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A CONTRIBUIÇÃO DA GESTÃO OPERACIONAL PARA A EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV)

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Academic year: 2021

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A CONTRIBUIÇÃO DA GESTÃO OPERACIONAL PARA A

EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV)

Autoras: Bruna Soares de Souza (UNESP/Franca – SP)

Hilda Maria Gonçalves da Silva (UNESP/Franca – SP) E-mail: brunass.sociais@gmail.com

Eixo Temático 1: Organização e Inovação Curricular Modalidade de Apresentação: Oral

Resumo: A Universidade Pública Brasileira, cada vez mais, vem se apropriando de

modelos de gestão pautados pela Administração Pública Moderna, e isso com o intuito de possibilitar à atividade gestora a realização de um constante trabalho de planejamento de ações, visando à conquista dos objetivos pautados pelos seus programas e/ou projetos. Ao assumir um caráter de atuação pragmático, a Universidade Pública espera poder realizar uma gestão eficiente, que responda rapidamente às necessidades do mercado, formando profissionais qualificados e produzindo, gradualmente, um conhecimento apto a responder às exigências da vida social, sobretudo nas esferas socioeconômicas, científica e tecnológica. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa consiste na investigação sobre o que tem fundamentado a gestão das práticas de Extensão Universitária da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no sentido da minimização dos problemas que inviabilizam a efetividade das ações. Para tanto, se torna necessário observar de que maneira essa universidade vem conseguindo enfrentar e/ou solucionar os problemas de gestão enfrentados pela Extensão Universitária. Assim, realiza-se, em um primeiro

momento, uma análise documental das informações institucionais que

regulamentam/ normatizam a Extensão Universitária desta universidade, além de entrevistas qualitativas com os seus gestores e técnicos, visando o mapeamento do caráter institucional da parceria estabelecida entre a Universidade Federal de Viçosa e sociedade viçosense. O importante é que esta análise tenha condições de apresentar resultados que possam contribuir para o fortalecimento da gestão universitária da UFV, entrelaçando o teórico e instrumental do conceito com as práticas observadas na esfera da Universidade e seu impacto na sociedade. As considerações finais podem apresentar que a aplicação inadequada ou a falta de uma metodologia de gerenciamento de problemas, bem como a participação insuficiente ou passiva do poder público e da sociedade nos processos de gestão, interfere no resultado das ações de extensão universitária.

Palavras-Chaves: Extensão Universitária; Gestão Operacional; Universidade e

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Sabe-se que o papel da Universidade, na contemporaneidade, consiste na oferta e promoção de um espaço de conhecimento, onde seja possível desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão. Para tanto, ela pauta uma série de atividades, buscando, além da produção do conhecimento, sobretudo o científico, realizar sua função social, propiciando à sociedade uma formação profissional, científica e política.

Essas atividades, necessariamente, estarão associadas ao tripé – Ensino,

Pesquisa e Extensão – atualmente entendido como imprescindível durante o

processo de construção do conhecimento (ZANELLA, 2009). E sendo assim,

pode-se dizer que no que diz respeito às ações de extensão universitária – foco do

presente estudo - a vinculação entre extensão e pesquisa perpassa fundamentalmente por um processo de gestão, para que seja possível mensurar, através da produção do conhecimento científico, o melhor caminho para resolução e/ou intervenção no meio social que a Universidade se propõe a fazer através desse tipo de ações.

As ações de extensão têm, na sua definição legalmente estabelecida no

Plano Nacional de Extensão (1999)i, a necessidade de melhorar a qualidade de vida

da população, e sendo assim, a vinculação da pesquisa com a extensão implicaria

necessariamente a disponibilização de conhecimento científico – pela Universidade

– visando subsidiar as tomadas de decisão dos gestores destas ações com a informação necessária para a conquista efetiva das melhorias almejadas para a sociedade.

Nessa perspectiva, o presente estudo objetiva identificar como ocorre a fundamentação e operacionalização das práticas de gestão das ações de extensão universitária da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O problema consiste, então, na investigação sobre o que tem fundamentado as práticas de Extensão Universitária na UFV e quais as expectativas de ação na sociedade viçosense, em termos do público envolvido, os conceitos, objetivos e métodos de gestão, bem como as formas de avaliação.

Sugere-se, através desse trabalho, o quanto o processo de gestão

operacional encontra-se apto a contribuir para melhorias da gestão da Extensão da Universidade Federal de Viçosa, de modo que as ações extensionistas,

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gradualmente, apresentem resultados efetivos diante das demandas e problemas da sociedade viçosense.

O importante é que esta análise possa contribuir para o fortalecimento da gestão universitária, entrelaçando o teórico e instrumental do conceito com as práticas na esfera da Universidade Federal de Viçosa e seu impacto na sociedade viçosense. Consequentemente, será possível demonstrar que a aplicação inadequada ou a falta de uma metodologia de gerenciamento de problemas, bem como a participação insuficiente ou passiva do poder público e da sociedade nos processos de gestão, interfere no resultado das ações de extensão universitária.

METODOLOGIA

Para a identificação sobre como ocorre a fundamentação e operacionalização das práticas de gestão das ações de extensão universitária da Universidade Federal de Viçosa (UFV) é necessária, em um primeiro momento, a reflexão teórica acerca das diretrizes e parâmetros normativos e/ou legais pautados para a Extensão Universitária em âmbito nacional. O Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX) é uma entidade voltada para a articulação e definição de políticas acadêmicas de extensão no Brasil. As diretrizes previstas pelo FORPROEX, uma vez observadas, serão confrontadas à

Políticaii de Extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Assim, será

possível verificar em que medida àquilo que é estabelecido para a Extensão em âmbito nacional ocorre no contexto das práticas extensionistas da UFV.

Essa reflexão teórica é inerente ao processo de pesquisa, e possibilita uma

revisão críticaiii sobre os caminhos percorridos pela Extensão Universitária Brasileira.

A partir disso, será realizado o mapeamento do caráter institucional da parceria entre a Universidade e sociedade e uma análise dos modelos de gestão (se existentes) adotados para condução das atividades de Extensão na UFV.

Esse mapeamento prévio fornecerá insumos para a elaboração dos instrumentos de pesquisa a serem utilizados durante a realização de entrevistas. Nesse sentido, adota-se a pesquisa qualitativa como a principal abordagem metodológica deste estudo. Assim, a gestão das ações de extensão dessa

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Universidade será compreendida de maneira aprofundada, através das seguintes técnicas de pesquisa:

• Análise documental da Política de Extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

• Entrevistas semiestruturadas com uma amostra de professores-coordenadores/gestores; técnicos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV (PEC-UFV); do Núcleo de Apoio a Projetos de Extensão (NAPE UFV); representantes da PMV; e atores das instituições onde encontram-se os grupos envolvidos/ impactados

pelas ações de extensão. A escolha pelas entrevistas

semiestruturadas se justifica pelo fato de possibilitarem o mapeamento de práticas, que neste caso estão incutidas nas atividades de extensão universitária da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Segundo Duarteiv, 2004

[...] se forem bem realizadas, elas [entrevistas] permitirão ao pesquisador fazer uma espécie de mergulho em profundidade, coletando indícios dos modos como cada um daqueles sujeitos percebe e significa sua realidade e levantando informações consistentes que lhe permitam descrever e compreender a lógica que preside as relações que se estabelecem no interior daquele grupo. (DUARTE, Rosália. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educ. rev. [online]. 2004).

Por sua vez, a análise documental, enquanto método é capaz de contribuir à realização de uma análise crítica dos documentos o que é fundamental para se “controlar a credibilidade e o valor das informações”, adequando-as, nessa perspectiva, aos objetivos da pesquisa (FERREIRA, 2005).

Nesta pesquisa, a Política de Extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV) será analisada para auxiliar no processo de elaboração das categorias a serem utilizadas para a análise dos depoimentos obtidos nas entrevistas. Essas categorias deverão apresentar parâmetros para a conquista de “um modelo ideal” de Extensão Universitária, a ser almejado, então, pelos gestores da UFV, e, portanto, as mesmas também precisarão embasar-se nas diretrizes normativas previstas pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX). Basicamente, a intenção dessa

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análise documental é verificar em que medida a Política Extensionista da Universidade dialoga com as diretrizes para a Extensão em âmbito nacional. O documento da Universidade estaria coerente?

Posteriormente, serão destacados e/ou elencados itens da Política de Extensão da UFV que sejam voltados ao desenvolvimento (gestão) da Extensão em si. Como os professores-gestores devem conduzir seus projetos, lidar com a Extensão segundo o documento? A partir desse levantamento, então, criar-se-ão as “tais categorias de tipo ideal” para a conquista da devida gestão das ações de

extensão universitária. Ou seja, a própria documentação institucional – confrontada

às normas do FORPROEX – fornecerá os subsídios para a realização de uma

reflexão que possibilite à pesquisa adotar e/ou desenvolver categorias sobre como deve ser a gestão de uma Extensão que vise assegurar a efetividade de suas ações.

E todo esse processo analítico será embasado no conceito de Gestão Operacional uma vez que é sabido o quanto esse tipo de gestão encontra-se apto a promover determinadas competências essenciais para o gestor (público) exercer uma efetiva gestão da prestação de serviços (MALMEGRIN, 2010).

Através, por exemplo, dos ciclosv de gestão pode-se dizer que os projetos

e/ou programas que seguem determinadas etapas, inerentes ao processo de gestão, tendem a minimizar a ocorrência de imprevistos e dificuldades durante sua realização.

Nessa perspectiva, afirma-se que

A Gestão Operacional [fornece] insumos importantes para avaliação e para o controle das políticas públicas, decorrentes do relacionamento intensivo com os públicos-alvo. Essa prática poderia também [contribui] para o aprendizado e para a institucionalização dos processos do ciclo de gestão de políticas públicas. (Ibidem, p. 33).

Portanto, a gestão operacional será utilizada para se refletir sobre o processo de gestão da Extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV), entendendo-a como relevante e importante durante o processo de concepção, planejamento e execução de políticas públicas, que, neste caso, são as ações de extensão universitária.

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RESULTADOS ESPERADOS

Analisa Prates (2007) que a “gestão organizacional do sistema do ensino superior tem a ver diretamente com a questão política da definição do papel desta instituição [universidade pública] para a sociedade”. Nesse sentido, a universidade assume um caráter de atuação pragmático, através da adoção de uma gestão eficiente, que responda rapidamente às necessidades do mercado, formando profissionais qualificados e produzindo, cada vez mais, conhecimento visando responder às exigências da vida social, sobretudo nas esferas socioeconômicas, científica e tecnológica.

O presente estudo, nessa perspectiva, busca identificar como essa universidade pública - analisando, em especial, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) - vem gerindo suas ações de extensão universitária, uma vez que é através dela que encontra-se institucionalizado o compromisso de servir à sociedade.

Através da observação do papel extensionista da UFV, espera-se verificar a maneira que a Extensão vem conseguindo enfrentar/ minimizar/ solucionar seus problemas de gestão no sentido da produção - como já falado - de um conhecimento que realmente culmine em ações de extensão aptas a melhorar a qualidade de vida da sociedade viçosense.

Sendo assim, a pesquisa pretende, através de seus resultados, apresentar para a Universidade Federal de Viçosa um relatório, onde serão pontuados os resultados em seus aspectos positivos, suas fragilidades e potencialidades. Esses resultados também apresentam condições de demonstrar que a aplicação inadequada ou a falta de uma metodologia de gerenciamento de problemas, bem como a participação insuficiente ou passiva do poder público e da sociedade nos processos de gestão, impacta as ações de extensão universitária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa, ao identificar como ocorre a fundamentação e operacionalização das práticas de gestão das ações de extensão universitária da Universidade Federal de Viçosa (UFV) encontra-se apta a demonstrar o quanto a

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avaliação de resultados – pelos gestores da Extensão Universitária pode acabar permitindo que ações de extensão que não produzam nenhum impacto efetivo sobre a realidade continuem sendo executadas indefinidamente. O que vai na contramão dos objetivos desejados pela Política Nacional de Extensão Universitária, que dentre outras coisas, afirma que a Extensão tem condições de possibilitar e/ou contribuir para a melhoria da sociedade.

Nesse sentido, espera-se que a UFV viabilize a atuação da Extensão colocando-se como parceira da sociedade viçosense. Ainda em relação a essa reflexão, pode-se questionar também qual a concepção de gestão que é adotada de fato nas ações de extensão executadas na Universidade Federal de Viçosa e que tipo de gestor de extensão a universidade almeja conquistar.

Por fim, a gestão operacional pode ser apresentada como alternativa viável para a constatação de melhorias no processo de gestão dos projetos de extensão da UFV, de modo que as ações de extensão sejam, cada vez mais, efetivas para a população, que neste caso é a sociedade viçosense.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Plano nacional de extensão. Ministério da Educação. Brasília. 1999.

DUARTE, Rosália. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educ. rev. [online]. 2004.

FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas "estado da

arte". Educ. Soc. [online]. 2002

GERHARDT, Tatiana Engel e SILVEIRA, Denise Tolfo [Org.]. Métodos de

pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS: UAB/UFRGS; Curso de Graduação

Técnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da

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MALMEGRIN, Maria Leonídia. Gestão operacional / Maria Leonídia Malmegrin. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010.

PRATES, Antonio. A. P. "Universidades vs. Terciarização do ensino superior: a

lógica da expansão do acesso com manutenção da desigualdade – caso

brasileiro". Sociologias, Porto Alegre, 2007.

SANGENIS, Luiz Fernando Conde. Extensão Universitária: um conceito em

transformação. Campinas: XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas

de Ensino – UNICAMP, 2012.

SANTOS, Boaventura S. A Universidade no século XXI: para uma reforma

democrática e emancipatória da Universidade. São Paulo: Cortez, 2004.

(Coleção Questões da Nossa Época, v. 120).

SOUZA, Bruna Soares de. Extensão Universitária e compromisso social da

Universidade Federal de Viçosa: avaliações e proposições reflexivas, Viçosa:

Departamento de Ciências Sociais/ DCS-UFV [Universidade Federal de Viçosa], 2014. 50 f. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação).

TEIXEIRA, Carina Fagundes. Gestão dos Processos da Extensão Universitária

em uma IES pública. Santa Maria: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Produção/UFSM/RS [Universidade Federal de Santa Maria], 2014. 152 f. Dissertação de Mestrado.

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em

administração / Liane Carly Hermes Zanella. – Florianópolis : Departamento de

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Notas

i A Política Nacional de Extensão é pactuada pelas Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES), reunidas no FORPROEX, tendo como documento referencial o Plano Nacional de Extensão, publicado em novembro de 1999, e que pode ser acessado no seguinte link:

http://proex.ufpa.br/DIRETORIO/DOCUMENTOS/PROEX/02pnext.pdf

ii Disponível In: http://arquivo.ufv.br/soc/files/pag/cepe/completa/2007/07_07.htm iii Cf. FERREIRA, 2002.

iv Disponível In: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40602004000200011&script=sci_abstract&tlng=pt

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