FACULDADE DO LITORAL PARANAENSE
INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Pós-Graduação “Latu Sensu” em EM COSMETOLOGIA E ESTÉTICA
FABIANA ANDREIA DAMIAN
A RADIOFREQUÊNCIA COMO MÉTODO NÃO INVASIVO PARA O REJUVENESCIMENTO ÍNTIMO
PASSO FUNDO, RS 2018.
FABIANA ANDREIA DAMIAN
A RADIOFREQUÊNCIA COMO MÉTODO NÃO INVASIVO PARA O REJUVENESCIMENTO ÍNTIMO
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós Graduação “Latu Sensu” em Cosmetologia e Estética.
Orientadora: Regina Costenaro.
PASSO FUNDO, RS 2018.
A RADIOFREQUÊNCIA COMO MÉTODO NÃO INVASIVO PARA O REJUVENESCIMENTO ÍNTIMO
Autora: Fabiana Andreia Damian Orientadora: Regina Costenaro
Resumo: Para a realização deste trabalho utilizou-se o método dedutivo como método de abordagem, o método monográfico como método de procedimento e a pesquisa indireta bibliográfica como técnica de pesquisa. Tendo em vista o grande índice de crescimento de cirurgias íntimas para as mulheres nos últimos anos, colocando, inclusive, o Brasil em primeiro lugar entre os países que mais realizam esses tipos de procedimentos e, ainda, levando em conta o elevado número de mulheres que têm optado por intervenções com baixo risco de efeitos indesejáveis, colaterais ou adversos e que, ainda assim, rejuvenescem a pele de modo eficaz e seguro, o presente trabalho tem como o objetivo de estudar a possibilidade de tornar a radiofrequência em uma alternativa de procedimento íntimo não invasivo e sem complicações para o rejuvenescimento da região vulvar. Nesse sentido, considerando os grandes efeitos positivos da radiofrequência e, ainda, a partir das pesquisas realizadas, é possível confirmar a possibilidade de a radiofrequência ser uma alternativa de procedimento íntimo não invasivo para o rejuvenescimento da região vulvar, pois se mostra eficaz para esse tipo de tratamento.
Palavras Chave: Procedimento estético; Radiofrequência; Rejuvenescimento íntimo.
Abstract: For the accomplishment of this work the deductive method was used as method of approach, the monographic method as procedure method and the indirect bibliographical research as research technique. In view of the high rate of growth of intimate surgeries for women in recent years, including Brazil in the first place among the countries that most perform these types of procedures, and also, taking into account the high number of women have opted for interventions with a low risk of undesirable, collateral or adverse effects and that, nevertheless, rejuvenate the skin effectively and safely, the present work aims to study the possibility of making radiofrequency an alternative of intimate procedure noninvasive and uncomplicated for the rejuvenation of the vulvar region. In this sense, considering the great positive effects of radiofrequency and also from the researches carried out, it is possible to confirm the possibility of radiofrequency being an alternative of non-invasive intimate procedure for the rejuvenation of the vulvar region, since it proves effective for this type of treatment.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo científico é fruto do trabalho de conclusão de pós graduação “latu sensu” em Cosmetologia e Estética – prática avançada – do instituto superior de ensino, pesquisa e extensão da faculdade do litoral paranaense – ISEPE.
A Organização Mundial de Saúde reconhece a saúde sexual como parte integral na saúde do indivíduo e com grande influência na qualidade de vida. Dito isso, importante mencionar que as características genitais feminina podem interferir no comportamento da mulher, ou seja, quando essas características estão fora dos “padrões” estabelecidos pode interferir significativamente na atividade sexual da mulher (COLANERI, 2015).
Assim, as cirurgias íntimas para as mulheres estão sendo apontadas como o maior índice de crescimento nos últimos anos e, inclusive, o Brasil está em primeiro lugar entre os países que mais realizam esses tipos de procedimentos. No entanto, atualmente, há um constante crescimento de mulheres interessadas em procedimentos não invasivos e que garantem efeitos semelhantes.
Desta forma, o presente trabalho possui o objetivo de conhecer o que a literatura cientifica tem publicado acerca dos efeitos da radiofrequência e a possibilidade de torna-la uma alternativa de procedimento íntimo não invasivo para o rejuvenescimento da região vulvar.
2. METODOLOGIA
O método de abordagem utilizado foi o dedutivo, ou seja, baseia-se em argumentos gerais para se buscar pensamentos específicos. Esse método fundamenta-se na dedução, pois deve haver uma relação lógica entre as proposições apresentadas para validar as conclusões.
Já o método de procedimento utilizado foi o monográfico, considerando que visa o estudo aprofundado e representativo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades a fim de se obter generalizações, ou seja, a pesquisa necessita partir da escolha de um tema com o objetivo de analisá-lo em todos os seus aspectos. No caso deste artigo, visou o estudo, através
de pesquisas, sobre mulheres insatisfeitas com suas regiões vulvares e um método não invasivo para repará-las, analisando, assim, os efeitos da radiofrequência.
Por fim, utilizou-se o método de pesquisa indireta – bibliográfica, tendo em vista que se efetua tentando resolver um problema ou adquirir conhecimento através de informações obtidas por meio de material gráfico, sono e/ou informatizado, tratando-se, assim, de pesquisa descritiva, explicativa e qualitativa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Atualmente, entre as cirurgias estéticas, os procedimentos íntimos para as mulheres estão sendo apontados como o maior índice de crescimento dos últimos anos. De acordo com um estudo realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgiões Plásticos Estéticos (ISAPS), o Brasil está na liderança dos países que mais realizam esse tipo de procedimento (COLANERI, 2015).
Embora não exista uma definição anatômica considerada como padrão de normalidade para a área genital, este índice de crescimento está ligado com a frequente exposição do corpo feminino na mídia, fazendo com que as mulheres percebam e comparem as diferenças naturais existentes na anatomia genital. Além disso, pesquisas apontam que a imagem genital está diretamente relacionada com a vida sexual da população feminina e, segundo a Organização Mundial de Saúde, as alterações na saúde sexual podem influenciar na qualidade de vida das pessoas (BARROS, 2015).
Barros (2015) aponta que um estudo realizado nos Estados Unidos associou a imagem genital com a vida sexual e a qualidade de vida, tendo os seguintes resultados:
O trabalho apontou que as mulheres que apresentavam uma autoimagem genital negativa, foram as que mais reportaram quadros depressivos e de angústia em relação à vida sexual. Outro estudo realizado apontou que as mulheres que possuíam uma autoimagem
genital positiva apresentavam uma melhor saúde sexual,
principalmente quando relacionada ao desejo e a satisfação (BARROS, 2015).
O processo de envelhecimento acontece de forma natural em todos os níveis celulares. Na região genital esse envelhecimento ocorre, principalmente, por
questões fisiológicas e genéticas, mas os fatores exógenos também podem contribuir para a alteração da estética íntima, como o alcoolismo, tabagismo, hábitos alimentares inadequados, obesidade, gestações, depilação com cera, determinadas medicações e vestimentas.
Com isso, a cirurgia íntima mais procurada é a denominada “Ninfoplastia”, que possui como principais objetivos a redução dos pequenos lábios vaginais e a harmonização estética. Colaneri (2015) nos explica que esse procedimento baseia-se na:
Retirada do excesso de pele dos pequenos lábios vaginais, que são duas pregas de pele que ficam internamente aos grandes lábios e lateralmente à entrada da vagina. Se aumentados de tamanho ficam aparentes, como uma sobra de pele flácida saindo pela fenda vaginal (COLANERI, 2015).
O segundo procedimento com maior destaque é a redução do “Monte de Vênus”, utilizado a fim de corrigir a flacidez dos grandes lábios vaginais. Esta técnica consiste, nas palavras de Colaneri (2015), na “redução da região que fica acima do púbis, onde ficam os pelos. Na maioria dos casos, é um acúmulo de gordura, retirado com lipoaspiração. Nos casos em que há flacidez, um fuso de pele pode ser retirado para esticar a região”.
No entanto, hoje existe um interesse cada vez mais frequente por intervenções que não ocorram complicações e que não sejam necessários os cuidados pós-operatórios, ou seja, pelos procedimentos não invasivos. Esses novos métodos possuem um baixo risco de efeitos indesejáveis, colaterais e/ou adversos e, ainda assim, possuem o objetivo de rejuvenescer a pele de modo eficaz e seguro (LEAL, 2014).
Deste modo, entre os procedimentos estéticos não invasivos, encontra-se a radiofrequência, sendo um tratamento seguro e duradouro. Para Pinheiro (2013), este método consiste na elevação da temperatura da pele e do músculo para, aproximadamente, 41ºC, a fim de contrair o colágeno e aumentar a produção de fibras de colágeno e elastina, gerando mais sustentação e firmeza para a pele. Ainda, a temperatura elevada rompe as membranas das células de gordura, eliminando-a do corpo.
Para Leal (2014) a radiofrequência é “uma radiação do espectro eletromagnético, tem sua ação baseada na geração de calor nas camadas
cutâneas, com retração imediata do colágeno existente e neocolagênese ao longo do tempo”. Em outras palavras, no conceito de Valeton (2016):
A radiofrequência é uma modalidade terapêutica (diatermia) já estabelecida para promover a melhora da flacidez de pele pela desnaturação do colágeno e consequente contração, além da neocolagênese (produção de novo colágeno por estimulo de fibroblastos). A energia eletromagnética é aplicada no tecido por meio de eletrodos e o aquecimento controlado é conseguido pela conversão dessa energia em calor gerando os efeitos biológicos (VALETON, 2016).
Além disso, Valeton (2016) afirma que a radiofrequência é bastante conceituada na área da estética, porém, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e Canadá, na área de uroginecologia o seu uso ainda é pouco propagado pelo Brasil.
O diretor de desenvolvimento de produtos Tonederm1, Cristiano Peganin,
confirma que esse tratamento beneficiará todas as mulheres, tendo em vista que o envelhecimento na região vaginal é um fato natural que tende a surgir:
Sabemos que existe um rol de procedimentos que resgatam a jovialidade genital, porém a Radiofrequência apresenta os melhores resultados para o tratamento da flacidez da pele, inclusive dos grandes lábios, a partir do aquecimento controlado e preciso dessas estruturas. Essa nova forma de tratamento melhora o aspecto estético com rapidez e segurança, para as mulheres se sentirem mais seguras nas suas relações afetivas e sexuais (PEGANIN, 2018).
Um estudo pioneiro na avaliação da resposta clínica da Radiofrequência em flacidez cutânea de grandes lábios vulvares - realizado na Bahia – mostra-se eficaz nesta proposta. Porém, há uma grande carência de ensaios clínicos em relação ao uso desse recurso na região vaginal.
Nesse mesmo estudo, Leal (2014) obteve os seguintes resultados:
76% das pacientes do grupo intervenção que iniciaram o tratamento referiram satisfação com a aparência da sua genitália pós-tratamento com a RF, enquanto todas que concluíram, também perceberam melhora desta região. Este resultado pode ser explicado pela turgescência associada à diminuição das pregas cutâneas dos
1 Tonederm é uma indústria gaúcha, fabricante de equipamentos para Estética, Medicina
grandes lábios. A produção de novo colágeno e retração das fibras colágenas existentes, promovida pela RF, promoveu um melhor aspecto à pele. Além disso, a produção de fibras elásticas, responsáveis pela elasticidade cutânea e redução da flacidez tissular, também contribuiu para uma melhor aparência dos grandes lábios (LEAL, 2014).
Desta forma, considerando a resposta clínica positiva no rejuvenescimento cutâneo genital, a Radiofrequência se mostra eficaz no tratamento para a flacidez cutânea de grandes lábios vulvares, podendo ser uma alternativa de tratamento não invasivo para essa região.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas realizadas e considerando o crescimento de mulheres interessadas em realizar procedimentos estéticos íntimos não invasivos e sem complicações, aliando-se, ainda, aos efeitos positivos da radiofrequência, é possível confirmar a possibilidade de a radiofrequência ser uma alternativa de procedimento íntimo não invasivo para o rejuvenescimento da região vulvar, mostrando-se eficaz nesse tratamento.
REFERÊNCIAS
BARROS, Ana Luiza. Estética íntima. Prof Fabio Borges. 2015. Disponível em: <www.proffabioborges.com.br/estetica-intima/>. Acesso em: 01 mar. 2018. COLANERI, André. Brasil é o país que mais realiza cirurgia íntima. Mulher com saúde. 2015. Disponível em: <http://mulhercomsaude.com.br/bem-estar/brasil-e-o-pais-que-mais-realiza-cirurgia-intima/>. Acesso em: 28 fev. 2018.
LEAL, Mariana Robatto Dantas. Radiofrequência em região genital feminina: um ensaio clínico randomizado. Bahiana. 2014. Disponível em: <
http://www7.bahiana.edu.br/jspui/bitstream/bahiana/80/1/Mariana%20Robatto%20Da ntas%20Leal.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2018.
Martins, Geiza. Estética vaginal: tratamentos para essa região tão delicada. Revista Glamour. 2017. Disponível em: <
https://revistaglamour.globo.com/Beleza/Saude/noticia/2017/02/estetica-vaginal-tratamentos-para-essa-regiao-tao-delicada.html>. Acesso em: 14 mar. 2018.
PEGANIN, Cristiano. Tratamento estético inovador recupera a estética genital feminina. Spot Life. Disponível em: <https://spotlife.com.br/tratamento-estetico-inovador-recupera-a-estetica-genital-feminina/>. Acesso em 05 mar. 2018. PINHEIRO, Marcelle. Conheça os benefícios e riscos da radiofrequência. Tua
saúde. 2013. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/radiofrequencia/>. Acesso em: 01 mar. 2018.
VALETON, Caroline. Radiofrequência genital – o que você precisa saber. Fisio Pélvica. 2016. Disponível em: <
http://fisiopelvica.com.br/2016/06/26/radiofrequencia-genital-o-que-voce-precisa-saber/>. Acesso em: 01 mar. 2018.
