Muitos de nós brasileiros tivemos como primeiro carro, ou aprendemos a dirigir em um Fusca. Mesmo que você não tenha sido um desses sortudos, certamente tem alguma história
marcante em sua família envolvendo um Fusca ou então sua “irmã”, a Brasília. Fenômenos de vendas, eles marcaram a consagração da montadora alemã no Brasil e foram quase
unanimidade nas garagens entre 1960 e 1980.
foi à venda em 1959. Denominado Volkswagen Sedã, o Fusca passou por diversas
modificações de pequeno impacto, como alterações nos vidros, faróis, pára-choques, painel e motorização. Suas vendas no país decolaram graças à sua praticidade, agilidade, resistência e ao seu fôlego, tornando-o o carro mais amado do Brasil. O Sedã também é um dos veículos que possui o maior número de associações de apaixonados do mundo. Mas, em 1979, o Fusca perdeu a liderança do mercado pela primeira vez, e foi para a Brasília.
Em 1973, a Brasília foi apresentada ao público pela primeira vez, e ele era o sonho do então presidente da Volkswagen do Brasil para a sucessão do Fusca. Lançada ás pressas para enfrentar o Chevette, deveria ser robusta, econômica, prática para uso urbano e com espaço superior ao do Fusca. Era um automóvel de dois volumes, hatchback, que ficou conhecido como "a Brasília" graças a uma artimanha da VW. Como ele possuía três portas, a montadora enquadrou o modelo como perua, para que a incidência de impostos fosse menor, como na época ocorria com os utilitários.
A vida da Brasília durou apenas nove anos e se encerrou em 1982, com mais de um milhão de unidades produzidas, sendo 950 000 para o mercado interno. Muitos consideram que o modelo foi “canibalizado” pelo Gol, que em 1983 abandonou o motor a ar e com ele o legado da família VW Sedã. Mas carros tão queridos e ricos em história mereciam ser representados em MAXI Tuning, vestidos a caráter, e para isso, nós descolamos esta dupla que deixará você, seu pai, tio ou avô de queixo caído!
Este Fusca verde 1985 pertence ao estudante Luiz Gustavo Ortega Quaglia, 21 anos. Junto com a WMA Autocenter, de Cotia, SP, ele ajudou a transformar o Volkswagen por dentro e por fora. No exterior nota-se o visual shaved, os retrovisores de M3, a tampa do motor, sem o iluminador de placa e também sem maçaneta. Mas é só o começo porque os estribos laterais agora acompanham as linhas dos pára-lamas graças à nova estrutura de ferro com
preenchimento de fibra, e os pára-choques que lembram lâminas de ferro são do mesmo material.As lanternas são duplas e circulares, inovando a traseira do besouro, que utiliza rodas TSW Eurace de 17", com pneus Toyo Proxes 205/40, e tem a tampa do porta-malas com acionamento elétrico.
No interior, personalização por todos os lados. Ele ganhou bancos tipo concha de couro, cintos de quatro pontos e uma nova forração das portas. O novo painel é feito de fibra e incorpora os instrumentos do Gol G3 turbo, além de manômetro de óleo, amperímetro, voltímetro, vacuômetro e chaves de caça para acionamento da lanterna e do farol. Volante, manoplas e pedaleiras são da Momo.
Um console foi construído para acomodação do CD/MP3-player Sony Xplod, modelo CDX-R5817. Seu som é reproduzido por meio de um kit coaxial da Hinor, modelo Cruzader, marca que patrocina todos os demais alto-falantes do carro. Nas portas, um kit duas vias complementa o som e onde deveria existir o banco de trás, estão montados dois subwoofers Cruzader 5000 de 12" e 500 W RMS cada, impulsionados por dois módulos MXR X2 300 de 300 W RMS, ligados em bridge. Outro amplificador igual potencializa os kits, enquanto dois drivers e dois supertweeters dão show no porta-malas. Ufa!
É uma Brasa, mora?
Esta Brasília 1982 também é fruto do trabalho da WMA Autocenter. Por fora, fica fácil notar suas peculiaridades, como o teto solar elétrico, os retrovisores de Honda Fit, a suspensão rebaixada e as gigantes rodas Momo GTR 18", com pneus Toyo Proxes 4
215/35.Olhando a dianteira, nota-se um radiador de óleo, que é parte do motor ligeiramente alterado pela oficina WR Motors. Ele tem um kit com pistões de 90,5 mm, camisas e anéis especiais, elevando sua cilindrada para 1 700. O cabeçote tem novos ângulos e válvulas maiores. O comando também foi trocado, assim como o coletor de escape cromado, 4x1, com ponteira de 3".
Seu interior foi completamente remodelado, desde as forrações das portas ao painel redesenhado com instrumentação completa, chaves de caça para faróis e engine/start
funcional! Volante, pedaleiras e manoplas são da Shutt e os quatro bancos são tipo concha, de couro, sendo que os dois de trás descansam sobre uma caixa selada, montada
exclusivamente para um subwoofer Swiss Áudio de 12” e 400 W RMS.
No console central estão os comandos das travas e vidros elétricos, além do CD-player
Pioneer DEH P580MP e o DVD-player Booster BDVD 1750, com tela fixa de 5". O kit três vias das portas é da Swiss Áudio. Sobre a tampa do motor está um par de módulos DUB 4001, de 400 W RMS cada. A função da dupla é “empurrar” apenas o subwoofer. Nas laterais, existe mais um kit duas vias Swiss Audio, potencializado por um amplificador DUB 1004, de quatro canais e 100 W RMS, cada. Para completar o novo interior, as portas usam soleiras da Shutt. Agora, imagine se no tempo dos seus pais ou avôs, você andasse em uma Brasília ou um Fusca como esses, a diversão seria garantida.
Por Fábio Lourenço - Fotos de Bruno Guerreiro
