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Pró-Reitoria Nome de do Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso

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Nome do autor

TÍTULO DO PROJETO

Projeto de pesquisa apresentado ao prof. ___________ como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina ___________ do curso de ___________ das Faculdades Integradas de Patos – FIP.

Orienta

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso

RELAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR COM A APTIDÃO FÍSICA, NÍVEL DE

ATIVIDADE FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE ESCOLA

RURAL

Autora: Jacqueline Souza dos Santos

Orientadora: Profa. Dra. Carmen Silvia Grubert Campbell

Co-Orientador:Prof. Dr. Milton Rocha de Moraes

Brasília - DF

2015

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JACQUELINE SOUZA DOS SANTOS

RELAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR COM A APTIDÃO FÍSICA, NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE ESCOLA

RURAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em Educação física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Educação física.

Orientador: Profa. Dra. Carmen Silvia Grubert Campbell

Co-Orientador: Prof. Dr. Milton Rocha de Moraes.

Brasília DF 2015

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RESUMO

O exercício físico é considerado essencial para o crescimento e desenvolvimento saudável, exercendo impacto positivo na saúde física e mental de crianças, podendo influenciar de maneira benéfica a cognição. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo verificar a relação entre o desempenho escolar, aptidão física, nível de atividade física e composição corporal em crianças de escola rural de Brasília-DF. Participaram do estudo 60 crianças (38 meninos; 22 meninas), com idade entre 8 e 12 anos (10,37±1,68 anos; 39,08±11,93kg; 1,44±0,11m; 17,93±5,21kg/m2) do ensino fundamental I. Foram realizadas avaliações antropométricas, composição corporal, aplicação de questionário de estilo de vida para estimar o nível de atividade física, além de testes de aptidão, bem como teste de desempenho escolar (TDE). A normalidade dos dados foi avaliada utilizando-se os testes de Skewness e Kurtosis. A correlação de Pearson foi empregada para analisar a relação entre o desempenho escolar, aptidão física, nível de atividade física e composição corporal. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05), e os resultados das variáveis estão apresentados em média e desvio padrão. Verificou-se que a amostra estudada apresentou um percentual de gordura moderadamente alto (25,30±7,62%G), independente do sexo. A amostra apresentou nível fraco para ambos os sexos nos testes de agilidade (7,96±0,65s), força de membros inferiores no teste de salto horizontal (121±38,87cm) e flexibilidade (23,24±5,90cm). As crianças avaliadas apresentaram pontuação considerada inferior no TDE (87,64±30,90 pontos) para a idade e série escolar. Foi observada uma correlação fraca positiva significativa entre o TDE e percentual de gordura (r=0,38; p=0,003), e uma correlação fraca negativa significativa entre nível de atividade física e TDE (r=-0,43; p=0,001). Quanto às correlações entre desempenho acadêmico e parâmetros de aptidão física, não foram observados resultados estatisticamente significativos. Em conclusão, os resultados da presente investigação sugerem que o NAF e composição corporal (%G) em alunos da zona rural, nesta faixa etária, parece não ser um fator determinante para o bom desempenho escolar. Entretanto, cabe destacar que ambas associações foram estratificadas como fracas. Sugere-se cautela ao interpretar os presentes achados, na medida em que, analises de associação não estabelecem relação de causa e efeito. Ademais, estas crianças estão em fase de maturação o que pode refletir nos resultados. Contudo, não foram avaliados o status socioeconômico e o tempo dedicado aos estudos fora da escola, o que pode influenciar o desempenho acadêmico.

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INTRODUÇÃO

O exercício físico é tido como essencial para o crescimento e desenvolvimento saudável, exercendo impacto positivo na saúde física e mental de crianças (ELLEMBERG; DESCHENES, 2010). A literatura reporta benefícios do exercício não só para os sistemas cardiovascular, respiratório e músculo-esquelético, mas também sobre a cognição (CARLETTI et al., 2008). Estudos sugerem que crianças em idade escolar podem ter benefícios cognitivos advindos da participação em atividades físicas (SIBLEY et al., 2003; TOMPOROWSKI et al., 2003). Em crianças ativas, mudanças na estrutura cerebral estão envolvidas no melhor desempenho cognitivo (ANTUNES et al., 2006).

Donnelly et al. (2009) implementaram um programa de 90 min/semana de atividade física com intensidade de moderada a vigorosa no decorrer das atividades escolares “Physical Activity Across the Curriculum”, durante três anos em 24 escolas (14 escolas intervenção e 10 escolas controle) dos Estados Unidos. Os resultados apontaram que indivíduos que participaram da intervenção, além de terem redução do índice de massa corporal e aumento da participação diária em atividades físicas, observou-se o aumento significativo (6%) no desempenho escolar das crianças.

Além dos benefícios do exercício para a saúde física e mental da criança, o exercício contribui também para a sociabilização entre os alunos, a auto-estima e o bom convívio dentro e fora do ambiente escolar (PIAGET,1974; WALLON, 1975). Por outro lado, infere-se que o período prolongado dentro de sala de aula possa ser prejudicial para a aprendizagem da criança, por uma possível inquietação, reduzindo assim o nível de concentração e aumentando o desinteresse pelas atividades da escola.

Estudos com populações rurais ainda são escassos, representando ainda uma lacuna na literatura. Diante do exposto, o presente estudo tem como proposta analisar a relação da aptidão física, nível de atividade física e composição corporal com o desempenho escolar.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

Participaram do estudo 60 escolares com idade entre 8 e 12 anos, de ambos os sexos (38 meninos; 22 meninas), estudantes de ensino fundamental I de escola pública de zona rural do DF. Como critérios de exclusão foram considerados: problemas físicos que impedissem a criança de rea lizar os testes de aptidão física e/ou a presença de alguma doença crônica prévia (diabetes e hipertensão). Sendo assim, dois indivíduos foram excluídos, um por ter sido submetido a procedimento cirúrgico recente, e outro por não ter sido autorizado pelos responsáveis a participar do estudo. As coletas tiveram início após o projeto ter sido aprovado do Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da Universidade Católica de Brasília (UCB), número de protocolo 06273312.0.0000.0029, seguido da autorização da direção da participação da escola no estudo e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelo pai ou responsável.

INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Procedimentos Gerais

O estudo foi realizado com três turmas (do 3º ao 5º ano) dos turnos matutino e vespertino, estudantes da mesma série e da mesma escola do ensino fundamental I. Toda a pesquisa foi realizada nas dependências da escola.

Primeiramente foram realizadas as coletas referentes a antropometria e composição corporal, seguidas da aplicação de um questionário de estilo de vida para cálculo do escore correspondente ao nível de atividade física, além de um teste para de leitura, escrita e aritmética, para avaliação do desempenho escolar. Ademais, uma segunda visita foi necessária para realização da bateria de testes de aptidão física (agilidade, força de membros inferiores e flexibilidade).

Primeira visita – avaliação antropométrica, composição corporal,

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A primeira visita foi destinada a avaliação antropométrica, sendo realizada em sala (apropriada) da própria escola. Para caracterização da amostra foram mensurados: massa corporal (kg), em uma balança eletrônica (Tech 05, China); estatura (cm – ES 2040 – Sanny); composição corporal: dobras cutâneas em mm (SLAUGHTER, 1988) (Lange Skinfold Caliper, Califórnia). O nível de atividade física das crianças foi estimado por meio da aplicação do questionário onde foi calculado o MET semanal em atividades do dia-a-dia, de deslocamento, de lazer durante a semana e durante o final de semana de acordo com o proposto por Militão et al. (2013).

O Teste de Desempenho Escolar (TDE) tem por objetivo avaliar o desempenho acadêmico, onde cada criança é avaliada de acordo com a sua idade e série escolar, sendo subdividido em teste de escrita, aritmética e leitura. O teste foi realizado individualmente, seguindo procedimentos previamente descritos por Stein (1994). O tempo consumido para a aplicação do referido instrumento foi de aproximadamente 25 min. As crianças foram avaliadas simultaneamente em grupos de 3 a 6, por uma avaliadora treinada e experiente nessa avaliação.

Segunda Visita – Testes Projeto Esporte Brasil – PROESP BR

Os testes que avaliaram a aptidão física seguiram os protocolos de Gaya e Silva (2009/2012) descritos no manual de aplicação de medidas e testes, normas e critérios de avaliação. Foram utilizadas as duas versões, pois somente a edição de 2009 contem o teste de flexibilidade.

Teste de Flexibilidade (Sentar e Alcançar) com banco de Wells

Descalços, os escolares foram orientados a sentar de frente para a base da caixa, com os joelhos estendidas e unidos. Os participantes foram orientados a posicionar uma mão sobre a outra e estender os ombros verticalmente. Posteriormente, os sujeitos deveriam inclinar o tronco à frente de maneira a alcançar com as pontas dos dedos das mãos a maior distância possível sobre a régua graduada, sem flexionar os joelhos e sem utilizar movimentos de insistências. Cada aluno realizou duas tentativas (Figura 1).

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Figura 1 – Sentar e Alcançar com Banco de Wells (Fonte: GAYA, 2009). Teste de força explosiva de membros inferiores (Salto Horizontal)

Uma trena foi fixada ao solo perpendicularmente à linha de partida. A linha de partida foi sinalizada com fita crepe, sendo o ponto zero da trena situado sobre a linha de partida. O avaliado se posicionava imediatamente atrás da linha, com os pés paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semi‐flexionados, tronco ligeiramente projetado à frente. Ao sinal do avaliador a criança deveria saltar a maior distância possível aterrissando com os dois pés simultaneamente. Foram realizadas duas tentativas, sendo considerado o melhor resultado (Figura 2).

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Teste do quadrado (agilidade)

O teste foi realizado em piso antiderrapante, no local foi demarcado um quadrado de quatro metros cada lado. Foi posicionado um cone em cada ângulo do quadrado, e foi utilizado um cronômetro digital para registro do tempo. Foram desenhadas setas no chão com fita crepe indicando a linha de partida e a direção do percurso a ser realizado (Figura 3). O aluno partiu da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente atrás da linha de partida (num dos vértices do quadrado). Ao sinal do avaliador, a criança deveria se deslocar em velocidade máxima e tocar com uma das mãos no cone situado no canto em diagonal do quadrado (atravessando o quadrado). Na sequência, o avaliado deveria correr para tocar o cone à sua esquerda e depois se deslocar para tocar o cone em diagonal (atravessando o quadrado em diagonal). Finalmente, a criança ou adolescente deveria correr em direção ao último cone, que correspondia ao ponto de partida. O cronômetro foi acionado no momento em que a criança tocou pela primeira vez com o pé o interior do quadrado e foi travado quando tocaram com uma das mãos no quarto cone, foram realizadas duas tentativas, sendo registrada a de menor tempo. A medida foi registrada em segundos.

Figura 3 – Teste de agilidade (Fonte: GAYA, 2012).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

A normalidade dos dados foi avaliada utilizando-se dos testes de Skewness e Kurtosis. Tendo todas as variáveis apresentado simetria e achatamento dentro dos intervalos -1 e 1, os dados foram descritos em média e desvio padrão. A correlação de Pearson foi empregada para analisar a relação entre o desempenho escolar,

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aptidão física, nível de atividade física e composição corporal, adotando-se um nível de significância de 5% (p≤0,05). Todos os procedimentos foram realizados utilizando-se do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 18.0).

RESULTADOS

Na tabela 1 se encontra a caracterização da amostra. Tabela 1. Caracterização da amostra (n = 60)

Idade (anos) 10,37±1,68 Massa Corporal (kg) 39,08±11,93 Estatura (m) 1,44±0,11 IMC (kg/m2) 17,93±5,21 Gordura Corporal (%) 25,30±7,62 NAF (METs) 137,70±54,7 Agilidade (s) 7,96±0,65 Flexibilidade (cm) 23,24±5,90

Força de membros inferiores (cm) 121,21±38,87

TDE Leitura (pontos) 55,86±18,9

TDE Escrita (pontos) 18,38±9,68

TDE Aritmética (pontos) 13,93±5,6

TDE Total (pontos) 87,64±30,90

IMC – Índice de massa corporal; NAF – Nível de atividade física; TDE – Teste de Desempenho Escolar.

Com relação ao percentual de gordura tanto meninas como meninos apresentaram classificação moderadamente alta. A amostra é considerada moderadamente ativa, sendo o teste de agilidade, força e flexibilidade com resultados classificados como fracos para ambos os sexos. O desempenho escolar para todas as turmas apresentou escore inferior para a idade e séries.

A figura 1 apresenta a correlação entre TDE e gordura corporal (%). Foi possível observar uma correlação fraca positiva significativa, entre TDE e a gordura corporal (r= 0,38; p=0,003).

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Figura 1 – Associação entre TDE total e percentual de gordura

Ademais, a figura 2 apresenta a correlação entre TDE e NAF (NAF em METS). Apresentando uma correlação fraca negativa significativa (r= -0,43; P =0,001).

Figura 2 – Associação entre TDE TOTAL e NAF.

No que se refere as associações entre TDE e os testes de aptidão física, não foram observados resultados significativos.

Tabela 2. Correlação entre aptidão física e desempenho escolar (n=60)

r p

TDE TOTAL x flexibilidade (cm) -0,07 0,63

TDE TOTAL x agilidade (cm) -0,05 0,69

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DISCUSSÃO

De acordo com o relatório da pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB realizada em 2003, os estudantes que cursavam a 4° série do ensino fundamental apresentaram uma média de desempenho de 169 pontos em língua portuguesa, e de 177 pontos em matemática, onde a média mínima satisfatória seria 200 pontos em ambas disciplinas. Isso sustenta os resultados do presente estudo quanto um baixo escore no teste de desempenho escolar, denotando assim em ambas pesquisas, um desempenho acadêmico abaixo daquele tido como adequado para a série.

Quanto os resultados exibidos na figura 2, eles podem ser justificados por Shephard (1997), que relata que nas escolas, por pressão dos diretores e dos pais dos alunos, as aulas de Educação Física vem sendo substituídas por outras disciplinas, numa tentativa de incrementar o desempenho acadêmico, apesar de não haver ainda uma evidência clara que comprove a eficiência dessa substituição (COE et al., 2006). Agravando o sedentarismo e contribuindo para um baixo nível de atividade física o tempo dedicado ao deslocamento a pé tem diminuído devido a evolução de transporte e maior acesso a estes, fato que atingem crianças e adolescentes, que geralmente fazem o trajeto casa-escola e vice-versa em veículos motorizados (OLIVEIRA, 2009). Esse fato pode ter impacto significativo na amostra estudada tendo em vista que uma parcela considerável, dirigia-se a escola por meio de ônibus.

Taras (2005) em revisão sobre as influências e associações entre atividade física e desempenho acadêmico e crianças em idade escolar demonstra que os resultados de estudos à cerca dessas interações ainda são bem contraditórios, transitando de resultados negativos para neutros e também positivos. Sendo ainda difícil esclarecer a direção dessa influência mutua ou saber se tem relação causa-efeito (COE et al., 2006).

A exemplo Castelli et al. (2007) que ao avaliarem 259 estudantes de escolas publicas, entre terceira e quinta série, demonstraram que uma melhor aptidão física está relacionada a melhores índices de desempenho acadêmico, em especial a capacidade aeróbia, que foi positivamente associada a melhores desempenhos na realização de leitura, matemática e um desempenho escolar total. Enquanto o índice

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de massa corporal revelou associação inversamente proporcional com o desempenho acadêmica.

Similarmente Grissom (2005), que analisou a relação entre desempenho acadêmico e aptidão física, avaliando capacidade aeróbia, composição corporal, força do tronco, força de membros superiores e flexibilidade em 884.715 alunos, no qual ficou evidenciado que, além da melhora dos escores da aptidão física como um todo, os índices de desempenho escolar também melhoram. Porem, é necessária cautela ao interpretar esses resultados, pois há a possibilidade de processos físicos e mentais se influenciarem mutuamente (GRISSOM, 2005).

Os mecanismos que podem explicar esses benefícios envolvem o aumento no fluxo sanguíneo cerebral e, dessa forma, ocorre maior transporte de oxigênio e outros substratos energéticos, induzidos pelo EF, o que melhora a função cognitiva. Além disso, o exercício físico regular desempenha papel fundamental na plasticidade cerebral, aumentando a capilarização e o número de conexões neuronais (WEISS et al., 1978).

Porém Merege Filho et al. (2013) em estudo que avaliou a associação entre o nível de atividade física de lazer e o desempenho cognitivo em 100 crianças com média de idade de 10,8 anos, classificadas via questionário em "insuficientemente ativas" e "ativas", demonstrou não haver diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para o controle inibitório, flexibilidade mental e memória tardia, porém revelaram os efeitos positivos da atividade física de lazer sobre a memória incidental, sendo o grupo "ativo" o que apresentou melhor desempenho nessa variável.

Contudo parece haver uma intensidade ideal de atividade física para promover alterações na criança, que ajudam a melhorar o desempenho escolar, sugerindo ainda que a intensidade vigorosa como a mais adequada para essa averiguação (Coe et al., 2006). Outro acontecimento que pode colocar em cheque os benefícios da atividade física sobre o desempenho escolar é o fato das metodologias para aquisição de dados ainda serem inconsistentes, mensurando as variáveis de forma indireta, utilizando em sua maioria questionários ou autorrelatos, além dos estudos serem em maior parte transversais (Coe et al., 2006; Yu et al., 2006).

Ahamed et al. (2007) que analisaram 288 crianças (sendo 214 crianças das escolas de intervenção) com idades entre 9 e 11 anos, por meio de um programa

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inovador de atividade física além das aulas tradicionais de Educação física, constatou que após 16 meses de intervenção, não houve aumento do desempenho escolar com relação ao período anterior a intervenção, mas também não diminuiu o desempenho acadêmico em comparação com o grupo controle que realizou somente as aulas tradicionais.

Porém, em estudo recente e utilizando uma metodologia mais direta LeBranc et al. (2012) ao analisarem nível de atividade física (via acelerômetro), adiposidade corporal (tanto pelo IMC quanto por porcentagem de gordura corporal) e desempenho acadêmico (teste padronizado) em 1.963 crianças de quarta a sexta série, relataram não haver associação significativa entre essas variáveis, visto que não foram encontradas diferenças significativas de desempenho escolar entre crianças extremamente obesas e crianças dentro da faixa de peso ideal.

CONCLUSÃO

Em conclusão, os resultados da presente investigação sugerem que NAF e composição corporal (%G) em alunos da zona rural, nesta faixa etária, parece não ser um fator determinante para o bom desempenho escolar. Entretanto, cabe destacar que nesta amostra ambas associações foram estratificadas como fracas. Sugere-se cautela ao interpretar os presentes achados, na medida que, as análises de associação não estabelecem qualquer relação de causa e efeito. Ademais, estas crianças estão em fase de maturação, o que pode refletir nos resultados. Contudo, não foram avaliados, o status socioeconômico e o tempo dedicado aos estudos fora da escola, que podem influenciar no desempenho acadêmico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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JEPonline, V. 8, N. 1, P. 11-15, 2005

GUISELINI, Mauro. Aptidão física saúde bem-estar: fundamentos teóricos e

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MEREGE FILHO, C. A. A.; ALVES, C. R. R.; DAS NEVES, W.; LANCHA JUNIOR, A. H.; GUALANO, B.; COSTA, A. S. Associação entre o nível de atividade física de lazer e o desempenho cognitivo em crianças saudáveis. Rev Bras Educ Fís

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ANEXO I

Termo de consentimento livre e esclarecido

O(a) filho(a) do(a) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto: “A INFLUÊNCIA DA IMAGEM CORPORAL NA PARTICIPAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DE 12 À 16 ANOS” sob responsabilidade da Prof. Claudia Dias Leite e estudantes Jacqueline Souza dos Santos e Letícia Rodrigues da Costa, do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília.

O objetivo desta pesquisa é verificar a influência que a imagem corporal tem na participação dos estudantes nas aulas de Educação Física. Esta pesquisa justifica-se, pois a aceitação da própria imagem consequentemente ocasionaria na vontade de ser visto, ou pelo menos não haveria desconforto em ser percebido pelos colegas. Já a insatisfação corporal, hipoteticamente causaria o abandono da aula de Educação Física pelo constrangimento causado por deixar tais alunos em evidência.

Seu filho(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que o nome dele(a) não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a). Ele(a) pode se recusar a responder qualquer questão que possa lhe trazer algum constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para ele(a).

A participação dele(a) na pesquisa será da seguinte forma: terá que marcar em uma escala de imagem corporal uma imagem de como ele se percebe fisicamente e uma outra de como ele gostaria que fosse, além de responder um questionário sobre imagem corporal e um de adesão as aulas de educação física na escola, além dos questionários o participante ainda terá seu peso e altura medidos . Tendo como tempo estimado para sua realização 50min.

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de Brasília, podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda do pesquisador.

Este projeto possui os benefícios de oportunizar aos participantes meios de expressar suas opiniões quanto à própria imagem corporal e quanto à percepção das aulas de Educação Física. Os riscos serão mínimos por se tratar de coleta de dados não invasiva, no entanto há o risco de que haja um desconforto psicológico para expressar o que é questionado e interfira nas respostas das questões que serão minimizados com a presença das pesquisadoras e orientações devidas, garantindo a confidencialidade da identificação do participantes e privacidade para que respondam às questões.

Se o(a) Senhor(a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor telefone para: Prof. Claudia Dias Leite, na instituição Universidade Católica de Brasília, telefone: 3356-9048, nas terças-feiras das 11:00 às 12:00 horas.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o voluntário da pesquisa.

Eu _____________________________________________________________, autorizo a participação do aluno_______________________________________________________ na pesquisa.

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ANEXO II

QUESTIONÁRIO DE ESTILO DE VIDA PARA CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA (BARROS & NAHAS, 2003).

Referências

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