Informativo Mensal do Movimento Pólen
Síntese
"Mulher, eis aí o teu filho"
"Filho, eis a tua mãe"
(
Jo 19, 26
).
Março
de 2018 / Ano XLVII
Editorial
Queridos Polens,
Na edição da Síntese deste mês temos a Palavra de Vida, uma meditação do Papa Francisco, dois testemunhos sobre o EAP, que ocorreu nos dias 01, 02,03 e 04/02 sendo um sobre o tema do encontro (“Os jovens leigos e leigas nos passos do discípulo amado”) e o outro, de um membro da
cozinha.
Atenciosamente,
Victória Lopes de Lara
2
Palavra De Vida
Março de 2018
"Jesus (crucificado) ao ver sua mãe e ao lado dela o discípulo que ele amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao Discípulo: "Eis a tua mãe". A partir daquela hora o discípulo a acolheu no que era seu." (Jo 19, 26-27)
Enquanto Jesus crucificado na 6a feira santa, suspenso entre o céu e a terra, sofria a sua agonia mortal de aproximadamente três horas, do meio dia às três horas da tarde, estava consciente. Os Evangelhos guardam as sete últimas palavras de Jesus agonizante.
Uma dessas Palavras é a que Ele dirigiu à sua mãe e ao discípulo amado. À mãe ele disse: "Mulher eis aí o teu filho". E ao discípulo amado, "Eis a tua mãe".
O que Jesus tinha de seu para deixar e recomendar a alguém? Jesus quis deixar em testamento a sua Mãe. Então, confiou a sua mãe aos cuidados do seu "discípulo amado" João. Foi um testamento a céu aberto. Maria, a Mãe de Jesus, estava de pé ao pé da cruz na qual Jesus agonizava. O discípulo amado, João, também estava ali, de pé ao pé da cruz. Algumas outras pessoas, ligadas a Nossa Senhora e a Jesus, ali estavam, em virtude da sua fé solidária e corajosa e do seu amor que se tomara incondicional. Entre elas estava uma irmã de sua mãe, Maria de Cléofas. Estava também Maria Madalena. Outras vieram chegando ao final, quando Jesus disse: “’Está consumado’. E, inclinando a cabeça, entregou o espirito" (Jo 19, 30).
Já então haviam chegado também José de Arimateia e Nicodemos que ajudaram a tirar o corpo de Jesus, sem vida, da cruz e a sepultá-lo num sepulcro novo, cavado numa rocha, dentro de um jardim, perto do Calvário (Jo 29, 38-41)
"Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26) "Filho, eis a tua mãe" (Jo 19, 26)
Quantas vezes Maria havia recebido em sua casa, em seu lar de Nazaré, os companheiros e discípulos de Jesus! Mas na hora da grande provação, qual dos discípulos estava junto a Nossa Senhora para confortá-la ao pé da Cruz? João estava lá arriscando a própria vida. Jesus confiou em João, o discípulo amado, para ser o "guarda protetor" da sua mãe. "Filho eis aí a tu mãe!”. Nossa Senhora o reconheceu nesta missão e o acompanhou. "A partir daquela hora o discípulo a acolheu no que era seu" (Jo 19, 27). O discípulo João levou a Mãe de Jesus para a sua casa.
Façamos nós o mesmo! Vivamos, como João, o discípulo amado, a Quaresma e a Páscoa: a nossa vocação e missão com Maria, a mãe de Jesus!
Padre Pedro Adolino Martendal Diretor espiritual
Como um pai com o filho
«Um café» com o Senhor e depois, com «o recibo do perdão» em frente «no caminho de conversão». Na certeza de que o Senhor nos chama de todos os modos para nos encontrarmos com Ele, o Papa Francisco indicou — na missa celebrada na terça-feira 27 de fevereiro em Santa Marta — a imagem do pai que tem que lidar com «as tolices do filho adolescente», mas dá-lhe «confiança» para que as não repita.
«O Senhor não se cansa de nos chamar à conversão, a mudar de vida». E «todos devemos mudar de vida: todos têm sempre necessidade de nos converter, de dar um passo em frente no caminho ao encontro de Jesus». A Quaresma «ajuda-nos a fazer isto, a converter-nos, a mudar de vida». Mas «esta — explicou Francisco — é uma graça que pedimos ao Senhor porque, como rezámos na oração da coleta, a Igreja não nos pode apoiar sem o Senhor; é Ele quem nos dá a graça».
«O Senhor reprova-nos muitas vezes, de diversas maneiras, admoesta-nos, assusta-nos, mostra-nos como é mau o pecado». Mas «o Senhor muda a maneira de nos mostrar a malícia do pecado e com isto ajuda-nos na conversão». Precisamente na liturgia do dia, afirmou o Papa referindo-se ao excerto do profeta Isaías (1,10. 16-20), «ouvimos na primeira leitura uma chamada à conversão, mas trata-se de uma chamada a um estilo especial: mas ali o Senhor não ameaça, chama com doçura, dando confiança».
«Depois de ter dito o que se devia ou não fazer o Senhor acrescenta: “Vem, vinde e discutamos, falemos um pouco”». Por conseguinte, o Senhor «não nos assusta, é como o pai do filho adolescente que fez uma tolice e tem que o repreender e sabe que se agir com o chicote a situação não correrá bem, tem que usar a confiança».
Por conseguinte, prosseguiu o Pontífice, «o neste trecho Senhor chama-nos assim: “Vinde, tomemos um café juntos, falemos, discutamos, não tenhais medo, não vos quero fustigar”». E «dado que o filho pensa: “eu fiz coisas...”, imediatamente acrescenta: «Mesmo se os teus pecados fossem da cor do sangue, tornar-se-ão brancos como a neve. Se fossem vermelhos púrpura tornar-se-ão como lã». Em síntese, «o Senhor dá confiança, como o pai a dá ao filho adolescente».
Francisco observou que «muitas vezes o Senhor nos chama assim». E referiu-se a um episódio evangélico, quando Jesus diz: «Zaqueu, desce, vem comigo que eu quero comer em tua casa!». E naquela ocasião «Zaqueu chama todos os seus amigos — que não eram exatamente da Ação católica! — mas chama todos e eles ouvem o Senhor». Precisamente «com aquele gesto de confiança o Senhor aproxima-os do perdão e muda o coração deles».
4
Jesus praticou o mesmo sistema com Mateus, dizendo-lhe: «Tenho que ir a tua casa». Eis que «o Senhor procura sempre a maneira»; ao contrário «outras vezes adverte: “não, malditos, vós não fizestes isto e aquilo...”». É uma advertência «forte, mas também na nossa vida o Senhor assume esta atitude de pai com o filho adolescente, procurando mostrar-lhe com a persuasão que tem que dar um passo em frente: dar um passo no caminho de conversão». «Agradeçamos ao Senhor a sua bondade» disse Francisco, explicando que «ele não nos quer fustigar nem condenar: deu a sua vida por nós e esta é a sua bondade e procura sempre o modo para chegar ao coração». Por este motivo, afirmou, «quando nós sacerdotes, no lugar do Senhor, temos que ouvir as conversões, também nós devemos ter esta atitude de bondade, como diz o Senhor: “Vinde, falemos, não há problema, há perdão»”. E «não a ameaça, desde o início».
A este propósito o Papa confidenciou que se «comoveu há alguns dias quando um cardeal que confessa várias vezes por semana, à tarde em Santo Espírito in Sassia — faz duas horas de confissão, todos os dias — me contou qual é a sua atitude: “Quando me apercebo que uma pessoa tem dificuldade de dizer alguma coisa, que se percebe que é muito grave, e eu entendo imediatamente qual é, digo: entendi, está bem, outra coisa?”». E esta atitude, fez presente Francisco, «abre o coração e a outra pessoa sente-se em paz e vai em frente e prossegue o diálogo».
E é também isto que o Senhor faz conosco: «Vinde, discutamos, falemos; tomai o recibo do perdão, há perdão; agora falemos um pouco para que não façais outra parvoíce». «A mim ajuda ver esta atitude do Senhor: o pai com o filho que pensa que é adulto, que pensa ser maduro, mas ainda está à meio do caminho». E «o Senhor sabe que todos nós estamos à meio do caminho e muitas vezes precisamos disto, de ouvir esta palavra: “Vem, não te assustes, vem, há perdão”». E concluiu isto «encoraja-nos: ir ter com o Senhor, de coração aberto, é o pai que nos aguarda».
Testemunhos
Testemunho sobre o EAP: Peter Stahelin da etapa de Básico, Comunidade Mais Além em Cristo
Por ser meu primeiro retiro na equipe de oração e serviço, eu gostei bastante, foi uma experiência nova onde pude vivenciar a união de todos e o trabalho em conjunto, o que me transmitiu uma boa energia. E as horas que íamos para a capela, saíamos um pouco para rezar e pensar em como estava sendo bom poder estar ali... Acredito que toda a equipe também sentiu o mesmo e gostou de passar aquele fim de semana juntos. Foi um ótimo fim de semana que penso em participar mais vezes
Testemunho sobre o EAP: João Doneda da etapa de Renovação, Comunidade Coração de Maria
Para o EAP 2018 escolhemos o tema “O jovem leigo nos passos do discípulo amado”. O ano de 2018 é muito importante para os jovens, pois em outubro ocorrerá o Sínodo dos Bispos, cujo tema central será os jovens e os meios de evangelização, ou seja, algo que vivenciamos também no nosso Movimento. Em paralelo a isso, 2018 também será o ano do Laicato e nosso Diretor Espiritual, Padre Pedro, achou importante que tratássemos dessa temática no nosso encontro. Por fim, conseguimos reunir os dois temas e formamos o “fio de condução” do nosso EAP 2018.
Em uma primeira análise, confesso que entender o tema não é tarefa das mais fáceis, mas como tudo requer estudo, aprofundamento e reflexão. O laicato é uma importante vocação na Igreja e como cristãos, como Pólens, somos chamados a vivenciar essa vocação através do anúncio da Boa Nova e inundando os ambientes onde estamos com atitudes e gestos que reflitam aos outros que somos cristãos, que somos todos amigos de Jesus! Nossa missão é ser Igreja nos mais diversos locais e transparecer sempre o amor de Cristo.
Nossa referência para tal missão é o evangelista João, o discípulo amado de Jesus. “Mulher, eis aí o teu filho”. “Filho, eis a tua mãe”. João era quem estava aos pés da Cruz junto à Jesus no seu calvário. João foi aquele
6
que reconheceu o Senhor junto ao mar de Tiberíades. Ele é o exemplo para quem quer seguir os ensinamentos de Jesus.
A escolha do tema me fez refletir muito sobre seguir esses passos do discípulo amado. Em 2017 tive a missão de ser vice-coordenador do Movimento Pólen, algo que me fez crescer muito espiritualmente e na vida pessoal além de ter proporcionado momentos em que senti o amor de Jesus muito próximo. Para 2018 recebi uma Graça e uma grande missão: ser coordenador do Movimento Pólen. Desde então, mesmo no ainda curto tempo como coordenador, já tenho vivenciado momentos onde a minha Fé é testada e a vida de oração ganha mais importância ainda. Nessas horas lembro que também sou amado por Jesus e ele me dá forças para continuar a missão, junto ao lado daqueles que neste ano compõe junto comigo a Coordenação do Pólen.
Espero que o Movimento como um todo entenda a importância do nosso ano, o tema do EAP é algo que deve nortear todas as nossas reuniões, nossos retiros, momentos e eventos, além de cada membro levar consigo a tarefa de ser Igreja em todos os ambientes. Seguirei em oração por cada um de nós e para que em 2018 possamos construir juntos a unidade querida por Jesus.