• Nenhum resultado encontrado

O SENTIMENTO DOS PAIS DIANTE DE UM FILHO INTERNADO NUMA UTI NEONATAL: PERCEPÇÃO DE UM ENFERMEIRO. CATEGORIA: ARTIGO DE REVISÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O SENTIMENTO DOS PAIS DIANTE DE UM FILHO INTERNADO NUMA UTI NEONATAL: PERCEPÇÃO DE UM ENFERMEIRO. CATEGORIA: ARTIGO DE REVISÃO"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

CATEGORIA: ARTIGO DE REVISÃO

Josielson Costa da Silva1, 4 Ana Márcia Chiaradia Mendes - Castillo3

Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatológica – Atualiza Pós-graduação e/ou Universidade Castelo Branco – Salvador (BA), Brasil. Enfermeiro Assistencial da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) da Maternidade de Referência José Maria Magalhães Netto; Salvador, BA.

Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Professora. Orientadora.

Autor para Correspondência: josyellsonn@yahoo.com.br. Av. Paulo VI, Cond. Pedras do Nascente, Ap. 204 Ed. Topázio, Pituba, 41.810-010 Salvador, BA, Brasil.

RESUMO

Introdução: O momento do nascimento traz consigo uma mistura de emoções vivenciadas

pelos pais. Em determinadas circunstâncias visando manter a vida, o processo normal do nascimento pode sofrer variações e iniciar-se pela separação do recém – nascido de sua genitora, encaminhando o mesmo para uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), marcando uma etapa de difícil enfrentamento para a família. Métodos: Este estudo trata-se de revisão de literatura a partir de uma pesquisa bibliográfica, realizada no período de outubro de 2010 a janeiro de 2011, no qual foram consultados livros e realizado busca de artigos científicos nos bancos de dados da Bireme e Scielo, Resultados: O período neonatal compreende os primeiros 28 dias das crianças. A separação do binômio, mãe e filho em sala de parto, quando o mesmo requer cuidados intensivos imediatos, marca o início de um processo sofrido pelos pais contrariando suas expectativas e envolvendo-os por sentimentos de tristeza e esperança. Nesse contexto, todo sofrimento pode ser minimizado se as condutas tomadas pelos profissionais de saúde visem compreender a família como um todo. Partido do processo de humanização o amparo desses pais deve ser moldado sob os pilares do acolhimento multiprofissional. Conclusões: Esperamos com esse estudo sensibilizar os profissionais de saúde para que se apresentem mais abertos para atender os anseios desses pais que vivenciam o internamento do seu bebê. Dessa forma possibilitem traçar estratégias para que essa abordagem seja feita de forma clara, acolhedora e direta.

Descritores: Enfermagem, Sentimentos, Terapia Intensiva, Família e Recém-nascido. 1

3 4

(2)

1- INTRODUÇÃO

Acredita-se que desde a concepção até o nascimento a mulher vivencia momentos de emoções e medos que permeiam todo período gestacional. Inserido nesse contexto estar à família, afinal na maioria das vezes o recém-nascido é visto como fruto do amor entre duas pessoas cercados por seus familiares que de maneira direta ou indiretamente se envolvem e criam expectativas frente ao novo ser.

Com o advento do pré-natal, a mulher pode ser acompanhada mensalmente durante toda sua gestação; tal acompanhamento visa assegurar uma gravidez tranquila, livre de riscos para a mãe e o bebê. No entanto, quando detectado qualquer anormalidade que traga riscos eminentes ao binômio mãe-filho, tornam-se necessárias investigações mais precisas, exames mais específicos e conduta terapêutica direcionada, a fim de minimizar as possíveis complicações.

A gravidez e o parto são eventos sociais que integram a vivência reprodutiva de homens e mulheres. Este é um processo singular, uma experiência especial no universo da mulher e do seu parceiro, que envolve também suas famílias e comunidade1. Embora preconizado pelo Ministério da Saúde como política de implantação do parto humanizado permitir que a parturiente tenha direito a um acompanhante dentro da sala de parto, essa realidade ainda foge as maiorias das maternidades brasileiras, contribuindo para maiores instabilidades emocionais por parte da gestante e de seus familiares.

O momento do nascimento traz consigo uma mistura de emoções vivenciadas pelos pais. Durante esse processo parece se fundir o medo com a ansiedade de visualizar o filho até então esperado. O medo pode ser percebido durante o trabalho de parto ou na indução do mesmo, neste contexto surgem às preocupações com o bem estar da mulher e da criança, as possibilidades de perdas, o processo evolutivo do nascimento, o receio pelo novo, enfim, determinadas tensões que permeiam o universo do casal a caminho da maternidade. Conflitando com este medo se encontra à emoção de dar origem a um novo ser, os sonhos idealizados para a chegada do neonato, as dúvidas frente ao seu biótipo e a reafirmação do prazer em perpetuar sua espécie.

(3)

Os profissionais de saúde são coadjuvantes dessa experiência e desempenham importante papel. Têm a oportunidade de colocar seus conhecimentos a serviço da mulher e do bebê, reconhecendo os momentos críticos em que suas intervenções serão necessárias para assegurar a saúde de ambos. Podem minimizar a dor, ficar ao lado, dar conforto, esclarecer, orientar, enfim, ajudar a parir e a nascer. Necessitam lembrar que são os primeiros que tocam cada ser que nascem e ter consciência dessas responsabilidades1.

Em determinadas circunstâncias visando manter a vida, o processo normal do nascimento pode sofrer variações e iniciar-se pela separação do recém – nascido de sua genitora, encaminhando o mesmo para uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), marcando uma etapa de difícil enfrentamento para a família.

“Para os pais, o fato de ter um filho que não se aproxima das características idealizadas, além das dúvidas a respeito de sua sobrevivência é, muitas vezes, associado a sentimentos de incapacidade, culpa e medo, o que poderá interferir no relacionamento com o recém – nascido, mesmo que tal processo não seja plenamente consciente pelos mesmos, afetando diretamente a relação entre eles2”.

Partindo de todo esse contexto, este estudo tem como objetivo principal expor sob a óptica do enfermeiro os sentimentos vivenciados pelos pais diante da situação de ter seu filho internado dentro de uma UTIN; trazendo como objetivos específicos compreender suas preocupações, identificar os recursos utilizados para sanar suas dúvidas e o processo de enfrentamento familiar.

A compreensão das dificuldades vivenciadas pelos pais a cerca de toda problemática, proporciona maiores informações a serem dispensadas ao familiar do bebê sob cuidados intensivos. No entanto, o enfermeiro dentro do contexto de uma equipe multidisciplinar, atua de forma direta e consistente neste processo; tal profissional, no que tange às suas funções é capaz de formular planos de cuidados que visem orientar esses pais, direcionando-os, priorizando suas necessidades, minimizados seus medos e anseios, encorajando-os frente à atuação como parte importante no processo do cuidar.

(4)

Ao enfermeiro cabe também compreender as reais necessidades para o desenvolvimento integral do neonato hospitalizado, seja no meio intra ou extra-hospitalar. Neste contexto, orientações direcionadas podem minimizar o tempo de internação, bem como reduzir os atritos conflitantes que assombram os cuidadores desses enfermos no ambiente fora de um hospital como: Como cuidar desta criança? Quais os sinais de complicações e o que fazer? Como proporcionar uma vida normal? Isso é possível? Tais perguntas vinculam-se as situações vivenciadas por famílias que possuem filhos internados em UTI. Assim, todas essas questões serão respondidas e compreendidas gradativamente se o acompanhamento desse núcleo familiar tiver um apoio sustentável da equipe de saúde que lhe assiste.

As informações destinadas aos pais dessas crianças na maioria das vezes são escassas e insuficientes. Em outras situações, alguns autores consideram a comunicação entre médicos e os pais dos bebês como um monólogo onde os profissionais falam e os familiares escutam e acatam3. Tais atitudes são bastante visíveis na prática, uma vez que o familiar na maioria das vezes sente-se intimidado pela figura do médico ou mesmo de outro profissional calando-se diante dos fatos e tentando conviver com a angústia do desconhecido.

2- MÉTODO

Este estudo trata-se de revisão de literatura a partir de uma pesquisa bibliográfica, realizada no período de outubro de 2010 a janeiro de 2011, no qual foram consultados livros e realizado busca de artigos científicos nos bancos de dados da Bireme e Scielo publicados nos últimos cinco anos. A busca nos bancos de dados partiu da utilização de terminologias cadastradas nos Descritores de Ciência da Saúde criados pela Biblioteca Virtual em Saúde em textos publicados em português, usando como palavras chaves: Enfermagem, sentimentos, família, terapia intensivo e recém-nascido. O critério de seleção dos artigos foi a sua correlação com o tema estudado.

Foram encontrados 88 artigos relacionados ao processo de internação de recém-nascidos em UTI neonatal, no entanto, apenas 08 aproximaram-se dos objetivos do estudo, sendo utilizados para fundamentar a discussão do trabalho.

(5)

3- RESULTADOS E DISCUSSÕES

O período neonatal compreende os primeiros 28 dias das crianças, sendo marcados por adaptações anatômicas e fisiológicas para o RN (recém-nascido), mas também adaptações para os familiares adequarem-se as condições deste novo ser4. Transcendendo as condições normais do nascimento, caracterizado por situações adversas, o recém-nascido patológico ou em condições que lhe implique a vida será direcionado a uma unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) fazendo uso de recursos humanos e tecnológicos especializados que visam garantir o tratamento e restabelecimento do neonato.

A interação entre mãe e filho após o nascimento se processa de maneira que a genitora experimente diversas sensações e com elas iniciem uma séries de estímulos ao bebê. O bebê, por sua vez, responde a esses estímulos, dando retorno à mãe5. Quando esta interação é afetada e a mãe é privada de iniciar este estímulo; à relação mãe recém-nascido sofre importantes abalos para ambos. Desencadeia-se, portanto, sucessivos sentimentos de cunho negativo que necessitam ser trabalhados pelos profissionais de saúde sob uma óptica multiprofissional visando o reestabelecimento físico-emocional.

No imaginário das mulheres grávidas, prepondera o desejo de ver o filho nascer saudável, forte, ativo e com bons sinais vitais. A passagem do imaginário para a realidade se dá a partir do parto que, simbolicamente, representa a vida6. Diante de uma situação adversa em que o recém-nascido necessita de intervenções por uma equipe especializada, afastando-se da mãe para receber cuidados intensivos configura-se a separação do real para o imaginário. Nesta ocasião o bebê esperado e sonhado difere do bebê real levando a pensamentos frustrantes com repercussões emocionais e psicológicas.

A formação do apego entre pais e filhos antecede o momento de hospitalização para o nascimento2, observa-se que para tal acontecimento existe toda uma preparação, planos e cuidados para com o novo ser, sonhos, sentimentos de responsabilidade para com o recém-nascido. Surge também a angústia pelo fato de estar susceptível a situações adversas que possa modificar os planos traçados para o momento. Assim, diante do novo e desconhecido, o

(6)

medo poderá surgir proporcionando situações de desespero e impotência que certamente poderá afeta esse apego.

A separação do binômio, mãe e filho em sala de parto, quando o mesmo requer cuidados intensivos imediatos, marca o início de um processo sofrido pelos pais contrariando suas expectativas e envolvendo-os por sentimentos de tristeza e esperança. Para a genitora, a impossibilidade de ter seu filho em seus braços e a vivência do desconhecido e ameaçador tende a retardar sua recuperação pós-parto, podendo levar a complicações como a depressão pós - parto. Tratando-se do pai, a notícia de que seu filho não nasceu como esperado e deverá ser transferido para um UTI neonatal gera um sentimento de culpa e revolta, marcado pela dor visualizada pelo semblante de angústia.

Em estudos realizados por Sales et al (2006), dissertando sobre as Concepções das Mães sobre os Filhos Prematuros em UTI, a autora traz em seus relatos depoimentos que confirmam os mais puros dos sentimentos vivenciados por essas mulheres.

Bom, quando eu fiquei sabendo que meu filho iria nascer e precisaria de uma UTI neonatal, fiquei desesperada, pois ele tinha 32 semanas. Eu chorava com medo dele não sobreviver, eu sentia-me culpada por isso estar acontecendo, não conseguia dormir. Quando ele nasceu e eu vi saindo da sala de parto sem eu tocar nele, me sentir a pior mãe do mundo, apesar de não acreditar que existia um ser tão lindo e perfeito dentro de mim, igual a meu filho, e que iria precisar muito mais de mim, do meu carinho, do meu amor e do meu colo de mãe7.

Nesse contexto, todo sofrimento pode ser minimizado se as condutas tomadas pelos profissionais de saúde visem compreender a família como um todo. Partido do processo de humanização o amparo desses pais deve ser moldado sob os pilares do acolhimento multiprofissional, ou seja, o processo de enfrentamento da situação exige o envolvimento desses profissionais tanto no cuidado fisiopatológico como psicológico, reduzindo os impactos negativos e estressantes que permeiam as circunstâncias.

Dentre os profissionais envolvidos, o enfermeiro insere-se em todo o contexto, uma vez que tal profissional encontra-se presente no acompanhamento desde a concepção até o nascimento do bebê. Partindo da realização do pré - natal o enfermeiro atua na condução da gestação, orientando e direcionando a gestante no que tange as suas competências dentro do programa. No âmbito hospitalar, o trabalho de parto pode ser acompanhado pelo enfermeiro

(7)

responsável para manter e assegurar um parto tranquilo, facilitando também a atuação dos demais profissionais envolvidos no processo. Em situações adversas, estarão atuando dentro das UTINS enfermeiros capacitados ao cuidado de recém-nascido que necessitam de intervenções imediatas para manter suas vidas.

Torna-se importante abordar que o profissional enfermeiro diante de tantas atribuições concedidas, em determinadas circunstâncias desenvolve suas ações de forma mecânica e rotineira, deixando de enxergar a família e atuando frente à doença. No entanto, entrelaçado com o problema patológico do bebê, o familiar vivencia o sentimento do risco eminente de perda, o medo do ambiente desconhecido, o receio em conviver com pessoas estranhas e a incapacidade de ajudar no processo. Olhando por este ângulo, esse profissional necessita compreender melhor os sentimentos que afligem esses pais, buscando minimizar suas angústias, encorajando-os a vencer cada etapa, demonstrando a importância do seu envolvimento no processo de recuperação do seu filho.

A equipe de saúde neonatal torna-se um grande e forte pilar sustentador de quase e todas as circunstâncias que possam presentes no cotidiano dos pais que ali estão em decorrência da necessidade de internação do pequeno bebê2. Embora os dados clínicos do RN sejam passados para a família através do médico assistente, é o enfermeiro o profissional ligado diretamente ao processo de cuidados intermitentes dentro da UTIN. No entanto, é esperado pelos pais que estes cuidados se estendam até os mesmos, proporcionando momentos afetivos e interativos dentro da unidade hospitalar que favoreça a aproximação dos familiares para com o ambiente.

A primeira visita dos pais junto aos filhos internados dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é marcada por momentos de aflições, evidenciados por olhares temerosos, mãos trêmulas, ansiedades, choro e inquietação. Todos esses sentimentos são acirrados quando os mesmos se deparam com um ambiente frio, cheio de normas, emissões de sons oriundos de uma grande gama de aparelhos e pessoas estranhas circulando e manipulando aqueles seres pequenos e indefesos as ações invasivas e dolorosas sofridas no seu cotidiano.

O primeiro contato com este ambiente e com os profissionais que nele atuam é muito importante para o enfrentamento das emoções e medos vivido pelos familiares. Inicialmente o

(8)

apoio, a compreensão, o incentivo ao toque, as devidas explicações buscando sanar todas as suas dúvidas dentro das competências que cabem a cada profissional. É de extrema importância a valorização de cada emotividade vivida pelo familiar, buscando reduzir as barreiras que ameaçam seu desequilíbrio dentro do meio até então hostil.

Com os surgimentos da UTI neonatais, foi feita a provisão para o cuidado especializado do recém-nascido enfermo através de técnicas, procedimentos e equipamentos sofisticados, sem, no entanto incluir a família como parte da recuperação do neonato. Surge então a problemática com relação aos aspectos psicossociais que acompanham esses pais8. Atualmente muitos serviços já assumem papel importante de guiar os pais a reassumirem o relacionamento com seus filhos dentro da unidade.

Aos poucos, o convívio diário dos pais no ambiente neonatal e as interlocuções que ocorrem com os profissionais da equipe vão enfraquecendo a sensação de estranhamento, fazendo com que o cenário tenha o seu "peso" diminuído. Para os casais, o que realmente importa é que, com o decorrer do tempo, consigam ultrapassar as fragilidades iniciais, entrando e saindo da unidade da forma mais natural possível; entretanto, segundo seus depoimentos, isso não se dá de uma hora para outra, mas requer paciência, compreensão e atitudes proativas da equipe neonatal2.

Outra situação vivida pelos pais e profissionais de saúde dentro de uma UTI Neonatal é o convívio com o processo de morte morrer. Esses profissionais, especialmente os enfermeiros, por sua maior proximidade com os familiares, tem a difícil responsabilidade de preparar os esses pais para o prognóstico, muitas vezes não satisfatório, do seu filho. Informar quanto ao estado do bebê, preparando-os para o enfrentamento do luto ou até mesmo dar a notícia do falecimento9.

Embora seja uma situação bastante delicada, o tratar do processo morrer faz parte do cotidiano dos profissionais atuantes numa UTIN. As tomadas de decisões em relação às intervenções terapêuticas são importantes, cabendo discussão entre equipe de saúde e família, fazendo se entender pelos profissionais diante da situação vivenciada. Vale salientar que a família traz consigo valores culturais, influências socioeconômicas, valores éticos e religiosos que possam interferir nas tomadas de decisões. Cabe neste contexto um respeito mutuo entre os envolvidos, evitando os julgamentos, proporcionado melhores direcionamentos para a resolução dos fatos4.

(9)

4- CONCLUSÃO

Para os pais manter seu filho internado dentro de uma UTI Neonatal é conviver dia a dia com a ansiedade e esperança de ultrapassar uma fase tão importante do ponto de vista estrutural, emocional e psicológico humano. Ao mesmo tempo em que tentam ser fortes para driblar os momentos difíceis, demonstram a fragilidade de conviver com o risco eminente da perda.

Os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro atuam como peças fundamentais durante todo período de internação do bebê que paralelamente confina seus genitores em seu habitat inicial fazendo-os vivenciar inúmeras situações promovedoras de emoções que repercutem em suas vidas cotidianas.

Esperamos com esse estudo sensibilizar os profissionais de saúde para que se apresentem mais abertos no atender os anseios desses pais que vivenciam o internamento do seu bebê. Dessa forma possibilitem traçar estratégias para que essa abordagem seja feita de forma clara, acolhedora, direta, ofertando apoio e direcionamento, valorizando a individualidade de cada familiar, respeitando o momento e sentimentos de cada um.

Espera-se também uma maior atuação da equipe multiprofissional no que tange ao atendimento desses familiares de forma integral e totalitária. Compreender que por mais que nossas ações sejam direcionadas ao neonato, o mesmo está inserido num contexto familiar planejado muito antes dos acontecimentos dos fatos. Embora para a equipe atuante o ambiente de uma UTI Neonatal seja algo corriqueiro, o familiar dos recém nascido tornam-se estranhos a esse mundo e demonstram de forma singular essa indiferença.

No entanto é nosso dever buscar inserir o familiar em todo o processo de cuidar de seus filhos, favorecendo prática e ações que aproximam os laços paternais e maternais, não esquecendo que além do pai e da mãe, outros familiares envolvem-se desde a concepção até o nascimento e requer olhares cuidadosos por nossa parte.

Os trabalhos desenvolvidos com pais de crianças internadas em UTI ainda requerem maiores estudos, estimulando a discussão do tema entre todos os profissionais que atuem

(10)

dentro dessas unidades, quebrando paradigmas e repensando sobre novas formas de abordagem.

5- Referências Bibliográficas

1- BRASIL. Ministério da saúde. Manual Parto, Aborto e Puerpério. Assistência Humanizada a Mulher. Disponível em: http://www.saude.gov.br. Acessado em 22/01/2011.

2- GUIMARAES, Gisele Perin and MONTICELLI, Marisa. A formação do apego

pais/recém-nascido pré-termo e/ou de baixo peso no método mãe-canguru: uma contribuição da enfermagem. Texto contexto - enferm. [online]. 2007, vol.16, n.4,

pp. 626-635. ISSN 0104-0707. doi: 10.1590/S0104-07072007000400006.

3- SOUZA, Nilba Lima de et al. Representações de mães sobre hospitalização do filho

prematuro. Rev. bras. enferm. [online]. 2009, vol.62, n.5, pp. 729-733. ISSN

0034-7167. doi:10.1590/S0034-71672009000500013.

4- BUENO, M et al. Reflexões sobre Cuidados Paliativos no Período Neonatal. Revista Prática Hospitalar. São Paulo. Ano IX. N˚50; p 87-90. Marco/Abrl 2007

5- ROSA, Rosiane da et al. Mãe e filho: os primeiros laços de aproximação. Esc. Anna Nery [online]. 2010, vol.14, n.1, pp. 105-112. ISSN 1414-8145. doi: 10.1590/S1414-81452010000100016

6- BRAGA, Danielle Freitas; MACHADO, Márcia Maria Tavares and BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Amamentação exclusiva de recém-nascidos prematuros:

percepções e experiências de lactantes usuárias de um serviço público especializado. Rev. Nutr. [online]. 2008, vol.21, n.3, pp. 293-302. ISSN

1415-5273. doi:10.1590/S1415-52732008000300004.

7- SALES, Catarina Aparecida; ALVES, Nataly Barbosa; VRECCHI, Muriel Regina and FERNANDES, Jacqueline. Concepções das mães sobre os filhos

prematuros em UTI. Rev. bras. enferm. [online]. 2006, vol.59, n.1, pp. 20-24. ISSN

0034-7167. doi:10.1590/S0034-71672006000100004.

8- Tamez, Raquel Nascimento, Pantoja, Maria Jones Silva. Assistência ao recém-nascido de alto risco. Enfermagem na UTI Neonatal. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. 2009.

9- AGUIAR, Isabella Rocha; VELOSO, Tatiana Maria Coelho; PINHEIRO, Ana Karina Bezerra e XIMENES, Lorena Barbosa. O envolvimento do enfermeiro no processo

de morrer de bebês internados em Unidade Neonatal. Acta paul. enferm. [online].

2006, vol.19, n.2, pp. 131-137. ISSN 0103-2100. doi: 10.1590/S0103-21002006000200002.

(11)

Referências

Documentos relacionados

As microemulsões e nanoemulsões com constituintes ASP foram as que apresentaram as maiores eficiências de deslocamento de óleo na etapa avançada e maiores eficiências

O teste de patogenicidade cruzada possibilitou observar que os isolados oriundos de Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Manaquiri e Iranduba apresentaram alta variabilidade

As cadeias laterais variam em certo nível entre as diferentes formas de clorofila encontradas em diferentes organismos, mas todas possuem uma cadeia fitol (um terpeno ) ligada

1º Designar os servidores abaixo relacionados para, sob a presidência do primeiro, compor a Comissão de Inventário Anual 2019 dos Bens Patrimoniais Móveis do Campus Marechal

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Estadual de Feira de Santana, no uso de

- Se o estagiário, ou alguém com contacto direto, tiver sintomas sugestivos de infeção respiratória (febre, tosse, expetoração e/ou falta de ar) NÃO DEVE frequentar

determinou, nomeadamente: “III - Salvo prova em contrário, de ocorrência de circunstâncias excecionais, o acordo no qual o sócio e gerente de uma sociedade garante

Para se buscar mais subsídios sobre esse tema, em termos de direito constitucional alemão, ver as lições trazidas na doutrina de Konrad Hesse (1998). Para ele, a garantia