inexistindo na CLT previsão para conversão em memoriais, como no CPC.

o Protesto em audiência: trata-se de forma de demonstrar o inconformismo com uma decisão interlocutória proferida em audiência, evitando-se a preclusão da matéria. Difere do agravo retido oral (art. 523, §3º do CPC) pois não há fundamentação.

o Sentença oral: no rito trabalhista, a sentença deve ser oral, já que a audiência é de conciliação, instrução e julgamento. No rito ordinário, a sentença deve conter relatório, fundamentação e dispositivo, conforme art. 832 da CLT.

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 Princípio da Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias:

o As decisões interlocutórias não são passíveis de recurso de imediato, como ocorre no processo civil, hipótese em que as partes podem se valer do recurso de agravo (retido ou por instrumento, a depender da situação).

o O conteúdo das decisões interlocutórias será apreciado no recurso interposto da decisão final, nos termos do art. 893, §1º da CLT. Assim, eventual interlocutória será impugnada no recurso ordinário, quando interposto da sentença. É a mesma técnica utilizada na Lei nº 9.099/95.

 Excepcionalmente, se preenchidos os requisitos legais, poderá ser impetrado o mandado de segurança, consoante disposto na Súmula nº 414 do TST.

o Das decisões interlocutórias terminativas do feito (art. 799, §2º CLT), ou seja, aquelas que reconhecem a incompetência da Justiça do Trabalho e remetem os autos para “outra Justiça”, cabe recurso de imediato, a saber, o recurso ordinário (art. 895 CLT).

o Situações excepcionais também são tratadas na Súmula nº 214 do TST, a saber:

 Decisão do TRT contrário à Súmula ou OJ do TST;

 Decisão suscetível de recurso para o mesmo Tribunal, como por exemplo, decisão do relator passível de agravo regimental;

 Decisão em exceção de incompetência, que determina a remessa dos autos para Vara do Trabalho vinculada a outro TRT (Vitória/ES – Campinas/SP);

 Princípio da Conciliação:

o Nos ritos trabalhistas, dois são os momentos obrigatórios de conciliação, a saber:

 Art. 846 da CLT: no início da audiência, ou seja, após o pregão.  Art. 850 da CLT: após as razões finais.

o Nos dissídios coletivos, a conciliação é tentada em audiência exclusivamente designada para tal fim, presidida pelo Presidente do Tribunal.

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o Formulado acordo entre as partes, consoante Súmula nº 418 do TST, o Juiz não é obrigado a homologá-lo, se perceber que é demasiadamente prejudicial ao obreiro.

o Homologado o acordo por sentença, a mesma transitará em julgado para as partes de imediato, sendo que eventual vício somente poderá ser atacado por ação rescisória, conforme Súmula nº 259 do TST.

 Princípio do jus postulandi:

o Mesmo após a CRFB/88, o direito de postular em juízo sem Advogado, reconhecido pelo art. 791 da CLT, mantém-se, tendo sido recepcionado pela nova ordem constitucional.

o O jus postulandi é aplicável tanto para empregado, quanto para o empregador. o A Súmula nº 425 do TST reconheceu o jus postulandi, mas restringiu o seu

cabimento, afirmando que em alguns ritos o Advogado mostra-se indispensável, a saber:

 Mandado de Segurança;  Ação rescisória;

 Ação Cautelar;  Recursos para o TST.

o Em relação aos recursos para o TRT, a regra mantém a mesma, ou seja, pode, por exemplo, o Recurso Ordinário (art. 895 CLT) ser interposto pelas partes, sem Advogado.

 Princípio da Proteção:

o Aspecto diretamente relacionado ao princípio da proteção é a ausência de custas prévias no processo do trabalho. Pelo sistema imposto pela CLT, as custas são pagas ao final, pelo vencido (Art. 789, §1º da CLT).

 Sob a mesma ótica, o TST, por meio da OJ nº 98 da SDI-2, reconheceu ilegal a cobrança de honorários periciais prévios, cabendo mandado de segurança para que o exame seja realizada sem a necessidade de depósito daquele valor.

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o Ausência do reclamante à audiência: o art. 844 da CLT traz norma nitidamente protecionista, pois na ausência do reclamante à audiência inaugural a demanda será arquivada, ou seja, extinta sem resolução do mérito, por meio de sentença terminativa, podendo o reclamante propô-la novamente, sem danos ao seu direito material.

 Ao reclamado, quando de sua ausência à audiência inaugural, caberão os efeitos da revelia, pois não apresentará defesa oral em 20 minutos. Perceba-se o tratamento totalmente diferenciado, servindo para a concretização do princípio da igualdade material (tratar desigualmente os desiguais).

o Inversão do ônus da prova:

 Trata-se de exceção no direito processual do trabalho, uma vez que a regra está explícita no art. 818 da CLT, que afirma caber a cada litigante a prova dos fatos por eles alegados.

 Em situações excepcionais, como na Súmula nº 338 do TST, reconhece-se a inversão do ônus da prova, o que facilita o trabalhador, que em regra está desapossado de documentos.

o Depósito recursal: previsto no art. 899 da CLT como um pressuposto de admissibilidade recursal, o depósito somente é realizado pelo empregador que tem sua pretensão rechaçada. Caso os pedidos formulados pelo reclamante seja julgados improcedentes, este não arcará com o depósito recursal, que pode atingir quantia superior a R$12.000,00 (doze mil reais).

 Princípio da Inafastabilidade da jurisdição:

o As Comissões de Conciliação Prévias, prescritas no art. 625-A a H da CLT, tidas como obrigatórias antes do ingresso em juízo, forem declaradas pela STF, pelo menos em sede liminar (ADI 2139 e 2160) como facultativas, ou seja, entendeu o Supremo Tribunal Federal que a lei não pode prever aquela esfera como obrigatória, por violar o acesso à justiça e, diretamente, o princípio em comento.

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o O STF não afirmou que as referidas Comissões são inconstitucionais, dizendo apenas que a passagem pelas mesmas não pode ser obrigatória, e sim, facultativa.

 Princípio da inalterabilidade da demanda (estabilidade da lide):

o Após apresentada a petição inicial, com a indicação da causa de pedir e pedidos, somente é possível o aditamento, que consiste em alterar, acrescer, etc, se seguidas as seguintes regras:

 Até a apresentação da defesa em audiência, o reclamante pode aditar a petição inicial, dispensando-se o consentimento do reclamado.  Após a defesa, possível o aditamento, desde que com o consentimento

do reclamado.

 Iniciada a instrução (produção de provas), não é mais possível o aditamento, mesmo com o consentimento do reclamado, já que o processo já está saneado e, após a instrução, segue-se à sentença, em audiência.

o Não se pode confundir aditamento da petição inicial com emenda da petição inicial, já que esse última, prevista no art. 284 do CPC, é determinada pelo Juiz, quando falta algum requisito da petição inicial, ao passo que o aditamento é realizado em decorrência da vontade da parte, sem que haja vício na inicial. Trata-se, em regra, de inclusão de algum pedido ou causa de pedir.

BONS ESTUDOS!

Bruno Klippel

Referências

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