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AVALIAÇÃO DO MANEJO INTERNO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO DE PALMAS

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AVALIAÇÃO DO MANEJO INTERNO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE

SERVIÇO DE SAÚDE NAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO

DE PALMAS

EVALUATION OF THE INTERNAL HANDLING OF THE SOLID

RESIDUES OF SERVICE OF HEALTH IN THE UNITS OF READY

ATTENDANCE OF PALMS

Iranalto Neves da Silva¹

Graduando em Gestão Ambiental na Faculdade Católica do Tocantins

Endereço (1): Aureny IV Rua 12 Lote 18 Qd 71 – Palmas – TO CEP: 77270-000 (63) 99786484 e-mail: iranalto@hotmail.com

Orientador: José Lopes Soares Neto

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (Unitins), Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Professor Titular na Faculdade Católica do

Tocantins

Resumo: Os Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – RSSS oferecem risco em potencial

elevado para a saúde pública e meio ambiente perante um gerenciamento inadequado. A partir deste pressuposto, o presente artigo teve por objetivo pesquisar como é feito o gerenciamento destes resíduos nos Pronto Atendimento de Saúde da região Norte e Sul da cidade de Palmas. Para realização desta pesquisa, foram realizadas visitas às duas unidades e aplicados questionários com os coordenadores responsáveis pelas mesmas. Os resultados obtidos mostram que nas unidades ainda não existem um Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido de Serviço de Saúde (PGRSSS), o que infringe o artigo 1º, da resolução CONAMA 358 de 2005. Com este resultado nota-se a necessidade de se implantar o PGRSSS para cumprir a lei, preservar a saúde dos profissionais e preservar o meio ambiente.

Palavras chaves: Manejo interno – Resíduos - Segregação

Summary: The Solid Residues of Service of Health - RSSS offer to risk in potential raised

for the public health and environment before an inadequate management. From this estimated, the present article had for objective to search as the management of these residues in the Ready Attendance of Health of the region is made North and South of the city of Palms. For accomplishment of this research, visits to the two units and applied questionnaires with the responsible coordinators for the same ones had been carried through. The gotten results show that in the units not yet they exist a Plan of Management of Solid Residue of Service of Saudi (PGRSSS), what it infringes the article 1º, of resolution CONAMA 358 of 2005. With this result it is noticed necessity of if implanting the PGRSSS to fulfill the law, to preserve the health of the professionals and to preserve the environment.

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1 Introdução

Na sociedade atual discutir o manejo adequado nas unidades de saúde, seja em instituição pública ou privada, tornou-se extremamente necessário devido à quantidade de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde que são gerados nestes ambientes no ato da prestação de serviço à sociedade. Segundo Philippe Junior (2005) o gerenciamento dos RSSS envolve uma série de decisões, desde as mais simples e rotineiras até aquelas que envolvem aspectos de segurança ou que determinam grandes investimentos. A base do processo de tomada destas decisões é o conhecimento da problemática dos resíduos, suas características e riscos que eles apresentam.

Um sistema adequado de manejo e gerenciamento dos resíduos sólidos em um estabelecimento de saúde permite controlar e reduzir com segurança e economia os riscos para a saúde e meio ambiente provocados por estes resíduos e alcançar a minimização dos resíduos desde o ponto de origem até o seu destino final. Mas para alcançar este objetivo, é necessário que o sistema de manejo inclua atitudes a serem adotadas, desde o ponto de origem dos resíduos, - onde deverá ser feita uma classificação e segregação como parte do conceito de minimização de resíduos infectantes e especiais, como forma de não contaminar o resto dos resíduos, até o seu destino final. De acordo com a NBR 10004 da ABNT (1987), a resolução CONAMA 283 de 2001 e a RDC 33/33 da ANVISA (2003), os RSSS requerem técnicas e cuidados especiais para seu manuseio, desde a segregação até o descarte final, após receberem tratamento.

A partir deste pressuposto, surgiu a necessidade de averiguar a situação do manejo interno dos resíduos sólidos de serviço de saúde dos prontos atendimentos das regiões Norte e Sul de Palmas. Os mesmos são os únicos existentes na capital, e verificar se tem implantando um sistema adequado de manejo dos resíduos sólidos de serviço de saúde, conforme determina a Resolução CONAMA 358/2005, é de suma importância para a população e o meio ambiente local. O presente estudo pretende elaborar um diagnóstico do manejo interno dos resíduos sólidos de serviço de saúde e identificar as concepções de planejamento que norteiam as práticas de gerenciamento destes resíduos na unidade de saúde Pronto Atendimento Norte e Sul e sugerir ajustes no plano possivelmente existente.

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2 Referencial Teórico

Conforme a Resolução CONAMA n° 358 de 29 de Abril de 2005 os resíduos sólidos de serviço de saúde são definidos como aqueles “resultantes de atividades exercidas por prestadores de assistência médica, odontológica, farmacêutica e instituições de ensino e pesquisa médica relacionados tanto à saúde humana quanto veterinária que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo”.

A normatização do gerenciamento dos RSSS é regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 306/04, e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), através da Resolução n° 358/05, que definem as diretrizes sobre o gerenciamento dos RSSS, considerando princípios da biossegurança, preservação da saúde pública e do meio ambiente. Além disso, também estabeleceram a atual classificação dos RSSS em cinco grupos principais:

2.1 Grupo A – Potencialmente Infectantes

Pertencem a esse grupo os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Alguns exemplos: resíduos de laboratórios de engenharia genética, bolsa de sangue, peças anatômicas, entre outros. Neste grupo devem ser realizadas algumas medidas preventivas procurando evitar acidentes e minimizar riscos à saúde ocupacional tais como: manipular o material o mínimo possível; manter os sacos de resíduos infectantes em local seguro e nunca abri-lo no intuito de inspecionar o conteúdo; os mesmos devem ser manejados com cuidado para que não se rompa; utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

2.2 Grupos B - Químicos

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. São exemplos: medicamentos vencidos, contaminados, apreendidos para descartes, devem-se observar sua periculosidade a fim de dar tratamento específico, manter os estoques baixos, usar recipientes compatíveis com a natureza e as propriedades do conteúdo, realizar a rotulagem do recipiente e não descartar indiscriminadamente os resíduos químicos na rede de esgoto.

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2.3 Grupos C - Rejeitos Radioativos

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN-NE- 6.02 (Licenciamento e instalações radioativas) e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

2.4 Grupos D – Resíduos Comuns

Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Com o objetivo de reduzir o impacto ambiental, a redução de custos de tratamento e disposição final, neste grupo procura-se promover, na medida do possível, a minimização de geração e separação dos materiais.

2.5 Grupos E - Perfurocortantes

São objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontas ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. São exemplos: bisturis, agulha, lâminas, entre outros. Deve-se acondicionar em caixas específicas com fundo e paredes rígidas contendo a simbologia conforme a NBR 7500.

Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados diretamente nos sacos plásticos e devem ser separados, conforme as normas NBR 9.190 e 9.191 da ABNT, da seguinte forma: transparente para lixo comum, (reciclável); coloridos opacos para lixo comum (não reciclável) e branco leitoso para lixo infectante ou especial (exceto o radioativo), estes sacos devem ser sustentados por suportes metálicos que devem conter pedais (Figura 01).

Figura 01 – Sacos plásticos para lixo hospitalar Fonte: Ministério da Saúde, 2002

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Posteriormente, os sacos plásticos brancos leitosos devem ser colocados em contêineres identificados que permitam o fácil deslocamento dos resíduos para transporte do lixo infectante e os outros em contêineres comuns.

2.7 Periculosidades dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

Outra questão a ser abordada é em relação à periculosidade dos resíduos de serviços de saúde. Segundo a NBR 10004/87, o lixo hospitalar pode apresentar riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública em função de suas propriedades físicas, químicas e infecto-contagiosas. De acordo com esta norma e com o Ministério da Saúde (2002), quando refere-se à periculosidade, os resíduos sólidos de serviços de saúde, com exceção dos rejeitos radioativos que são de responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), são classificados em três classes:

a) Resíduos de Classe I ou Perigosos: aqueles que, em função de suas propriedades, devem apresentar ao menos uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade;

b) Resíduos de Classe II ou Não Inertes: aqueles que, apresentam propriedades tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água;

c) Resíduos de Classe III ou Inertes: aqueles que, submetidos a um contato estático ou dinâmico com água não, tenham nenhum de seus componentes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água.

Para minimizar os riscos é fundamental estabelecer um plano de gerenciamento que contemple aspectos desde a geração, segregação, identificação, acondicionamento, coleta interna, transporte interno, armazenamento, coleta externa, transporte externo, tratamento e disposição final, incluindo o sistema de reciclagem.

A geração de resíduos sólidos de um estabelecimento de saúde é determinada pela complexidade e pela freqüência dos serviços que proporciona e pela eficiência que alcançam os responsáveis pelos serviços no desenvolvimento de suas tarefas, assim como pela tecnologia utilizada.

A segregação é uma das operações fundamentais para permitir o cumprimento dos objetivos de um sistema eficiente de manuseio de resíduos e consiste em separar ou selecionar apropriadamente os resíduos (Figura 03).

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Figura 03 – Segregação inadequada de RSSS Fonte: Ministério da Saúde, 2002

Em relação ao Acondicionamento, A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 9190, especifica que os resíduos infecciosos devem ser acondicionados em saco plástico branco leitoso, impermeável do tipo II e não em sacos pretos (Figura 04) e os resíduos comuns em saco plástico para lixo domiciliar de qualquer cor. Os materiais perfurocortantes devem ser acondicionados em recipientes de paredes rígidas e reforçados (Figuras 05). As embalagens, sacos plásticos, caixas de papelão, vidros entre outros, devem ser bem fechadas ou vedadas, e quando necessário, utilizar embalagem dupla, Vital (1989).

Figura 04 – Acondicionamento de RSSS inadequado Figura 05 – Acondicionamento de RSSS adequado Fonte: ANVISA Fonte: ANVISA

A Coleta dos resíduos é classificada em três (03) tipos: interna, externa e especial. A coleta interna é aquela realizada dentro das unidades até o local de armazenagem. A coleta externa é de responsabilidade do município que recolhe os resíduos de serviços de saúde juntamente com os domiciliares (resíduos comuns). A coleta especial é para os resíduos que apresentam alto grau de risco (infecciosos e especiais), estes resíduos devem ser recolhidos

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separadamente, com acompanhamento de técnicos de unidade produtora, segundo Mota (1988).

Os transportes internos dos RSSS devem ser executados em rotas específicas e planejadas, utilizando o itinerário de menor percurso entre as fontes geradoras, bem como evitar horários e locais de grande fluxo de pessoas. Os resíduos devem ser transportados devidamente acondicionados em seus recipientes, em carrinhos de coleta exclusiva para este fim.

O Armazenamento tem por objetivo manter os resíduos em condições seguras até o momento adequado para a coleta externa. A higienização adequada dos abrigos é muito importante para evitar maus odores e vetores indesejáveis (insetos, ratos e outros).

Os Equipamentos e Instalações (lixeiras, carros coletores) utilizados para os RSSS são reforçados para resistir às exigências específicas, como funcionamento ininterrupto, lavagens constantes e uso de desinfetantes agressivos. Devem ser confiáveis e de fácil manutenção ou reposição.

O Tratamento tem por objetivo tratar resíduos infecciosos e reduzir os riscos associados com a presença de agentes infecciosos, mudando suas características biológicas tanto quanto reduzindo ou eliminando seu potencial de causar doenças. A escolha de tratamento deve ser o resultado da combinação entre o impacto ambiental e segurança.

A Disposição Final é a última etapa do sistema de gerenciamento dos RSSS. As técnicas mais usuais são os aterros sanitários/controlados e as valas sépticas. Estes deverão estar assegurados às condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública prevista na legislação.

3 Metodologia

A metodologia utilizada para esse estudo teve como primeiro passo a revisão bibliográfica dos assuntos relacionados ao tema, tais como: normas, legislação, artigos científicos e livros. Após a revisão, dentre os vários instrumentos de coleta de dados, optou-se por realizar visitas às Unidades de Pronto Atendimento localizadas nas regiões Norte e Sul de Palmas-TO e aplicação de dois questionários aos administradores das Unidades de saúde citadas, com perguntas abertas e fechadas, focadas nos sistemas de gerenciamento dos resíduos produzidos pelas unidades de saúde.

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4 Resultados e Discussão

Atualmente no município de Palmas existem duas unidades de saúde Pronto Atendimento, uma na região norte e outro na região sul, ambas foram analisadas quanto ao manejo interno e gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – RSSS. Em relação às duas Unidades Pronto Atendimento observou-se os seguintes dados quanto ao cumprimento da resolução 358/2005:

Nas Unidades de Pronto Atendimento Norte e Sul não há um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – PGRSSS. Isto infringe a Resolução CONAMA 358 de 2005, artigo 5º, que estabelece que o PGRSSS, deverá ser elaborado por profissionais de nível superior, habilitado pelo conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, Certificado de responsabilidade técnica ou documento similar quando couber. O gerenciamento significa todo o relacionamento com o manejo dos resíduos, incluindo todos os passos necessários para assegurar seu fluxo correto minimizando os riscos à saúde e ao meio ambiente.

Segundo os responsáveis das duas unidades de saúde, os funcionários que manuseiam os resíduos de um lugar para outro são treinados para o trabalho que desenvolvem no dia a dia. Esta formação é extremamente importante, já que o manejo de resíduos sólidos de serviço de saúde implica diferentes etapas: geração, minimização, tratamento e destinação final, e estas fases podem oferecer riscos aos profissionais envolvidos.

Em relação à educação ambiental, os Prontos Atendimentos não possuem nenhum projeto que vise à minimização dos impactos provindos dos resíduos de serviço de saúde, ou seja, os profissionais recebem o treinamento para lidar com os resíduos, porém não engloba a educação ambiental, os mesmos não têm o conhecimento da importância do seu serviço para preservação do meio ambiente, focando somente na sua segurança, isto é importante, porém se as unidades de saúde investissem em educação ambiental com comprometimento, os profissionais da saúde teriam condições de desenvolver atitudes de cuidado englobando toda a unidade, aumentando assim a qualidade de vida.

Questionados sobre a desinfecção, incineração dos resíduos de alto risco à saúde humana e ao meio ambiente, os coordenadores dos Prontos Atendimentos relataram que o tratamento utilizado à eliminação dos microorganismos causadores de doenças, é desinfecção química e a esterilização a vapor (em autoclave) em temperatura entre 160ºC a 170ºC. A

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desinfecção do material contaminado é feito em sala apropriada e material adequado, esta medida se enquadra na Resolução nº 358 de 2005 do CONAMA que dispõe sobre tratamento e disposição final dos RSSS “Grupo A (infectantes): são tratados com a de desinfecção química, esterilizados a vapor em temperatura entre 160ºC a 170ºC, acondicionados em embalagens adequadas, identificadas por cor e símbolo de risco, e armazenadas em local seguro para coleta externa”.

Em relação à separação e armazenamento desses resíduos, os coordenadores das Unidades de saúde informaram que o lixo comum é acondicionado em sacos plásticos preto e o material reciclável, após classificação (papel/papelão, metais, vidros, plásticos), precisa ser acondicionado em sacos transparente, o que facilita sua visualização e os resíduos infectantes em recipiente especiais são coletados e armazenados em locais diferentes, estando de acordo com a norma NBR 12.807 (ABNT, 1993). De acordo com a NBR 12.807(ABNT, 1993), a coleta interna de resíduos refere-se à “operação de transferência dos recipientes, do local de geração, para o local de armazenamento interno normalmente localizado na mesma unidade de geração, no mesmo piso ou próximo a ela e deve ser transportado em carrinhos que tem compartimento”.

A coleta interna é aquela realizada dentro da unidade, e consiste no recolhimento do lixo das lixeiras, no fechamento do saco e no seu transporte até a sala de resíduos ou expurgo. Nas unidades são feitos todos os procedimento para coleta do lixo, armazenamento em caixas e sacos específicos e acondicionamento também para os resíduos perigosos e todos os funcionários que manuseiam os resíduos sólidos de serviço de saúde são obrigados a usarem os equipamentos de proteção individual. As coletas desses resíduos são feitas 04 vezes por semana e quem realiza este trabalho é a Prefeitura de Palmas.

Segundo os responsáveis pelas Unidades de Saúde dos Prontos Atendimentos, não há um tratamento específico dos efluentes, ou seja, a água usada na lavagem de muitos objetos infectantes é despejada na rede de esgoto convencional. Esta atitude está contraposta à Resolução CONAMA nº 358 de 2005, artigo 11, que estabelece que os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviço de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competente.

Segundo os responsáveis pelas unidades os acondicionamentos em recipiente rígido dos perfurocortante atendem as normas vigentes. O manejo destes resíduos deve ser realizado

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com muito cuidado pelo risco que representa à saúde das pessoas que o manipulam e os resíduos infectantes são acondicionados em sacos branco leitoso especial com identificação. Quando não manipulados corretamente podem gerar agravos. Para Philippe (2005), entre os resíduos sólidos gerados pelos serviços de saúde, os resíduos infectante, incluindo os

perfurocortantes, apresentam riscos mais evidentes para a saúde humana e o meio ambiente. Ao serem questionados se já havia ocorrido algum acidente com um dos servidores

no manuseio dos resíduos, o coordenador do Pronto Atendimento Norte relatou que um de seus servidores se acidentou com seringa agulha, em seguida foram tomadas todas as providências necessárias, o servidor foi medicado e afastado por um tempo para ser acompanhado e monitorado as suas reações. Segundo Philippe (2005), os resíduos perfurocortantes, são os de maior preocupação para os órgãos sanitários locais. Percebe-se que nas duas unidades não há um trabalho de prevenção de acidente com os funcionários, voltada para o cuidado de lidar diariamente com materiais perigosos, tanto os que estão em uso quanto os descartados para o lixo.

5 Considerações finais e recomendações

O grande objetivo do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – PGRSSS é o de favorecer um manejo correto como forma de não contaminar o resto dos resíduos. As Unidades de Saúde devem adotar diretrizes que contemplam políticas de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde que objetiva diminuir riscos para a saúde e poluição ambiental. O PGRSSS deve ser formulado de acordo com as características particulares de cada Unidade de Saúde e com regulamentação e normas vigentes e recursos indispensáveis. Para a efetiva elaboração do PGRSSS, o detalhamento dos procedimentos descritos se faz necessários. Para a elaboração do PGRSSS nas Unidades de Pronto Atendimento Norte e Sul de Palmas, deverá se seguir as seguintes recomendações:

Planejamento (Etapa I, II e III)

Trabalho de Campo (Etapa III, IV e V) Trabalho de Gabinete (Etapa VI e VII )

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ETAPA I: DEFINIR OBJETIVOS GERAIS DE PGRSSS

-planejamento e organização

- melhorar as medidas de segurança e higiene no trabalho -Proteger a saúde e o meio ambiente

ETAPA II: CONSTITUIR EQUIPE DE TRABALHO E DESIGNAR AS RESPONSABILIDADES

-obtenção do compromisso da equipe de trabalho -conscientização e motivação das pessoas envolvidas

ETAPA III: DIAGNOSTICAR A SITUAÇÃO ATUAL -visualização do local de implementação do plano

-visualização do fluxo de resíduos no estabelecimento

ETAPA IV: ELABORAR DE FORMA DETALHADA O PGRSSS

-adequação do plano à legislação vigente

ETAPA V: EFETIVAR O PGRSSS -garantir uma adequada coordenação

- estabelecer metas para adequações do plano - levantamento de custos para implantação do plano

ETAPA VI: CONTROLE E REAVALIAÇÃO DO PGRSSS -controlar e reavaliar periodicamente a implementação do PGRSSS

-avaliar desempenho no comprometimento dos profissionais envolvidos com o PGRSSS -gerar opções de melhoria no PGRSSS

ETAPA VII: ADICIONAR MELHORIAS NO PGRSSS

-selecionar novas metas

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Portanto, o respeito e cumprimento adequado de todas as etapas do manejo interno dos RSSS pelo PGRSSS, além de controlar e diminuir vários riscos e problemas relacionados ao manejo inadequado dos RSSS contribuirá com a preservação da saúde humana e do meio ambiente.

6 Referências Bibliográficas

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC 306 (2004) Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília - DF

______. Resolução - RDC N.º 33 (2003) Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília - DF

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500 (1987) Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenagem de materiais – Simbologia. Rio de Janeiro.

______. NBR 10004(1987) Resíduos Sólidos – classificação. Rio de Janeiro. ______. NBR 9190 (1993) Sacos Plásticos para Acondicionamento de Lixo. Rio de Janeiro ______. NBR 12807(1993) Resíduos de Serviços de Saúde – Terminologia. Rio de Janeiro.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 283 (2001) Tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde. Brasília - DF

______. Resolução 358 (2005) Tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde. Brasília - DF

JR. PHILIPPE, Arlindo. (2005) Saneamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. II Coleção. Barueri, SP. Manole

MOTTA, F.S. (1988) Resíduos Sólidos Hospitalares – legislação, fontes e destinação final. R. hosp. Adm. Saúde. 12(1): 20 – 24

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MIINISTÉRIO DA SAÚDE. (2002) Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviço de Saúde. Série F. Comunicação em Saúde. Brasília- DF

VITAL, O R.F., et alli (1989) Subsídios para organização de um sistema de resíduos de serviços de saúde. Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, 25p

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FACULDADE CATÓLICA DO TOCANTINS

TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

IRANALTO NEVES DA SILVA

AVALIAÇÃO DO MANEJO INTERNO DOS RESÍDUOS

SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NAS UNIDADES

PRONTO ATENDIMENTO DE PALMAS

PALMAS-TO

NOVEMBRO/2009

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IRANALTO NEVES DA SILVA

AVALIAÇÃO DO MANEJO INTERNO DOS RESÍDUOS

SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NAS UNIDADES

PRONTO ATENDIMENTO DE PALMAS

Artigo apresentado à Faculdade Católica do Tocantins como parte das exigências para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental, sob orientação do Professor Msc. José Lopes Soares Neto.

PALMAS – TO

NOVEMBRO/2009

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