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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR. Decisão

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA

DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

Decisão

FA nº 0114.000.176-6

Reclamante: Bruno Marques Rezende

Reclamados: ECCO DO BRASIL INFORMÁTICA E ELETRONICOS LTDA

Relatório

Tratam os autos de Procedimento Administrativo, instaurado pela Gerência do Procon Municipal de Mariana, na FA 0113.000.176-6 em face de ECCO DO BRASIL

INFORMÁTICA E ELETRONICOS LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº

05.827.094/0008-67, com endereço na Avenida Pierre Simon de La Place, nº 901, Módulos 06 e 07, Techno Park, Campinas, CEP: 13.069.320, Cidade São Paulo/SP, nos termos do art. 58, II do Decreto nº 2.181/97, por se tratar de violação ao art. 35 §1º inciso III do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, lei 8.078/90.

O consumidor realizou a compra de alguns produtos na reclamada em 11/11/2013, que totalizaram R$ 2.422,90(dois mil quatrocentos e vinte e dois reais e noventa centavos) mais o valor de R$ 52,76(cinqüenta e dois reais e setenta e seis centavos) a título de frete (nota fiscal às fls. 05), com prazo de entrega previsto para 15 dias e, transcorrido o referido prazo, os produtos não foram entregues, tendo o consumidor solicitado a devolução do valor pago pelo produto, através da abertura de chamados no site da empresa, sem, contudo, obter sucesso.

Desse modo, foi instaurada a reclamação direta em 17/02/2014 e em audiência de conciliação no dia 20/03/2014, a reclamada propôs a concessão de vale-trocas no valor do produto ou a abertura de um chamado solicitando o reembolso, não tendo sido aceito pelo consumidor, uma vez que o mesmo já havia solicitado o reembolso no site e não obteve êxito, como comprovam as trocas de e-mail acostadas às fls. 09 a 18. Assim, não foi realizado

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acordo (fls. 21) e, por conseguinte, o consumidor não fora atendido, permanecendo a reclamada com a infração ao CDC.

Diante disso, a empresa fora notificada às fls. 51 e 52 da sua inclusão no cadastro municipal, estadual e federal como “FUNDAMENTADA NÃO ATENDIDA”.

Ato contínuo, foi proferido o despacho de fls. 53 e 54, notificando a empresa a apresentar defesa no prazo de 10(dez) dias a contar do recebimento, sob pena de ser instaurado procedimento administrativo sancionatório.

Em 16/04/2014, a mesma juntou impugnação ao despacho (fls.55 a 94), alegando que o produto fora devidamente postado para o reclamante e que houve um extravio dificultando sua entrega. Asseverou ainda que disponibilizou um vale-trocas ao consumidor, que pode ser utilizado em novas compras no site e que caso o reclamante prefira o reembolso da quantia paga, poderá solicitá-lo através de chamado no site da reclamada.

RELATO SUCINTO, passo, pois, à decisão administrativa.

Considero presentes as condições da ação e demais pressupostos processuais. Por conseguinte, inexistindo vícios ou nulidades que mereçam enfrentamento processual, DECIDO:

Pois bem.

Pela descrição fática acima, depreende-se, “ab initio” que a ECCO DO

BRASIL INFORMÁTICA E ELETRONICOS LTDA violou o art. 35 § 1º inciso III da Lei

8.078/90, in verbis:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à

oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente

antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Neste diapasão, a reclamada, ao deixar de realizar o cancelamento da compra do produto que não fora entregue, propondo a concessão do vale-trocas ou

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solicitando que o consumidor faça novamente a abertura de um chamado para requerer o reembolso, quando na verdade já o fez feito por diversas vezes, sem obter êxito (mensagens por e-mail às fls. 9 a 18) infringiu o art. 35 § 1º inciso III da lei 8.078/90, estando, pois suscetível às penalidades legais.

É preciso destacar que não restam dúvidas de que o consumidor antes de procurar este órgão, abriu chamado junto à reclamada requerendo a entrega dos produtos ou a devolução do valor, sem ser atendido. Logo, a primeira proposta de concessão de vale-trocas sequer é a opção escolhida pelo consumidor em face do descumprimento da oferta e a segunda proposta de abrir chamado no site da reclamada para solicitar reembolso é uma forma de protelar, uma vez que isso já foi feito pelo consumidor antes mesmo da abertura da reclamação direta.

Ademais, a reclamada compareceu em audiência, por seu preposto com plenos poderes para transigir, logo, se realmente primasse pela harmonização na relação de consumo, teria imediatamente proposto a restituição do valor pago pelos produtos mais o frete e resolvido a questão.

Dessa forma, considero subsistentes as infrações constantes do processo administrativo em epígrafe, pela fornecedora ECCO DO BRASIL INFORMÁTICA E

ELETRONICOS LTDA.

Ex positis, passo, pois, à aplicação da SANÇÃO ADMINISTRATIVA.

É cabível a aplicação da pena de multa prevista no artigo 56, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor, a qual será aplicada observando-se os preceitos do artigo 57 do mesmo diploma, bem como as regras previstas no decreto municipal 6.346/2012.

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA (artigo 57, CDC, e artigo 40 do Decreto

Municipal 6346/2012.

De acordo com os artigos 57 do CDC e Decreto 6346/2012. O valor da pena de multa será fixado atendendo critérios estritamente legais, os quais levarão em conta a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor.

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a) Gravidade da Infração: relaciona-se com sua natureza e

potencial ofensivo. As infrações que ensejam essa sanção administrativa enquadram-se na classificação I, considerada de natureza leve.

b) Vantagem não auferida: Considerando a ausência de prova nos

autos acerca da vantagem auferida pelas fornecedoras, aplico o fator “1”, do artigo 65, § 3.º da Resolução 11/2011 da PGJ e art. 42, I do decreto municipal 6.346/2012.

c) Condição econômica: Por fim, considerando o Capital aplicado

como critério para o porte da empresa, é o capital da ECCO DO BRASIL

INFORMÁTICA E ELETRONICOS LTDA no importe de R$ 450.000,00

(quatrocentos e cinqüenta mil reais), verificando assim que sua condição econômica é de nível “Pequena Empresa”.

CÁLCULO:

I. Pena-base: Com os valores acima apurados, estando

retratadas a gravidade das infrações, a vantagem auferida e a condição econômica da reclamada, aplico os dados à fórmula prevista em Decreto 6.346/2012, Decreto 2.181/97 e art. 65 da Resolução PGJ 11/2011, fixando o quantum da pena-base no valor de R$815,00

(oitocentos e quinze reais), tendo em vista que houve concorrência de

infrações, nos termos das legislações supra-citadas, calcula-se o valor da Multa Máxima aumentada em 50% R$ 1.222,50 (mil duzentos e

vinte e dois reais e cinqüenta centavos) conforme planilha de cálculo

anexa.

II. Atenuantes (artigos 25 do Dec. 2.181/97 e Decreto

6346/2012): Com fulcro no art. 25 do Decreto Federal 2.187/97, verifica-se não existir circunstância atenuante em relação a reclamada. Em assim sendo, por imperativo legal, deixo de aplicar a diminuição da pena prevista no artigo 44, I, do Decreto 6346/2012.

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III. Agravantes (artigo 26, inciso I, do Dec. 2.181/97 e 44 II

“a”do Decreto 6346/2012: vislumbra no feito circunstância agravante, qual seja, de ser o infrator reincidente, sendo que já cometera infração ao CDC e não atendeu o consumidor na FA nº 0113.000.779-0.

Desta feita, fixo a PENA DE MULTA DE FORMA DEFINITIVA no valor de R$ 1.222,50 (mil duzentos e vinte e dois reais e cinqüenta centavos)

ISTO POSTO, determino:

A notificação da reclamada ECCO DO BRASIL INFORMÁTICA E

ELETRONICOS LTDA no endereço retro mencionado, para recolher à conta do Fundo

Municipal de Defesa do Consumidor (FMDC), BANCO DO BRASIL, Agencia 2279-9, Conta 11029-9 o valor da multa administrativa aplicada R$ 1.222,50 (mil duzentos e vinte e dois

reais e cinqüenta centavos), ou, caso queira, apresentar recurso no prazo de 10 (dez) dias, a

contar da data de sua notificação com a devida comprovação nos autos (Decreto Federal de nº 2.181/97, art. 9 do Decreto 6346/2012).

Na ausência de recurso, ou após o seu improvimento, caso o valor da multa não seja quitado em até 30 (trinta) dias, que se proceda à inscrição do débito em dívida ativa, na forma do art. 55 do Decreto Federal de n.º2.181/97, devendo, ao final do mencionado prazo, incidir juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária de acordo com o índice oficial

Após o trânsito em julgado desta decisão, seja realizada a inscrição do nome dos infratores no cadastro de fornecedores mantido pelo PROCON Municipal, nos termos do artigo 44, caput, da Lei 8.078/90 e dos artigos 57 a 62, do Decreto Federal de nº 2.181/97.

Publique-se na imprensa oficial. Registre-se. Intimem-se. Remeta-se cópia do inteiro teor desta decisão, por correspondência eletrônica, ao responsável pelo Setor de Relações Institucionais do PROCON Estadual, disponibilizando-a no site deste órgão.

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Cumpra-se na forma legal.

Cientifiquem-se as partes interessadas. Mariana, 06 de maio de 2014.

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PLANILHA DE CÁLCULO DE MULTA

MAIO DE 2014

Infrator ECCO DO BRASIL INFORMATICA E ELETRONICOS LTDA

Processo FA nº 0114.000.176-6

Motivo Art. 35 inciso III da lei 8.078/90

1 - RECEITA BRUTA R$ 450.000,00

Porte => Pequena Empresa 12 R$ 37.500,00

2 - PORTE DA EMPRESA (PE)

a Micro Empresa 220 R$ 0,00 b Pequena Empresa 440 R$ 440,00 c Médio Porte 1000 R$ 0,00 d Grande Porte 5000 R$ 0,00 3 - NATUREZA DA INFRAÇÃO a Grupo I 1

1

b Grupo II 2 c Grupo III 3 d Grupo IV 4 4 - VANTAGEM

a Vantagem não apurada ou não auferida 1

1

b Vantagem apurada 2

Multa Base = PE + (REC BRUTA / 12 x 0,01) x (NAT) x (VAN) R$ 815,00 Multa Mínima = Multa base reduzida em 50% R$ 407,50 Multa Máxima = Multa base aumentada em 50% R$ 1.222,50

Valor da UFIR em 31/10/2000 1,0641

Taxa de juros SELIC acumulada de 01/11/2000 a 30/04/2014 176,44%

Valor da UFIR com juros até 30/04/2014 2,9416

Multa mínima correspondente a 200 UFIRs R$ 588,32 Multa máxima correspondente a 3.000.000 UFIRs R$ 8.824.752,62

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