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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Gabriel Diel Schneider

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

EM MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS

2017

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1 Gabriel Diel Schneider

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, Área de Clínica e Reprodução de Bovinos, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Orientadora: Profª Med. Vet. Drª Denize da Rosa Fraga Supervisor: Med. Vet. Felipe Augusto Philippsen

Ijuí, RS 2017

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Gabriel Diel Schneider

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, Área de Clínica e Reprodução de Bovinos, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Aprovado em 18 de novembro de 2017:

______________________________________

Denize da Rosa Fraga, Drª (UNIJUÍ)

(Orientadora)

______________________________________

Maria Andreia Inkelmann, Drª (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2017

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3 AGRADECIMENTOS

Agradeço

... Deus por ter me dado o dom de poder amar e cuidar dos animais e por

estar findando mais um passo da extensa trajetória percorrida, pois sei que durante todos as ocasiões, principalmente nas mais difíceis, Deus esteve despontando qual o melhor caminho a percorrer.

... Meus pais Charles e Jussara, porque tudo que conquistei até hoje, devo a

vocês! Pois desde o primeiro momento em que decidi qual a carreira que queria seguir sempre me apoiaram para que esse sonho se tornasse realidade. Pai e Mãe! Eu amo vocês!

... Meus irmãos Davi e Guilherme, pela amizade, compreensão e apoio

sempre que precisei.

... Meus familiares que estiveram sempre na torcida para que esse dia

chegasse. E um agradecimento especial ao avô que mesmo não estando mais presente no meio de nós para ver esse sonho tornar-se realidade, tenho certeza que estará aplaudindo lá de cima a minha vitória.

... Minha namorada Thaís, pelo companheirismo, por depositar toda sua

confiança em mim e tornar meus dias mais alegres.

... Mestres por todos os ensinamentos, pela contribuição no meu

desenvolvimento como aluno, pessoa e profissional.

... Orientadora Denize da Rosa Fraga, pela orientação, preocupação,

subsídio e doutrinas transmitidos neste momento de convívio, e pelos ânimos dispensados para a concretização deste trabalho.

... Supervisor de estágio Felipe Philippsen, por todas oportunidades

oferecidas, pela confiança e ensinamentos que certamente levarei para minha vida.

... Amigos, amigas e colegas que permaneceram do meu lado durante esta

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5 RESUMO

Relatório de Graduação Curso de Medicina Veterinária Departamento de Estudos Agrários

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

AUTOR: Gabriel Diel Schneider ORIENTADORA: Denize da Rosa Fraga

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica e Reprodução de Bovinos, com ênfase em Reprodução de Bovinos de Leite. A realização ocorreu em fazendas produtoras de leite na região noroeste do RS. No período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017, totalizando 150 horas de atividades. A supervisão interna ficou a cargo do Médico Veterinário Felipe Augusto Philippsen e sob a orientação da professora Doutora Médica Veterinária Denize da Rosa Fraga. As atividades desenvolvidas durante o estágio tiveram como objetivo principal a aplicação prática do conhecimento teórico adquirido durante a graduação. Assim tendo oportunidade de presenciar muitas experiências como o acompanhamento da evolução dos casos atendidos, do conhecimento da rotina e das condutas clínicas mais utilizadas. As atividades desenvolvidas serão expressas em forma de tabelas, sendo nestas especificadas as atividades acompanhadas tais como ações preventivas, ocorrências clínicas e cirúrgicos, procedimentos de induções hormonais de cio e avaliações reprodutivas com diagnósticos e acompanhamento da situação do trato reprodutivo das fêmeas bovinas. Será relatado neste trabalho um protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), procedimento com maior percentual de execução durante a realização do estágio. O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária proporcionou grande aprendizado junto à formação acadêmica, favorecendo o crescimento pessoal e profissional. O desafio de promover o desenvolvimento e a máxima produção das propriedades rurais, contando com a qualidade de vida dos animais, exige uma conduta ética profissional frente à tomada de decisões, favorecendo assim o crescimento do produtor rural e da sua propriedade.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 11 Tabela 2 – Diagnósticos de gestação realizados em fêmeas bovinas durante o

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 11 Tabela 3 – Situação reprodutiva das fêmeas bovinas examinadas por

ultrassonografia, via transretal, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 11 Tabela 4 – Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 12 Tabela 5 – Procedimentos cirúrgicos em bovinos realizados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 12 Tabela 6 – Atividades de medicina preventiva em bovinos acompanhadas

durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 ... 12

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7 LISTA DE FIGURAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 11

3 PROTOCOLO DE 10 DIAS PARA INSEMINAÇÃO EM TEMPO FIXO DE VACAS LEITEIRAS ... 13 3.1 Introdução ... 13 3.2 Metodologia e resultados ... 15 3.3 Discussão ... 17 3.4 Conclusão ... 23 3.5 Referências bibliográficas ... 24 4 CONCLUSÃO... 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 27

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9 1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária apresenta-se como uma sistematização teórica e prática de todo aprendizado adquirido durante a graduação sendo de suma importância na formação acadêmica, pois propicia a oportunidade de se vivenciar e exercer o cotidiano profissional.

O estágio foi realizado em diversas fazendas de criação de bovinos leiteiros, no estado do Rio Grande Do Sul, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017, totalizando 150 horas de atividades na área de clínica e reprodução de bovinos de leite. A supervisão interna ficou a cargo do Médico Veterinário Felipe Augusto Philippsen e sob a orientação da professora Dra. Denize da Rosa Fraga.

Durante a assistência técnica prestada nas propriedades foi realizado o manejo reprodutivo, através de visitas do Médico Veterinário, ocorrendo em períodos médios de intervalo de 30 a 40 dias, onde era efetivada pelo profissional uma avaliação de todos animais aptos para a reprodução, assim como avaliou-se animais em período de espera e que necessitavam confirmação de gestação. O controle de dados dos animais de cada propriedade foi realizado através de planilhas do Excel.

Em animais aptos a reprodução foi utilizada a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A IATF é um método que permite inseminar um grande número de vacas no mesmo dia em hora pré-determinada, sem a necessidade de observação de cio. Esta biotécnica reprodutiva é aplicada no rebanho através de fármacos que controlam e sincronizam o ciclo estral e a ovulação, assim reduzindo a mão de obra e concentrando as atividades.

O protocolo hormonal de sincronização de cio era efetivado em vacas com aptidão leiteira, para posterior IATF. A escolha do sêmen geralmente era realizada pelo produtor, sendo utilizado sêmen de touros registrados em centrais de coleta principalmente das seguintes empresas: CRV Lagoa®, CRI®, ABS Pec Plan®, Alta

Genetics®, Semex® e Select Series®. Essas centrais de coleta de sêmen são

responsáveis pela avaliação e classificação de touros de acordo com a herdabilidade prevista de transmissão (PTA). Na maioria das propriedades para obtenção de crias com maior potencial de produção e reprodução a opção de escolha do touro baseava-se nos seguintes critérios: animais que possuíam características destinadas à produção leiteira e que detinham bom histórico reprodutivo eram selecionados

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touros leiteiros, para as fêmeas com dificuldade reprodutiva utilizavam-se touros de corte com o intuito de reduzir os custos com a compra de sêmen.

Após transcorridos em média 30 dias do procedimento de IATF, realizava-se o diagnóstico de gestação por ultrassonografia, que servia para avaliar as taxas de prenhez do protocolo utilizado e também para avaliar a necessidade de reprotocolar animais vazios. Vacas vazias eram reprotocoladas e inseminadas por até seis vezes, no entanto animais que após esse processo não confirmassem a gestação, por sugestão do Médico Veterinário eram encaminhados ao descarte. Dentre as principais causas de descarte destacavam-se os problemas reprodutivos, baixa produção de leite e a ocorrência de mastite, características relacionadas diretamente com a herdabilidade genética. Porém, em animais com alta genética produtiva, mesmo com muitas inseminações e sem concepção, poderiam ser induzidos à lactação.

Em algumas propriedades o Médico Veterinário era contratado mensalmente, ficando sob sua responsabilidade todos os manejos realizados nos animais.

As atividades desenvolvidas durante o estágio supervisionado em Medicina Veterinária tiveram como objetivo principal a aplicação prática do conhecimento teórico adquirido durante a graduação. Assim tendo oportunidade de presenciar muitas experiências como o acompanhamento da evolução dos casos atendidos, do conhecimento da rotina e das condutas clínicas mais utilizadas, formando assim um senso crítico pessoal que levarei para a minha formação profissional.

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11 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, serão apresentadas resumidamente na Tabela 1 sendo especificadas nas Tabelas 2 a 6.

Tabela 1 – Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017

Resumo das atividades n %

Diagnóstico de gestação

Inseminação artificial em tempo fixo Atendimentos clínicos

Procedimentos cirúrgicos Medicina preventiva de rebanho

940 340 114 32 25 65,00 23,00 8,00 2,20 1,80 Total 1451 100,00

Tabela 2 – Diagnósticos de gestação realizados em fêmeas bovinas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017

Atividades reprodutivas n %

Ultrassonografia via transretal Palpação retal

Exame vaginal (vaginoscopia)

940 120 1 88,60 11,30 0,10 Total 1061 100,00

Tabela 3 – Situação reprodutiva das fêmeas bovinas examinadas por ultrassonografia, via transretal, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017 Situação reprodutiva n n* % Vazia Prenhe 325 60 185 370 33,34 66,66 Total 385 555 100,00

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Tabela 4 – Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017

Atendimentos clínicos n %

Cisto ovariano

Endometrite pós-puerperal catarral (grau I)

Endometrite II pós-puerperal muco purulenta (grau II) Endometrite III pós-puerperal purulenta (grau III) Retenção de placenta 68 19 12 8 7 60,00 17,00 10,00 7,00 6,00 Total 114 100,00

Tabela 5 – Procedimentos cirúrgicos em bovinos realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017

Procedimentos cirúrgicos N % Amochamento térmico Orquiectomia 30 2 94,00 6,00 Total 32 100,00

Tabela 6 – Atividades de medicina preventiva em bovinos acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e reprodução de bovinos, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017

Atividades de medicina preventiva n %

Vacinação para brucelose 25 100,00

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13 3 PROTOCOLO DE 10 DIAS PARA INSEMINAÇÃO EM TEMPO FIXO DE VACAS LEITEIRAS

3.1 Introdução

O leite é produzido no Rio Grande do Sul desde a ocupação do território e da introdução do gado bovino. No entanto, apenas com a chegada dos imigrantes no século XIX e o povoamento mais denso do estado, o leite tornou-se um importante componente do consumo das populações. Desta forma, o desenvolvimento da atividade como forma de comércio é iniciado com o crescimento dos centros urbanos, motivando a exploração intensiva da bovinocultura, sendo que os primeiros sinais de organização da atividade datam de 1936 (MEDEIROS, 2015). Nas décadas de 50 e 60, o mercado leiteiro começou a passar por um processo de transformação, com a implementação das estradas, a instalação da indústria de equipamentos, surgimento do leite B, as inovações nas embalagens (descartáveis) e a vinda das multinacionais (VIANA; FERRAS, 2007).

De acordo com uma análise feita de 1970 a 2014 observou-se a evolução da produção leiteira no Brasil podendo verificar que a produção leiteira vem em constante crescimento, sendo que, o aumento da quantidade produzida anualmente no Brasil foi de 458%, passando de 6,3 bilhões de litros em 1970 para 35,17 bilhões de litros em 2014 destacando a região Sul e Sudeste que permanecem sendo as maiores produtoras (MEDEIROS, 2015). A Região Sul, foi pela primeira vez à região com maior produção do país em 2014, responsável por 35,2% da produção nacional, enquanto a região Sudeste produziu 34% do total (IBGE, 2015). Segundo Maia et al. (2013) verificou-se, por meio dos dados da Pesquisa Pecuária Municipal, que uma vaca brasileira que produzia, em 1974, uma média de 655 litros de leite ao ano e passou à produção de 1.381 litros ao ano, em 2011, confirmando o aumento de produtividade.

Segundo o levantamento top 100 de 2017, o Rio Grande do Sul está em 5º lugar no ranking dos estados mais produtores do Brasil, ficando atrás de Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Goiás. Os 100 maiores produtores de leite em 2016 apresentaram média de 16,238 litros/dia, volume cerca de 5% a mais que a média de 2015 (MILKPOINT, 2017).

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A produção de leite é principal fonte de renda das fazendas leiteiras, e está diretamente ligada à parição das matrizes. Tendo como objetivo primordial, alcançar a máxima produção de leite por dia de vida da vaca, a um baixo custo alimentar, significa que as vacas devam parir em intervalos regulares, devendo portanto, serem inseminadas e tornarem-se gestantes em períodos restritos de tempo. Caso a concepção seja atrasada, a ineficiência reprodutiva pode levar à ineficiência na produção de leite, comprometendo economicamente a atividade (MOTA; SANTOS, 2001).

A lucratividade da atividade pode ser avaliada pelos índices zootécnicos, uma vez que eles estão relacionados à produção. Assim, produtores e técnicos devem estar atentos para coletar e calcular os dados. Informações como a produção de leite, duração da lactação, idade ao primeiro parto, período de serviço e intervalo entre partos, permitem identificar pontos que apresentam maior desvio em relação a uma situação desejável, identificando os pontos de estrangulamento, maximizando a produção e minimizando os custos (LOPES, 2009).

A rentabilidade da produção também é influenciada pelo gerenciamento da fazenda, eficiência alimentar, saúde dos animais e principalmente pela reprodução, por essa ser responsável pela lactação. Além do manejo, questões fisiológicas e ambientais também influenciam na reprodução, como a eficiência na detecção do cio, idade, dias em lactação, condição corporal, problemas de parto, doenças metabólicas e uterinas, falhas da fisiologia reprodutiva e bem estar animal (TRIANA; JIMENEZ; TORRES, 2012). A eficiência reprodutiva de um rebanho é um dos componentes mais importantes na performance econômica de uma propriedade de produção de leite (LEITE; MORAES; PIMENTEL, 2001).

A inseminação artificial (IA) consagrou-se mundialmente e provou ser viável tanto na técnica como economicamente para acelerar o ganho genético e o retorno econômico da atividade. Dentre suas vantagens, destacam-se a padronização do rebanho, o controle de doenças sexualmente transmissíveis, a organização do trabalho na fazenda, a diminuição do custo com a manutenção e reposição de animais (ASBIA, 2010; CASTILHO, 2015). Após aprimorou-se esta técnica, retirando a necessidade de observar cio, denominando a mesma de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) (PURSLEY; KOSOROK; WILTBANK, 1997).

A IATF baseia-se na indução dos eventos reprodutivos fisiológicos de fêmeas por meio da manipulação hormonal exógena. Visando minimizar a observação de cio

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e otimizar o manejo e uso de mão-de-obra, foram desenvolvidos protocolos de sincronização da ovulação, os quais auxiliam na indução da ciclicidade, permitem a inseminação, de todos os animais em horário pré-fixado. Além disso, permitem que os animais sejam trabalhados em grupos. Para garantir sucesso e bons resultados nos programas de IATF, são necessários alguns pré-requisitos para a sua implantação. Dentre eles, destacam-se: controle sanitário do rebanho; bom manejo nutricional; bem-estar animal; mão-de-obra especializada; e avaliação geral e ginecológica periódica das fêmeas (CASTILHO, 2015; PURSLEY; KOSOROK; WILTBANK, 1997; VASCONCELOS, 2000; VASCONCELOS et al., 2007).

Um protocolo de sincronização deve ser de fácil aplicação, ter alta probabilidade de sucesso, ser economicamente viável em relação custo e benefício ao produtor e ser administrado num curto período de tempo (VASCONCELOS et al., 2007). Segundo Camargo et al. (2015), atualmente no Brasil vários métodos de IATF para gado leiteiro estão disponíveis no mercado.

Dentre os protocolos utilizados destaca-se o que será detalhado na discussão do presente trabalho. Este relato tem por objetivo principal discutir o uso de um protocolo de inseminação em tempo fixo empregado para fêmeas produtoras de leite, de 10 dias de manejo, abordando aspectos em relação ao manejo reprodutivo de rebanhos de bovinos leiteiros e os hormônios utilizados.

3.2 Metodologia e resultados

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado em diversas fazendas de criação de bovinos leiteiros, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no período de 17 de julho a 18 de agosto de 2017.

A seleção dos animais destinados para o protocolo de inseminação artificial em tempo fixo era realizada através de exames ginecológicos com auxílio de um aparelho de ultrassonografia (Kaixin 5200®), com transdutor linear retal e frequência

6,5 Mhz. Vacas em lactação, a partir de 45 dias de parida eram avaliadas quanto a saúde uterina e ovariana. Apenas fêmeas sadias que apresentaram bom potencial de fertilização eram liberadas para serem protocoladas, buscando alcançar um intervalo parto concepção de 60 dias. Outro ponto avaliado era o escore de condição corporal, desta forma, fêmeas com escore de 2,5 a 3,0 (onde 1 é um animal extremamente magro e 5 obeso) foram incluídas no protocolo. E ainda havia um

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cuidado maior com o calendário de vacinação, que deveria estar em dia para iniciar as sincronizações nas propriedades. O protocolo utilizado, com os nomes comerciais dos fármacos utilizados esta detalhado na Figura 1. Este protocolo era empregado por dez dias e incluía quatro manejos dos animais.

Figura 1 – Protocolo de inseminação artificial para vacas leiteiras

O protocolo de sincronização de cio utilizado em rebanhos leiteiros consistia em: Dia zero (D0) implante intravaginal (IVG) de liberação lenta de progesterona (CIDR®), equivalente a 1,9 g de progesterona, aplicação intramuscular (IM) de 2 mL

de SINCRODIOL®, equivalente a 2 mg de benzoato de estradiol e 2,5 mL de

SINCROFORTE®, equivalente a 0,0105 mg de acetado de busorelina; Dia sete (D7)

aplicação IM de 2 mL de SINCROCIO®, equivalente a 0,526 mg de cloprostenol

sódico; Dia oito (D8) era realizada a remoção do implante de progestágeno e aplicada via IM 0,5 mL de E.C.P.®, equivalente a 1 mg de cipionato de estradiol e 2

mL de SINCROCIO®; Dia dez (D10) é realizada a IATF.

Os índices de avaliação dos animais incluídos no presente protocolo eram calculados pelo Médico Veterinário, desta forma, os números médios de taxa de concepção ficavam em torno de 67%.

O produtor era aconselhado a realizar os manejos de aplicação de hormônios e a inseminação nos mesmos horários, levando em consideração a hora em que foi iniciado o protocolo hormonal no primeiro dia. Também era aconselhado a utilização de agulhas e seringas estéreis para cada hormônio utilizado.

Posteriormente transcorridos 30 dias da inseminação, eram realizados os exames para o diagnóstico de gestação através da ultrassonografia transretal. Esta técnica era realizada com o uso do aparelho da marca (Kaixin 5200®), com

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confirmada era realizada uma avaliação mensal da situação reprodutiva, a cada visita.

3.3 Discussão

A eficiência reprodutiva de um rebanho é um dos componentes mais importantes na performance econômica de uma propriedade de produção de leite. Um baixo desempenho reprodutivo determina menor produção de leite e de terneiros, diminuição da renda e incremento nas despesas de manutenção com vacas secas, maiores taxas de descarte e maior número de doses de sêmen necessárias por concepção (LEITE; MORAES; PIMENTEL, 2001).

Segundo Bergamaschi, Machado e Barbosa (2010), para alcançar a máxima produção de leite por dia de vida da vaca, ela deve parir em intervalos regulares de 12 a 14 meses. Intervalos entre partos mais longos causam comprometimento econômico, já que a próxima parição será retardada, e atrasará a nova lactação. Sartori (2007), relata que para se ter um bom desempenho produtivo e reprodutivo, há a necessidade da redução do intervalo entre partos através da inseminação ou monta natural de vacas e consequente gestação o mais cedo possível após o período voluntário de espera no pós-parto. A necessidade de alta produção de leite e bezerros é fundamental para que a fazenda leiteira sobreviva e seja capaz de gerar lucros para o produtor. Desta forma, os trabalhos realizados com inseminação em tempo fixo durante o estágio buscavam diminuir o intervalo entre partos e aumentar a número de animais em lactação, além do número de bezerros produzidos por ano.

O período de serviço é o tempo decorrido entre o parto e a próxima concepção. O intervalo médio entre esses dois acontecimentos é de 85 a 115 dias. Quanto mais cedo ocorrer a concepção, maior será a produção de leite por dia de intervalo de partos e durante a vida produtiva do animal (BERGAMASCHI; MACHADO; BARBOSA, 2010). Ferreira et al. (2001) citam que para cada mês em que o intervalo entre partos aumenta acima dos 12 meses, se perde cerca de 8,33% da produção de leite.

Segundo Carvalho et al. (2015), para garantir um intervalo de partos próximo a 12 meses, as vacas devem ser inseminadas e tornarem-se gestantes entre 45 e 135 dias de lactação (média de 85 dias de período de serviço). No intervalo

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parto-concepção, se deve considerar o prazo de involução uterina que em média dura 40 dias, restando apenas outros 40 dias em média para uma nova concepção (HAFEZ; HAFEZ, 2003). Nas propriedades assistidas durante o estágio buscava-se um intervalo entre parto e concepção de aproximadamente 60 dias, durante os quais deve ocorrer a involução do útero, a retomada da atividade ovariana e o estro detectado.

Segundo Hafez e Hafez (2003), o período pós-parto é um momento na vida produtiva da vaca que ocorre após o parto e persiste até o restabelecimento da condição normal de uma fêmea não prenhe, ele caracteriza-se pela ocorrência de alterações fisiológicas no organismo do animal para prepará-lo para uma nova gestação. Neste momento alguns animais entram no período de anestro pós-parto, o qual significa um estado de completa inatividade sexual sem manifestações de cio pela redução da atividade ovariana, provocada por mudanças estacionais no ambiente físico, deficiências nutricionais, estresse da lactação e envelhecimento. Segundo Silveira et al. (2010), em protocolos de IATF o correto é utilizar fêmeas acima de 45 dias pós-parto, para que as matrizes consigam realizar o restabelecimento corporal e reprodutivo, por isto apenas fêmeas com mais de 45 dias eram protocoladas.

Ainda conforme Hafez e Hafez (2003), o primeiro cio detectável ocorre por volta de 35 dias após o parto, no entanto as vacas leiteiras são inseminadas ou cobertas 50 dias após o parto e devem conceber depois de 80 dias para manter um intervalo entre partos de 12 meses. Segundo Leite, Moraes e Pimentel (2001), os melhores índices de fertilidade são obtidos com serviços a partir dos 60 dias pós-parto. Os trabalhos realizados nas propriedades acompanhadas eram iniciados em média com 45 dias após o parto, onde os animais eram avaliados pela técnica de ultrassonografia, neste momento, apresentando-se saudáveis eram liberados para a reprodução.

A seleção de fêmeas para inclusão no protocolo era realizada também por meio da avaliação nutricional através do julgamento do escore de condição corporal. Segundo Machado et al. (2008) o escore de condição corporal (ECC) estima o estado nutricional dos animais por meio de avaliação visual ou tátil e representa uma ferramenta importante de manejo. Ele é calculado numa escala de 1 a 5, onde 1 é a vaca magra e 5 é a vaca extremamente gorda. Do ponto de vista reprodutivo, em

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vacas leiteiras é muito importante acompanhar a condição corporal em ocasiões estratégicas, tais como no final da gestação e no pós-parto.

Com estas informações estima-se que os animais com bom escore corporal (3,25 a 3,75) apresentam melhor desempenho produtivo, melhor fertilidade e saúde geral. Segundo Castilho (2015), vacas magras ao parto apresentam intervalos mais longos até o primeiro estro pós-parto, em decorrência da maior sensibilidade hipotalâmica ao estradiol, culminando com secreção insuficiente de gonadotrofinas para manter o crescimento folicular. De acordo com Short e Adams (1987) a partição dos nutrientes energéticos no organismo dos animais é voltada principalmente para o metabolismo basal e crescimento, em segundo plano ocorre a partição voltada para a manutenção da prenhez, lactação e ciclicidade estral. Nas propriedades assistidas a seleção dos animais era baseada no escore de condição corporal, onde animais classificados com ECC acima de 2,5 já eram incluídos no protocolo. Essa decisão era baseada na fisiologia reprodutiva, levando em consideração que animais classificados com ECC inferior a 2,5 apresentam taxas de ovulação reduzida.

Além do critério nutricional, preconizava-se a avaliação reprodutiva prévia, pois conforme Castilho (2015), o manejo sanitário para o gado leiteiro deve ser eficiente a fim de evitar que os animais venham a contrair doenças que possam prejudicar a sua produção leiteira e a eficiência reprodutiva do rebanho, causando prejuízos ao produtor. Nos animais diagnosticados como aptas à reprodução os gastos com hormônios serão menores e a fertilidade das fêmeas serão muito maiores, consequentemente, resultando em taxas de prenhez significativamente maiores. Em todas as propriedades em que eram realizados acompanhamentos mensais, antes de iniciar os trabalhos diretos com a reprodução, também verificava-se o calendário de vacinação, que obrigatoriamente era respeitado.

Uma alternativa de manejo reprodutivo que tem sido utilizada para tentar contornar o problema da baixa taxa de serviço no pós-parto é a inseminação artificial em tempo pré-determinado ou IATF, sem a necessidade de observação de cio. Ao utilizar-se IATF a taxa de serviço pode chegar a 100%, pois todas as vacas disponíveis para IA podem ser inseminadas, a menos que haja problemas sanitários (PURSLEY; KOSOROK; WILTBANK, 1997). Nesse contexto, as técnicas de IATF se mostram valiosas ferramentas, pois dispensam a necessidade de observação de cio, tornando a atividade mais eficiente.

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O protocolo utilizado foi o de dez dias e de quatro manejos, por apresentar um período bom de tempo para a ação dos hormônios, uma menor janela de ovulação e por facilitar o manejo dos animais, tornando-se uma opção viável. Segundo Vasconcelos e Meneghetti (2006), visando minimizar a observação de cio e otimizar o manejo e uso de mão de obra foram desenvolvidos protocolos de sincronização da ovulação, que além de auxiliarem na indução da ciclicidade, permitem a inseminação artificial, de todos os animais, em horário pré-determinado, contornando os desafios da observação de cio.

De acordo com o protocolo utilizado, iniciava-se o manejo contando como D0, onde era introduzido o implante intravaginal de liberação lenta de progesterona (CIDR®), sendo mantido por 8 dias. Esses implantes podem ser mantidos por um

período de 7 a 12 dias, tendo como finalidade manter altos os níveis de progesterona circulantes e suprimir a liberação endógena do pico de hormônio luteinizante, simulando a fase luteínica do ciclo estral (COMPÊNDIO DE REPRODUÇÃO ANIMAL, [s.d.]). Uma das vantagens dos tratamentos à base de progestágenos, é que eles são capazes de induzir a ciclicidade em vacas em anestro. Nestes animais, o progestágeno sensibiliza o eixo hipotálamo-pituitário-gonadal e induz a formação de um corpo lúteo de duração normal. Além disso, o progestágeno provoca aumento da frequência de liberação pulsátil de hormônio luteinizante, promovendo melhor desenvolvimento do folículo dominante (CASTILHO, 2015).

A progesterona desempenha algumas funções como: preparar o endométrio para a implantação e manutenção da prenhez, com aumento da atividade das glândulas secretoras do endométrio e inibição de motilidade do miométrio; inibe o cio e a onda do pico pré-ovulatório, por isso tem um papel fundamental na regulação hormonal do ciclo estral (HAFEZ; HAFEZ, 2003).

Ainda conforme Castilho (2015), os protocolos de sincronização objetivam induzir a emergência de uma nova onda de crescimento folicular, controlar a duração do crescimento folicular até o estágio pré-ovulatório, sincronizar a inserção e a retirada da fonte de progesterona exógena e induzir a ovulação sincronizada em todos os animais simultaneamente. Segundo Baruselli e Seneda (2010), a fertilidade no cio induzido é semelhante à do estro natural.

Ao colocar o implante vaginal, no dia zero, também foi realizada a aplicação intramuscular de 2 mL de benzoato de estradiol, na dose de 1 mg/mL e 2,5 mL de

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hormônio liberador das gonadotrofinas na dose de 0,01 mg/mL. Diversos protocolos citam a associação de progestágenos a outros hormônios, como o benzoato de estradiol e hormônio liberador de gonadotrofinas. Os estrógenos quando administrados na presença de progesterona endógena (produzido pelo corpo lteo) ou exógena (liberado pelos implantes), causam a diminuição dos níveis circulantes de hormônio folículo estimulante e hormônio luteinizante provocando regressão dos folículos gonadotróficos dependentes. Após a metabolização e a diminuição das concentrações plasmáticas de estradiol, verificam-se elevações nas concentrações de hormônio folículo estimulante e subsequente emergência de uma nova onda de crescimento folicular (BARUSELLI; SENEDA, 2010). Segundo Madureira (2000) recomenda-se a aplicação de 1,0 a 2,0 mg de benzoato de estradiol no momento da colocação dos implantes. O principal objetivo do uso do benzoato de estradiol é provocar a atresia nos folículos dominantes e sincronizar a emergência da nova onda folicular.

Segundo Vasconcelos (2000) o hormônio liberador das gonadotrofinas provoca a liberação do hormônio luteinizante pela hipófise anterior, que atua diretamente no folículo dominante, causando a ovulação. Em contrapartida, a progesterona em níveis elevados na circulação, mantém a secreção de hormônio liberador das gonadotrofinas em níveis basais, consequentemente não ocorre picos de liberação das gonadotrofinas (FSH e LH), mantendo-as em níveis baixos devido ao bloqueio do centro pré-ovulatório, sendo assim, o animal não demonstra estro. Por este fato é realizada a associação do hormônio liberador das gonadotrofinas ao implante de progesterona, tendo como objetivo manter altos níveis de progesterona circulante e a formação de um novo ciclo.

O segundo manejo do protocolo no D7, é baseado na aplicação intramuscular de 2 mL de prostaglandina na dose de 0,520 mg. A administração de prostaglandina tem como objetivo provocar a regressão do corpo lúteo acessório ou folículo luteinizado pelo hormônio liberador de gonadotrofinas (CASTILHO, 2015). Segundo Madureira (2000) quando injetada a prostaglandina, induz a regressão morfológica e funcional do corpo lúteo permitindo o crescimento e a ovulação do folículo dominante, num período de dois a seis dias. Conforme Baruselli e Seneda (2010) é preconizada a aplicação de prostaglandinas juntamente aos tratamentos à base de progestágenos para indução da luteólise e queda abrupta dos níveis endógenos de progesterona, simulando as condições fisiológicas encontradas no final do diestro.

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O próximo manejo do protocolo, considerado o terceiro manejo, no D8 era realizada a remoção do implante de progestágeno e aplicação de mais uma dose, via intramuscular, de 2 mL de prostaglandina, equivalente a 0,520 mg. Segundo Baruselli e Seneda (2010), recomenda-se a administração de prostaglandina no momento da retirada dos dispositivos de progesterona para evitar que os níveis de progesterona permaneçam elevados e bloqueiem a ovulação. Segundo Spinosa, Górniak e Palermo Neto (2014), na segunda dose a prostaglandina atuará na destruição do corpo lúteo, diminuindo as concentrações séricas de progesterona e, consequentemente, realizando um feedback positivo para liberação de hormônio folículo estimulante e início de um novo ciclo. A finalidade do uso de duas doses consecutivas de prostaglandina, é que o copo lúteo se apresentará em processo final de regressão favorecendo assim reduzir a concentração de P4 no momento da inseminação e uma melhor ação do hormônio luteinizante sobre o folículo, que induzirá a ovulação.

Juntamente ao D8 é realizada a administração de 0,5 mL de cipionato de estradiol na dose de 2 mg/mL. Segundo Spinosa, Górniak e Palermo Neto (2014) o cipionato de estradiol possui uma absorção mais retardada e o maior tempo de meia-vida, comparado com o benzoato de estradiol. A administração do cipionato deve ser realizada no momento da remoção do implante de progesterona e associado a uma dose de prostaglandina favorecendo assim a inseminação num período de 48 horas. A justificativa do uso do cipionato de estradiol no momento da remoção do implante é que o mesmo agirá como indutor da ovulação, através da liberação de hormônio luteinizante para a maturação do folículo e posterior ovulação. O D10 do protocolo é marcado pela inseminação artificial em tempo pré-fixado, aproximadamente 48 horas após a retirada do implante de progesterona. Para a realização da técnica de inseminação artificial o produtor deve estar habilitado ou contratar um técnico capacitado que possua todos os equipamentos necessários e que siga todos os passos para garantir o sucesso do procedimento.

Os diagnósticos de gestação para confirmar a prenhez dos animais protocolados eram realizados com 30 dias após a inseminação artificial, com o uso do equipamento de ultrassonografia. O uso da ultrassonografia transretal para avaliar o estado de prenhez no início da gestação está entre as aplicações mais práticas do ultrassom para reprodução de bovinos leiteiros. Utilizando-se técnicas de varredura, pode-se obter uma precisão de mais de 99%, permitindo rápida

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identificação de problemas de fertilidade (COMPÊNDIO DE REPRODUÇÃO ANIMAL, [s.d.]). Segundo Barbosa et al. (2011), o diagnóstico da gestação por ultrassonografia aos 28 dias após a inseminação objetiva identificar as vacas prenhes precocemente e propiciar a reinseminação das vazias, reduzir o intervalo entre as inseminações e, desse modo, o intervalo do parto à concepção. Segundo Pugliesi et al. (2017), atualmente o uso do ultrassom na prática reprodutiva bovina se concentra para o diagnóstico de gestação a partir de 28 dias, avaliação de ciclicidade, e diagnóstico de afecções reprodutivas como cistos ovarianos e infecções uterinas no período pós-parto. No presente caso, a ultrassonografia permitia que os diagnósticos fossem realizados em um menor tempo comparado com outras técnicas, auxiliando assim na eficiência reprodutiva da propriedade.

A avaliação dos dados como a taxa de concepção era realizada na visita seguinte a inseminação. Esses dados são de extrema importância para a estimar o número de animais que conceberam após a realização da inseminação. De acordo com a literatura, o ideal é a obtenção de mais de 50% na eficiência da concepção. E estes dados podem ser comprometidos pela baixa qualidade do sêmen, balanço energético negativo, afecções uterinas e ovarianas e pela própria técnica de inseminação (RADOSTIS; BLOOD; GAY, 1994).

Sendo assim, para que a fazenda leiteira consiga maximizar a sua produção, critérios básicos devem ser respeitados na vida produtiva de seus animais. Os quais devem expressar toda a sua capacidade produtiva e reprodutiva, desde que estejam livres de doenças, estresse térmico e calórico (PALHANO, 2008). A utilização de biotecnologias da reprodução para o sucesso da fazenda leiteira vem aumentando significativamente nos últimos anos. Numerosos trabalhos são realizados diariamente por profissionais e produtores com o intuito de melhorar os indicies produtivos e reprodutivos de propriedades produtoras de leite. Com isso, os avanços das biotecnologias da reprodução, como o uso da IATF, têm mostrado significativas melhoras diminuindo o intervalo entre partos e aumentando a produção leiteira.

3.4 Conclusão

O protocolo de IATF descrito neste relatório, mostrou-se eficaz pois propicia ao produtor rural atingir a eficiência reprodutiva. No entanto, atualmente, não existe um melhor protocolo para a sincronização ou indução de estro para os animais de

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produção. E sim, propriedades que se encaixam no melhor planejamento hormonal para melhorar o status reprodutivo de seus rebanhos.

3.5 Referências bibliográficas

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4 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi um período de grande proveito e aprendizado, sendo essencial para conclusão da formação acadêmica, favorecendo o crescimento pessoal e profissional. As atividades desenvolvidas durante o estágio tiveram como objetivo principal a aplicação prática do conhecimento teórico adquirido durante a graduação. Assim tendo oportunidade de presenciar muitas experiências como o acompanhamento da evolução dos casos atendidos, do conhecimento da rotina e das condutas clínicas mais utilizadas.

O desafio de promover o desenvolvimento e a máxima produção das propriedades rurais, contando com a qualidade de vida dos animais, exige uma conduta ética profissional frente à tomada de decisões, favorecendo assim o crescimento do produtor rural e da sua propriedade. Desta forma, se finda o estágio curricular com efeito positivo, devido aos conhecimentos teóricos, práticos e éticos adquiridos durante o acompanhamento na área de clínica e reprodução de bovinos leiteiros.

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