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CRIAÇÃO EM ARTES: DANÇA BRASILEIRA COMO ELEMENTO PARA CONTRUÇÕES PLÁSTICO-VISUAIS. Glayson Arcanjo de Sampaio

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Academic year: 2021

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CRIAÇÃO EM ARTES: DANÇA BRASILEIRA COMO ELEMENTO

PARA CONTRUÇÕES PLÁSTICO-VISUAIS.

Glayson Arcanjo de Sampaio – glaysonarcanjo@hotmail.com

Orientador: Renata Bittencourt Meira

Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais – UFU.

CNPq / UFU

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RESUMO

Minha relação com a dança popular brasileira se dá hoje nas vivencias proporcionadas pelo grupo Baiadô – Pesquisa e dança brasileira, do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia, coordenado pela professora Renata Meira e também nos encontros com algumas manifestações populares como o Congado e o Bumba-meu-Boi.

A proposta aqui descrita visa relatar imagizando experiências individuais e coletivas, numa perspectiva dos processos de criação em arte, para a construção de bonecos brincantes (o Tamanduá e a Burrinha), dos elementos voantes (Piaba e Cometas), a criação coletiva da bandeira (por meio do bordado) e os adereços criados para a primeira montagem cênica do grupo (Burrinha encantada e São Benedito).

Com o desenvolvimento do Projeto de Iniciação Científica CNPq/UFU tornou-se fundamental a compreensão dos processos de criação presentes no grupo Baiadô; seja por meio da absorção dos elementos visuais ligados às danças populares (fitas, flores, cores, máscaras, bonecos), por criações coletivas surgidas a partir dos ensaios, de brincadeiras e jogos ou por vivencias individuais trazidas para o coletivo do grupo de dança.

O olhar voltado para os elementos visuais criados, absorvidos, modificados e presentes no grupo e suas posteriores experimentações; seja por meio dos movimentos dos elementos visuais no espaço, na construção e manipulação dos bonecos ou na própria expressão corporal dos dançadores possibilitará a criação, com o decorrer do processo da pesquisa, de “outras” imagens a partir deste repertório de elementos visuais inicialmente recolhidos.

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CRIAÇÃO EM ARTES: DANÇA BRASILEIRA COMO ELEMENTO PARA CONTRUÇÕES PLÁSTICO-VISUAIS.

GLAYSON ARCANJO DE SAMPAIO1 RENATA BITTENCOURT MEIRA2

Vivências e registros

O presente relato se faz como resultado do primeiro ano de pesquisa desenvolvida no programa PIBIC UFU/CNPq e vem ressaltar a necessidade de apresentar experiências, encontros e desencontros vivenciados pelo contato direto e indireto com as danças populares brasileiras. O contato com a dança popular brasileira, durante o desenvolvimento desta pesquisa, se deu por meio da pesquisa de campo e documentais e, principalmente por meio de vivências. As vivencias foram proporcionadas pelo grupo Baiadô – Pesquisa e Dança Brasileira do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia, coordenado pela professora Renata Meira, que completou dois anos em junho de 2004. As pesquisas de campo foram realizadas na Festa do Congado de Uberlândia, no terreiro da Guarda de Moçambique Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário em Belo Horizonte, na Festa do Boi do Morro do Querosene no Bairro do Butantã na cidade de São Paulo e em tentativas de encontrar grupos de Congo no Espirito Santo.

A primeira etapa da pesquisa consistiu em conhecer as danças populares, seus movimentos, ritmos, canções, adereços e figurinos e estórias, bem como sua história, origem e contexto no qual se manifesta atualmente, tanto por meio das pesquisas de campo como das pesquisas documentais. Os primeiros levantamentos documentais apresentaram uma extensa bibliografia focando principalmente aspectos históricos, poucas informações sobre o contexto atual e quase nenhum dado sobre dança, música e elementos visuais. Este resultado poderia ocasionar um desvio do interesse principal da investigação que está relacionado aos aspectos visuais presentes nas danças. Por este motivo os procedimentos metodológicos definidos inicialmente foram alterados, as vivências no grupo experimental e as visitas a campo tornaram-se o foco principal de interesse, bem como documentários cinematográficos e videográficos. Desta maneira foi mantido o olhar para os elementos visuais presentes nas danças brasileiras. Como elementos visuais neste trabalho foram considerados as bandeiras, estandartes, saias e outros

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Acadêmico do Curso de Artes Plásticas. Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais – FAFCS. Universidade Federal de Uberlândia.

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Orientadora. Departamento de Música e Artes Cênicas - DEMAC. Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais – FAFCS. Universidade Federal de Uberlândia.

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figurinos, adereços de cabeça e mão, máscaras, instrumentos musicais e bonecos. Para observação e análise foram considerados suas cores, formas, movimentos e em alguns casos as funções rituais e simbologias.

Como metodologia de sistematização dos registros coletados foram utilizados dois cadernos distintos de anotações chamados Diário de Anotações e Caderno de Desenhos. Os dois são instrumentos de registros das pesquisas de campo, de ensaios, de apresentações, idéias e rascunhos diversos, sendo que no primeiro estão os registros escritos em forma de relatos, versos e músicas recolhidas, bem como sensações, sentimentos, dúvidas e outras idéias, enquanto no segundo os registros são em forma de desenhos, croquis, estudo de cores e formas.

Cecília Almeida Salles em seu livro Gesto Inacabado - Processos de Criação Artistica investiga os diversos vestigios deixados pelos artistas durante a contrução de obras de arte. Alguns destes vestigios podem ser percebidos nos registros, anotações, rascunhos deixados e segundo Salles (1998,19) podem ser chamados de “documentos de processo”. Conforme o autor os atos de registros de um percurso criativo e do projeto em processo não podem ser confundidos com o objeto artístico em si. Mas eles contém, segundo a autora, duas questões importantes: o armazenamento e a experimentação. O armazenamento e a experimentação estão presentes em todo processo de criação, porém não possuem uma forma única de serem feitos; assumem em cada um deles diferentes maneiras de fazê-lo; diferentes caminhos a serem seguidos.

Explica-se aqui a importância dos dois cadernos utilizados e já mencionados nesta pesquisa. Eles serão os documentos de armazenamento e experimentação e é por meio deles que a pesquisa pode ser re-observada e vista sob a forma de um percurso. Volta-se sempre a seus registros como um modo de encaixar peças, aproximar situações e misturar elementos. Cada registro feito pode ser encarado como uma “peça” e são formadas por situações e elementos registrados verbalmente ou em desenhos, versos, formas e cores. A cada idéia fragmentada descrita uma outra idéia surge interagindo com as demais e fazendo com que a construção total desvie ou não de um caminho anterior e avançando na construção de um todo.

Grupo Baiadô

Relatado nos documentos de processos, o contato com a dança popular se deu nos ensaios, nas apresentações, oficinas e viagens feitas com grupo Baiadô que em 2003 e que passou por

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experiências primeiras como a montagem de uma festa junina com apresentação de um auto-junino e uma quadrilha, oficinas ministradas e apresentações realizadas no festival de Arte em Goiás Velho, várias apresentações em praças, palcos, ruas da cidade. Estas experiências tiveram sempre como base as danças populares e também exercícios corporais tendo sempre como referencia o corpo brasileiro. Em 2004 o grupo iniciou suas atividades com uma vontade de ampliar suas atividades ou melhor, fazê-las de uma maneira mais planejada. Sob orientação de Túlio Cunha, foi elaborado em conjunto com o grupo, um planejamento estratégico de atividades para o ano, tendo como base os desejos e vontades de cada um dos integrantes. Esses desejos foram separados, reunidos e depois reorganizados. Levou-se em consideração os itens mais desejados e também os prioritários. Alguns como montagem cênica para um espetáculo, desejos de trazer oficinas para dentro do grupo e também do grupo continuar a ministrar oficinas externas, a construção de bonecos, figurinos e adereços, também as experimentações com malabares, pirofagia e técnicas de teatro de rua, além de viagens para aprimorar o conhecimento e apresentar o grupo em outras localidades foram alguns dos desejos mais salientados pelo grupo.

Sob a coordenação de Renata Meira foi iniciada a prática com as danças brasileiras a partir de um repertório inicial ensinado e posteriormente explorado pelos integrantes do Baiadô. Foram aprendidas, principalmente, danças tradicionais do Maranhão (caroço e cacuriá e bumba-meu-boi), Alagoas e Pernambuco (cirandas e cocos), São Paulo e Rio de Janeiro (jongos) e de Minas Gerais (congado e catira).

Do corpo às músicas, os versos e as indumentárias e adereços, passando pelos instrumentos musicais e estórias do povo, esses encontros coletivos possibilitaram a apreensão de uma diversidade de repertórios populares.

No fim de 2003 e inicio de 2004 portadores de tradição (Pedro e as meninas da bandeira do Congo Sainha, Sr. Antônio, catireiro de Ouvidor – MG; e de outros estados como Rosana e Henrique do Grupo Cupuaçu de SP, entre outros) agregaram-se ao grupo seja ministrando oficinas de bordado, instrumentos (caxixis, tambores) e danças (cacuriá, boi, catira, congado e moçambique) ou como integrantes do grupo no caso do integrante Pedro, portador de tradição e capitão do terno de congado Sainha, de Uberlândia.

Se por um lado o grupo recebeu de pessoas externas ao grupo, através das oficinas, uma grande quantidade de informações por outro lado os próprios integrantes estavam atentos e dispostos a inserir seus conhecimentos para os demais participantes. Os integrantes além de propositores de oficinas e foram também criadores de elementos como os cometas voadores,

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os malabares, os versos, músicas e as criações cênicas de personagens que são algumas situações feitas também a partir de vivencias individuais de integrantes do grupo, inserindo experiências possíveis de serem assimiladas no coletivo.

Uma vez que o grupo traz para seu repertório elementos populares que em certos casos já trazem consigo mensagens pré-transmitidas e que são absorvidos e reorganizados em um outro contexto e momento que não mais o tradicional-popular, propõe-se re-significar danças, corpos, músicas, adereços e figurinos, etc. É importante observar que nem sempre estes elementos absorvidos serão utilizados instantaneamente. Podem ficar parados e esquecidos em um armário, em uma nota de caderno, na memória ou em uma fita de vídeo, etc, mas podem em algum momento ser utilizados nas criações do grupo.

É o caso das montagens das apresentações do grupo, onde os repertórios apreendidos e ensaiados ganham re-significações dependendo do propósito da apresentação. O repertório é encaixado, montado com o que temos em mão, ou seja, nossas danças, versos, músicas, instrumentos e adereços são os mesmos ou finitos, porém como cada apresentação é única em contexto, da-se a cada uma um significado diferente, conforme a mensagem que o grupo deseje passar.

Algumas análises realizadas no decorrer de um ano desta pesquisa podem nos auxiliar a visualização das construções desenvolvidas pelo grupo. A seguir serão apresentados algumas destas contruções.

Cores, Fitas e Flores

Por meio de uma análise das fotos feitas na segunda apresentação do grupo, em julho de 2002, na festa junina da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, observa-se o figurino do grupo como objeto para se pensar em termos de uma unidade visual como um todo presente.

Presença de “roupas que se tem em casa.

Percebe-se então uma certa precariedade de elementos, certamente causada por um início de trabalho em grupo. As saias utilizadas possuem modelos diversos e cores variadas, tendendo para os vermelhos, azuis, brancos, pretos.

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As estampas e desenhos são predominantemente geométricos e figurativos. O uso de adereços é quase inexistente: poucas fitas e flores presas ao cabelo de duas integrantes. Porém, o mais importante a se perceber nos registros desta segunda apresentação é que mesmo utilizando “roupas que se tem em casa” há uma presença das flores, em várias saias, como elemento que se repete.

Avançando um pouco no tempo e observando a apresentação feita na Feira da Gente na Praça Sérgio Pacheco em fevereiro de 2003, nota-se como os figurinos atingiram uma cromaticidademais clara, devido a presença do branco intercalado às variações de cores saturadas das saias.

Presença da cesta, flores e fitas na apresentação feita na praça Sérgio Pacheco em fevereiro de 2003

Os elementos florais nas estampas de praticamente todas as saias se tornam mais visíveis, seja pela seriação das flores ou mesclado aos elementos geométricos.

As flores, naturais ou artificiais, juntamente às fitas coloridas de cetim dão tons coloridos aos cabelos e se tornam presenças mais constantes entre os dançadores. As cores estão também nas estampas e nas rendas costuradas em saias e calças. Pode-se encarar este fato como uma tentativa de incorporar, ao figurino do dançador, elementos pessoais e mandingas que refletem a vontade em se construir uma identidade por intermédio do figurino.

A tendência a tons cromáticos mais claros nas saias, fitas e calças, vai atingir o maior grau em março de 2003, quando do convite para uma apresentação do grupo no casamento da integrante Juliana Pena.

O figurino colorido foi pensado para ser usado na apresentação feita para o 6ª Festival de Artes de Goiás, em outubro de 2003.

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As cores vêem ressaltar um aspecto já mencionado anteriormente: a tendência do grupo em utilizar cores saturadas e vibrantes como os laranjas, azuis e vermelhos. As flores e fitas usadas em abundância ressaltam a preferência do grupo por estes ornamentos.

Estudos cromáticos feitos a partir de tecidos de chitão

As flores juntamente com as fitas de cetim estão presas aos cabelos, chapéus, saias, blusas e instrumentos musicais: flauta, tambores e caxixis. Do tecido de chitão as flores são recortadas e costuradas aos chapéus, blusas e cobrirão, com seus retalhos, os cometas voadores. Fitas de cetim, de retalhos, de barbantes, fitas verdes, amarelas, vermelhas, roxas, azuis. Amarradas ao cabelo, a roupa, na cintura.

Bandeira

A construção coletiva da bandeira será a próxima construção analisada. Proposta no dia 24 de outubro de 2003, teve a presença de Rosana do Grupo Cupuaçu de São Paulo ministrando uma oficina de bordado para o grupo Baiadô. Ela propôs a contrução de uma bandeira para ser usada no grupo e também para pudesse repassar um pouco das técnicas do bordado.

Desenhos coletivos realizados para a confecção da bandeira

Para isso foi feito um desenho coletivo, condensado em quatro detalhes: a mulher tocando tambor, o homem de chapéu tocando pandeiro e uma segunda menina dançando, além da piaba que entraria na parte de superior.

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Outros elementos seriam incorporados na medida em que fossemos avançando na confecção do bordado da bandeira. No dia 27 de outubro desenhei em A3, com lápis de cor o desenho feito, mas pouco modificado. Há no desenho os tocadores de tambor, pandeiro e flauta. Há adereços como chapéu, fitas e flores no cabelo, bolas e piabas voadoras, e as saias rodadas e floridas, calças e burrinha.

Desenhos a lápis de cor realizados após a oficina de bordado

Para inserir a e inaugurar a saída da bandeira no grupo o integrante Pedro compôs uma música que foi inserida no repertório e hoje faz parte das apresentações onde a bandeira está presente:

Salve, salve nossa bandeira Ela traz paz e amor

Ela vai com o balanço do vento Atrás dela vai baiadô

Nestes relatos sobre o processo de criação da bandeira alguns dados importantes podem ser analisados para se pensar em termos de uma criação coletiva. O primeiro é que a idéia da construção parte de um integrante externo ao grupo, Rosana, que para dar um sentido e aproveitamento maior à sua oficina de bordado propõe a construção da bandeira elemento útil e de interesse comum no grupo. As idéias surgidas para serem inseridas como simbolos que representem o grupo são citadas por cada um dos integrantes e inicialmente separadas vão sendo encaixados para compor, em um único desenho, o todo. Tem-se neste processo aplicados os conceitos de fragmento e de todo.

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Tamanduá

Já uma outra construção, a do tamanduá, começou pela idéia de se inserir bonecos no grupo. Ana Maria Amaral em seu livro Teatro de Formas Animadas define boneco como um “termo para designar um objeto que, representando a figura humana, ou animal, é dramaticamente animado diante de um público” (1996, 71). Sabe-se que tanto figuras humanas quanto de animais estão inseridas nas mais diferentes manifestações populares. O Boi pode ser citado como um dos mais recorrentes deles e está presente no bumba-meu-boi maranhense, boi bumba do Amazonas, boi de mamão de Santa Catarina, ou no boi do congado de Belo Horizonte, citado anteriormente. Também as burrinhas são presenças em manifestações pelo Brasil afora. Meu questionamento vinha em torno da necessidade de se estar construindo os mesmos bichos utilizados no boi bumba, bumba-meu-boi, boi de mamão. Qual o sentido de fazermos algo semelhante aos bonecos encontrados nessas manifestações? Mesmo porque já havíamos passado pela experiência de ter inserido, em 2003, bonecos de uma burrinha e um boi no grupo. A resposta a este questionamento poderia ser dada então com uma crescente vontade percebida no grupo. Alguns dos integrantes estavam voltando o olhar para aspectos mais próximos de cada um de nós e o mais forte deles era o interesse pelas manifestações ocorridas na cidade. Com a construção de bonecos se deu uma mesma vontade. O olhar voltou-se para a fauna da região do cerrado, tentando encontrar nela elementos para possíveis construções de outros bichos: tamanduás, tatus, seriemas, lobos-guará, etc. Estas vontades também foram relatadas no caderno de anotações. No dia 08 de outubro conversei com a Lúcia, professora da Biologia e coordenadora do Museu de Biodiversidade do Cerrado, sobre a possibilidade de estudar alguns bichos do cerrado e para inserirmos no Grupo e acabei indo ao museu fazer alguns registros e desenhos e recolher estórias da região e destes animais.

Desenho a lápis de cor feito no Museu de Biodiversidade do Cerrado

A partir desses desenhos iniciais pensou-se na construção dos bonecos brincantes.

Os primeiros desenhos foram feitos lápis de cor e ainda não se tinha nenhuma idéia pronta de como seriam estes bonecos. Havia ainda um longo processo que irá transportar o desenho

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bidimensional para um objeto tridimensional que ganhará textura, volume, movimento e anima; estes dois últimos com a interação do ator-manipulador.

Se estes serão manipulados com as mãos ou fios, por uma ou mais pessoas, por varas, etc, ainda não estava definido. O que já se sabia e que haveria uma relação entre boneco e ator ou talvez que o boneco fosse vestido pelo ator-manipulador. Formas e cores foram outras relações necessárias para a criação de outros desenhos mais abstratos para o tamanduá. As cores foram pensadas a partir do estudo cromático das estampas de chitões já usadas pelo grupo em saias, camisas e adereços.

Já as transformações ocorridas até o boneco tridimensional tornar-se matéria foram tentativas de diminuir os aspectos realísticos do desenho de observação do tamanduá feito no Parque Siqueroli. Buscou-se na abstração dos elementos uma maneira se chegar a um resultado mais lúdico, que propiciasse experimentações de movimentos, de misturas cromáticas no espaço e que também pudesse participar das danças e coreografias em conjunto com os outros integrantes.

Projeto para o boneco do tamanduá

Também pensou-se em fazer as estruturas dos bonecos de forma que pudessem ser experimentadas nos ensaios e voltando depois a ser reconstruídas sucessivamente até se chegar a um modelo de boneco mais ideal às novas pesquisas, proposições e experimentações. Assim começamos a contruir o boneco para ser experimentado em grupo. Combinei com o Cris e a Martha de nos encontrarmos na oficina de cenografia para iniciarmos o trabalho. Levei os materiais e algumas idéias que executei, como o bambolê com chitões, o inicio do tamanduá com retalhos de chitões e mangueira d´água e algumas armações de arame. Levei também 2 metros de mangueira sanfonada e pedi para a Marta levar retalhos de tecido de algodão para fazermos um teste e começarmos a desenvolver o tamanduá.

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Projetos para o boneco do tamanduá

Deu para perceber que muita coisa vai se modificando e se transformando durante a construção. Discutimos os materiais, pensou-se no saco de linhagem e de plástico e também a maneira como sua estrutura ficaria presa ao manipulador. As possibilidades de manipulação e de movimentos ainda precisam ser experimentadas pelos integrantes do grupo.

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Referências Bibliográficas

AMARAL, Ana Maria. Teatro de formas animadas: mascaras, bonecos, objetos. São Paulo : EDUSP, 1996.

SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artistica. São Paulo : FAPESP : Annablume, 2001.

Referências

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