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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - ANAE - Associação Nacional de Animação e Educação (Caldas da Rainha)

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I

Animação Sociocultural

Relatório de Estágio

Pedro Miguel Magalhães Figueiredo

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II

Ficha de Identificação

Nome

Pedro Miguel Magalhães Figueiredo

Número

5006763

Estabelecimento de Ensino

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto

Nome do orientador da ESECD

Nelson Clemente Santos Dias Oliveira

Organização

ANAE - Associação Nacional de Animação e Educação

Morada Postal - Rua Eça de Queirós nº 17 2º Dto. 2500-824 Caldas da Rainha

Morada Sede - Rua D. Manuel F.F. Freire da Câmara, Escola nº 1 – 1º andar. 2500-184

Caldas da Rainha

Data de início de estágio curricular

11 de julho de 2011

Data de fim de estágio curricular

11 De outubro de 2011

Nome dos tutores na entidade de estágio

Bruno Frederico Barrelas Prates Ferreira Luís Miguel Gonçalves Oliveira

(4)

III

Hino da Ludicidade

Passamos as férias na Ludicidade, Com os nossos amigos cheios de vontade, Entramos de manhã e saímos à tarde, Somos crianças com criatividade,

Pintar, desenhar e muito brincar, A felicidade está sempre a bombar, Passeios na praia e banhos no mar, Com o papagaio vamos voar,

Adoramos cá estar e somos brincalhões, Temos quatro oficinas, uma é a das emoções, Pequenos nós somos, mas só em altura, Pois no nosso coração reina a ternura,

Todos os dias aprendemos algo, Somos artistas e pequenos cientistas, Muitas são as ideias dos pequenos pintores, Na expressão dramática somos atores.

(5)

IV

Lista de Abreviaturas e Siglas

AEC…………Atividades de Enriquecimento Curricular ANAE ………Associação Nacional de Animação e Educação ASC…………Animação Sociocultural

CCC…………Centro Cultural de Congressos

GESP………..Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais IMC…………Índice de Massa Corporal

INE………….Instituto Nacional de Estatística IPG………….Instituto Politécnico da Guarda

TIC………….Técnicas da Informação e Comunicação USB………...Unidade Saúde do Bairro

(6)

V

Agradecimentos

A vida é feita de passagens que nos marcam, umas mais do que outras, mas cada uma com o seu sentido. Esta passagem pela cidade da Guarda e pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) é sem dúvida marcante e marca mais uma etapa desta minha vida. Neste sentido, quero agradecer a todos os que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para que esta passagem fosse significante e gratificante para mim, resultando na conclusão da minha licenciatura em Animação Sociocultural. Antes de mais e porque são o pilar da minha vida, apoiando-me em todos os meus sonhos e projetos, quero agradecer aos meus pais, que sempre fizeram os possíveis e impossíveis para que tudo corresse da melhor forma. Quero agradecer também ao meu irmão, que é um amigo, um conselheiro e tem um papel importante na minha vida, tal como a toda a família, de onde retirei as minhas bases. A todos os meus amigos, em especial àqueles que fiz nesta cidade alta e fria, chamada Guarda, que foram a minha segunda família e com quem passei grande parte da minha vida durante estes três anos de formação. A eles que proporcionaram momentos de alegria, de folia, de pura e verdadeira amizade, que deram sentido àquilo a que chamamos de espírito académico. Um agradecimento também a todos os docentes que fizeram parte da minha formação, aos mais exigentes, pois tornaram-me mais critico e exigente comigo tornaram-mesmo, e a todos os outros, porque tornaram-me fizeram ver as coisas de uma outra perspetiva e me deram a garra para lutar por algo que julgo ser melhor.

Agradeço ao meu orientador de estágio, Nelson Oliveira, pelo apoio durante todo o processo de estágio e a todos os professores que me ajudaram na realização deste documento.

A disponibilidade, o apoio, a força que me foi dada durante a realização do meu estágio leva-me, sem dúvida a agradecer a todos os membros da entidade que me acolheu durante os três meses, com especial atenção para os Professores Bruno Prates e Miguel Oliveira, meus supervisores na entidade na qual efetuei o meu estágio curricular, a Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE).

Como todos os momentos bons são salpicados por momentos menos bons, quero agradecer o facto de estes terem existido, pois tornam-me mais crítico e com vontade de me transcender e superar a cada dia que passa.

(7)

VI

Índice Geral

Introdução ... 1

Capitulo I – Instituição (ANAE) ... 2

1.1.Caracterização da Instituição ... 3

1.1.1.Objetivos ... 4

1.1.2.Departamentos da ANAE ... 4

1.1.3.Projetos da ANAE ... 7

1.2.Caracterização da Cidade das Caldas da Rainha ... 8

1.2.1.Breve Caracterização Histórica ... 8

1.2.2.Caracterização Geográfica ... 8

1.2.3.Caracterização Socioeconómica ... 10

Capitulo II - Enquadramento Teórico ... 12

2.1.A Animação Sociocultural ... 13

2.2.O Papel do Animador Sociocultural ... 14

2.3.Animação Socioeducativa ... 16

Capitulo III - Estágio ... 19

3.1.Fundamentação ... 20

3.2.Plano de Estágio ... 20

3.3.Públicos-Alvo ... 21

3.4.Objetivos ... 21

3.5.Descrição das Atividades / Projetos ... 22

3.5.1.Oficinas da Ludicidade ... 24

3.5.2.Saídas e visitas ... 25

3.6.“Projeto LudiCaldas” ... 26

3.7.Animação de Casamentos ... 27

3.8. Evento no Vivaci (Street Art Day) ... 27

3.9.Atividade de Animação no Centro Cultural de Congressos ... 28

Reflexão final ... 29

Bibliografia ... 30

(8)

VII

Índice de Figuras

Figura.1 - Mapa do Concelho das Caldas da Rainha ……….9

Figura.2 - Mapa do Distrito de Leiria ………..……….……….9

Figura.3 - Dados relativos às Caldas da Rainha…..……….………….……….….9

Figura.4 - Distribuição do Setor Económico das Caldas da Rainha …...…..………...…11

Figura.5 - Oficina dos Pequenos Pintores……….25

Figura.6 - Oficina dos Pequenos Cientistas………...………...25

Figura.7 - Oficina de Ideias………...25

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1

Introdução

No plano de estudos da Licenciatura em Animação Sociocultural consta a realização de um estágio curricular (consultar plano de estágio em anexo) com a duração de três meses. Assim sendo, após algumas indecisões e muita procura, decidi o local que seria mais indicado para a realização do meu estágio, a Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE). Após o contacto com a mesma, feito por parte do Gabinete de Estágios (GESP), percebi que era também de todo o interesse da mesma associação receber-me como estagiário, pois até então nunca tinham recebido estagiários de “fora” (de outra cidade que não as Caldas da Rainha ou mesmo do Distrito de Leiria), nem vindos do curso de Animação do ensino superior. Após uma troca de ideias, percebi que tinham um projeto muito interessante, que começaria no dia 4 de julho de 2011, intitulado “Ludicidade”, projeto no qual ingressaria no dia 11 de julho, após todas as formalidades estarem resolvidas. Não é todos os dias que podemos estagiar numa Associação Nacional de Animação e fazer parte de projetos tão aliciantes como este, em que estive envolvido cerca de dois meses. Decididamente, isto teve um grande peso na minha decisão em optar por este local de estágio e não outro. A diligência com que foram tratados todos os assuntos e a disponibilidade por parte da entidade recetora foi sempre uma mais-valia para mim. Deram-me sempre a liberdade para expor os meus conhecimentos e explorar as mais variadas áreas da animação, impulsionaram-me para dar mais de mim, foram compreensivos e motivadores, o que resultou num trabalho muito interessante. Toda esta nova experiência foi muito enriquecedora, pois deu-me a possibilidade de trabalhar com crianças, o que nunca me tinha sido proporcionado, possibilitou-me ainda aplicar muitos dos conteúdos assimilados até então. Tive ainda o privilégio de conhecer uma cidade muito rica em cultura e património, trabalhando ao mesmo tempo com toda uma equipa muito capaz e empenhada.

O relatório encontra-se estruturado em três capítulos. O primeiro intitula-se “Descrição da instituição”, podemos encontrar informações relativas à entidade onde foi realizado o estágio, bem como uma caracterização do meio envolvente. O segundo capítulo que tem por nome “Enquadramento teórico” aborda o conceito Animação Sociocultural, seus âmbitos e valências, o papel do animador e a Animação Socioeducativa, vertente na qual incidiu grande parte do trabalho realizado. Por último o terceiro capítulo “Estágio” aborda o estágio em si, as atividades realizadas, os ateliês, os projetos.

(10)

2

Capitulo I

Instituição (ANAE)

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3

1.1.Caracterização da Instituição

Segundo informação recolhida no site, A ANAE, Associação Nacional de Animação e Educação, situa-se nas Caldas da Rainha, cidade pertencente ao Distrito de Leiria, localizando-se na faixa Litoral Portuguesa, Região de Lisboa e Sub-Região do Oeste.

A ANAE é um projeto, dos finais do ano de 2003, que foi pensado e estruturado por um grupo de 20 sócios, que apenas viu aprovados os seus estatutos de associação em finais do ano de 2004. Os seus estatutos são publicados no Diário da República com a data de 28 de fevereiro de 2005.

A associação tenta promover e complementar as práticas dos agentes educativos, sejam eles individuais ou coletivos (jardins de infância, creches, ateliês, escolas, tempos livres, etc.), indo os objetivos ao encontro do que a comunidade procura, às necessidades da mesma.

Foi pensada para ser implementada no concelho das Caldas da Rainha, podendo a médio/longo prazo ser aplicado a outras regiões do País, atingindo um âmbito nacional.

Na prática esta instituição surge para dar resposta a questões e situações que o ensino formal e tradicional não consegue abranger. A comunidade em geral, bem como os associados da ANAE, professores e associados, podem sempre acompanhar e usufruir das atividades e projetos implementados e dirigidos pela associação, mediante o conhecimento e acompanhamento dos mesmos.

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4 1.1.1.Objetivos

Segundo documentação interna, a ANAE tem como objetivos principais:

 Fomentar e promover atividades culturais, artísticas, sociais, pedagógicas e educativas em estreita ligação com as autarquias, instituições e/ou organismos da comunidade pública ou particular;

 Estimular e divulgar a inovação das práticas pedagógico-educativas e a investigação no âmbito da educação e animação;

 Incentivar a participação dos associados e da população em geral nas atividades desenvolvidas pela ANAE.

1.1.2.Departamentos da ANAE

A Associação pretende dar resposta às carências culturais e sociais, estando a sua estrutura funcional dividida em departamentos, ou áreas de estudo e intervenção, tal como a seguir se apresenta.

Observatório de Políticas Educativas e Desenvolvimento Curricular

É um departamento muito abrangente, que monitoriza e acompanha todos os projetos desenvolvidos pela ANAE. O grande objetivo deste departamento é desenvolver e dar a conhecer os estudos, pedagogias e práticas educativas aplicadas nas escolas, jardins de infância, etc., isto mediante a realização de workshops, publicações e realizações de seminários, conferências e congressos.

Departamento de Educação

Este departamento tem como função, ou objetivo, dar resposta, em conjunto com outras instituições parceiras, às carências no que toca ao ramo educativo, propondo atividades e projetos inovadores que apoiem e enriqueçam toda a comunidade educativa.

Neste departamento estão contemplados os projetos relacionados com as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), abrangendo o concelho das Caldas da Rainha e de Óbidos,

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5 tais como Técnicas da Informação e Comunicação (TIC), apoio ao Inglês, com a sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-escolar e outras atividades de enriquecimento curricular.

É também uma das funções e preocupações da associação, assim como deste departamento, verificar as necessidades, as carências educativas, tentando dar uma resposta de qualidade a todos esses problemas.

Centro de Formação

Este departamento tem uma importância acrescida, neste momento difícil, em relação à formação contínua de profissionais, de educadores, de professores, animadores, entre outros, no que diz respeito ao nível de oferta de cursos e ações de formação que se apresentam.

Mas é de interesse e intenção da associação, através deste departamento, dar resposta a esta dificuldade, promovendo e atualizando os profissionais da educação e da animação social, cultural e educativa.

Departamento de Animação

Este departamento está dividido em várias áreas, tais como a Animação Itinerante e as Ludotecas, e cabe ao mesmo, todas as atividades e projetos relacionados com a Animação.

Até este momento, neste departamento, estão apenas referenciados e realizados dois projetos de Animação, a Ludolândia e a Ludicidade, embora a associação pretenda criar mais espaços lúdico-pedagógicos, que apresentem propostas alternativas para a ocupação dos tempos livres da comunidade.

Pretende proporcionar às instituições educativas da comunidade, métodos alternativos de aprendizagem não formal e não institucional, que leve a criança ou o jovem a ter contacto com a realidade, com o mundo, podendo e devendo ser um complemento essencial à formação extracurricular.

É intenção da associação criar uma maior mobilidade na apresentação de propostas de animação, que de outra forma não estariam ao alcance de determinados núcleos da comunidade educativa.

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6

Centro de Recursos

O Centro de Recursos pretende ser uma mais-valia para a comunidade em geral, podendo esta servir-se do material lúdico-pedagógico disponível para a realização de atividades.

Constitui o objetivo principal da associação disponibilizar material didático e pedagógico, nomeadamente bibliografia especializada e material audiovisual e tecnológico aos professores e instituições da comunidade educativa.

Departamento de Jogos de Estratégia

Este departamento foi criado visando a importância da aprendizagem das crianças em contexto escolar cada vez mais espontâneo e lúdico.

É pretendido com este departamento que as crianças, juntamente com os jovens, tomem consciências das suas responsabilidades e desenvolvam competências através do jogo. A vertente lúdica permite trabalhar os conteúdos e a aprendizagem ditos formais, como os históricos, linguísticos ou matemáticos, treinando as competências fundamentais na vida quotidiana, tais como as cívicas e a tomada de decisões.

Departamento de Saúde e Bem-estar

É o departamento mais recente da ANAE e é coordenado pela médica Luísa Ferreira, que iniciou a sua colaboração com o projeto USB (Unidade de Saúde do Bairro - Serviço de Saúde no Bairro Senhora da Luz, Óbidos, que inclui a medição de colesterol, glicemia, IMC e tensão arterial), que foi realizado em pareceria com a Câmara Municipal de Óbidos e com o Sport Clube do Bairro.

Deste setor fazem também parte as médicas Cristina Novais e Tânia Varela que desenvolvem projetos de investigação e intervenção com as escolas associadas à ANAE.

Departamento de Psicologia

Este departamento realiza consultas de psicologia a adolescentes e crianças com vários problemas do foro psicológico. É realizado num consultório particular, por um membro da instituição. Fonte: Site da ANAE (http://anae.biz/)

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7 1.1.3.Projetos da ANAE

Atualmente a ANAE conta com alguns projetos de intervenção na comunidade educativa da região de Leiria. Os mesmos são direcionados para uma faixa etária mais jovem, em idade escolar, com projetos pedagógicos em estabelecimentos de ensino e atividades lúdicas e de verão, como ludotecas, etc.

Atualmente tem a cargo os seguintes projetos.

 Sensibilização à língua inglesa nos jardins de infância da rede pública do concelho das Caldas da Rainha;

 Sensibilização à língua inglesa em jardins de infância da rede privada e IPSS do concelho das Caldas da Rainha;

Atividades de Enriquecimento Curricular - Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico – TIC;

 Ludolândia: Projeto de animação e ocupação de tempos livre a decorrer desde 2003, durante o verão, na praia da Foz do Arelho;

 Ludicidade: Ludoteca urbana a decorrer desde 2007, durante o verão, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Leiria e em 2011 também a decorrer nas Caldas da Rainha, nas instalações do CCC (Centro Cultural de Congressos);

 Formação para professores, educadores, animadores, técnicos e outros profissionais ligados à educação e animação;

 Ações de sensibilização para pais e encarregados de educação;

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8

1.2.Caracterização da Cidade das Caldas da Rainha

Neste ponto, farei uma breve caracterização da cidade das Caldas da Rainha1, onde abordarei temas como a história, características geográficas e sócio-económicas.

1.2.1.Breve Caracterização Histórica

A cidade foi fundada nos finais do séc. XV e ascende a sede do concelho em 1821, onde existe uma grande influência termal.

A sua história remonta a 1484, quando a Rainha D. Leonor partira de Óbidos rumo à Batalha (cidade portuguesa do Distrito de Leiria), e ao passar na zona onde atualmente está localizado o hospital termal, viu as pessoas banharem-se nas águas sulfurosas (águas com muito enxofre e com propriedades medicinais). Após dialogar com as gentes dessas terras apercebeu-se dos benefícios dessas águas. Mandou, então, construir o hospital termal que possibilitou tratamentos a muitas pessoas, tornando a cidade conhecida. A abundância de barro nesta região, nomeadamente em zonas como o Bombarral, possibilitou o desenvolvimento de indústrias ligadas à cerâmica, com o consequente aparecimento de grandes nomes ligados a esta arte, cujo ex-líbris é Rafael Bordalo Pinheiro.

Outro dos nomes incontornáveis natural desta região é o pintor José Malhoa, que aqui se inspirou para realizar grande parte do seu espólio, que pode ser admirado no museu que tem o seu nome.

1.2.2.Caracterização Geográfica

As Caldas da Rainha é cidade e sede de Município pertencente ao distrito de Leiria, localizando-se na faixa litoral portuguesa.

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9

Fig. 1 – Mapa do Concelho das Caldas da Rainha

Fig. 2 – Mapa do Distrito de Leiria

Fonte fig. 2: http://caldasdarainha.com.sapo.pt/imagens/mapa_freguesias_grande.gif ; Fonte fig. 3: http://www.osteclinhas.esecs.ipleiria.pt/index.php?paged=3

Do Concelho fazem parte 16 Freguesias (Nª Sr.ª do Pópulo; Santo Onofre; A-dos-Francos; Alvorninha; Carvalhal Benfeita; Coto; Foz do Arelho; Landal; Nadadouro; Salir de Matos; Santa Catarina; São Gregório; Serra do Bouro; Tornada e Vidais), que se distribuem por uma área total de 255.72 km2 e onde vivem 51.645 habitantes (segundo dados de 2011).

Fig. 3 - Dados relativos às Caldas da Rainha

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10 O Município das Caldas da Rainha faz fronteira a Norte com o Concelho de Alcobaça, a Sul com os Concelhos de Óbidos; Bombarral e Cadaval, a Este com o Concelho de Rio Maior e a Leste é delimitado pelo Oceano Atlântico.

1.2.3.Caracterização Socioeconómica

Caldas da Rainha, cidade termal, é uma cidade pitoresca e histórica, próxima do Atlântico, é uma metrópole muito vocacionada para a vertente agrícola, muito rica em fruta, possuindo o único mercado diário a céu aberto em Portugal.

A proximidade da orla costeira possibilita também o fornecimento diário de peixe fresco para o Mercado do Peixe. Tem na sua orla marítima lindas praias, muito procuradas pela qualidade das suas águas muito abundantes em iodo, como as Praias de Foz do Arelho; Salir do Porto; S. Martinho do Porto, que se ligam através de uma estrada costeira repleta de miradouros e centros pesqueiros. Privilegiada e conceituada cidade marítima, compartilha com Óbidos da maior lagoa de água salgada da Europa, rica em enguias; amêijoa e berbigão, onde se pratica a pesca e vários desportos marítimos.

A cerâmica das Caldas da Rainha é conhecida a nível nacional e internacional, sendo motivo de atração de muitos visitantes. A atividade desenvolveu-se historicamente na região devido à abundância de solos argilosos, que é a matéria-prima do barro.

Caldas da Rainha é uma cidade que aposta imenso na vertente cultural e possui um dos maiores conjuntos de museus do nosso país.

A população ativa do Concelho das Caldas da Rainha distribui-se essencialmente por 3 setores de atividade, (segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas - INE) o maior será o terciário (58%), seguindo-se o secundário (35%) e o primário (7%).

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11 7%

35% 58%

Figura 4. - Distribuição do Sector Económico das Caldas da Rainha

Sector Primário Sector Secundário Sector Terciário

O setor primário como podemos ver representa uma pequena percentagem da população ativa do Concelho, devido ao maior acesso de informação e maior nível de formação da população no geral. Já ao setor secundário cabe uma parte significativa da economia desta região, empregando cerca de 34,5% da população deste Concelho. Ao setor terciário cabe a maior fatia, facilmente explicada pelo aumento do nível de instrução da população, quer pela proximidade e influência da grande metrópole (Lisboa), quer pela boa rede de escolas tanto secundárias como superiores, que possibilita uma melhoria significativa na qualidade de ensino e obtenção de melhores resultados, que se traduz nestas percentagens.

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12

Capitulo II

-

Enquadramento Teórico

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2.1.A Animação Sociocultural

A Animação Sociocultural abarca muitos conceitos, não sendo de fácil definição, mas em traços gerais, a ASC, segundo a UNESCO (1977) um conjunto de práticas sociais que visam estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu próprio desenvolvimento, e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integradas.

Apesar de ser difícil delimitar a sua origem pode, contudo, dizer-se que a ASC sempre esteve presente ao longo da História, dando resposta a diferentes problemas com os quais a humanidade se foi deparando, aqueles que sempre existiram e sempre existirão no seio das comunidades.

Ainda assim, podemos referir que a ASC teve um papel mais preponderante e visível aquando da Revolução Industrial, período este em que as pessoas se adaptam a novas realidades, saindo dos meios rurais, para os centros urbanos, na procura de melhores condições de vida. Ideia corroborada por Garcia (1980; citado por Lopes, 2006: 136) “Julgo que a Animação tem a sua infância no surgimento e no nascimento das sociedades industriais, e na desintegração das chamadas sociedades tradicionais. É com o desenvolvimento da industrialização, da urbanização, com a saída dos campos, a atração que representam os grandes centros urbanos, que surge toda essa preocupação da instrução. (…) à degradação de uma certa identidade cultural…”. Com estas alterações, surgem também os problemas, as dificuldades, as desigualdades e assimetrias, às quais a ASC pretende dar e dá resposta, centrando a sua ação em campos tão distintos como o social, o cultural, o político, económico, entre outros.

De difícil circunscrição é também o campo de atuação dos Animadores, profissionais polivalentes e multifacetados. A ASC pode abranger áreas tão distintas como o teatro, a dança, a música, a expressão plástica, a saúde, o turismo, entre muitas outras. Desta forma, os Animadores ou Mediadores Sociais como lhes chamam na vizinha Espanha, devem ser pessoas dotadas de algumas qualidades, devem ser pessoas sensíveis, atentas, bons ouvintes, profissionais, amigos, humildes, para que possam lidar com as mais diversas situações e contextos, da melhor forma, sendo sempre criativo e inclusivo, levando sempre os destinatários da ação a serem os participantes ativos do seu próprio desenvolvimento.

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14 Quando falamos em Animação Sociocultural devemos ter presente ou em consideração uma perspetiva tridimensional que diz respeito às estratégias de intervenção, tais como: dimensão etária: infantil, juvenil, adultos e terceira idade; espaço de intervenção: animação urbana ou rural e a pluralidade de âmbitos e setores ligados à mesma: a educação, o teatro, os tempos livres, a saúde, o ambiente, o turismo, a comunidade, o comércio, o trabalho, entre outros.

Estes vários âmbitos da Animação, pressupõem um vasto conjunto de termos para classificar as suas múltiplas atuações, estando cada um deles centrado num ramo específico dentro da animação, podemos então encontrar animadores socioeducativos; culturais; teatrais; juvenis; comerciais; turísticos; infantis; musicais; socioeducativa; etc.

2.2.O Papel do Animador Sociocultural

Podemos dizer que o Animador é um profissional qualificado, que está preparado para dar resposta e promover o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades, organizando, coordenando e/ou desenvolvendo atividades de animação de caráter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo.

O Animador Sociocultural, independentemente da sua área de intervenção, deve contemplar as valências necessárias para desempenhar as suas funções com profissionalismo e dedicação. Deve possuir a capacidade de dar vida, de incentivar a vida das outras pessoas, renovando o gosto pela vida e conquista dos seus objetivos, motivando e incitando à participação na vida comunitária. Segundo Garcia, (1980; citado por Lopes, 2006:538) “ …o Animador tem que estar inserido no “meio”. Tem que conquistar a confiança e o apoio da população com quem trabalha. Deve ser ele a “adaptar-se” às características do grupo e não o contrário, embora na maioria dos casos, venha a colaborar na modificação dessas características. Tem que “medir” as forças locais…Tem de ser politicamente progressista…Não pode ter uma atuação paternalista. Não dá receitas. Tenta não dar respostas. Impulsiona o grupo a responder. É fornecedor de pistas…maleável e flexível. Usa uma linguagem precisa, clara e adaptada às formas de comunicação locais. Deve possuir uma enorme facilidade de comunicação com os outros. É uma pessoa disponível e com uma certa liberdade de ação. Tem de saber usar a imaginação, a criatividade e a empatia.

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15 O animador tem, ainda, como atividades principais o diagnóstico e a análise de situações de risco, nas quais pode e deve intervir, mediante a formação de equipas técnicas multidisciplinares que possam, em conjunto, dar resposta às necessidades mais prementes da comunidade com que trabalha. Fica a cargo destes o planeamento, a organização e a implementação de projetos de intervenção sócio-comunitária. A execução e monitorização de atividades de caráter lúdico, educativo, cultural, social, desportivo, recreativo, turístico que podem ser realizadas em âmbito institucional, comunitário ou domiciliário, tendo sempre em conta as necessidades e objetivos do grupo e dos indivíduos, visando a melhoria da qualidade de vida dos destinatários, a sua inserção e integração no meio social. Deve fomentar a interação entre os vários atores sociais, facilitando as relações e diligências institucionais, promovendo o bem-estar e satisfação do público a que se dirige.

Não é fácil delimitar o papel interventivo do animador e até onde ele pode chegar, devido à abrangência que uma disciplina como a ASC tem. Os Animadores trabalham com diferentes públicos, diferentes realidades, em áreas tão distintas.

Daí existirem alguns tipos de Animadores, que podem classificar-se como: Animador Natural – é um animador que dadas as suas apetências naturais possui um espírito de liderança e como tal consegue liderar um grupo, deve ser confiante, autónomo, respeitar o grupo e ter um bom clima de trabalho envolvendo a comunidade; por vezes, estes animadores têm tendência a cometer certos erros tais como, centrar a atenção em si, recorrer constantemente ao improviso, poder usar o seu poder como forma de mobilização e manipulação; Animador Voluntário – é caracterizado como um monitor, um militante que assume uma responsabilidade ética, é o sentido altruísta que marca a sua atuação, sendo uma pessoa que prima pelo equilíbrio nas suas ações entre o agir e o refletir, entre a harmonia e o saber-estar; Animador Profissional – é encarado como um técnico e onde o seu trabalho é realizado a partir de uma instituição, por norma regularizada por contrato. Este animador deve possuir uma formação sólida, que permita conferir ao mesmo um sentido meritório e profissional às suas intervenções, deve possuir um conhecimento profundo da realidade onde atua.

Contudo, importa referir que o papel da Animação não se finda no Animador, mas transcende-o, tal como os médicos não são a medicina, os Animadores não são a animação, devem ter presente sempre um espírito inclusivo e fomentar a participação e articulação com vários tipos de profissionais e grupos de intervenção. São profissionais em constante

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16 formação e com uma visão bastante abrangente da realidade social e dos vários problemas, podendo centrar a sua atuação numa área mais específica, como é o caso da Animação Socioeducativa.

2.3.Animação Socioeducativa

O trabalho que desenvolvi durante o estágio teve uma maior incidência na vertente socioeducativa e, como tal, darei mais ênfase a esta vertente da Animação.

A Animação Socioeducativa é o âmbito da Animação Sociocultural ligado a um contexto de educação não formal e visa uma vertente de caráter lúdico, criativo e participativo, estando ligada a uma herança direta da tradição da educação popular, encontrando-se atualmente “ameaçada” por uma absorção feita pela matriz genérica da Animação Sociocultural.

Os espaços onde ocorrem as ações de Animação Socioeducativa são sobretudo informais, tais como: colónias de férias, campos de férias, acampamentos e outros contextos de atividades de complemento à formação escolar. Tem como função prestar um serviço à comunidade, animando os tempos livres dos mais jovens.

Este tipo de Animação consagra várias componentes, tais como: a educativa; a ambiental; a social; a cultural; a artística e segundo Lopes (2006: 385), citado na Revista Intervenção, n.º 9 de novembro de 1978), “Entendemos a animação socioeducativa como um trabalho específico, fora do contexto escolar (institucional) com crianças e pré-adolescentes (dos 7 aos 13 anos) contribuindo para o seu desenvolvimento bio-psico-social através de atividades em que seja feito apelo à criatividade, afirmação pessoal e inserção na realidade próxima…” Tal como, Lopes (2006: 385) citando Martins (1977: 4) a Animação Socioeducativa como destinada a uma faixa etária específica, tendo uma grande importância no contexto social português, fomentando a criatividade e estimulando a aprendizagem ligada ao meio.

“ A Animação Socioeducativa: Animação dirigida ao escalão etário dos 8 aos 13 anos - Animação Socioeducativa – pela importância que na prática está a tomar no nosso país. Aqui é possível desenvolver as capacidades criadoras das crianças, a sua socialização numa ligação à comunidade. (…) a animação não

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17 se pode fechar numa sala em que o animador e as crianças desenvolvam

atividades, é necessário uma abertura permanente à comunidade, não querendo isto dizer evidentemente que elementos da comunidade tentem limitar a relação pedagógica entre o animador e as crianças, ou ainda que se recorram às “antipedagógicas” festinhas de fim de ano em que os meninos fazem uma representação para pais e familiares. Mas uma abertura que se traduza num conhecimento do meio, geográfico, económico e social, em que as crianças reconheçam os seus valores culturais próprios e se preparem assumindo hoje a compreensão desses valores.”

Segundo Quintas (1998: 45-46), a Animação possui quatro modalidades: a educativa, a social, a cultural e a económica. Mas quando nos focamos num contexto socioeducativo cabe-nos ter em conta as duas primeiras modalidades, ou seja, a educativa e a social. No âmbito da modalidade educativa, entendemos a animação como uma ação educativa não formal que favorece crescimento físico e psíquico das crianças. No que diz respeito à modalidade social, é pretendido superar-se as desigualdades sociais, promovendo relações interpessoais, criando redes de ligações sociais que promovam uma concertação social. Ainda complementando esta ideia, Ander- Egg (1999: 31) refere que “As funções educativas, que abarcam a educação não formal, vão desde numerosos aspetos da educação permanente a tarefas de complementação da escola, desde atividades da pedagogia do ócio a outras relacionadas com a formação individual”.

A Animação Socioeducativa e a Animação Sociocultural possuem uma relação intrínseca enquanto modalidades ou áreas de intervenção, tendo as duas como base a educação não formal, que surge como estratégia complementar ao ensino corrente, como uma ação que tem como pressupostos de atuação as seguintes regras: a ordem, a alegria, a socialização, a participação e a liberdade.

Segundo Jacinto Jardim (2002: 18) “a animação através da sua função educativa pretende promover, encorajar, despertar inquietações, motivar para a ação, fazer desabrochar potencialidades latentes em indivíduos, grupos e comunidades”.

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18 Quando o animador trabalha com a vertente socioeducativa, o mesmo desempenha um papel de educador, com uma metodologia que assenta na participação integral do grupo. Trabalha conteúdos complementares ao ensino, por intermédia de atividades extracurriculares.

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Capitulo III

-

Estágio

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3.1.Fundamentação

A escolha da ANAE para a realização do estágio curricular, deve-se ao facto de ser uma associação nacional, que representa a animação no nosso país, ou seja, desenvolve projetos nesse sentido, logo seria uma “mais-valia para mim”. Outro dos aspetos é o facto de a associação se situar na cidade das Caldas da Rainha, cidade que possui uma vertente cultural e social bastante desenvolvida e encontra-se relativamente próxima da capital Lisboa e de outros centros urbanos não menos importantes, tendo uma vasta oferta e procura no que toca à vertente cultural e artística. Por último, mas não menos importante, a minha decisão passou pelo plano de atividades que a empresa tinha contemplado e a possibilidade de ingressar num projeto que ia ser implementado pela primeira vez na cidade das Caldas da Rainha, o projeto “Ludicidade”. Avaliando todos estes fatores, considerei que seria de todo pertinente a realização do estágio nesta entidade, beneficiando ambos com a realização do mesmo. Da minha parte pelo facto de pôr em prática os conhecimentos teóricos, empíricos e metodológicos adquiridos até então e por parte da associação seria ótimo para eles, pois iriam necessitar de animadores socioculturais para a monitorização do projeto.

3.2.Plano de Estágio

No plano de estágio estavam contemplados os seguintes pontos: Atividades de Animação e Ocupação dos Tempos Livres “Ludicidade” – Uma Ludoteca de verão a funcionar na Cidade das Caldas da Rainha em parceria com o CCC (Centro Cultural de Congressos), entidade que cede o espaço para a realização da mesma. Este projeto está direcionado para crianças dos 6 aos 14 anos e decorre entre os meses de julho e setembro (início do ano letivo). Outro dos pontos é a dinamização de projetos de animação de festas de aniversário e, por fim, a elaboração de um projeto no âmbito da animação a implementar na comunidade local.

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3.3.Públicos-Alvo

Durante o estágio eu intervim/participei em todos os projetos, exceto o projeto a desenvolver na comunidade local, que tinha uma abrangência muito grande, com especial atenção para a faixa etária compreendida entre os 14 e os 30. Todos os outros compreendiam a faixa etária, que escolhi, crianças e jovens dos 6 aos 14 anos. No projeto Ludicidade, o público-alvo eram crianças em férias escolares, para as quais estava disponível o nosso espaço, que tinha como intuito proporcionar-lhes umas férias divertidas, tendo sempre presente uma forte vertente educacional. Dava a oportunidade aos mais pequenos de descobrir e aprender a brincar, descobrir a cidade (Ludicidade – Diversão na cidade/descobrir a cidade de uma forma lúdica), visitando tantos locais de interesse quanto possíveis. Poder complementar a formação escolar com uma outra informação/formação extracurricular era um objetivo primordial, sempre realizado em ambiente de descontração e diversão, sem imposições.

Outro dos projetos em que participei, foi a realização da animação do casamento de um dos supervisores, em que o público-alvo foram crianças dos 4 aos 16 anos, em que o objetivo era o entretenimento e a diversão das mesmas durante o decorrer do casamento.

Por fim, realizei ainda um projeto de animação sociocultural “LudiCaldas” projeto de animação de eventos (aniversários, batizados, casamentos, etc.), em que o público-alvo eram crianças dos 5 aos 10 anos, mas estava salvaguardada a possibilidade de ser alargada a faixa etária.

3.4.Objetivos

Ao longo do estágio um dos objetivos esteve sempre presente, como objetivo principal, dar às crianças a oportunidade de aprender num contexto de diversão, serem eles os próprios intervenientes, trabalhando a vertente social, comunitária, educacional, cultural e pessoal. Tudo se baseia numa educação não formal, que pretende transmitir conhecimentos a vários níveis, centrando a atenção nas escolhas, nas opiniões, nos interesses e motivações das crianças, reforçando e melhorando o seu desenvolvimento psicosocial e performance escolar. Como objetivos específicos a alcançar com os projetos desenvolvidos, tínhamos os seguintes:

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 Visitar locais de interesse (museus; instituições de benefício social; ateliês vários; entre outros);

 Realização de atividades nos vários ateliês existentes (ateliê das emoções; dos pequenos pintores; dos pequenos artistas e dos pequenos cientistas);

 Consolidar os conhecimentos das crianças, ajudando-as num melhor desempenho escolar;

 Incutir um sentido de responsabilidade, nomeadamente através de pequenas tarefas a serem atribuídas (trazer o CD de música; arrumar os espaços destinados a cada elemento; respeitar as regras de bom funcionamento, etc.);

 Potenciar um sentido criativo e dinâmico, mediante a realização de pequenos projetos/atividades;

 Transmitir as informações com um cunho pessoal e deixar uma marca positiva nos mesmos, explicando os conceitos e os porquês das escolhas/opções tomadas.

3.5.Descrição das Atividades / Projetos

Projeto “Ludicidade” ludoteca de verão2

A Ludicidade é um projeto de verão, que consiste numa ludoteca, direcionada para crianças, com idades entre os 6 e os 14 anos, que procura possibilitar a vivência e descoberta da cidade das Caldas da Rainha, de forma lúdica e descontraída. O projeto implementado em 2011, na cidade das Caldas da Rainha, surge de uma parceria criada entre a ANAE e o CCC (Centro Cultural de Congressos), que cedeu o espaço essencial à realização do mesmo.

A Ludicidade, como projeto de verão, decorreu entre os meses de julho e setembro, mais propriamente de 4 de julho a 9 de setembro. Esta ludoteca tinha e tem como objetivo ser um espaço de diversão, de aprendizagem e ocupação dos tempos livres de forma divertida e criativa, dando ênfase à vertente educacional e às aspirações e motivações dos participantes.

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23 Os conteúdos abordados neste espaço foram pensados e estruturados de acordo com o nível de desenvolvimento e aprendizagem dos participantes, assim como a sua faixa etária.

Foi no projeto Ludicidade que decorreu a maior parte do meu estágio, cerca de dois meses, mais propriamente de 11 de julho a 10 de setembro, tendo o projeto dado início uma semana antes da minha chegada, onde pude aplicar muitos dos saberes adquiridos até então, foi também a primeira vez que trabalhei com crianças e que fui monitor de um grupo. Faziam parte deste projeto quatro monitores, eu, Pedro Figueiredo, a minha colega de estágio e de turma Estela Primo, a monitora Mafalda Silva, membro da ANAE e professora de Inglês nas AEC´S (Aulas de Enriquecimento Curricular) e, por fim, a Andreia Cardoso membro da ANAE, recentemente como professora de TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) e Educadora Social.

Os dias de estágio começavam às 09:00h, o ponto de encontro era no CCC onde esperávamos os pais entregarem os seus filhos. Após a receção de todas as crianças confirmadas para esse dia, seguíamos para o nosso espaço (uma sala que nos estava destinada, com os materiais necessários para a realização das atividades diárias). Uma vez na sala, sentávamo-nos no espaço reservado à reflexão e hora do lanche, denominado “Ludi-almofadas”, a fim de fazermos uma introdução ao tema que seria abordado, e a apresentação dos novos membros, àqueles que já se encontravam inscritos na ludoteca. As inscrições na ludoteca podiam ser feitas para uma estadia de uma semana, de quinze dias ou de um mês. Desta forma, o grupo não era o mesmo, estava em constante mudança, o que acarreta vantagens e desvantagens. Por um lado eram crianças novas que traziam novas dinâmicas, porém era difícil ter atividades correntes com um grupo ou planear algo a longo prazo, devido à mudança constante de elementos no grupo. Todos os dias uma criança ficava encarregue de trazer um CD com música para ouvirmos durante o tempo que estávamos no espaço Ludicidade, assim como cada criança ficava também responsável por arrumar um dos quatro espaços existentes (Ludi-almofadas; Ludi-arte; Espaço-motor e o Espaço-multimédia). Estas tarefas das quais ficavam responsáveis serviam, essencialmente, para criar um sentido de responsabilidade neles e sentimento de pertença e comprometimento.

Após a abordagem matinal sobre as atividades planeadas para o dia, e após as apresentações, dedicavamos o nosso tempo à realização destas atividades enquadradas num dos quatro ateliês. Às 10:30h era a hora do lanche matinal, que servia como momento de descontração e

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24 reflexão sobre a atividade que estavam a realizar posteriormente. Voltávamos ao trabalho até às 12:30h (hora do almoço), que se realizava nas instalações do CCC, no Café Concerto, onde tínhamos um espaço reservado. O tamanho deste variava consoante o número de crianças inscritas nessa semana. Por volta das 13:30h terminávamos o nosso almoço e a seguir íamos tratar de higiene oral (lavar os dentes) para regressar à sala onde podiam livremente explorar o espaço durante 30 minutos. Retomávamos as atividades às 14:00h, explorando uma área diferente da trabalhada na parte da manhã. Por volta das 16:30h era a pausa para o lanche da tarde e às 17:45h reuníamo-nos novamente na “Ludi-almofadas” para fazer uma reflexão das atividades desenvolvidas durante o dia, para que houvesse uma troca de ideias, com o intuito de melhorar os aspetos que tinham corrido menos bem e valorizar os que tinham corrido da melhor forma.

Haviam dias destinados a certas atividades semanais, como era o caso das idas à praia, que se realizavam às quintas-feiras, exceto se houvesse outra atividade pontual que coincidisse com esta. Tínhamos também as terças-feiras preenchidas com o ateliê de modelagem de barro, que era monitorizado pela Dra. Teresa e realizado nas instalações do Museu Rafael Bordalo Pinheiro, num espaço destinado para o efeito.

Como já referi durante este período em que estive inserido no projeto Ludicidade, as atividades eram diversas de cariz solidário, cultural, social, artístico, cientifico, entre outros. De seguida apresento as oficinas/ateliês que eram dinamizadas.

3.5.1.Oficinas da Ludicidade

O projeto assentava em 4 oficinas, cada uma com um conjunto de atividades, tais como:

Oficina das Ideias (planificação das atividades com as crianças; conceção de pequenos

projetos; avaliação das atividades e projetos desenvolvidos pelo grupo no final de cada dia…);

Oficina das Emoções (histórias; jogos dramáticos; teatro de fantoches e marionetas; teatro de

sombras; jogos de luz e cor; jogos de palavras; projeção de vídeo e imagem; percursos e circuitos; danças…); Oficina dos Pequenos Pintores (desenho, pintura; digitinta; plasticina; construção de fantoches; construção de cenários; estampagem; atividades de colagem, recorte e modelagem…); Oficina dos Pequenos Cientistas (jogos científicos; atividades lúdicas relacionadas com a física e química…).

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25 3.5.2.Saídas e visitas

Durante estas 10 semanas ocorreram várias saídas, a vários locais de interesse, das quais pudemos desfrutar e aprender, conhecendo e vivendo a cidade, saídas a locais como o Museu Termal; o Museu José Malhoa; Museu da Cerâmica, Praça da Fruta; Biblioteca; Rádio; Parque D. Carlos I; Lojas de Comércio Tradicional; Banco Alimentar; Serviço de Pediatria do Hospital; Hospital Termal; Clínica Veterinária; Praia de S. Martinho do Porto, entre muitas outras saídas.

Fig. 5 – Oficina dos pequenos pintores Fig. 6 – Oficina dos pequenos cientistas

Fig. 7 – Oficina de ideias Fig. 8 – Oficina das Emoções Fonte: Própria Fonte: Própria

Fonte: Própria Fonte: Própria

Fonte: Própria Fonte: Própria

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3.6.“Projeto LudiCaldas”

O Projeto de Animação “LudiCaldas” 3 foi realizado no âmbito do estágio e tinha como finalidade demonstrar a minha capacidade de conceber um projeto, que pudesse ser aplicado se assim o entendessem. Este incidia essencialmente num público mais jovem, dedicado a festas de aniversário, batizados, casamentos e outras festividades. Seria para ser desenvolvido essencialmente no Concelho das Caldas da Rainha e regiões próximas.

O projeto surge, depois de uma reflexão e troca de ideias com os supervisores de estágio e após a realização de um outro projeto de animação, denominado “Ludicidade”, do qual retirei muitas ideias e grande parte da experiência e conhecimento, que me foi muito útil na realização deste projeto.

Aquando da reflexão e troca de ideias com os coordenadores e durante a realização do meu estágio, pude ainda perceber as lacunas que existiam na cidade em questão, no que toca à Animação. Ela existe, mas muitas vezes não está enquadrada com a realidade envolvente, ou é realizada a preços exorbitantes, o que deixa as pessoas reticentes quanto a este tipo de animação e as leva, por vezes, a procurar este tipo de animação em outras empresas ou associações fora da cidade.

Tenho ainda presente que muitas dessas atividades são realizadas sem grande preocupação com a vertente social, cultural e educacional, são atividades pontuais, que pouco de novo trazem às crianças e que num curto prazo de tempo são esquecidas, pois não despertam um grande interesse. É possível enquadrar as mesmas com a região envolvente, animando as crianças e trazendo algo mais à vida e formação destas, tornando o que seria mais um dia, na vida das crianças, em algo especial, que recordarão por muito tempo.

É neste âmbito e com este intuito que surge este projeto de Animação Sociocultural, voltado para a animação de festas de aniversário, batizados, casamentos entre outras festividades. Nasce da necessidade e da lacuna existente na cidade das Caldas a este nível, porque apesar de existirem alguns projetos, todos se assemelham na sua essência. E como já referi, primará pela diferença no seu foco e na sua essência.

3 Ver em anexo o Projeto completo (anexo 8)

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3.7.Animação de Casamentos

Durante o estágio foi-nos proposto pelos supervisores, a mim e à minha colega de curso e de estágio (Estela), ficarmos responsáveis pela animação do casamento de um dos supervisores (o Professor Miguel) atividade pela qual seríamos remunerados. Esta atividade foi-nos proposta na segunda semana de estágio e apesar de ser uma “atividade extra”, que não constava do plano de estágio, serviria para perceberem de que forma trabalhávamos e para demonstrar conhecimentos na área. Aceitámos a proposta desde logo e ficámos responsáveis pela realização de um plano da atividade (ver anexo), onde constasse uma descrição do projeto, o público-alvo; a duração da actividade; os objetivos; as atividades e os horários de funcionamento, etc.

A atividade foi realizada no dia 27 de agosto de 20114, numa quinta na periferia da cidade de Leiria. Realizou-se das 13:00h às 21:00h, contendo as seguintes atividades:

 Modelagem de Balões;

 Face painting (Pinturas faciais);

 Peddy papper;

 Futebol;

 Jogos tradicionais;

A atividade correu bem e o nosso trabalho foi apreciado, tendo sido uma mais-valia para a empresa e para nós. Futuramente podemos apostar neste ramo e “quiçá” dar seguimento e trabalhar nesta vertente.

3.8. Evento no Vivaci (Street Art Day)

Fruto de alguns conhecimentos, surgiu por parte dos meus supervisores de estágio uma proposta para a organização de um evento dedicado às artes urbanas, que seria realizado no Centro Comercial “Vivaci” das Caldas da Rainha.

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28 Aceitei este projeto como um desafio pessoal, onde estaria encarregue de toda a organização do mesmo, contactos, monitorização, entre outros. Infelizmente o mesmo acabou por não ser realizado por mim e pela minha colega de estágio, sendo realizado posteriormente por uma empresa contratada para o efeito. Apesar de o evento não ter sido realizado por nós, foi na mesma elaborado um plano5 onde constavam as atividades propostas. Este projeto surgia como possibilidade de mostrar as minhas capacidades como organizador e gestor de um evento, e seria mais um elemento favorável para mim e para o estágio.

3.9.Atividade de Animação no Centro Cultural de Congressos

Após a realização do Projeto Ludicidade, que foi bastante divulgado, houve a possibilidade da realização de uma atividade de animação, da qual fariam parte, como monitores, eu e uma das monitoras do projeto anterior (Andreia Cardoso). A atividade era destinada a um grupo de crianças, filhos dos convidados de uma Reunião Internacional de Medicina Estética que decorreu no CCC e consistia na realização de ateliês à semelhança do projeto anterior, no qual trabalhamos. A atividade era remunerada e teve a duração de 9h, tendo início às 09:00h e término às 18:00h. Foi mais uma oportunidade de mostrar as minhas capacidades e de consolidar os meus conhecimentos. O balanço foi muito positivo, tanto para nós como para a empresa que nos requisitou. O plano da atividade pode ser visto no anexo 7.

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Reflexão final

A realização do estágio é a oportunidade de consolidar muitos dos conhecimentos teórico-práticos e teóricos adquiridos ao longo dos três anos. Este estágio, foi a consagração e a oportunidade de experienciar diferentes ramos da Animação Sociocultural. Foi-me sempre dada a liberdade necessária para ser criativo e poder explorar-me, cometer erros se assim acontecesse, pois esta é a fase onde podemos testar-nos à procura do melhor caminho.

Poder realizar o meu estágio numa cidade como as Caldas da Rainha, foi um aspeto muito positivo, pois a cidade possui uma boa rede cultural, o que nos permite conhecer um pouco mais e ter contacto com outras realidades.

Trabalhar com crianças foi um grande desafio, pois nunca o tinha feito antes, e é preciso ter a sensibilidade necessária para lidar com elas. O prazer de trabalhar com crianças deve-se em parte ao facto de não terem uma mente tão fechada, querem explorar, conhecer e não se sentem tão inibidas e preocupadas com a opinião e julgamento social. O facto de poder ensinar coisas novas e poder mudar e melhorar os dias de muitas crianças com as intervenções que fazia, era sem dúvida um grande alento para dar mais de mim. Há também muito a aprender com elas, apesar de muitas pessoas pensarem o contrário, é uma troca de ideias e conhecimentos muito saudável.

Após a realização deste estágio curricular com a duração de três meses, sinto-me um profissional mais completo, mais capacitado para poder lidar com mais públicos e algumas adversidades que surjam. Sem dúvida que serviu para me formar como profissional e consolidar os meus conhecimentos necessários para adquirir a experiência profissional necessária para um futuro próximo.

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Bibliografia

ANDER-EGG, Ezequiel (1999). O léxico do animador. Amarante: Edições ANASC.

JARDIM, Jacinto (2002). O Método da Animação – Manual para o Formador. Porto: Edições AVE.

LOPES, Marcelino (1978). Animação Socioeducativa. Revista de Animação, nº 9;

LOPES, Marcelino (2006). Animação Sociocultural em Portugal. Chaves: Editora Intervenção.

QUINTAS, Sindo Froufe (1998). Técnicas de grupo en animación comunitaria. Salamanca: Edições Amarú.

QUINTAS, Sindo Froufe e SÁNCHEZ, Margarita Gonzalez (1996). Para comprender la animacion sociocultural. Salamanca: Evd.

TRILLA, Jaume (1997 e 1998). Animación sociocultural “Teorías programas e ámbitos”. Lisboa: Instituto Piaget.

VENTOSA, Victor J. (1997) Intervención Socioeducativa. Madrid: Editorial CCS.

VENTOSA, Victor J. (2004) Métodos ativos y técnicas de participación para educadores y formadores. Madrid: Editorial CCS.

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Webgrafia

 http://anae.biz/; (última consulta em 4 de novembro de 2011)

 http://www.cm-caldas-rainha.pt/portal/page/portal/PORTAL_MCR; (última consulta em 2 de dezembro de 2011)

 http://caldasdarainha.com.sapo.pt/imagens/mapa_freguesias_grande.gif; (consultado em 2 de dezembro de 2011)

 http://www.ine.pt/scripts/flex_provisorios/Main.html; (consultado em 20 de novembro de 2011)

 http://www.osteclinhas.esecs.ipleiria.pt/index.php?paged=3; (consultado em 2 de dezembro de 2011)

 www.airo.pt/custompages/showpage.aspx?pageid=fb34320d-b627-4983-b2ef-0399307c6f8e; (consultado em 7 novembro de 2011)

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Lista de Anexos

Anexo 1 - Caracterização da Cidade das Caldas da Rainha Anexo 2 – Relatório da Ludoteca de verão “Ludicidade” Anexo 3 – Inventário da “Ludicidade”

Anexo 4 – Plano da Atividade do dia 27 – 08 – 2011 “Casamento” Anexo 5 – Reflexão da Atividade 27-08-2011 “Casamento” Anexo 6 – Evento no Vivaci “Street Art Day”

Anexo 7 – Plano da atividade dia 17-09-2011 Anexo 8 – Projeto de Animação “LudiCaldas” Anexo 9 – Plano de estágio

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Fig. 1 – Mapa do Concelho das Caldas da Rainha Fig. 2 – Mapa do Distrito de Leiria

Caracterização da Cidade das Caldas da Rainha

Enquadramento Histórico:

A cidade das Caldas da Rainha é um Município da Estremadura, que pertence ao Distrito de Leiria, localiza-se na faixa Litoral Portuguesa, Região de Lisboa e Sub-Região do Oeste. Pertence à Associação dos Municípios do Oeste, Região de Turismo do Oeste e mais recentemente à Comunidade Urbana do Oeste (COMURB).

Foi fundada nos finais do séc. XV e ascende a Sede do Concelho em 1821, tem uma grande influência termal, elemento fundamental de afirmação e criação das Caldas da Rainha, denominada mesmo de cidade termal.

A cidade divide-se em duas Freguesias Nª Sr.ª do Pópulo e Santo Onofre, que por sua vez se subdividem em 14 freguesias (A-dos-Francos; Alvorninha; Carvalhal Benfeita; Coto; Foz do Arelho; Landal; Nadadouro; Salir de Matos; Santa Catarina; São Gregório; Serra do Bouro; Tornada e Vidais.

O Município das Caldas da Rainha faz fronteira a Norte com o Concelho de Alcobaça, a Sul pelos Concelhos de Óbidos; Bombarral e Cadaval, a Este com o Concelho de Rio Maior e a Leste pelo Oceano Atlântico.

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História

A história da cidade está intrinsecamente ligada às termas, crê-se que em 1484, durante uma viagem de Óbidos à Batalha (cidade portuguesa do Distrito de Leiria), a Rainha D. Leonor (esposa de D. João II de Portugal) e a sua corte tenham passado por um local onde várias pessoas do povo se banhavam em águas sulfurosas de um odor intenso. A Rainha questionou estes, qual era a razão de se banharem em tais águas, uma vez que não era usual nem frequente banharem-se, muito menos em águas de odor tão intenso, ao qual este responderam que eram doentes e que estas águas possuíam poderes curativos. A soberana quis presenciar por si própria o que estas gentes lhe diziam e a própria se banhou nas águas milagrosas, uma vez que também ela era doente (não se sabe ao certo a doença que possuía, não é unânime). Mas de qualquer forma a mesma teria ficado curado e mandado posteriormente mandado edificar naquele local um hospital termal, para que todas as pessoas que sofressem de males se pudessem curar. Para apoiar os mais desfavorecidos mandou também construir um povoamento com cerca de trinta moradores, aos quais não era tributado qualquer imposto (jugadas; oitavas; Siza e portagem) para o usufruto das termas.

O desenvolvimento das Caldas da Rainha iniciou-se com Afonso V de Portugal, que mandou reconstruir e ampliar o hospital termal, os familiares deste, assim como vários elementos da corte puderam usufruir de tais instalações até ao fim da vida do mesmo, o que fez com que a cidade pudesse desenvolver-se com a presença e influência da Aristocracia nesta região.

Caldas da Rainha atingiu o estatuto de Vila em 1511. Apesar de todo o desenvolvimento que decorre da passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o Concelho das Caldas só é criado em 1821. Mas foi durante o séc. XIX que esta Vila assiste a um maior desenvolvimento, fruto das classes mais abastadas, que procuravam a região devido às estâncias termais.

A abundância de argila nesta região, possibilitou também a criação de numerosas fábricas de cerâmica, que convertem a Vila num dos centros produtores mais importantes do país, com especial destaque para as criações de Rafael Bordalo Pinheiro (Raphael Bordallo Pinheiro) iniciadas na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha entre 1884 e 1907.

O crescimento demográfico da cidade estende-se pelo séc. XX com a elevação da Vila à categoria de Cidade em 1927. Outras artes vão prosperando na cidade além da cerâmica, tais como a pintura, a escultura, fazendo da cidade um importante centro artístico, onde se destacam nomes como: José Malhoa; António Duarte e José Fragoso.

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Características:

Caldas da Rainha, cidade termal, é uma cidade pitoresca e histórica, próxima do Atlântico, é uma metrópole muito vocacionada para a vertente agrícola, muito rica em fruta possuindo o único mercado de diária a céu aberto de Portugal, repleto de frutas, legumes, flores, animais, etc. Este mercado é realizado na Praça da Fruta ou Praça da República e nenhum projeto municipal demove estes vendedores para um mercado coberto pois este é histórico e tradicional, fonte de atração de muitos visitantes.

A proximidade da orla costeira possibilita também o fornecimento diário de peixe fresco para o Mercado do Peixe. Tem também na sua orla marítima lindas praias, muito procuradas pela qualidade das suas águas muito abundantes em iodo, como as Praias de Foz do Arelho; Salir do Porto; S. Martinho do Porto, que se ligam através de uma estrada costeira repleta de miradouros e centros pesqueiros. Privilegiada e conceituada cidade marítima, compartilha com Óbidos da maior lagoa de água salgada da Europa, rica em enguias; amêijoa e berbigão, onde se pratica a pesca e vários desportos marítimos.

Quadro Demográfico:

De acordo com os dados do XIV Recenseamento Geral da População e da Habitação as Caldas da Rainha possuíam um total de 48846 habitantes, ou seja, 12,4% da população da sub-região do Oeste. É de salientar que este município foi um dos que mais cresceu nesta última década de recenseamento, a par de Alenquer e Sobral de Monte Agraço. Esta tendência crescente da população das Caldas da Rainha deve-se à melhoria das condições de acesso, bem como à proximidade de grandes metrópoles, como Lisboa e Leiria. Contudo existe uma distribuição desigual da população entre as freguesias do Concelho, sendo as Freguesias de N. S. do Pópulo e de Santo Onofre as que mais população concentram, cerca de 71% no total. Este facto deve-se à ruralidade de grande parte das outras freguesias, não havendo políticas de fixação, ou fatores determinantes e atrativos para uma maior fixação da população, nestas mesmas freguesias. Cabe também referir que este Concelho possui um grande número de população envelhecida, sendo representada aproximadamente por um valor de 104 idosos por cada 100 jovens, contudo a taxa de natalidade tem vindo a crescer na última década.

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Quadro Económico:

A população ativa do Concelho das Caldas da Rainha distribui-se essencialmente por 3 setores de atividade, o maior será o terciário (58%), seguindo-se o secundário (35%) e o primário (7%). O setor primário como podemos ver representa uma pequena percentagem da população ativa do Concelho, devido ao maior acesso de informação e maior nível de formação da população no geral. Já ao setor secundário cabe uma parte significativa da economia desta região, empregando cerca de 34,5% da população deste Concelho. Ao setor terciário cabe a maior fatia, facilmente explicada pelo aumento do nível de instrução da população, quer pela proximidade e influência da grande metrópole (Lisboa), quer pela boa rede de escolas tanto secundárias como superiores, que possibilita uma melhoria significativa na qualidade de ensino e obtenção de melhores resultados, que se traduz nestas percentagens. O setor do Turismo é um dos mais privilegiados e um potencial indiscutível, devido à proximidade da orla marítima, Lisboa, Óbidos, entre outras, apresentando-se como um setor considerável e em expansão nos últimos anos.

Educação:

O Município das Caldas é servido por uma boa rede de equipamentos escolares, alguns deles de dimensão sub-regional e nacional, que se compõe por:

Jardins de infância públicos 27

Jardins de infância privados 11

Escola Básicas 1º Ciclo 54

Escola Básicas 2º e 3º Ciclo 3

Escolas com Ensino Secundário públicas 2

Escola com Ensino Secundário privadas 3

Ensino Recorrente 1

Ensino Especial 1

Ensino Profissional 3

Ensino Superior público 1

Ensino Superior privado 1

Total 109

Fonte: C.M.C.R

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Como podemos verificar o município possui um leque educacional vasto que abrange todas as freguesias, dotando-as de ensino básico e pré-escolar.

Saúde:

No que toca à saúde a cidade está bem servida, possui um hospital termal, fator atrativo desde o séc. XV quando o mesmo foi fundado, devido às suas águas com propriedades curativas e muito apreciadas desde há muitos anos, que faz com que muitas pessoas se desloquem a esta cidade para poder usufruir das mesmas (turismo de saúde/turismo termal). Está também dotada de estabelecimentos como:

 Centro de Saúde;

 Hospital Regional;

 Clínica Hospitalar;

 Diversas clínicas privadas das mais variadas especialidades;

Estes centros hospitalares servem as regiões envolventes, e trazem da região de Lisboa muitos profissionais da saúde que mantêm cá os seus consultórios e clínicas. Este feito privilegia a cidade das Caldas da Rainha como um dos bons centros de assistência médica, fazendo convergir à cidade muitos cidadãos de cidades e vilas vizinhas.

Clima:

Zona de microclima, com temperatura média entre os 15 e 18 graus e pluviosidade fraca, dista 8Km do Oceano e a 66 metros de altitude.

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Cultura:

Caldas da Rainha é uma cidade que aposta imenso na vertente cultural e possui um dos maiores conjuntos de museus do nosso país.

A existência da ESAD (Escola Superior de Arte e Design), de um Centro de Artes no apoio às artes plásticas e inúmeros eventos (Bienais, Simpósios, etc.), têm também contribuído para a afirmação do estatuto de cidade das Artes e Cultura.

A herança deixada por nomes como Rafael Bordalo Pinheiro; António Duarte; João Fragoso; José Malhoa contribui também para levar o nome da cidade bem longe.

A riqueza cultural desta cidade mede-se desde as tradições seculares; à sua gastronomia; ao artesanato; às suas manifestações religiosas ou profanas. Esta variedade de elementos de património cultural, de espaços culturais é motivo e fator de atração e identificação de muitas pessoas com a cidade das Caldas da Rainha.

Museus

Centro de Artes: Inclui Atelier Museu António Duarte, Atelier Museu João

Fragoso e Atelier Museu Barata Feyo (Todos Museus Municipais);

Casa Museu de S. Rafael;

Museu do Hospital e das Caldas (Museu Municipal);

Museu do Ciclismo (Museu Municipal);

Museu da Cerâmica (Museu Nacional);

Museu de José Malhoa (Museu Nacional)

Galerias:

OSIRIS - Galeria Municipal das Caldas da Rainha; Galeria - Café Alexander;

Galeria MM;

Galeria Peppers;

Referências

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