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REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL CONSTITUCIONAL. ACORDAo N.o 407/2016. Em nome do povo, acordam em Conferencia, no Plemirio do Tribunal Constitucional:

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REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

ACORDAo N.o 407/2016

PROCESSO N.o 467-B/2015

Recurso Extraordimuio de Inconstitucionalidade

Em nome do povo, acordam em Conferencia, no Plemirio do Tribunal Constitucional:

I. RELATORIO

Miguel Albino de Faria de Bastos, melhor identificado nos autos, inconformado, veio, com 0 fundamento na alinea e) do artigo 134.° da Lei n.o 23/92, de 16 de Setembro, Lei de Revisao Constitucional- LRC, interpor Recurso de Constitucionalidade do Ac6rdao da Camara do Civel e Administrativo do Tribunal Supremo, datado de 08 de Agosto de 2003, proferido no Processo n.o 27/99 (autos de procedimento de Suspensao de Eficacia do Acto Administrativo), que indeferiu 0 pedido d~uspensao de eficacia de acto administrativo, por entender que tal decisao

e

inconstitucional face

a

interpreta<;ao dada pela alinea a) do artigo 3.° do Decreto-Lei n.O 4-A/96, de 5 de Abril (Regulamento do Processo Contencioso Administrativo) e do artigo 26.° do C6digo de Processo Civil, que considerou 0 Recorrente como parte ilegitima.

Entretanto, 0 Ac6rdao recorrido nao apenas denegou a suspensao por entender que os efeitos do acto administrativo em questao ja se produziam

desde 1992, desaconselhando 0 interesse publico a suspensao requeri~ como considerou ainda que 0 Recorrente nao teria legitimidade processual

(2)

por nao ser titular de urn direito subjectivo na rela<;ao juridica controvertida (artigo 280°, noo 1, da Lei noo 16-AI95, de 15 de Dezembro)o

o

Recorrente apresentou as suas alegap5es de recursoo Convidados para 0 efeito, pronunciaram-se igualmente 0 Senhor Ministro da Justi<;a e dos Direitos Humanos, como autor do acto administrativo impugnado e os contra interessadoso

o

processo foi a vista do Ministerio Publico e foram colhidos os vistos legaiso

II. COMPETENCIA DO TRIBUNAL

o

presente recurso foi interposto em 03 de Maio de 2004, nos termos e com 0

fundamento da alinea e) do artigo 1340° da Lei noo 23/92, de 16 de Setembro, Lei de Revisao Constitucional, - LRC, revogada pela Constitui<;ao da Republica de Angola, de 5 de Fevereiro de 20100

Ora, a data de interposi<;ao do presente recurso nao havia outra especie de recurso para os cidadaos recorreram a jurisdi<;ao constitucional, se nao por via do recurso de constitucionalidade, nos temos e para os efeitos da alinea e) do artigo 1340° da Lei noo 23/92, de 16 de Setembro, que atribuia competencia ao Tribunal Constitucional para "apredar, em recurso, a constitudonalidade de todas as dedsoes dos demais tribuna is que apliquem normas cuja constitucionalidade haja sido susdtada durante

°

processo" 0

N aquela ocasiao, ainda nao tinha sido institucionalizado 0 Tribunal Constitucional, e as competencias deste Orgao eram exercidos pelo Tribunal Supremo, situa<;ao que prevaleceu ate 2008, data em que foram aprovadas a Lei noo 2/08, de 17 de Junho, Lei Organic a do Tribunal Constitucional ­ LOTC e a Lei noo 3/08, de 17 de Junho, Lei do Processo Constitucional -LPCo

Com a aprova<;ao destes dois diplomas legais foram estabelecidas as regras re1ativas as competencias, organiza<;ao e funcionamento do Tribunal Constitucional, bern como as regras sobre a tramita<;ao dos processos sujeitos

a

jurisdi<;ao do Tribunal Constitucional.

(3)

o Tribunal Constitucional iniciou a sua actividade a 25 de Junho de 2008,

estando, desde essa data, a reger a sua organizac;ao e a exercer as suas competencias com base na CRA, na Lei n.o 2/08, de 17 de Junho, na Lei n.O 3/08, de 17 de Junho e demais legislac;ao complementar.

Nos termos das norm as transit6rias da Lei n.o 2/08, de 17 de Junho - LOTC - e da Lei n.O 3/08, de 17 de Junho - LPC-, foi estabelecido que todos os processos do foro juridico-constitucional, que it data da entrada em vigor destas leis corriam termos no Tribunal Supremo, deveriam ser transferidos para a Secretaria do Tribunal Constitucional, conforme estabelece 0 artigo 58.° da Lei n.O 2/08, de 17 de Junho - revogado pe10 artigo 11.° da Lei n.o 24110, de 3 de Dezembro, Lei de alterac;ao it Lei n.O 2/08 de 17 de Junho, aplicando-se, quanto it sua tramitac;ao, as normas da Lei do Processo Constitucional, com as necessarias adaptac;5es (artigo 72.° da Lei n.O 3/08, de 17 de Junho).

Porem, s6 em 24 de Fevereiro de 2015 foi proferido Ac6rdao pela Camara do Civel e Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo (fls.90 a 92), admitindo 0 presente recurso de inconstitucionalidade e a sua remessa para 0 Tribunal Constitucional.

Pelo acima exposto, embora 0 Recorrente tenha designado na data de interposic;ao do presente recurso como sendo recurso ordinario de inconstitucionalidade, nao estao reunidos os requisitos e pressupostos para este tipo de recurso.

Assim, e entendimento do Tribunal Constitucional que 0 mesmo deve tramitar como recurso extraordinano de inconstitucionalidade, nos termos da aline a a) do artigo 49.° e seguintes da Lei n.O 3/08, de 17 de Junho, Lei do Processo Constitucional, segundo 0 qual "podem ser objecto de recurso as

sentenr;as dos demais trt"bunais que contenham Jundamentos de direito e decisoes que contrart"em prt"ncipios, direitos, liberdades, e garantias previstas na Constitui~iio da Republica de Angola" .

Por se tratar, neste caso particular, de urn recurso extraordinario, e aplicavel o § (mico do artigo 49 .° da supra mencionada lei, com a redacc;ao dada pelo artigo 13.° da Lei n.o 25110, de 3 de Dezembro, que imp5e 0 "previo

esgotamento nos trt"bunais comuns e demais trt"bunais, os recursos ordinart"os legalmente previstos" .

(4)

Lei do Neste sentido, aque1e Ac6rdao

e

recorrive1 para 0 P1enario do Tribunal Supremo, conforme disp5e a al. f) do artigo 33.° do Decreto - Lei n.o 4­

A/96, de 5 de Abril, que Aprova 0 Regulamento do Processo Contencioso

Administrativo, 0 que nao foi feito e, por isso, impede 0 Tribunal Constituciona1 de conhecer 0 Ac6rdao do processo, por nao estar esgotada a cadeia recurs6ria ordinaria, nos termos do § unico do artigo 49. 0, da Lei do

Processo Constituciona1, com a redac~ao dada pe10 artigo 13.° da Lei n.o

25/10, de 3 de Dezembro.

A vio1a~ao das regras de competencia em razao da hierarquia gera incompetencia abso1uta, a qual

e

de conhecimento oficioso, podendo ser conhecida em qualquer estado do processo e tern como consequencia 0 seu indeferimento, como previsto no n.o 2 do artigo 493.° do CPC.

Nao tern, pois, 0 Tribunal Constituciona1 competencia para conhecer 0 presente recurso extraordinario de inconstitucionalidade.

DECIDINDO

Nestes termos,

Tudo visto e ponderado acordam em Plenmo, os JUlzes Conselheiros do Tribunal Constitucional em: ~\A..k+--t-\A 0 (tU-4..JL- ~ ~~

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-Custas pelo Recorrente nos termos do regime geral de custas (C6digo das Custas Judiciais e artigo 15.° da Lei n.o 3/08, de 17 de Junho

-Processo Constitucional).

Notifique.

(5)

OS roizES CONSELHEIROS

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-Dr. Antonio Carlos Pinto Caetano de Sousa (dec1arou-se impedido) Dr. Rui Constantino da Cruz Ferreira (Presidente), _ _--H-++_

Dr. Carlos Magalhaes ___-..,...;t;1-

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Dra. Guilhermina Prata _ _~~~~'-"""-..>.Q.---_

Dr. Onofre Martins dos Santos'Hb"'O":""~-"---'c...::...::.::....:...:....---'==---_ Dra. Teresinha Lopes (dec1arou-se impedida)

Referências

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