• Nenhum resultado encontrado

Relatório do estágio curricular supervisionado em medicina veterinária

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório do estágio curricular supervisionado em medicina veterinária"

Copied!
33
0
0

Texto

(1)

0

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Anderson Buratti

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS, Brasil

2017

(2)

1 Anderson Buratti

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do estágio curricular supervisionado na área de clínica médica e cirúrgica de grandes animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico

Veterinário.

Orientador: Prof. Med. Vet. Dr. Felipe Libardoni

Ijuí, RS 2017

(3)

2 Anderson Buratti

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do estágio curricular supervisionado na área de clínica médica e cirúrgica de grandes animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico

Veterinário.

Aprovado em 10 de Junho de 2017:

___________________________

Felipe Libardoni, Dr (UNIJUÍ)

(Orientador)

_______________________________________

Luciane Ribeiro Viana Martins, MSc (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2017

(4)

3 DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda minha família, que com muito carinho е apoio, não mediram esforços para que еu chegasse até esta etapa dе minha vida. Аоs amigos е colegas,

pelo incentivo е pelo apoio constantes.

(5)

4 AGRADECIMENTOS

A concretização deste trabalho teve auxilio, compreensão e dedicação de varias pessoas, nas quais foram importantes para conclusão deste estudo, onde de maneira especial, agradeço:

- a Deus que iluminou о meu caminho durante esta longa caminhada, pois sem ele esta caminhada seria mais difícil;

- a minha mãe, que sempre esteve presente nesta caminhada me apoiando, incentivando nas horas difíceis, de desânimo е cansaço;

- a meu pai (in memoriam), que por 15 anos, me ensinou os princípios mais importantes para seguir na vida que és a humildade e a simplicidade de se levar a vida e hoje, lá de cima, comemora comigo a realização desse grande sonho, Obrigado Pai por seus ensinamentos e valores passados. Saudades eternas...;

- a minha irmã, agradeço pelo carinho, incentivo, por sempre me apoiar, e me ajudar quando precisava;

- a meu supervisor de estágio, Jorge Luis de Lima Schifer pela oportunidade e ensinamentos passados ao longo do estágio;

- a meu orientador professor Felipe Libardoni pela paciência, disponibilidade е incentivo o que tornaram possível а conclusão desta monografia.

- aos amigos e colegas que sempre estiveram do meu lado me ajudando e apoiando em todos os momentos da minha vida de graduação, em especial aos amigos que conquistei durante a graduação: Andreia K. Gollo, Adair Bulegon, Rodrigo A. Schmalz, Ronaldo da Silva, Guilherme M Pereira. Obrigado pelo companheirismo, amizade e pelos mates nas horas de estudo;

E por fim, agradeço a todos que de alguma forma, me apoiaram e me incentivaram para que eu pudesse concluir o curso, e me tornar Médico Veterinário. Meu muito obrigado!!!

(6)

5

“A teoria é esplêndida, mas enquanto não for colocada em prática, não tem valor algum”.

(7)

6 RESUMO

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

AUTOR: ANDERSON BURATTI ORIENTADOR: FELIPE LIBARDONI

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica, Cirurgia, Manejo e Reprodução de Grandes Animais, tendo ênfase na Bovinocultura de Leite. O estágio foi realizado na Agropecuária FarmaCampo no município de Ijuí, Rio Grande do Sul, no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017, totalizando 150 horas de atividades. A supervisão interna ficou a cargo do Médico Veterinário Jorge Luis de Lima Schifer e sob a orientação do professor Doutor em Medicina Veterinária Felipe Libardoni. O estágio teve como objetivo principal a aplicação prática do conhecimento teórico adquirido, além de uma troca de conhecimento profissional e pessoal, do acompanhamento da evolução dos casos clínicos atendidos, do conhecimento da rotina, e das condutas clínicas mais utilizadas. Durante o presente estágio foram acompanhadas diversas atividades de atendimentos clínicos, cirúrgicos, controles reprodutivos com diagnósticos e a situação do trato reprodutivo das fêmeas bovinas e solicitação de exames complementares, nos quais serão evidenciados nas tabelas apresentadas neste trabalho e discutidas conforme literatura, dois casos clínicos, sendo um relato de suspeita de tristeza parasitaria e leptospirose em uma fêmea bovina, e um caso de endometrite de grau I em uma fêmea bovina. O estágio proporcionou um bom aprendizado prático, contribuindo assim com a formação profissional do acadêmico, estabelecendo um crescimento pessoal e profissional nesta área da Medicina Veterinária.

(8)

7 ABSTRACT

SUPERVISIONED CURRICULAR INTERNSHIP REPORT IN VETERINARY MEDICINE

AUTHOR: ANDERSON BURATTI ADVISOR: FELIPE LIBARDONI

The Supervisioned Curricular Internship in Veterinary Medicine was carried out in the area of Clinical, Surgery, Management and Reproduction of Large Animals, with emphasis on Milk Cattle. The internship was held at Agropecuária FarmaCampo in the municipality of Ijuí, Rio Grande do Sul, from February 20 to March 27, 2017, totaling 150 hours of activities. The internal supervision was in charge of the Veterinarian Doctor Jorge Luis de Lima Schifer and under the direction of the professor Doctor in Veterinary Medicine Felipe Libardoni. The main objective of the internship was the practical application of the acquired theoretical knowledge, as well as an exchange of professional and personal knowledge, monitoring the evolution of the clinical cases attended, the knowledge of the routine, and the most used clinical procedures. During the present stage, a number of clinical, surgical, reproductive controls with diagnoses and the reproductive tract situation of the bovine females were followed up, as well as the request for complementary tests, which will be evidenced in the tables presented in this study and discussed according to literature, two clinical cases, Being an account of suspected parasite sadness and leptospirosis in a bovine female, and one case of grade I endometritis in a bovine female. The internship provided a good practical learning, thus contributing to the professional training of the academic, establishing personal and professional growth in this area of Veterinary Medicine.

(9)

8 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das atividades acompanhadas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo,

Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017...13

Tabela 2 – Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017...13

Tabela 3 – Atendimentos cirúrgicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017...14

Tabela 4 – Atividades relacionadas à reprodução, tratamentos reprodutivos em fêmeas bovinas acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017...14

Tabela 5 – Atendimentos de manejo sanitário em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais realizado na Agropecuária FarmaCampo, Ijuí, RS, no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017...14

Tabela 6 – Solicitações de exames complementares em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais realizado na Agropecuária FarmaCampo, Ijuí, RS, no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017...14

Tabela 7 – Patologia em bovino acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017...15

(10)

9 LISTA DE ABREVIATURAS

IBR Rinotraqueíte Infecciosa Bovina BVD Diarréia Viral Bovina

TOPVAC Vacina para Mastite CGI Endometrite de Grau I CGII Endometrite de Grau II CGIII Endometrite de Grau III CGIV Endometrite de Grau IV PGF2α Prostaglandina P4 Progesterona µg Microgramas ºC Graus Célsius mg Miligramas Kg Quilogramas ml Mililitros IgM Imunoglobulina M IgG Imunoglobulina G MHz Megahertz G Gramas

RS Rio Grande do Sul

MG Minas Gerais

(11)

10 LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Resultado do exame de sangue para pesquisa de Hemoparasitas...31

Anexo 2 - Resultado do exame de sangue para Leptospirose, pelo método de soro aglutinação microscópico com antígenos vivos...32

(12)

11 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 13

3 RELATO DE CASO ... 15

3.1 SUSPEITA DE TRISTEZA PARASITÁRIA E LEPTOSPIROSE EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA... 16

3.1.1 Introdução ... 16 3.1.2 Metodologia ... 17 3.1.3 Resultados e discussões ... 18 3.1.4 Conclusão ... 22 3.1.5 Referências bibliográficas ... 22 4 RELATO DE CASO ... 24

4.1 ENDOMETRITE DE GRAU I EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA... 24 4.1.1 Introdução ... 24 4.1.2 Metodologia ... 25 4.1.3 Resultados e discussões ... 26 4.1.4 Conclusão ... 28 4.1.5 Referências bibliográficas ... 29 5 CONCLUSÃO ... 30 ANEXOS ... 31

(13)

12

1 INTRODUÇÃO

O estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017, totalizando 150 horas de atividades. O local da realização do estágio foi na Agropecuária FarmaCampo, na cidade de Ijuí, Rio Grande do Sul, na área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais, tendo a bovinocultura de leite a atividade em destaque. A supervisão interna ficou a cargo do Médico Veterinário Jorge Luis Lima Schifer e sob a orientação do professor Doutor em Medicina Veterinária Felipe Libardoni.

A maioria dos atendimentos clínicos realizados pelo Médico Veterinário Jorge Luis de Lima Schifer é em bovinos de leite e devido a isso, decidiu-se realizar o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária nesta região, por se inserir em uma das maiores bacias leiteiras do estado, fazendo com que haja uma grande demanda de casos clínicos e cirúrgicos na área da bovinocultura de leite.

O estágio teve como objetivo principal a interação entre o conhecimento teórico adquirido e a aplicação prática, além de uma troca de experiência profissional e pessoal, do acompanhamento da evolução dos casos clínicos atendidos, conhecimento da rotina, e também de condutas clínicas mais utilizadas.

Desse modo, o presente trabalho descreve dois casos clínicos acompanhados durante a realização do estágio, na qual irá abordar a etiologia, patogenia, diagnóstico e tratamento de um caso referente a uma suspeita de tristeza parasitária e leptospirose em uma fêmea bovina e endometrite de grau I em uma fêmea bovina, sendo que ambos serão relatados conforme literatura.

(14)

13 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais serão apresentadas na Tabela 1. As descrições de cada atividade realizada estão especificadas nas Tabelas de 2 a 7.

Tabela 1 – Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017.

Resumo das Atividades Total %

Atividades relacionadas à reprodução 251 52,95

Atendimentos sanitários 183 38,62

Atendimentos clínicos 23 4,85

Atendimentos cirúrgicos 11 2,32

Solicitações de exames complementares Patologia em bovino 5 1 1,05 0,21 Total 474 100

Tabela 2 – Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017.

Procedimento Total %

Stress térmico

Suspeita de tristeza parasitária bovina Mastite clínica 8 3 2 34,79 13,04 8,69 Transfusão de sangue Hipocalcemia

Suspeita de Carbúnculo Sintomático

2 2 1 8,69 8,69 4,35 Cetose 1 4,35

Suspeita de tristeza parasitária bovina e Leptospirose 1 4,35 Timpanismo

Babesiose

Auxílio a parto distócico com fórceps

1 1 1 4,35 4,35 4,35 Total 23 100

(15)

14

Tabela 3 – Atendimentos cirúrgicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017.

Procedimento Total %

Amochamento Térmico

Deslocamento de abomaso à Esquerda

5 2

45,46 18,18 Orquiectomia em bovinos

Deslocamento de abomaso à Direita

2 1

18,18 9,09

Torção de útero seguido de cesariana 1 9,09

Total 11 100

Tabela 4 – Atividades relacionadas à reprodução, tratamentos reprodutivos em fêmeas bovinas acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017.

Procedimento Total %

Diagnóstico de gestação através de Ultrassonografia Diagnóstico de vacas aptas para Reprodução

Endometrite de grau I Endometrite de grau II Cisto Folicular 154 59 27 8 3 61,35 23,51 10,76 1 3,19 1,19 Total 251 100

Tabela 5 – Atendimentos de manejo sanitário em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais realizado na Agropecuária FarmaCampo, Ijuí, RS, no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017.

Procedimento Total %

Vacinação IBR/BVD/Leptospirose (BOVIGEN REPRO TOTAL®) Vacinação para mastite (TOPVAC®)

133 24

72,68 13,11 Vacinação para Brucelose

Tratamento Anti-parasitário 19 7 10,38 3,83 Total 183 100

Tabela 6 - Solicitações de exames complementares em bovinos acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais realizado na Agropecuária FarmaCampo, Ijuí, RS, no período de 20 de Fevereiro a 27 de Março de 2017.

Procedimento Total %

Pesquisa de Hemoparasitas Sorologia para Leptospirose

3 2

60 40

(16)

15

Tabela 7 – Patologia em bovino acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Agropecuária FarmaCampo, RS, no período de 20 de fevereiro a 27 de março de 2017.

Procedimento Total %

Necropsia em bovino 1 100

(17)

16 3 RELATO DE CASO

3.1 SUSPEITA DE TRISTEZA PARASITÁRIA E LEPTOSPIROSE EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA

3.1.1 Introdução

A tristeza parasitária bovina é uma doença infecciosa causada por dois agentes etiológicos distintos, contudo com sinais clínicos e a epidemiologia semelhantes. No Rio Grande do Sul as perdas econômicas na pecuária de leite e de corte são expressivas devido à ocorrência de casos dessa enfermidade (FARIA, 2001).

Essa doença é causada por um micro-organismo gram-negativo, intraeritrocitário, imóvel da ordem Rickettsiles, da família Anaplasmataceae, do gênero Anaplasma. Sendo que a espécie que acomete os bovinos e a Anaplasma marginale (QUINN et al., 2005). O outro agente é um protozoário, intraeritrocitário do gênero Babesia, sendo duas espécies de maior relevância por acometerem os bovinos, a Babesia begemina e a Babesia bovis (KAHN, 2008). A transmissão da Babesia e da Anaplasma ocorre através de vetores, sendo um deles o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, e insetos hematófagos, como moscas, mutucas e mosquitos que podem transmitir a Anaplasma marginale (FARIA, 2001).

Outra doença de grande relevância na bovinocultura é a leptospirose, a qual possui uma grande disseminação a nível mundial, onde acomete principalmente os bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equinos (RADOSTITS et al., 2010).

Para Radostits et al. (2010) as principais causas de perdas econômicas em animais de produção ocasionada pela leptospirose são infertilidades, abortos, partos de natimortos e nascimento de neonatos debilitados com alta taxa de mortalidade nos animais domésticos, onde também é considerada uma importante zoonose acometendo pecuaristas, veterinários e a saúde pública.

O agente causador da leptospirose é da ordem Spirochaetales, da família Leptospiraceae e do gênero Leptospira. As Leptospiras spp, são bactérias espiroquetas Gram-negativas, aeróbias e móveis, pois possuem endoflagelos que lhe atribuem mobilidade, podendo assim sobreviver em rios, lagos, superfícies d´água, solos úmidos, sendo amplamente difundida em climas temperados onde umidade e calor estão presentes (QUINN et al., 2005).

Para Radostits et al. (2010) as Leptospiras spp patogênicas são distribuídas em uma espécie de L. interrogans na qual abrange mais de 212 sorotipos agrupados em 23 sorogrupos. Sendo que os principais sorovares causadores de problemas reprodutivos em bovinos são o

(18)

17

pomona e hardjo (FERNANDES, 2001).

Os bovinos são considerados hospedeiros acidentais para os sorotipos pomona, grippotyphosa, icterohemorragica e hospedeiros de manutenção para sorotipo hardjo, sendo este um dos causadores de aborto nos bovinos e tornando-se a infecção por leptospirose mais comum em humanos (RADOSTITS et al., 2010).

Devido à importância destas duas enfermidades, o presente estudo tem como objetivo relatar uma suspeita de tristeza parasitária bovina e leptospirose em uma fêmea bovina da raça Holandesa que foi acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

3.1.2 Metodologia

Durante a realização do estágio curricular supervisionado, foi atendido em uma propriedade localizada no interior do município de Coronel Barros, Rio Grande do Sul, Brasil, uma fêmea bovina da raça Holandesa, de pelagem preta e branca, com aproximadamente quatro anos de idade, pesando 500 kg.

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal apresentava diminuição na produção de leite e diminuição da ingestão de alimento, e que a alimentação era à base de pastagem de milheto, silagem de milho, concentrado e água.

Ao exame físico com o animal em estação foi avaliado o escore de condição corporal, o qual apresentava um escore três, numa escala de um a cinco, sendo um magro e cinco obeso. Também foi evidenciado presença de carrapatos na região de inserção do úbere e na inserção da cauda. No exame clínico o animal apresentou temperatura retal de 41ºC, na ausculta cardíaca foram observados 88 bpm (batimentos por minuto), e na ausculta respiratória 30 mpm (movimentos por minuto), um movimento ruminal/minuto e as mucosas tanto ocular como vulvar estavam com coloração branca.

Após o exame físico e clínico foi coletado sangue através da veia caudal com agulha e coletor de sistemas a vácuo, sendo coletado em tubos com e sem anticoagulante onde foram adotados os devidos cuidados como o uso de luvas. As amostras foram acondicionadas e encaminhadas para análise através da Unijuí para pesquisa de hemoparasitas no Hospital Veterinário da Unijuí, localizado no município de Ijuí- RS e para o laboratório Hermes Pardini localizado no município de Vespasiano- MG, para sorologia de leptospirose, pois havia suspeita clínica do animal estar com tristeza ou leptospirose. Após a coleta de sangue o médico veterinário optou em tratar o animal para tristeza parasitaria sendo então instituído

(19)

18

tratamento terapêutico.

O tratamento utilizado para este animal foi com tetraciclina na dose de 5 mg por Kg de peso vivo, correspondente a 1 mL para 20 Kg, sendo o volume utilizado de 25 mL por via intramuscular, uma vez ao dia, durante 2 dias, também foi empregado dipirona sódica na dose de 20 mg por Kg, no volume de 20 mL por via intramuscular. Ainda foi utilizado Diaceturato de dibenzamidina na dose de 3,5 mg por Kg de peso vivo sendo o volume de 25 mL por via intramuscular e Mercepton® no volume de 40 mL, sendo aplicado 20 mL por via intramuscular e 20 mL por via subcutânea.

Após dez dias do encaminhamento da amostra ao laboratório, se obteve o resultado, no qual apresentou sorologia positiva para leptospirose, na qual apresentou titulação de 1/400 para Leptospira canicola. O médico veterinário optou em retornar a propriedade para entregar ao produtor o resultado do exame e também para esclarecer a respeito da doença, onde foi então receitado ao produtor realizar o tratamento neste animal com antibiótico a base de Sulfato de Estreptomicina 5g (Estreptomax®) na dosagem de 25mg/Kg, por via intramuscular, e indicado ao proprietário também realizar a vacinação do animal e de todo o rebanho para a leptospirose.

Foi perguntado ao produtor se havia roedores nas instalações, sendo que este relatou que ratos não eram evidenciados na propriedade, mas que havia grande quantidade de nutria (Myocastor coypus) no açude da propriedade, na qual os bovinos ingerem água.

O animal que foi tratado em primeiro momento para tristeza parasitaria foi então tratado para leptospirose e após vacinado, onde apresentou melhora segundo relato do produtor.

3.1.3 Resultados e discussões

A ocorrência de surtos de tristeza parasitária está associada principalmente à deficiência no manejo dos rebanhos bovinos, seja pelo uso errôneo dos carrapaticidas, pela entrada de animais de áreas livres de carrapatos em áreas infestadas ou também pelas condições climáticas (AZEVEDO et al., 2008).

A babesiose bovina, dentre as outras doenças que acometem os bovinos é a mais importante economicamente, devido às perdas diretas na produção, sendo que vários animais morrem ou entram em longo período de recuperação, com consequente perda na produção de leite e carne. Não estando diferente da babesiose, a anaplasmose também apresenta perdas econômicas pela ocorrência de abortos, redução da produção de leite e carne, custos com

(20)

19

medidas preventivas para o controle de vetores e também a morte de animais (RADOSTITS et al., 2010).

Segundo Azevedo et al. (2008) os bovinos de origem européia são mais acometidos pelos carrapatos, sendo que em bezerros com idade de 45 a 60 dias que receberam colostro de vacas imunizadas, normalmente são mais resistentes à infecção do que os animais adultos. No caso relatado era uma fêmea bovina de pelagem preta e branca, da raça holandesa, sendo esta de origem européia, no qual favoreceu a infestação de carrapatos como cita a literatura.

Palmer; Lincoln (2006) afirmam que os bovinos adultos acometidos pela anaplasmose apresentam sinais clínicos variáveis podendo cursar uma doença aguda a uma infecção inaparente. Podem, então, apresentar sinais clínicos iniciais como febre, com temperaturas entre 39,5º a 41ºC, anorexia, diminuição na produção de leite, diminuição da ruminação, anemia progressiva, mucosas pálidas podendo ficar ictéricas. Kahn (2008) afirma que na babesiose os primeiros sinais clínicos são febre (41ºC ou mais), na qual dura por todo o curso da doença, seguida de inapetência, taquipnéia, tremores musculares, anemia, icterícia e perda de peso, sendo que nos estágios finais, a doença cursa com hemoglobinemia e hemoglobinúria. Esses sinais estão de acordo com o caso relatado, que apresentava diminuição na produção de leite e diminuição da ingestão de alimento, sendo que a temperatura retal ao ser aferida estava em 41ºC. Foi também observado neste animal uma taquicardia (88 batimentos por minuto) e as mucosas tanto ocular como vulvar estavam com coloração porcelana, estando de acordo com Palmer; Lincoln (2006).

Segundo Palmer; Lincoln (2006) em regiões endêmicas para a anaplasmose reflete em uma alta incidência de agentes transmissores e que os surtos da doença esta relacionada à atividade dos vetores sendo mais frequente na primavera e verão, devido à atividade dos artrópodes ser mais intensa nessas épocas. O período de incubação da Babesia spp. varia de 7 a 10 dias, sendo que o de Anaplasma marginale geralmente é superior a 20 dias. É necessário salientar que a Babesia bovis é inoculada no bovino por larvas do carrapato a partir do primeiro dia de parasitismo e a Babesia bigemina somente começa a ser inoculada pelo estágio de ninfa, cerca de 8 dias após a fixação das larvas dos carrapatos (FARIA, 2001). No caso clínico relatado a época do ano condiz com a bibliografia, sendo no verão, e que no animal em questão havia presença de carrapatos na região de inserção do úbere e na inserção da cauda o que pode ter levado o animal a desenvolver a doença clínica.

ParaRadostits et al. (2010) a anaplasmose e a babesiose são enfermidades com sinais clínicos semelhantes, onde se preconiza realizar teste laboratorial, sendo o mais utilizado o de esfregaço sanguíneos corados para identificação dos parasitas, e juntamente com a presença

(21)

20

dos vetores no animal e no ambiente pode ser confirmado a patologia. Devido então a presença de carrapatos e os sinais clínicos apresentados pelo animal, o Médico Veterinário suspeitou no momento do atendimento que o animal estivesse com tristeza parasitária.

Para se ter um diagnóstico confirmatório a respeito de qual doença o animal estava cursando, o médico veterinário também optou em realizar a coleta de sangue do animal através da veia caudal com agulha e coletor de sistemas a vácuo e encaminhar para pesquisa de hemoparasitas, sendo que o resultado apresentou negativo, conforme o anexo 1, e também para sorologia sendo que apresentou positivo para leptospirose conforme segue o anexo 2.

Kahn (2008) afirma que a administração imediata de tetraciclina no estágio inicial do curso da anaplasmose aguda geralmente garante a sobrevivência do animal. É um dos antibióticos de escolha para tratar a doença (PALMER; LINCOLN, 2006). A tetraciclina é um antibiótico de amplo espectro, bacteriostático, que atua sobre bactérias positiva e gram-negativas, sendo a dose recomendada de 5 a 10 mg/Kg, pela via intramuscular, uma vez ao dia, por um período de dois dias (SPINOSA, 2010); (ANDRADE; GIUFFRIDA, 2008).

A aplicação de enrofloxacina também é eficaz para o tratamento de Anaplasma marginale, a qual apresenta uma rápida resposta quando comparado com o uso de oxitetraciclina (ALBERTON et al., 2015). Devido o animal do caso relatado poder estar cursando com uma infecção por anaplasma o tratamento utilizado foi com tetraciclina na dose de 5 mg por Kg de peso vivo, correspondente a 1 mL para 20 Kg, sendo o volume utilizado de 25 mL por via intramuscular, uma vez ao dia por dois dia o que está de acordo com a literatura consultada.

Pelo animal estar apresentando febre foi empregado o uso de dipirona sódica na dose de 20 mg por Kg de peso vivo, no volume de 20 mL por via intramuscular, onde para Tasaka (2010), a dipirona é um antiinflatório não esteriodal, onde possui propriedades antipiréticas e analgésicas.

O controle adequado da babesiose envolve o uso de quimioterápicos associado ao controle da população de vetores, onde se preconiza a utilização de derivados das diamidinas, sendo a dose terapêutica para bovinos recomendada de 3,5 mg/Kg por via subcutânea ou intramuscular (FERREIRA et al., 2010).No caso em estudo o tratamento para a babesiose foi a base de Diaceturato de dibenzamidina na dose de 3,5 mg por Kg de peso vivo sendo o volume de 25 mL por via intramuscular.

Ainda, foi utilizado como uma terapia de suporte para contribuir no tratamento, Mercepton®, sendo este uma solução antitóxica, onde a administração desta induz as defesas do organismo contra agentes hepatotóxicos com ação protetora do parênquima hepático contra

(22)

21

agentes nocivos e com vitaminas do complexo B, que intensificam o mecanismo de proteção e estimulam a transmetilação do fígado (MERCEPTON, 1970).

O exame sorológico teve resultado positivo para leptospirose, onde os antígenos utilizados na sorologia foram: autumnalis, canicola, copenhageni, grippothyphosa, hardjo, icterohaemorrhagiae, patoc, pomona, pyrogenes e wolffi. Sendo que apenas apresentou titulação de 1/400 para o sorotipo canicola.

Segundo Quinn et al. (2005) e Gomes (2013) o diagnóstico da leptospirose depende de uma boa história clínica, sinais clínicos observados no animal, anamnese, acessibilidade de testes laboratoriais e de pessoal com experiência no diagnóstico da leptospirose. Onde para Gomes (2013) a análise de anticorpos específicos pode ser empregada, tanto no soro quanto no líquido cefalorraquidiano (LCR), através do teste de aglutinação microscópica (TAM). A demonstração de aglutininas é a técnica mais empregada no diagnóstico da enfermidade, a qual está baseada na reação de soro aglutinação microscópica frente a uma coleção de antígenos vivos. No teste de aglutinação microscópica uma titulação igual ou superior a 100 é classificada como positivo, onde detecta primeiramente os anticorpos IgM e IgG. Os caninos domésticos e os “graxains” (Cerdocyon thous), são reservatórios da

Leptospira canicola na qual é transmitida para os bovinos, sendo que em casos de condições

de higiene inadequadas o homem pode ser o transmissor para os bovinos Radostits et al.

(2010).

Devido o resultado ser positivo para Leptospira canicola, foi investigado junto ao produtor se eram vistos roedores nas instalações da propriedade, onde o produtor relatou que ratos não eram evidenciados, mas que havia grande quantidade de nutria (Myocastor coypus) no açude da propriedade, na qual os bovinos ingerem água. Van Metre; Divers (2006) e Fernandes (2001) afirmam que na superfície da água, na vida selvagem, os roedores e os animais domésticos infectados com leptospira, são fontes emitentes de sorotipos patogênicos para os bovinos, assim contaminando a água, alimentos e pastagens através da sua urina, onde esta é a principal fonte de contaminação. Nos bovinos a leptospiúria pode persistir durante um período de 36 dias devido a leptospira permanecer nos rins mesmo após a cura clínica agindo assim como disseminadores da doença (RADOSTITS et al., 2010).

Desta forma, então receitado ao produtor realizar o tratamento neste animal com antibiótico a base de Sulfato de Estreptomicina 5g (Estreptomax®) com dosagem de 25mg/Kg, por via intramuscular e indicado ao proprietário também realizar a vacinação do animal e de todo o rebanho para leptospirose. Para KAHN (2008), o tratamento desta enfermidade é preconizado à utilização de antibioticoterapia, de modo que nos bovinos de

(23)

22

leite, em fêmeas em lactação, apenas os animais doentes devem ser tratados com antibióticos, pois se deve estimar a perda de leite que poderia ser comercializado. Segundo Gomes (2013) o tratamento constitui-se na aplicação parenteral de estreptomicina uma a duas vezes, sendo que uma única dose de 25 mg/Kg de estreptomicina poderia remover o portador renal crônico causado pela Leptospira pomona e outros sorovares.

Conforme afirma Kahn (2008) um método importante na prevenção da transmissão da leptospirose é o controle de roedores, isolamento de áreas como lagos e riachos possivelmente contaminados, tentar não deixar os bovinos entrar em contato com animais selvagens, selecionar animais de reposição que sejam soronegativos para leptospirose e realizar a vacinação de todo o rebanho bovino como método de profilaxia, sendo assim estes métodos foram indicados ao produtor do presente caso.

3.1.4 Conclusão

Devido estas doenças infectocontagiosas apresentarem sinais clínicos semelhantes, muitas vezes faz com que os médicos veterinários busquem a testes laboratoriais para se ter um diagnóstico confirmatório, sendo que neste animal em estudo a suspeita inicial no momento do atendimento foi de tristeza parasitária, no qual foi tratado para esta enfermidade. Porém o resultado do exame foi de positivo para leptospirose sendo assim, instituído o tratamento de eleição para esta patologia e a recomendação da vacinação de todos os animais como método profilático.

3.1.5 Referências bibliográficas

ALBERTON, L. R. et al. Eficácia do dipropionato de imidocarb, da enrofloxacina e do cloridrato de oxitetraciclina no tratamento de bovinos naturalmente infectados por Anaplasma marginale. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. vol.67 no.4. Belo Horizonte. p.1056-1062, 2015.

ANDRADE, S. F.; GIUFFRIDA, R. Quimioterápicos, Antimicrobianos e Antibióticos. In: ANDRADE, S. F. Manual de terapêutica veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. cap. 3. p. 25-73.

AZEVEDO, D. M. M. R.; ALVES, A. A.; SALES, R. O. Principais Ecto e Endoparasitas que Acometem Bovinos Leiteiros no Brasil: Uma Revisão.Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal. v.2, n.1. p. 43 – 55, 2008.

(24)

23

FARIA. A. N. Doenças Parasitárias In: RIETH-CORREA, F. et al. Doença de Ruminantes e

Equinos. 2.ed. São Paulo: Varela, 2001. Vol.II. cap.1. p. 35-40.

FERNANDES. G. C. Doenças da Reprodução In: RIETH-CORREA, F. et al. Doença de

Ruminantes e Equinos. 2.ed. São Paulo: Varela, 2001. Vol.II. cap.6. p. 352-353.

FERREIRA, A. J. P; PIZARRO, L. D. C. R; DELL’PORTO, A. Agentes Antiprotozoários. In: SPINOSA, H. S. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. cap. 46. p. 551-566.

GOMES, M. J. P. Gênero Leptospira spp. Faculdade de Veterinária, Universidade Federal

de Rio Grande do Sul, 2013.p. 1-51.

KAHN, C. M. Manual Merck de Veterinária. 9. ed. São Paulo: Rocca, 2008. 2301p.

MERCEPTON: injetável. Responsável técnico Valéria Souza de Faria. Rio de Janeiro: Bravet LTDA., 1970. Bula de remédio.

PALMER, G. H.; LINCOLN, S. Doenças dos Sistemas Hematopoiético e Hemolinfático. In: SMITH, B. P. Medicina Interna de Grandes Animais. 3.ed. Barueri, SP: Manole, 2006. cap. 35. p. 1038-1084.

QUINN, P. J. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artmed, 2005. Cap. 35. p. 206-215.

QUINN, P. J. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artmed, 2005. Cap. 31. p. 179-188.

RADOSTITS, O. M. et al. Clínica veterinária: um tratado de doenças dos bovinos,

ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2010.p. 1737.

SPINOSA, H. S. Antibióticos: Tetraciclinas, Cloranfenicol e Analágos. In:___Farmacologia

aplicada à medicina veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. cap. 39. p.

477-48.

TASAKA, A. C.Antiinflamatorios não-esteroidais.. In: SPINOSA, H. S. Farmacologia

aplicada à medicina veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. cap. 21. p.

257-272.

VAN METRE, D. C.; DIVERS, T. J. Distúrbios dos sistemas orgânicos. In: SMITH, B. P.

Medicina Interna de Grandes Animais. 3.ed. Barueri, SP: Manole, 2006. cap. 33, p.

(25)

24 4 RELATO DE CASO

4.1 ENDOMETRITE DE GRAU I EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA

4.1.1 Introdução

O desempenho reprodutivo de vacas apresenta uma baixa taxa prenhez e um aumento de intervalo de parto-concepção devido à alta incidência de endometrite subclínica nestes animais, chegando a 80% dos casos, apresentando assim um efeito negativo para a pecuária de leite (MOURA et al., 2012).

Durante o pós-parto de vacas, o útero geralmente fica predisposto à contaminação por uma grande variedade de microrganismos. A maior parte destes microrganismos são habitantes transitórios do trato reprodutor e logo são expulsos do útero em involução de vacas no puerpério, sendo que estes patógenos levam ao desenvolvimento de uma endometrite crônica ou subaguda prejudicando assim a fertilidade do animal (VAN CAMP, 2006); (KAHN, 2008).

Para Foster (2009) após o parto de vacas, pode ocorrer a retenção de placenta, na qual se torna o alvo principal para a multiplicação de inúmeros agentes infecciosos, sendo que o endométrio é posteriormente acometido. Outros fatores como partos distócicos, abortos, partos gêmelares e lesões traumáticas do trato reprodutivo podem levar ao desenvolvimento da endometrite (JONES et al., 2000). A endometrite é a forma menos grave de infecção, caracterizando-se por inflamação do endométrio do útero das vacas (YOUNGQUIST, 1993).

Este processo inflamatório de origem infeccioso que acomete a mucosa uterina é causado por microrganismos inespecíficos que estão no meio ambiente sendo os mais comuns A. pyogenes, E. coli, Haemophillus somnus, Pasteurella sp., Enterobacter sp., Bacillus cereus, Citrobacter sp. e Bacteriodes melaninogenicus, entre outros (PALHANO, 2008).

A endometrite em bovinos é verificada normalmente entre 2 a 8 semanas depois do parto, sendo que pode ser observado um corrimento que varia de muco estral a pus branco (VAN CAMP, 2006). Baseado na presença de exsudatos provenientes de uma infecção uterina, este fluido é classificado conforme o tipo de secreção, sendo utilizado o termo de catarros genitais, o qual apresenta 4 graus sendo eles, CG I, CG II, CG III e CG IV (GRUNERT, 1984). Palhano (2008) afirma que a utilização de antibióticos e análogos sintéticos de prostaglandinas são os métodos de tratamento para endometrites em vacas.

O prognóstico da endometrite em vacas é geralmente bom, se a condição não evoluir para uma forma mais grave de doença uterina, sendo que as infecções uterinas no pós-parto

(26)

25

devem ser prevenidas ou reduzidas, com medidas preventivas, onde se busca utilizar higiene no ambiente do parto e durante ao auxílio do parto, e também promover um manejo adequado durante o período seco destes animais (VAN CAMP, 2006).

O presente estudo tem como objetivo relatar um caso de endometrite de grau I em uma fêmea bovina da raça Holandesa que foi acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

4.1.2 Metodologia

Durante a realização do estágio curricular supervisionado em medicina veterinária, foi realizado exame reprodutivo no interior de Ijuí, Rio Grande do Sul- Brasil, em uma vaca com 4 anos de idade, da raça holandesa de pelagem preta e branca pesando aproximadamente 500 kg.

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal havia parido há 40 dias da data do atendimento e que havia havia expulsado as membranas fetais no dia do parto, e que não havia demonstrado sinais de cio até o momento. O escore de condição corporal avaliado neste animal era de 2,75 em uma escala de um a cinco, sendo um magro e cinco obeso. A alimentação deste animal era à base de ração, silagem de milho e feno de azevém fornecido em canzil e sal mineral para vacas em lactação, disponibilizado a vontade em um cocho coberto. Além disso, também era disponibilizado pastejo para os animais em área de milheto e água a vontade, sendo que o animal era mantido juntamente com as demais vacas em lactação da propriedade.

Com o intuito de acompanhar a involução uterina após o parto e também verificar a saúde uterina deste animal, durante a visita mensal, foi realizado o exame reprodutivo pela palpação retal onde se evidenciou que os cornos uterinos estavam levemente contraídos e simétricos e ao exame ultrassonográfico, utilizando uma probe linear transretal na frequência de 5.0 MHz, se observou uma imagem ultrassonográfica com a presença de estrias hiperecóicas na luz uterinacaracterizando a presença de uma endometrite de grau I.

Após a realização do exame e a confirmação da enfermidade no animal, foi administrado por via intramuscular sincrocio®, no volume de 2 mL, correspondendo a 0,526mg de Cloprostenol sódico para o tratamento da patologia, sendo recomendado ao produtor que fizesse a observação de cio para que se pudesse realizar a inseminação artificial deste animal no cio subsequente.

(27)

26

Entrando em contato com o produtor, para saber informações a respeito do animal, o mesmo relatou que a vaca foi submetida à inseminação artificial e que até momento não demonstrou sinais de cio.

4.1.3 Resultados e discussões

As infecções uterinas são consequência de uma infecção ascendente que surge quando a cérvix encontra-se aberta, sendo no estro, parto ou na involução uterina no pós-parto (FOSTER, 2009).

Para Youngquist (1993), as vacas que passam por desequilíbrios na época do parto, devido à ocorrência de hipocalcemia, distocia e retenção de placenta, são mais predispostas a sofrer infecções uterinas, comparadas a vacas que tiveram parto normal. Sendo que normalmente após o parto destes animais, podem restar alguns fragmentos placentários dentro do útero, o que promove o meio para o estabelecimento da infecção (JONES et al., 2000). De acordo com a literatura, o animal do presente caso encontrava-se a 40 dias parida, no qual conforme relato do produtor, não ocorreu nenhum desequilíbrio como a hipocalcemia clínica, retenção de placenta e a distocia, onde possivelmente pode ter permanecido alguns fragmentos de placenta no útero deste animal, favorecendo a ocorrência da infecção.

Nas ultimas semanas que antecedem o parto, deve-se fornecer uma dieta cátion-aniônica negativa para as vacas, a qual tem como objetivo alterar o metabolismo do cálcio e assim prevenir a ocorrência de hipocalcemia clínica e subclínica. Essas duas doenças causam grandes prejuízos na atividade leiteira, podendo levar o animal a desenvolver outras patologias, como a retenção de placenta, prolapso de útero, deslocamento de abomaso e mastite (SANTOS, 2006).

Segundo Leblanc (2011), o balanço energético negativo e a perda de peso após o parto colaboram para a ocorrência de metrite e endometrite devido à ocorrência da retenção de placenta. Isso provoca uma redução das defesas imunológicas no animal, sendo que a imunidade promove um dos meios principais de solução para o útero devido à migração de neutrófilos e a atividade fagocítica e oxidativa de microrganismos. O fluxo adequado de neutrófilos para o útero é importante nos dias após o parto, pois auxiliam o apuramento de bactérias e lóquios prevenindo uma endometrite subsequente. O escore de condição corporal avaliado neste animal era de 2,75, o que condiz com a literatura, afirmando que a perda de peso no pós-parto deste animal pode ter sido decorrente do fator do balanço energético

(28)

27

negativo, predispondo assim a uma baixa da imunidade e favorecendo o desenvolvimento de uma endometrite de grau I.

Um dos métodos de diagnóstico a campo é a utilização da palpação retal em vacas, onde tem por objetivo acompanhar a involução uterina do pós-parto e também averiguar a saúde uterina dos animais de produção, sendo que no animal em estudo, foi evidenciado que os cornos uterinos estavam levemente contraídos e simétricos. Segundo Van Camp (2006) somente é possível diagnosticar as anormalidades da involução uterina por volta dos 10 a 15 dias depois do parto, onde assim todo o útero pode ser palpado se a involução for normal, sendo que por volta dos 40 a 50 dias depois do parto o útero do animal já se encontra em tamanho normal.

A endometrite de grau I ou CG I é caracterizado principalmente pela dificuldade na concepção com retorno regular ao cio, sendo evidenciado prolapso de primeiro anel cervical. Na CG II é evidenciado secreção mucopurulenta, sendo visualizada a eliminação pela vulva do animal, e pode ocorrer o retorno de cio após as inseminações. A endometrite de grau III difere-se das demais, onde há presença de secreção purulenta e pelo toque retal podem ser percebidas alterações, ocasionando relaxamento e aumento de tamanho do útero, e por fim a CG IV na qual pode ser considerada uma evolução da CG III, ou como piometra (GRUNERT, 1984). No animal do caso relatado não foi observado secreções pela vulva do animal, sendo que o animal não havia apresentado cio até o momento do exame, condizendo com a ocorrência de endometrite de grau I.

De acordo com Palhano (2008) deve-se avaliar no exame de palpação retal se os cornos uterinos apresentam um tamanho simétrico entre ambos, contração e se há presença de líquidos e detritos dentro do útero, sendo que atualmente com o uso da ultrassonografia, tornou a avaliação do sistema reprodutivo das fêmeas mais criteriosa quando comparado somente com a palpação retal.

Para Kähn (1994) a ultrassonografia é definida como ondas que infiltram nos tecidos, sendo transmitidas como ecos, os quais são captados pelo cristal e convertidos no aparelho em pontos brilhosos aparecendo no monitor, sendo que se observa uma sequência de imagens transversais ou longitudinais do útero, onde é possível detectar a agitação de fluídos, através de partículas ecogênicas que estão em suspenção no lúmen uterino. Conforme a intensidade de ecos que provem do tecido, este apresenta diferentes graus de ecogênicidade, onde a quantidade de ecos que refletem é denominada de hiperecogênicos os que apresentam um branco intenso, e anecogênicos os que têm uma imagem de coloração que varia do cinza ao preto, sendo assim o animal do presente caso apresentou uma imagem ultrassonográfica com

(29)

28

a presença de estrias hiperecogênicas na luz uterina, sendo diagnosticada a presença de uma endometrite de grau I.

O tratamento para endometrites que vem sendo empregado são com agentes luteolíticos derivados da PGF2α. Os análogos de PGF2α são indicados para tratamento de

infecções uterinas, nos quais tem por vantagem de não ter o descarte do leite quando comparado com a utilização de antibióticos por via intrauterina ou sistêmica (RODRIGUES et al., 2008).

Rebhun (2000) e Palhano (2008) asseguram que a utilização de prostaglandina (PGF2α) e outros análogos como o cloprostenol, induzem a uma luteólise do corpo lúteo

funcional no ovário, no qual há uma queda nos níveis plasmáticos de progesterona (P4), assim

levando ao retorno do estro no qual promove uma melhora do tônus uterino, contratilidade e na irrigação uterina, favorecendo assim a eliminação de restos celulares e secreções, o que auxiliam no tratamento da endometrite. No caso relatado o tratamento instituído foi com cloprostenol sódico, o qual é um análogo sintético da PGF2α, estando de acordo com a

bibliografia.

O cloprostenol é uma prostaglandina sintética, sendo mais potente em relação às prostaglandinas naturais. A dose recomendada é de 500 µg, administrada por via intramuscular (PAPICH, 2012). Sendo assim, no caso em estudo, foi utilizada esta dose e esta via, estando correta a conduta clínica.

Segundo Kahn (2008), na medida em que as vacas passam por mais ciclos estrais no pós-parto, a prevalência de endometrite diminui, devido à estimulação da contração uterina e a expulsão do exsudato uterino. No entanto a prevenção ainda continua sendo um dos meios que consiste em melhorar os índices reprodutivos nos animais, sendo que se deve promover a maior higiene possível no momento do parto e após o parto, pois neste período o animal está muito suscetível à entrada de microrganismos no útero (RODRIGUES et al., 2008).

4.1.4 Conclusão

Contudo, o diagnóstico através do exame ultrassonográfico foi importante para a fêmea bovina do caso relatado, a qual foi acometida pela patologia de endometrite de grau I, onde o tratamento instituído possibilitou a melhora do animal, liberando o mesmo para a reprodução.

(30)

29 4.1.5 Referências bibliográficas

FOSTER, R. A. Sistema Reprodutivo da Femea. In: McGAVIN, M. D.; ZACHARY, J. F.

Bases da patologia em veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. cap. 18. p.

1263-1315.

GRUNERT, E. Diagnostico e Terapêutica da Infertilidade na Vaca. Porto Alegre: Sulina, 1984. 174 p.

JONES, T. C. et al. Patologia Veterinária. 1. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2000. cap. 25. p. 1169-1244.

KAHN, C. M. Manual Merck de Veterinária. 9. ed. São Paulo: Rocca, 2008. 2301p.

KAHN, W. In: Veterinary Reproductive Ultrasonography, Mosby-Wolfe, London, 37 1994, p.256.

LEBLANC, S.J.; OSAWA, T.; DUBUC, J. Reproductive tract defense and disease in postpartum dairycows. Theriogenology, v. 76, n. 9, p. 1610-1618, 2011. doi:10.1016/ j.theriogenology. 2011.07.017.

MOURA, A. R. F. et al. Endometrite Subclinica após o tratamento de vacas com endometrite clínica. Archives of Veterinary Science. v.17, n.3, p.32-41, 2012.

PALHANO, H. B. Reprodução em Bovinos: Fisiopatologia, Terapeutica, Manejo e

Biotecnologia. 2.ed. Rio de Janeiro: L.F. livros: 2008. 250 p.

PAPICH, M. G. Manual Saunders terapêutico veterinário: pequenos e grandes animais. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2012. p. 600.

REBHUN, W.C. Doenças do gado leiteiro. In:______.Doenças infecciosas variadas. São Paulo: Roca, 2000 cap.14, p.581-583.

RODRIGUES, C. F. M. et al., Diagnostico e tratamento de endometrites em bovinos. Revista

Científica Eletônica de Medicina Veterinária. Ano VI, n.10, Jan. 2008 Periódicos

Semestral.

SANTOS, J. E. P. Distúrbios Metabólicos. In: BERCHIELLI, T. T. et al. Nutrição de

Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006. Cap. 15. p. 439-451.

VAN CAMP, S. D. Doenças do Sistema Reprodutor. In: SMITH, B. P. Medicina Interna de

Grandes Animais. 3.ed. Barueri, SP: Manole, 2006. cap. 41, p. 1038-1084.

YOUNGQUIST, R. S. Moléstias do Sistema Reprodutivo. In: SMITH, B. P. Tratado de

Medicina Veterinaria interna de grandes animais: molestias de equinos, bovinos, avinos e caprinos. São Paulo: Manole, 1993. Cap 41, p. 1351-1423.

(31)

30

5 CONCLUSÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária me promoveu uma grande experiência junto à formação acadêmica, levando a um crescimento pessoal devido ao contato direto com os produtores rurais e com os animais.

O estágio permite vivenciar o dia a dia e a realidade do cotidiano que o médico veterinário enfrenta na rotina de campo, no qual tem por desafios promover a melhora da qualidade de vida dos animais, onde exige muitas vezes uma conduta ética para a escolha do melhor tratamento a ser utilizado nos casos clínicos. Além disso, o estágio também agrega um crescimento pessoal devido à troca de conhecimento entre profissionais e produtores rurais, no qual é de extrema relevância para o futuro profissional.

Contudo, com a realização deste trabalho sobre a ocorrência de um caso de suspeita de tristeza parasitaria e leptospirose e outro sobre endometrite de grau I que foram acompanhados durante o estágio, conclui se que a ocorrência destes casos nos bovinos leiteiros esta associada muitas vezes a fatores que estão ligados principalmente ao manejo dos animais, sendo que a prevenção deve ser sempre preconizada para que se tenha êxito na produção de leite.

(32)

31

ANEXOS

(33)

32

Anexo 2- Resultado do exame de sangue para Leptospirose, pelo método de soro aglutinação microscópico com antígenos vivos.

Referências

Documentos relacionados

O blog publicado no endereço: <https://os-caminhos-da-romaria-em-campos-novos- sc.webnode.com> contém quatro seções: o início, que narra brevemente a história de Nossa

Essa tendência é comum para quase todas as classes de solos, onde apenas os dois perfis de Espodossolos, que compõe a parte final da sequência, apresentaram valores médios maiores

Propõe-se também um estudo comparativo sobre os resultados das duas metodologias de natureza diferente, a regressão linear e as redes neuronais artificiais, para

UP'reciação acerca dos procedimentos para garantir a reposição das atividades de /, np no, de graduação e de pós-graduação no âmbito da UFSC em decorrência da

Tem-se como propósito neste artigo responder o seguinte questionamento: Como os saberes a ensinar aritmética, sob concepção da forma da escolar, presentes no

 Apresentar Plano de Estudos/Atividades assinado pelo orientador ou coordenador de curso contendo lista de disciplinas pretendidas na universidade anfitriã e

Loschi et al.: Solar Tracking System Installed with photovoltaic (PV) Panels to Connection Grid Tie Low Voltage (Sunflower).. prototype and their strategies for achieving

A motivação do estudo e da análise deste tipo de estruturas traduz-se na verificação dos fenómenos de ovalização decorrentes do comportamento não linear e geométrico do