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A lei de execuções penais em confronto com a realidade prisional brasileira.

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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

YANKEL RODRIGO V. DA SILVA

A LEI DE EXECUÇÕES PENAIS EM CONFRONTO COM A

REALIDADE PRISIONAL BRASILEIRA

SOUSA - PB

2011

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A LEI DE EXECUÇÕES PENAIS EM CONFRONTO COM A

REALIDADE PRISIONAL BRASILEIRA

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Jurídicas e Sociais do CCJS

da Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: Professor Dr. Jardel de Freitas Soares

SOUSA – PB

2011

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A LEI D E E X E C U Q O E S P E N A I S E M C O N F R O N T O C O M A R E A L I D A D E P R I S I O N A L B R A S I L E I R A

T r a b a l h o d e c o n c l u s a o de curso a p r e s e n t a d o ao Curso de Ciencias Juridicas e Sociais, d a Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e , e m c u m p r i m e n t o d o s requisitos necessarios para o b t e n g a o do tftulo de Bacharel e m Ciencias J u r i d i c a s e Sociais.

Orientador: Prof. Jardel de Freitas Soares

B a n c a E x a m i n a d o r a : Data de a p r o v a g a o :

Orientador: Prof. Jardel de Freitas S o a r e s - U F C G Professor Orientador

Prof. Maria de Lourdes M e s q u i t a E x a m i n a d o r interno

Prof. Guerrison A r a u j o Pereira de A n d r a d e E x a m i n a d o r externo

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O presente trabalho m o n o g r a f i c o tern c o m o objetivo, identificar e mostrar as d i s p a r i d a d e s existentes entre o texto legal da Lei de e x e c u c a o penal brasileira e a realidade prisional do nosso pais, s e m , c o n t u d o esgotar o assunto haja vista, a limitacao imposta pelo proprio trabalho m o n o g r a f i c o . Tern c o m o urn dos principals focos do trabalho o carater ressocilaizador das p e n a s , q u e a p e s a r de legalmente presente nao a l c a n c a a realidade dos nossos presidios. O trabalho inicia-se dando u m a a b o r d a g e m historica d a s penas, d e s d e o seu s u r g i m e n t o nos primeiros a g r u p a m e n t o s h u m a n o s ate o os dias de hoje, t a m b e m se procura explorar o d e s e n v o l v i m e n t o d a n o s s a lei de e x e c u c a o penal e t o d o s os percalcos por qual p a s s o u ate ser s a n c i o n a d a e m 1984. No decorrer do trabalho t a m b e m se trata da pena e m s e u s m a i s variados tipos individualmente. Mais adiante s a o m o s t r a d o s urn a urn, os e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais e l e n c a d o s pela L E P , c a d a urn c o m suas peculiaridades e dispositivos que Ihe c o n f e r e m legalidade, b e m c o m o quais tipos de a p e n a d o s s a o d i r e c i o n a d o s para cada urn deles: Os principals p r o b l e m a s cronicos do sistema carcerario Brasileiro t a m b e m sao levados e m consideragao durante o trabalho m o n o g r a f i c o , c o m o por e x e m p l o , a s u p e r l o t a c a o e as d r o g a s , m a s t a m b e m sao m o s t r a d a s iniciativas que v i s a m c o m b a t e r t a i s p r o b l e m a s c o m o o Piano Nacional de Politicas Penitenciaria e a Pastoral Carceraria que tern c o m o m i s s a o dar urn p o u c o m a i s de d i g n i d a d e a m a s s a carceraria brasileira, e por fim e d a d o c o m o e x e m p l o as politicas ressocializadoras implantadas na Penitenciaria Regional Joao Bosco Carneiro.

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the Brazilian criminal law e n f o r c e m e n t and prison reality of our country, without, however, e x h a u s t the subject considering the limitation i m p o s e d by the m o n o g r a p h . Its o n e of the m a i n f o c u s e s of w o r k ressocilaizador the character of punishment, although legally that this d o e s not reach the reality of our prisons. T h e paper begins by giving a historical o v e r v i e w of penalties, from its inception in the early h u m a n settlements until the present day, it also explores the d e v e l o p m e n t of our law e n f o r c e m e n t and criminal law by which all w e n t s m o o t h l y until it w a s enacted in 1984. During this w o r k it is also a penalty for its varied types individually. Further are shown o n e by o n e , prisons highlighted by L E P , e a c h with its o w n peculiarities and devices that confer legality as well as w h a t types of offenders are directed to each of t h e m , the m a j o r chronic p r o b l e m s in the prison s y s t e m are also Brazilian taken into consideration in t h e m o n o g r a p h i c work, such as o v e r c r o w d i n g and drugs, but are also s h o w n initiatives to c o m b a t p r o b l e m s such as the National Penitentiary and prison pastoral care policy w h i c h is m a n d a t e d to give a little m o r e dignity in the m a s s Brazilian prisoners, and finally is given as an e x a m p l e the policies i m p l e m e n t e d in the regional prison resocializing J o h n Bosco Carneiro.

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Art. - Artigo C L T - C o n s o l i d a g a o d a s Leis do T r a b a l h o C P - C o d i g o penal C P P - C o d i g o de P r o c e s s o Penal D E P E N - D e p a r t a m e n t o Penitenciario Nacional F U N P E N - F u n d o Penitenciario Nacional

LEP - Lei d e E x e c u c o e s Penais

P R J B C - Presidio Regional J o a o Bosco carneiro R D D - R e g i m e Disciplinar Diferenciado

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1 I N T R O D U Q A O 7 2 A P E N A E S E U C O N T E X T O H I S T O R I C O 9 2.1 O C O N T E X T O H I S T 6 R I C O D A S P E N A S N O B R A S I L 10 2.2.AS LEIS DE E X E C U Q O E S P E N A I S N O B R A S I L 11 2.3 A S P E N A S E S U A S E S P E C I E S 13 2.4 D O S R E G I M E S P R I S I O N A I S 19 3 A I N A P L I C A B I L I D A D E D A L E P 22 3 1 D O S E S T E B E L E C I M E N T O S P E N A I S : A P R E V I S A O L E G A L E M C O N F R O N T O C O M A R E A L I D A D E 22 3.2 G R A V E S P R O B L E M A S D O S I S T E M A P R I S I O N A L B R A S I L E I R O 29 4 I N I C I A T I V A S D E R E S S O C I A L I Z A g A O D O S A P E N A D O S E E G R E S S O S 33 4.1 P O L i T I C A S P U B L I C A S D E R E S S O C I A L I Z A Q A O : P L A N O N A C I O N A L DE P O L l T I C A P E N I T E N C I A R I A 33 4.2 A P A S T O R A L C A R C E R A R I A 37 4.3 P E N I T E N C I A R I A R E G I O N A L J O A O B O S C O C A R N E I R O : U M E X E M P L O DE R E S S O C I A L I Z A Q A O N O B R E J O P A R A I B A N O 39 5 C O N C L U S A O 43 R E F E R E N C E S 46

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1 I N T R O D U Q A O

O Estado s u r g e para u m a s o c i e d a d e c o m o objetivo de garantir a o r d e m publica e a p a z i g u a r as turbulencias resultantes d a s interacoes entre os individuos que a c o m p o e , d e s t a m a n e i r a c o i b e d e t e r m i n a d o s praticas q u e lesionam bens j u r i d i c o s c o n s i d e r a d o s c o m o imprescritiveis a coletividade. A legislagao Penal e responsavel e m char figuras tipicas que v i s e m a r e p r e s s a o do crime para se proteger tais b e n s j u r i d i c o s , h a v e n d o penalidades aos que infringem estas disposicoes legais.

Decorre d e s t a penalidade a e m i s s a o de u m a sentenga penal que constitui o r d e m judicial p a r a o c u m p r i m e n t o deste c o m a n d o , a partir de e n t a o a regularidade da e x e c u g a o e norteada pela lei de e x e c u g o e s penais. Tal lei e c o n s i d e r a d a c o m o perfeita ou a d e q u a d a pelo fato de ser c o m p o s t a por dispositivos q u e a s s e g u r e m e p r o t e g e m os p r e s o s , garantindo tratamento h u m a n o na e x e c u g a o p e n a l , entretanto a a u s e n c i a de estrutura d o s e s t a b e l e c i m e n t o s penais m a c u l a o fiel c u m p r i m e n t o da e x e c u g a o

Este trabalho tern por objetivo, mostrar a verdadeira realidade dentro do sistema carcerario brasileiro, e m f a c e d a lei n° 7 2 1 0 / 8 4 , a lei de Execugao Penal Brasileira, t e n d o c o m o principal alvo os e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais e m todas as s u a s e s p e c i e s , m o s t r a n d o principalmente as d i s p a r i d a d e s entre o q u e m a n d a a lei e a real situagao q u e os d e t e n t o s e n f r e n t a m e m seu dia a dia. A l e m de mostrar as agoes que e s t a o s e n d o t o m a d a s para que e s s a situagao seja resolvida. Foi atraves de u m a p e s q u i s a nas leis nacionais, alem d a leitura de noticias vinculadas atraves de periodicos, e d a observagao do dia a dia d o s e n c a r c e r a d o s q u e foi possivel a constatagao d o s s e u s principals p r o b l e m a s , b e m c o m o alguns projetos d e s e n v o l v i d o s para tentar diminuir e s s e g r a n d e p r o b l e m a social.

No primeiro capitulo sera abordada a P e n a , d e s d e seu contexto historico ate s u a s e s p e c i e s , pois, e gragas a aplicagao d e s t a q u e os detentos estao reclusos, entao, e d e s u m a importancia sua a b o r d a g e m de u m a m a n e i r a a m p l a . A p o s sera tratado sobre os r e g i m e s de c u m p r i m e n t o de pena tao importante quanto a pena imposta j a que atraves do regime estabelecido na pena sera decidido a forma de c u m p r i m e n t o d e s t a .

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p r o b l e m a s q u e a c o m e t e m c a d a urn deles, b e m c o m o s u a s peculiaridades, s e m p r e do ponto de vista m a i s real p o s s i v e l , levando-se e m conta t o d a s as situagoes por que p a s s a m e s s e s individuos. Dentro desse capitulo t a m b e m sera a b o r d a d o alguns dos principals p r o b l e m a s c o n s i d e r a d o s cronicos dentro do s i s t e m a carcerario c o m o u m t o d o .

No terceiro capitulo serao m o s t r a d a s a l g u m a s iniciativas q u e v i s a m amenizar alguns p r o b l e m a s e n d e m i c o s ao sistema carcerario brasileiro, c o m o alguns projetos de iniciativa publica, a l e m d a g r a n d e assistencia prestada pela pastoral carceraria aos d e t e n t o s , pois e de s u m a importancia o trabalho d e s e n v o l v i d a por essa entidade filiada a Igreja Catolica. Por fim, sera relatada a e x p e r i e n c i a , q u e esta sendo bastante b e m s u c e d i d a no Brejo Paraibano, m a s e s p e c i f i c a m e n t e no Presidio Regional J o a o B o s c o C a r n e i r o , na cidade de G u a r a b i r a , q u e esta d a n d o o exemplo de c o m o ressocializar os a p e n a d o s .

A p e s q u i s a foi realizada c o m a utilizagao d o s m e t o d o s dialetico, historico-juridico, e x e g e t i c o j u r i d i c o , bibliografico, b e m c o m o o e s t u d o e analise de artigos cientificos e sites da internet, para que os objetivos d e s t e e s t u d o f o s s e m alcangados servindo-se d e s t e s m e i o s para f u n d a m e n t a r e elucidada a situagao do a p e n a d o no cenario d a s penitenciarias nacionais.

A p o s o e x p o s t o t e m - s e a expectativa de q u e e s s a situagao seja vista c o m outros olhos j a que o p r o b l e m a carcerario brasileiro e u m p r o b l e m a de toda a s o c i e d a d e e tern q u e ser e n c a r a d o c o m o tal, pois e por m e i o da cobranga dos seus direitos q u e a S o c i e d a d e se faz ouvir, d e s s a f o r m a nao p o d e fechar os olhos para tao g r a n d e p r o b l e m a social. Diante d e s s a situagao c h a m a - s e ao m e i o a c a d e m i c o o d e b a t e s o b r e tao e s p i n h o s o t e m a .

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2 A P E N A E S E U C O N T E X T O H I S T O R I C O

Os diferentes m o d o s de vida e de p e n s a m e n t o s s e m p r e c o n d i c i o n a r a m ao longo d a historia varios tipos de c o m p o r t a m e n t o s , portanto a criminalidade foi algo c o m u m e m t o d a s as s o c i e d a d e s , o q u e levou as p e s s o a s a e s t a b e l e c e r e m regras de convivio social. M a s e s t a b e l e c e r u m contexto historico e m definitivo e algo ao qual nao se p r o p o e e s s e trabalho, e sim tentar tracar u m paralelo entre o sistema dos dias atuais e o q u e acontecia anteriormente, partindo de u m contesto geral dos e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais ate u m especifico que seria a realidade prisional na P a r a i b a , m a i s e s p e c i f i c a m e n t e na penitenciaria Regional J o a o B o s c o Carneiro na cidade de G u a r a b i r a no referido e s t a d o . N e s s e sentido vale lembrar Nucci (2003 p. 6 0 ) :

O ser humano sempre viveu em permanente estado de associag3o na busca incessante do atendimento de suas necessidades basicas, ansiava por conquistas e satisfac3o, e desde os prim6rdios valeu as regras de convivencia, ferindo os semelhantes e a pr6pria comunidade onde vivia, tornando inexoravel a aplicag3o de uma puniceio. Sem duvida, n§o se entendiam as mais variadas formas de castigo como se fossem penas, no sentido tecnico- juridico que hoje possuem, embora n§o passassem de embri6es do sistema vigente. Iniciaimente aplicava-se a sanc§o como fruto da libertac3o do cla da ira dos deuses, em face da infrag3o cometida quando a reprimenda consistia, como regra na expulsSo do agente da comunidade, expondo-o a pr6pria sorte.

A p e n a surgiu c o m o f o r m a de o r g a n i z a c a o d o s g r u p o s primitivos, pois talvez s e m ela a s o c i e d a d e nao a l c a n c a s s e o grau de d e s e n v o l v i m e n t o ao qual c h e g o u , d e s d e s e u inicio c o m a pena de vinganca, p a s s a n d o pelas impostas no direito r o m a n o , ate as e x e c u t a d a s pelo e s t a d o . A i n d a , c o n s o a n t e Mirabete (2007 p.33):

O taliao constitui importante conquista, pois estabelece uma proporcionalidade entre ag3o e reagSo. O instituto da legitima defesa e uma conquista do taliao.

A composicao foi outro progresso, onde o ofensor compre a impunidade do ofendido, com dinheiro, gado, armas, as maneiras das indenizacoes de vida e de honra em vigor na atualidade.

O c6digo de Hamurabi editado mais de 2000 anos a . C , contempla o taliao e a composic3o, porem o c6digo de Manu, aproximadamente mil anos mais recentes, n§o faz referencias a esses dois importantes institutos. Neste as penas sao corporais, com o corte de dedos, pes, queima do homem adultero e a entrega da mulher adiiltera para que os c3es a devorem.

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Ao tempo de Justiniano, o fundamento da pena esta no interesse do estado, demonstrando sua natureza publica.

0 aparecimento da igreja cat6lica e do direito canonico faz acompanhar as ideias de humanizar e espiritualizar as penas.

As ideias cristas permitem a c o n s t r u c t da intencionalidade como medida de punic§o e foram de suma importancia para o direito penal.

G r a n d e conquista foi c o n s e g u i d a pelo C o d i g o de H a m u r a b i q u a n d o institui a lei do taliao, q u e estipulava q u e a pena deveria ser proporcional ao agravo, evitando a s s i m os e x c e s s o s c o m e t i d o s pelas p e n a s de v i n g a n c a , por e x e m p l o , a composigao que e parte importante na e v o l u c a o da pena, pois d e s s a f o r m a o agressor poderia c o m p r a r d o a g r e d i d o a sua absolvicao, evitando a s s i m m a i o r e s d a n o s . Nesse sentido a s s e v e r a G r e c o (2008, p.77-78):

Na verdade a partir do sec. XVIII, tambem conhecido como seculo das luzes, e que foram iniciadas as maiores transformagoes no que diz respeito a qualidade das penas. No final do sec. XVIII e inicio do sec. XIX, comeca a haver uma modificagSo da postura adotada, onde o corpo do condenado e que tinha que sofrer pelo mal por ele produzido. Os suplicios que eram a arte de reter a vida no sofrimento, subdividindo-a em "mil mortes", foram sendo gradualmente abolidos. O espetaculo do horror, as cenas chocantes do patibulo estavam sendo deixados de lado. Comeca portanto a transiccio das penas aflitivas, corporais, para as penas privativas de liberdade. Mesmo tratando-se de pena privativa de liberdade e o principio do respeito da dignidade da pessoa humana.

Na idade m e d i a muitas sao as historias de torturas praticadas durante e s s e p e r i o d o , muitas delas b a s e a d a s na doutrina de S a n t o A g o s t i n h o , so com o a p a r e c i m e n t o d o iluminismo e suas ideias revolucionarias para e p o c a e que houve u m t r a t a m e n t o m a i s h u m a n o para c o m os e n c a r c e r a d o s . B a s e a d o n e s s e s m e s m o s principios, a pena p a s s o u a ser vista nao so c o m o m a n e i r a de punicao, mas t a m b e m c o m o u m a f o r m a de ressosializacao do individuo.

2.1 O C O N T E X T O H I S T 6 R I C O D A S P E N A S N O B R A S I L

A prisao c o n f i g u r a d a tal c o m o e hoje, ou seja, c o m o pena, e de aparecimento ressente na historia do direito penal, no Brasil nao foi de outra f o r m a . No inicio, a prisao c o m o f o r m a d e carcere era destinada a p e n a s a q u e l e s que estavam

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e s p e r a n d o j u l g a m e n t o . A s s i m foi ate as o r d e n a g o e s A f o n s i n a s , Manuelinas e Filipinas, ate por q u e e s s a s s e g u i a m e m direito u m penal b a s e a d o na brutalidade c o m q u e e r a m a p l i c a d a s s u a s sangoes corporais, a l e m de t o d o s os tipos de violagoes a o s direitos do a c u s a d o . S i t u a g a o e s s a q u e perdurou ate 1830 q u a n d o da introdugao do C o d i g o Criminal do Imperio, orientado pelas ideias liberals advindas d a Europa e dos E s t a d o s Unidos, que o r i e n t a v a m s u a s leis e e r a m b a s e a d a s na justiga e e q u i d a d e , que e r a m o cerne das novas correntes de p e n s a m e n t o das c h a m a d a s novas e s c o l a s p e n a i s .

Devido a p r o c l a m a g a o da republica e a aboligao d a escravatura, no final do seculo XIX as leis penais sofreram a l g u m a s m u d a n g a s importantes. E m 1890, c o m o Codigo Penal d a Republica, este p a s s o u a prever diversas m o d a l i d a d e s de prisao, tais c o m o a prisao de reclusao, a prisao c o m trabalhos forgados, a prisao celular e a prisao disciplinar, a s s i m s e n d o que cada e s p e c i e era c u m p r i d a e m estabelecimento prisional especifico.

D e s d e o inicio do seculo X X , os e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais brasileiros se m o s t r a v a m precarios e m sua estrutura, s e n d o a superlotagao e o p r o b l e m a d a t r i a g e m q u e nao s e p a r a v a m o preso c o n d e n a d o do provisorio u m d o s maiores desafios a s e r e m e n f r e n t a d o s pelo sistema. So e m 1940 e publicado o atual Codigo Penal atraves d e u m d e c r e t o lei, este t r a z e n d o varias inovagoes, entretanto poucas f o r a m as m u d a n g a s , s e n d o d e s d e e s s a e p o c a o tratado c o m d e s c a s o a situagao prisional por parte do poder publico, se o b s e r v a v a que o p r o b l e m a da superlotagao a s s i m c o m o tantos outros direitos e r a m d e s r e s p e i t a d o s d i u t u r n a m e n t e por parte do poder publico, o q u e impedia qualquer f o r m a de ressocializagao do detento, m a n t e n d o - s e e s t e s e g r e g a d o socialmente, s e m perspectivas de retomar u m a vida contraria a q u e o levou ao carcere.

2.2.AS LEIS DE E X E C U R S O E S P E N A I S NO B R A S I L

D e s d e longa data q u e se tenta constituir um codigo q u e estabelega normas relativas ao direito penitenciario brasileiro, tal materia estava inserida no Codigo Criminal do Imperio, so que e m 1933 foi criada u m a c o m i s s a o c o m o intuito de char

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o p r i m e i r o c o d i g o d e e x e c u g o e s criminais da republica, tal c o m i s s a o era presidida pelo jurista C a n d i d o M e n d e s de A l m e i d a . Dentre as inovagoes, este ja trazia o principio d a individualizagao e distribuigao do t r a t a m e n t o p e n a l , a l e m da figura das colonias penais a g r i c o l a s , do livramento condicional e d a s u s p e n s a o condicional d a e x e c u g a o . Entretanto d e v i d o a instalagao do regime d o Estado Novo e m 1937, que s u s p e n d e u as atividades p a r l a m e n t a r e s , esse projeto s e q u e r c h e g o u a ser discutido. Em 1 9 5 1 , o e n t a o d e p u t a d o Carvalho Neto, viria a produzir u m projeto e s t a b e l e c e n d o n o r m a s gerais de direito penitenciario, ja q u e o pais ainda se e n c o n t r a v a c a r e n t e d e tal legislagao, m a s m e s m o a s s i m o tal projeto nao viria a se converter e m lei.

Diante d a n e c e s s i d a d e de u m a lei que d i s p u s e s s e sobre as n o r m a s gerais de direito penitenciario, foi s a n c i o n a d a a lei n° 3.274 de 1957, m a s a referida lei era insuficiente, o que fez c o m que no m e s m o a n o h o u v e s s e por parte do ministro da justiga, o pedido ao professor O s c a r S t e v e n s o n , de u m projeto para u m novo codigo penitenciario. N e s s e projeto, a e x e c u g a o penal deveria ser tratada distintamente do C o d i g o P e n a l , e a c o m p e t e n c i a para a e x e c u g a o penal seria dividida a varios orgaos.

E m 1962 veio mais u m projeto de u m codigo de e x e c u g o e s penais, este inovava d e v i d o ao fato de trazer q u e s t o e s relativas as m u l h e r e s detentas, alem de u m a certa p r e o c u p a g a o c o m a h u m a n i d a d e e legalidade na execugao da pena privativa de liberdade.

O s dois ultimos projetos a c i m a citados s e q u e r c h e g a r a m ate a fase d e revisao. E m 1970 c o m o m e s m o n o m e e finalidade, inspirado na resolugao das nagoes unidas, d e 30 d e agosto de 1953, q u e d i s p u n h a sobre as regras m i n i m a s para o t r a t a m e n t o d e reclusos, foi apresentado mais u m projeto, d e s s a vez do professor B e n j a m i m Morais Filho. Seguiu-se a e s s e projeto o de Cotrim Neto, que trazia c o m o inovagoes a questao da previdencia social e o s e g u r o contra acidentes de trabalho sofridos pelos detentos. Baseava e s s e projeto no principio que a

recuperagao do d e t e n t o d e p e n d i a do assistencialismo do p o d e r publico, trabalho e disciplina.

S e m alcangar exito, nao c h e g a v a m a se converter e m lei os projetos a p r e s e n t a d o s pelos juristas, e da m e s m a fora ia f i c a n d o a republica s e m uma legislagao q u e tratasse de f o r m a especifica d a e x e c u g a o penal. A t e que e m 1983 finalmente e a p r o v a d o o projeto de lei do ministro d a justiga Ibrahim Abi Hackel, que

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se c o n v e r t e u na lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984, a vigente e atual lei de Execugao Penal, q u e o pais ja carecia a t e m p o s , pois c a d a vez mais o se consolidava c o m o ciencia a u t o n o m a o direito e x e c u t i v o p e n a l , c o n f o r m e foi positivado pela Constituigao Federal de 1988 que e l e v o u o direito penitenciario a categoria de ciencia a u t o n o m a , inclusive d i s p o n d o e m s e u artigo 24 a c o m p e t e n c i a da uniao para legislar sobre s u a s n o r m a s .

A lei de e x e c u g a o penal brasileira, L E P , e c o n s i d e r a d a c o m u m a das mais a v a n g a d a s do m u n d o , p r e z a n d o por u m espirito filosofico e a ressocializagao do h o m e m a s o c i e d a d e , e r e a l m e n t e de v a n g u a r d a a legislagao brasileira. A legislagao de e x e c u g a o penal e erigida a categoria de ciencia juridica, e prima pela defesa do principio d a legalidade para impedir e x c e s s o s ou desvios no curso d a execugao, que para q u e este nao v e n h a a c o m p r o m e t e r o principio da d i g n i d a d e d a pessoa h u m a n a na aplicagao da p e n a .

C o n f o r m e dito a n t e r i o r m e n t e , a lei brasileira e bastante m o d e r n a e avangada, prima pela filosofia ressocializadora na pena privativa de liberdade. P o r e m , apos tanto t e m p o e t r a b a l h o d e s p e n d i d o para se ter e f e t i v a m e n t e u m a lei de execugao no Brasil, o p r o b l e m a agora e outro, e o c u m p r i m e n t o efetivo da lei de e x e c u g a o penal.

2.3 A S P E N A S E S U A S E S P E C I E S

A partir do titulo V artigo 105, a Lei de E x e c u g a o Penal p a s s a a tratar da pena s u a s e s p e c i e s e f o r m a de e x e c u g a o , por tanto a partir d e s s e m o m e n t o tratar-se-a d a s p e n a s e s u a s e s p e c i e s , a L E P , divide a pena e m tres tipos, as P E N A S P R I V A T I V A S D E L I B E R D A D E , A S P E N A S R E S T R I T I V A S D E D I R E I T O (que se divide e m : prestagao d e servigos a c o m u n i d a d e , limitagao de fim de s e m a n a e interdigao t e m p o r a r i a s de direito) e P E N A DE M U L T A . S e g u i n d o a o r d e m da propria lei ira tratar-se d e c a d a u m a delas: sobre as p e n a s nos ensina B I T E N C O U R T ( 2 0 0 6 , p.140):

A principal finalidade pois a que deve dirigir-se a pena e a preveng3o geral-em seua sentidos intimidatorios e limitadores- sgeral-em deixar de lado as necessidades de prevengSo, no tocante ressocializagSo do delinguente.

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A P E N A P R I V A T I V A D E L I B E R D A D E , c o m o o proprio n o m e diz, consiste na s e g r e g a c a o do c o n d e n a d o do convivio social. No nosso c o d i g o penal sao as penas de reclusao, d e t e n g a o e prisao simples, no caso das c o n t r a v e n g o e s penais. A pena privativa de liberdade p o d e r a ser c u m p r i d a e m tres r e g i m e s . O regime fechado, o regime s e m i - aberto e o regime aberto, t o d o s e m e s t a b e l e c i m e n t o s apropriados para c a d a u m d o s regimes.

C o n f o r m e preleciona o artigo 105 da L E P : "transitando e m j u l g a d o a sentenca q u e aplicar pena privativa de liberdade, se o reu estiver ou vier a ser preso, o juiz o r d e n a r a a e x p e d i g a o de guia de recolhimento para a e x e c u g a o " .

A s p e n a s privativas de liberdade e m nosso C o d i g o Penal sao as de reclusao e d e t e n g a o (artigo 33.). Q u e hoje nao a p r e s e n t a m p r a t i c a m e n t e qualquer diferenga, d a i a d e s n e c e s s i d a d e de ser m a n t i d a e s s a n o m e n c l a t u r a , p o d e n d o chama-las a p e n a s de prisao.

B e m se s a b e q u e a pena de reclusao d e v e ser c u m p r i d a e m regime fechado, s e m i - a b e r t o ou aberto, e n q u a n t o a de detengao e m r e g i m e s e m i - aberto ou aberto, salvo se houver n e c e s s i d a d e de regressao de r e g i m e ( C P , art.33), portanto revelando a igualdade entre a m b a s , pois se d i s p e n s a o m e s m o t r a t a m e n t o .

A s p e n a s privativas de liberdade d e v e r a o ser e x e c u t a d a s e m regime progressive, m e d i a n t e o qual p o d e r a dar - se a substituigao d e u m regime mais severo por u m m e n o s rigoroso, d e s d e que tenha havido c u m p r i m e n t o de parte d a pena e o c o n d e n a d o d e m o n s t r e merito. De a c o r d o c o m a e x p o s i g a o de motivos da lei de e x e c u g a o penal:(exp. De motivos d a LEP n. 119.).

A progressSo deve ser uma conquista do condenado pelo seu merito e pressupoe o cumprimento minimo de um sexto da pena no regime inicial ou anterior. A transferencia e determinada somente pelo juiz da execuc3o, cuja decis3o sera motivada e precedida de parecer da comissSo tecnica de classificacSo. Quando se tratar de condenado oriundo do sistema fechado, e imprescindivel o exame criminol6gico (art. 111 e paragrafo unico

A i n d a de a c o r d o c o m a exposigao de motivos d a L E P : (exp. de motivos da LEP n. 120).

Se o condenado estiver em regime fechado n2o poder3 ser transferido diretamente para o aberto. Essa progress§o depende do cumprimento minimo de um sexto da pena do regime semi- aberto, alem da

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demonstragSo do merito, compreendido tal vocabulo como aptidSo, capacidade e merecimento, demonstrados no curso da execucao. (exp. de motivos da LEP n. 120).

O artigo 108 d a L E P traz u m a e x c e c a o a regra d a p e n a privativa de liberdade, e s s a e x c e c a o trata d o c o n d e n a d o c o m d o e n c a m e n t a l . T a l artigo a s s i m d i s p o e , " O c o n d e n a d o a q u e r n s o b r e v i e r d o e n c a m e n t a l sera i n t e r n a d o e m Hospital d e Custodia e T r a t a m e n t o Psiquiatrico." A e s s e respeito p r e l e c i o n a M i r a b e t e ( 2 0 1 0 p.321):

S6 deve cumprir pena aquele que tern capacidade penal, ou seja, que tern condicoes de submeter-se a sua execugao. N3o tern essa capacidade o agente que, no momento da ag3o ou omiss3o, em virtude de doenca mental, era inteiramente incapaz de entender o carater criminoso do fato ou de determinar-se com esse entendimento. Nessa hipbtese, o agente por ser inimputavel, e isento de pena e submetido a medida de seguranca ( arts. 29 e 97 do CP). Pode ocorrer, porem, que sendo o agente imputavel no momento do fato, passe a nao ter mais capacidade executivo - penal pela superveniencia de doenca mental. Nesse caso, n§o mais pode ser executada a pena, pois a finalidade desta e a reinsergSo social do condenado e, estando este infenso as medidas ressocializadoras pela incapacidade de entender e querer, a execucSo da sancSo seria inutil. Ademais, incapacidade psiquica torna inconveniente e mesmo perigosa a permanencia do condenado em estabelecimento destinado a execugao da pena. Essa permanencia no presidio podera ser prejudicial a vida ou a sua cura, diante da ausencia de tratamento especializado. Por isso, preveem os arts. 41 do CP e 108 da LEP que, sobrevindo doenga mental ao condenado, este deve ser internado em hospital de custodia e tratamento psiquiatrico. O tempo de internagSo e computado como cumprimento da pena, em decorrencia da detrag§o (art. 42 do C6digo Penal)

O u t r a e s p e c i e d e pena q u e e t r a t a d a pela lei d e e x e c u g a o p e n a l e P E N A R E S T R I T I V A D E D I R E I T O , q u e p o d e ser a p l i c a d a d e tres f o r m a s e s a o elas: p r e s t a c a o d e s e r v i c o s a c o m u n i d a d e , limitacao d e f i m d e s e m a n a e interdigao t e m p o r a r i a d e direitos, c o n f o r m e a s s e v e r a a L E P , artigos 147 e 148 in verbis:

Art. 147 - Transitada em julgado a sentenga que aplicou a pena restritiva de direito, o juiz de execugSo, de oficio ou a requerimento do Ministerio Publico, promovera a execugSo, podendo, para tanto, requisitar, quando necessario, a colaboragSo de entidades publicas ou solicita-la a particu lares.

Art. 148 - Em qualquer fase da execugao, podera o juiz, motivadamente, alterar a forma de cumprimento das penas de prestagSo de servigos a comunidade e de limitagSo de fim de semana, ajustando-as as condigoes pessoais do condenado e as caracteristicas do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitario ou estatal.

Ha p r a t i c a m e n t e u m c o n s e n s o no m e i o j u r i d i c o d e q u e a pena nao tern n e n h u m a f u n c a o e d u c a t i v a e n e m t a o p o u c o r e s s o c i a l i z a n t e , p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o

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imposta s e m q u a l q u e r trabalho ou criterio, s e m q u a l q u e r s e p a r a c a o entre os proprios c o n d e n a d o s , q u e s a o reunidos c o m s u a s s e n t e n c a s diversas, n u m m e s m o cubiculo, o n d e se c o n f u n d e na propria p r o m i s c u i d a d e .

£ e x t r e m a m e n t e importante q u e a prisao d e a l g u m a f o r m a seja substituida por outros tipos d e punigao, principalmente q u a n d o se trata de crimes de menor potencial ofensivo, m e r e c e n d o u m a melhor a d e q u a c a o punitiva. £ de total c o n h e c i m e n t o q u e a prisao c o m o meio de punir e u m t r e m e n d o fracasso, principalmente nos m o l d e s e m que se a p r e s e n t a hoje, e m q u e os c o n d e n a d o s sao s i m p l e s m e n t e j o g a d o s n u m a cela estreita, s e m qualquer c o n d i c a o de trabalho, higiene ou q u a l q u e r f o r m a de d i g n i d a d e ou objetivo d e reabilitacao. A s finalidades basicas d a punicao, c o m o a p r e v e n c a o , a r e e d u c a c a o e a d e f e s a social, perderam c o m p l e t a m e n t e o s e u sentido, pois, apesar de d e s u m a n a , a prisao ociosa nao intimida n e m tao p o u c o e d u c a .

D e s s a f o r m a c h e g o u - s e a conclusao q u e ha a n e c e s s i d a d e de substituir a pena de prisao, por outras f o r m a s de punicao que seja m a i s a d e q u a d a ao crime praticado b e m c o m o de valor social d e s r e s p e i t a d o , a s s i m a s s e g u r a n d o ao c o n d e n a d o que ele p o s s a e n t e n d e r o carater d a pena q u e Ihe foi imposta e prestar d a melhor f o r m a u m servigo a c o m u n i d a d e , a s s e g u r a n d o - o a liberdade de continuar levando u m a via n o r m a l .

O C o d i g o Penal vigente adota de a c o r d o c o m s e u artigo 4 3 . A s seguintes penas restritivas d e direito; a) prestagao de servigos a c o m u n i d a d e , b) interdigao t e m p o r a r i a de direitos c) limitagao de fim de s e m a n a . A n a l i s a n d o - s e cada u m a delas

individualmente t e m - s e a prestagao de servigos a c o m u n i d a d e q u e esta elencado na L E P , c o n f o r m e os artigos seguintes:

Art. 149 - Cabera ao juiz da execugSo:

I - designar a entidade ou programa comunitario ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado devera trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidoes;

II - determinar a intimagSo do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horario em que devera cumprir a pena;

III - alterar a forma de execucao, a fim de ajusta-la as modificacoes ocorridas na Jornada de trabalho.

§ 1° - O trabalho tera a durac3o de 8 (oito) horas semanais e sera realizado aos sabados, domingos e feriados, ou em dias uteis, de modo a n§o prejudicar a Jornada normal de trabalho, nos horarios estabelecidos pelo juiz.

§ 2° - A execugSo tera inicio a partir da data do primeiro comparecimento. Art. 150 - A entidade beneficiada com a prestac§o de servigos encaminhara mensalmente, ao juiz da execugao, relat6rio circunstanciado das atividades

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do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicacSo sobre ausencia ou falta disciplinar.

A pena d e prestagao de servigo a c o m u n i d a d e , a l e m de ser u m a s das f o r m a s mais j u s t a s de fazer c o m q u e o c o n d e n a d o p a g u e sua divida p e r a n t e a sociedade, t a m b e m tern u m a fungao social bastante importante, pois, nos lugares onde v e m s e n d o aplicada e s s a s p e n a s , nota-se que os c o n d e n a d o s na maioria d a s vezes c o n t i n u a m c o l a b o r a n d o c o m as entidades, m e s m o a p o s c u m p r i d a a pena imposta. E isso evita a influencia negativa da prisao, pois muitos q u e sao presos s a e m mais revoltados c o m a violencia policial, c o m a violencia d o s c o l e g a s d e cela e c o m a violencia d a propria s o c i e d a d e que e m vez de ajuda-lo a se reerguer-se, ajuda-o a afundar-se ainda mais no crime, reincidindo muitas v e z e s e m crimes b e m mais violentos do os q u e os levaram a primeira vez a prisao.

Outra e s p e c i e de pena restritiva de direito e a pena de limitagao do fim de s e m a n a , c o n f o r m e se ve nos artigos da Lei de Execugao Penal abaixo citados:

Art. 151 - Cabera ao juiz da execucao determinar a intimag§o do condenado, cientificando-o do local, dias e horario em que devera cumprir a pena.

Paragrafo unico - A execucao tera inicio a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 152 - Poderao ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanencia, cursos e palestras, ou atribuidas atividades educativas. Art. 1 5 3 - 0 estabelecimento designado encaminhara, mensalmente, ao juiz da execucao, relat6rio, bem assim comunicara, a qualquer tempo, a ausencia ou falta disciplinar do condenado.

Na v e r d a d e a pena de limitagao de fim de s e m a n a p o u c o e aplicada pelos j u i z e s , j u s t a m e n t e por falta de m e i o s , de locais a d e q u a d o s , de participagao d a c o m u n i d a d e ou de apoio as entidades, que nao tern revelado qualquer interesse e m receber o c o n d e n a d o nos fins de s e m a n a , pois t a m b e m nao d i s p o e m de condigoes para fiscalizar o seu trabalho ou ministrar-lhe cursos ou palestras.

Por fim a ultima e s p e c i e d a pena restritiva de direito e l e n c a d a na LEP e pena de interdigao t e m p o r a r i a de direitos c o n f o r m e o dispositivo legal abaixo citado:

Art. 154 - Cabera ao juiz da execucao comunicar a autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimacSo do condenado.

§ 1° - Na hip6tese de pena de interdicSo do art. 47, I, do C6digo Penal, a autoridade devera, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do oficio, baixar ato, a partir do qual a execucao tera seu inicio.

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§ 2° - Nas hip6teses do art. 47, II e III, do C6digo Penal, o Jui'zo da ExecucSo determinant a apreensSo dos documentos, que autorizam o exercicio do direito interditado.

Art. 155 - A autoridade devera comunicar imediatamente ao juiz da execugao o descumprimento da pena.

A ultima f o r m a d e p e n a e s t a b e l e c i d a pela lei d e e x e c u g a o p e n a l e a P E N A D E M U L T A , c o n f o r m e e l e n c a nos referidos artigos:

Art. 164 - Extraida certidao da sentenga condenat6ria com transito em julgado, que valera como titulo executivo judicial, o Ministerio Publico requerera, em autos apartados, a citagao do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens a penhora.

§ 1° - Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o dep6sito da respectiva importancia, proceder-se-a a penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execugao.

§ 2° - A nomeagao de bens a penhora e a posterior execugao seguirao o que dispuser a lei processual civil.

A p e n a d e multa e e x t r e m a m e n t e utilizada no n o s s o atual direito p e n a l , pois, evita o e n c a r c e r a m e n t o d o c o n d e n a d o por curtos intervalos d e t e m p o , a l e m de evitar a prisao d o individuo, por c r i m e s d e m e n o r g r a v i d a d e . M i r a b e t e ( 2 0 0 4 p. 6 9 2 ) a p o n t a c o m o a l g u m a s v a n t a g e n s da pena pecuniaria e m relagao a p e n a d e prisao que s a o :

Nao retira o condenado do convivio com a familia; b) nao o afasta do trabalho, com o qual mantem a si proprio e a familia, nem de suas ocupagoes normais licitas, evitando o desajustamento social; c) nao corrompe, por evitar sua insergao no meio deleterio da prisao; d) nao avilta, pela ausencia de carater infamante dessa especie de pena; e) atinge um bem juridico de menor importancia que a liberdade; f) preserva intacta a personalidade g) possui forga intimidativa ao menos nos crimes patrimoniais, ao recair sobre bens economicos, que na sociedade capitalista sao tidos como de consideravel valor; h) possibilita melhor individualizagao judicial, por se fundar principalmente na situagao economica do condenado;

i) nao sobrecarrega o erario publico, podendo ate constituir uma fonte de recursos para o estado

O referido a u t o r t a m b e m a p o n t a a l g u m a s d e s v a n t a g e n s q u a n d o diz respeito a p e n a d e m u l t a s e n d o elas ( 2 0 0 4 p. 6 9 2 ) :

£ uma forma de enriquecimento do estado a custa do crime; b) e raramente executada, pois a maioria dos condenados e absolutamente insolvente; c) e in6cuo como prevengao, ao menos com relagao aos crimes mais graves; d) tern sentido aflitivo desigual, pois, para quern muito pode, o pagamento da multa tern pouco significado pratico e, para quern pouco tern, atinge fundamentalmente o condenado; e) alcanga os familiares do condenado,

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privando de parte do ganho aquele que Ihes prove o sustento; f) pode representar inclusive o um incitamento a pratica de novos delitos, para que o condenado obtenha as condicfies necessarias ao pagamento

C o m o t o d a s as especies de pena, a pena de multa a p r e s e n t a tanto pontos positivos q u a n t o pontos negativos, m a s s e m p r e de se ressaltar a importancia de sua aplicabilidade e m crimes de m e n o r potencial ofensivo b e m c o m o nos crimes patrimoniais, m a s s e m p r e se a t e n t a n d o para o detalhe d a individualizagao d a pena, d e v e n d o o juiz s e m p r e aferi-la c o n f o r m e as possibilidades do c o n d e n a d o . M e s m o nos dias de hoje talvez o principal problema d a pena de multa sera s u a e x e c u c a o , ja q u e p r a t i c a m e n t e t o d o s os c o n d e n a d o s sao insolventes, e n t a o e s s a pena teria carater nulo, ou seja, nao surtiria n e n h u m efeito, portanto devera ser usada s o m e n t e q u a n d o possivel de sua e x e c u g a o , caso contrario substituida por outro tipo de pena.

2.4 D O S R E G I M E S P R I S I O N A I S

O nosso c o d i g o penal adotou tres f o r m a s de regime de c o m p r i m e n t o de pena, q u e s a o o regime f e c h a d o , o semi-aberto e o regime a b e r t o . O b s e r v a - s e que para a definigao de e m qual regime o a p e n a d o ira cumprir a pena d e v e r a atentar-se para a q u e tipo de pena ele foi c o n d e n a d o , se foi a pena privativa d e liberdade ou restritivas de direito, b e m c o m o ao e x a m e criminologico que vai classificar o c o n d e n a d o . A respeito d o s r e g i m e s de c u m p r i m e n t o d a s p e n a s nos e n s i n a T E L E S ( 2 0 0 6 p.333):

O nosso sistema adota um sistema progressivo de cumprimento das penas privativas de liberdade que significa o que pode haver de mais moderno e democratico em todo o mundo. Pelo nosso sistema, as penas de pris3o serSo cumpridas progressivamente em tres regimes, fechado, semi-aberto e aberto, comportando ainda o livramento condicional e prevista a possibilidade de regress3o do regime mais brando para o regime mais severe O sistema baseia-se na necessidade de que a privac3o de liberdade do condenado seja executada com a finalidade de recupera-lo, que tera, desde o inicio, a perspectiva de alcancar a liberdade e a certeza que Ihe sera devolvida, paulatinamente conforme seu merecimento. Trata-se de uma concepc§o moderna, democratica e sobretudo mais humana ,da pena de prisao que poderia ter ensejado melhores resultados se os governantes do pais e estados-membros tivessem proporcionado os pressupostos indispensaveis a sua implementaceio, construindo e mantendo em boas condicoes, os estabelecimentos prisionais necessarios.

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A partir de a g o r a ira tratar-se de c a d a u m a d a s e s p e c i e s de regime individualmente. Primeiro o R e g i m e F e c h a d o e s t e e imposto ao detento c o n f o r m e o crime praticado e o d e t e n t o fica totalmente isolado d a s o c i e d a d e e recluso e m u m e s t a b e l e c i m e n t o penal proprio para este tipo de detento. C o n f o r m e traz o codigo penal e m seu artigo 33,in verbis:

Art. 33 - A pena de reclusao de ve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou semi-aberto salvo necessidade de transferencia a regime fechado. 1°- considera-se

Regime fechado a execucao da pena em estabelecimento fechado de seguranga maxima ou media.

Devido a periculosidade do detento o e s t a b e l e c i m e n t o deve oferecer c o n d i c o e s para q u e fique a s s e g u r a d o o total i s o l a m e n t o do a p e n a d o c o m a s o c i e d a d e , e s s e e s t a b e l e c i m e n t o destinado a o s detentos c o n d e n a d o s ao regime f e c h a d o e a penitenciaria, c o m o j a foi e s t u d a d o a n t e r i o r m e n t e . E s e m p r e bom d e s t a c a r q u e o c o n d e n a d o ao regime f e c h a d o p o d e r a vir a progredir de regime d e s d e q u e c o n s i g a reunir os requisitos necessarios para tal, que sao o bom c o m p o r t a m e n t o , o n d e o a p e n a d o cumpri sua pena s e m c o m e t e r faltas sejam de o r i g e m grave o u g r a v i s s i m a , b e m c o m o c u m p r e o t e m p o estabelecido e m lei para que passe a ter direito de pleitear a progressao.

Outra f o r m a de regime de c u m p r i m e n t o de p e n a e o regime semi-aberto, nesse regime o a p e n a d o nao fica e m e s t a b e l e c i m e n t o de s e g u r a n c a m a x i m a , m a s d e v e ficar isolado d a s o c i e d a d e , haja vista q u e nao a p r e s e n t a o m e s m o grau de periculosidade q u e o c o n d e n a d o ao regime f e c h a d o . A pena no regime semi-aberto d e v e ser c u m p r i d a e m colonia penal agrfcola, industrial ou similar, o que nem s e m p r e a c o n t e c e , d e v i d o ao fato de o Estado nao oferecer condigoes.

Da m e s m a f o r m a q u e a c o n t e c e c o m o c o n d e n a d o ao regime f e c h a d o , no regime s e m i - a b e r t o t a m b e m e possivel o c o n d e n a d o progredir de regime, passando a s s i m para o r e g i m e aberto , m a s para que se possa tornar-se possivel o a p e n a d o t a m b e m d e v e r a cumprir os requisitos necessarios, t a n t o os objetivos, que e o c u m p r i m e n t o de d e t e r m i n a d a porcao de sua p e n a , c o m o t a m b e m os subjetivos que visa o b o m c o m p o r t a m e n t o do detento no decorrer do t e m p o e m q u e estiver preso.

O r e g i m e aberto e dentre os tres o regime m a i s brando q u e existe, pois possibilita que o d e t e n t o volte ao convivio social. Esse regime pode ser aplicado

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tanto e m carater progressivo c o m o no inicio d a p e n a . Esse e o regime bastante flexivel p o d e n d o ser c u m p r i d o tanto na casa d e a l b e r g a d o , caso haja, ou e m outro e s t a b e l e c i m e n t o prisional, pois e obrigatorio o d e s c a n s o noturno e nos fins de s e m a n a o n d e o a p e n a d o e liberado a p e n a s para o t r a b a l h o . A ainda determina alguns c a s o s o n d e e s s e regime pode ser c u m p r i d o na propria residencia.como no c a s o d o s m a i o r e s d e 7 0 a n o s , a c o m e t i d o s de d o e n c a s g r a v e s , c o n d e n a d o c o m filho m e n o r ou deficiente m e n t a l e a c o n d e n a d a gestante.

U m a outra figura existente e o c h a m a d o R D D R e g i m e Disciplinar Diferenciado, q u e nao constitui-se c o m o u m a f o r m a de regime m a s c o m o uma sangao disciplinar, q u e ainda gera no m u n d o j u r i d i c o bastante discussao, nesse sentido nos diz C A P E Z ( 2 0 0 8 , p.375):

A autorizacao para inclusSo do preso no regime disciplinar diferenciado dependera de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa,( art. 54, 1a, de acordo

com a redac§o da lei 10.792/2003) essa sang§o disciplinar somente podera ser aplicada por previo e fundamento despacho de juiz competente( art.54,caput, com redacSo determinada pela lei 10.792/2003). N3o se trata portanto, de decis3o meramente administrativa. Exige-se, finalmente, que o ato judicial de inclusSo nesse regime seja precedido de manifestaccio do ministerio publico e da defesa, devendo a decisao ser prolatada em no Maximo 15 dias.

C o n f o r m e visto a c i m a , tanto do ponto d e vista legal q u a n t o doutrinario, o R e g i m e Disciplinar Diferenciado nao se trata de u m a e s p e c i e de regime, mas sim de u m a f o r m a de s a n g a o imposta aos detentos de maior periculosidade, seguindo s e m p r e os tramites legais.

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3 A I N A P L I C A B I L I D A D E DA L E P

A aplicabilidade d a Lei de Execugoes Penais, no q u e se diz respeito aos e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais, esta praticamente a u s e n t e nos estabelecimentos prisionais brasileiros. A p e s a r de e x t r e m a m e n t e m o d e r n a nao surte efeito e m nossa realidade, pois nao ha o que se discutir do texto legal, p o r e m surte p o u q u i s s i m o efeito na pratica, pois ha a l e m d o s p r o b l e m a s estruturais nas prisoes inumeros direitos d e s r e s p e i t a d o s d u r a n t e todo o curso da e x e c u g a o , b e m c o m o , p r o b l e m a s cronicos no sistema penal q u e c a r e c e m de s e r e m resolvidos, e para tanto e indispensavel a real aplicagao da lei de execugao penal.

O d e s r e s p e i t o dos direitos d o s detentos e cada dia m a i s flagrante nao s e n d o dificil verificar d e t e n t o s q u e c o n t i n u a m presos a l e m do t e m p o estabelecido e m suas p e n a s , presidios f u n c i o n a n d o c o m o deposito d e p r e s o s e vulneraveis aos mais diversos tipos de d o e n g a s .

3 1 D O S E S T E B E L E C I M E N T O S P E N A I S : A P R E V I S A O L E G A L E M C O N F R O N T O C O M A R E A L I D A D E

A Lei de E x e c u g a o Penal brasileira elenca e m s e u titulo IV, quais sao e a que tipo de a p e n a d o e direcionado os e s t a b e l e c i m e n t o s p e n a i s . C o m o tantas outras do o r d e n a m e n t o j u r i d i c o brasileiro a referida lei e c o n s i d e r a d a de v a n g u a r d a , pois, traz c o n s i g o institutos q u e caso f o s s e m aplicados t r a n s f o r m a r i a m o sistema prisional brasileiro, talvez, e m u m dos m a i s m o d e r n o s do m u n d o , m a s c o m o e de c o n h e c i m e n t o geral, sao p o u c a s que s e g u e m as n o s s a L E P , e c a d a vez m a i s se ve os e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais brasileiros a g o n i z a n d o e m s e u proprio d e s c a s o , sao p r o b l e m a s de t o d a s as e s p e c i e s , que serao tratados mais a frente e m m o m e n t o especifico, artigo 82 in verbis:

Art. 82 - Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido a medida de seguranca, ao preso provis6rio e ao egresso.

§ 1° - A mulher sera recolhida a estabelecimento prOprio e adequada a sua condic§o pessoal.

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§ 2° - O mesmo conjunto arquitetonico podera abrigar estabelecimentos de destinagao diversa desde que devidamente isolados.

Art. 83 - O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, devera contar em suas dependencias com areas e servigos destinados a dar assistencia, educag§o, trabalho, recreag§o e pratica esportiva.

§ 1° - Havera instalag§o destinada a estagio de estudantes universitarios. § 2° - Os estabelecimentos penais destinados a mulheres ser3o dotados de bergario, onde as condenadas possam amamentar seus filhos.

A n o s s a Lei d e Execugao Penal teve c o m o p r e o c u p a g a o , a classificagao dos e s t a b e l e c i m e n t o s penais, destinado assim o individuo ao estabelecimento apropriado a sua condigao. De acordo c o m a L E P sao os e s t a b e l e c i m e n t o s penais: as penitenciarias ( q u e s a o destinadas as individuos c o n d e n a d o s a pena de reclusao e m regime f e c h a d o ) ; a colonia agricola, industrial ou similar ( destinadas aos presos do regime s e m i - aberto); a casa do a l b e r g a d o ( destina aos c o n d e n a d o s a pena privativa d e liberdade e m regime aberto, ou a pena de limitagao de fim de s e m a n a ) , hospital de custodia e t r a t a m e n t o psiquiatrico ( d e s t i n a d o ao individuo inimputavel ou semi-imputavel) e a cadeia publica( destinada aos p r e s o s s e m sentenga definitiva ou provisorio). No d e c o r r e r d e s s e capitulo tratar-se-a cada u m d e s s e s e s t a b e l e c i m e n t o s individualmente, t r a g a n d o u m paralelo entre a previsao legal e a realidade prisional.

S e g u i n d o a o r d e m d a propria L E P , o primeiro e s t a b e l e c i m e n t o a ser tratado sera a Penitenciaria, que t a m b e m e o m a i s c o n h e c i d o de t o d o s , c h e g a n d o inclusive a se confundir c o m os d e m a i s e s t a b e l e c i m e n t o s . N e s s e sentido, artigo 87 a 90 in verbis:

Art. 87 - A Penitenciaria destina-se ao condenado a pena de reclusao, em regime fechado.

Art. 88 - O condenado sera alojado em cela individual que contera dormit6rio, aparelho sanitario e lavat6rio.

Paragrafo unico - S3o requisitos basicos da unidade celular:

a) salubridade do ambiente pela concorrencia dos fatores de aerag§o, insolag§o e condicionamento termico adequado a existencia humana; b) area minima de 6 m2 (seis metros quadrados).

Art. 89 - Alem dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciaria de mulheres podera ser dotada de segSo para gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsavel esteja presa.

Art. 90 - A penitenciaria de homens sera construida em local afastado do centro urbano a distancia que n§o restrinja a visitagSo.

N a o precisa ser estudioso no t e m a para se p e r c e b e r q u e a redagao dos artigos a c i m a transcritos soa de m a n e i r a totalmente utopica, pois, c o m excegao das penitenciarias federals, acredita-se q u e n e n h u m a outra a t e n d e a totalidade dos

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requisitos e s t a b e l e c i d o s na lei. A lei e u m a coisa e a realidade e outra totalmente diferente, os presidios nacionais sao usados c o m o m e r o s depositos de presos, e m celas s u p e r l o t a d a s e m c o m p l e t a p r o m i s c u i d a d e , o n d e sao misturados presos c o n d e n a d o s e provisorios, praticantes de crimes b a r b a r o s e praticantes de crimes de m e n o r p o t e n c i a l . h o m e n s s a o s e d o e n t e s , sofrendo t o d o s os tipos de humilhacao e m a u s tratos.

A o ser c o n d u z i d o a penitenciaria, a lei preve q u e o c o n d e n a d o deve ser alojado e m cela individual, c o m area m i n i m a de seis m e t r o s q u a d r a d o s , dormitorio, aparelho sanitario e lavatorio. No entanto s a b e - s e q u e na maioria dos presidios a c u m u l a m - s e varios p r e s o s n u m a unica cela, v i v e n d o e m p r o m i s c u i d a d e e total falta de higiene, pois existe u m so banheiro, e a s s i m m e s m o aberto, para todos f a z e r e m s u a s n e c e s s i d a d e s , o que e d e s u m a n o . C o m o se s a b e o legislador procurou seguir as exigencias contidas nas regras d a O N U , s e m , no e n t a n t o , atentar para a nossa triste realidade, q u e e j u s t a m e n t e a carencia d e presidios, pois durante muitos anos nada foi feito n e s s a area.

Se de u m lado existe e s s a situagao critica e m n o s s o s presidios e cadeias publicas( q u e sera tratado mais adiante), o n d e muitas p e n a s longas sao cumpridas, por outro lado o legislador p a s s a a prever e s t a b e l e c i m e n t o s c o m exigencias que so p o d e m ser c u m p r i d a s por outros p a i s e s mais a d i a n t a d o s e c o m m e l h o r e s recursos, m a s q u e nao terao c o n d i c o e s de s e r e m atendidas e m n o s s a realidade social. T o m a n d o c o m o e x e m p l o as penitenciarias f e m i n i n a s q u e d e v e m ter, alem dos requisitos exigidos para as m a s c u l i n a s , outros mais, c o m o segao para gestantes e parturientes e c r e c h e s c o m finalidade de assistir ao m e n o r d e s a m p a r a d o e cuja a responsavel esteja presa.

E isso t u d o s e m se falar do local de trabalho d o s c o n d e n a d o s , q u e vivem na m a i s c o m p l e t a o c i o s i d a d e , o que nao deixa de ser u m c r i m e do e s t a d o , que nao trata de fazer penitenciarias c o m a c o m o d a g o e s para trabalho carcerario, s e m que os g o v e r n a n t e s s e j a m d e v i d a m e n t e responsabilizados. O artigo 90 preve que a penitenciaria masculina seja c o n s t r u i d a fora da area urbana, o que alem de ser muito v a g o , t a m b e m n a o a c o n t e c e na realidade existe i n u m e r a s penitenciarias dentro d a area u r b a n a .

Outro tipo de e s t a b e l e c i m e n t o prisional e a colonia agricola, industrial ou similar, que se destina ao c u m p r i m e n t o da pena e m regime s e m i - a b e r t o para, pena superior a quatro e inferior a oito anos, salvo se o c o n d e n a d o for, cumprindo parte

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d a pena no regime f e c h a d o , passar a semi-aberto o u , e s t a n d o n e s s e progredir ou regredir. A s s i m diz a L E P , e m s e u s artigos 910 e 92 in verbis:

Art. 91 - A Colonia Agricola, Industrial ou similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto.

Art. 92 - O condenado podera ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a do paragrafo unico do art. 88 desta Lei. Paragrafo unico - S3o tambem requisitos basicos das dependencias coletivas:

a) a selecSo adequada dos presos;

b) o limite de capacidade maxima que atenda os objetivos de individualizac3o da pena.

N e s s e s e s t a b e l e c i m e n t o s d e v e existir n e c e s s a r i a m e n t e o trabalho c o m o meio de tornar o c o n d e n a d o m a i s util a si m e s m o e a propria s o c i e d a d e . O trabalho externo, e m o b r a s ou servigos publicos, nunca t e v e a c e i t a c a o pelas proprias a d m i n i s t r a c o e s publicas, q u e c o l o c a m serias dificuldades para e m p r e g a r a m a o de obra carceraria, q u a n d o d e v e r i a m dar o e x e m p l o .

E m parte, justifica-se p l e n a m e n t e pelo receio de certos governantes, m o r m e n t e m u n i c i p a i s , e m aproveitar o trabalho d o s p r e s o s por falta de seguranca, s e n d o r e a l m e n t e u m risco permitir q u e eles t r a b a l h e m e x t e r n a m e n t e nas obras publicas. Fora os a l b e r g a d o s , que c u m p r e m as p e n a s e m regime aberto, realmente nao ha c o n d i c o e s d e trabalho nos regimes f e c h a d o e semi - aberto, nos quais o trabalho d e v e ser feito i n t e r n a m e n t e , c o m a necessaria fiscalizagao.

Outro g r a n d e p r o b l e m a d e s s e tipo de e s t a b e l e c i m e n t o , e o desvio de finalidade, pois c o m o nao ha v a g a s suficientes nas penitenciarias e cadeias publicas, e s s a s colonias, q u e ja s a o e s c a s s a s , f u n c i o n a m c o m o penitenciaria, nao servindo ao proposito para o qual foi c o n s t r u i d a , e a b r i g a n d o presos das mais variadas e s p e c i e s , inclusive f u n c i o n a n d o s i m u l t a n e a m e n t e c o m os tres regimes, s e n d o q u e nao oferece c o n d i c o e s para tal f u n c i o n a m e n t o . E x e m p l o proximo se o b s e r v a na colonia penal agricola do sertao, localizada na c i d a d e de S o u s a PB, que f u n c i o n a c o m o presidio masculino e f e m i n i n o ( s e m praticamente n e n h u m i s o l a m e n t o ) , a b r i g a n d o p r e s o s do regime f e c h a d o , s e m i - a b e r t o , aberto e albergados.

A c a s a do a l b e r g a d o e mais u m tipo de e s t a b e l e c i m e n t o prisional estabelecido pela L E P , e e fruto d a prisao-albergue ou regime aberto, que foi u m a criagao pioneira d o e s t a d o de S a o Paulo, para as p e n a s de curta d u r a g a o , o que permitia ao c o n d e n a d o continuar t r a b a l h a n d o e so dormir no a l b e r g u e . Posteriormente, c o m

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advento d a lei n. 6.416/77 foi previsto o regime aberto, e a prisao- albergue t o m o u assim foro de legalidade indiscutivel ( C P , art. 30). C o n f o r m e a L E P :

Art. 93 - A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitagao de fim de semana. Art. 94 - O predio devera situar-se em centra urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausencia de obstaculos fisicos contra a fuga.

Art. 95 - Em cada regi£o havera, pelo menos, uma Casa de Albergado, a qual devera conter, alem dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.

Paragrafo unico - O estabelecimento tera instalacoes para os servigos de fiscalizagao e orientacSo dos condenados.

Entretanto s a b e - s e que nem t o d a s as c o m a r c a s p o s s u e m sua c a s a do a l b e r g a d o , muitas v e z e s e s s e tipo de prisao e substituida pela prisao domiciliar, ate por que o c o n d e n a d o nao p o d e pagar pela inercia do e s t a d o e m construir as casas d o s a l b e r g a d o s . O ideal seria construir u m e s t a b e l e c i m e n t o q u e f o s s e destinado as tres f o r m a s de r e g i m e , c o m o a c o n t e c e e m C a m p i n a G r a n d e - P B .

N a o se p o d e negar a g r a n d e importancia da c a s a do a l b e r g a d o , mas ha de se observar os criterios para a c o n c e s s a o ao c o n d e n a d o , j a que sua c o n c e s s a o indiscriminada p o d e incentivar a reincidencia delitiva, p r i n c i p a l m e n t e onde nao h o u v e r fiscalizagao ou a c o m p a n h a m e n t o dos c o n d e n a d o s .

£ preciso q u e o Estado de condigoes para a devida aplicagao dos regimes instituidos, s e n d o o regime aberto, que tern u m g r a n d e n u m e r o de c o n d e n a d o s , c o n c e d i d o aos q u e r e a l m e n t e trabalhe e nao a p r e s e n t e m periculosidade. O principio f u n d a m e n t a l d a prisao-albergue e j u s t a m e n t e o trabalho d u r a n t e o dia e o recolhimento a noite na c a s a do albergado, o n d e houver, o u m e s m o a a l g u m a cela s e p a r a d a d a cadeia local. Esse trabalho pode ser feito, e x c e p c i o n a l m e n t e , durante a noite ( L E P , art. 56), c o m o regalia, mas se o c o n d e n a d o nao trabalhar estara frustrada a finalidade do regime aberto, pois, muitos tern a p r e s e n t a d o declaragao de trabalho, e a p o s r e c e b e r o beneficio, s i m p l e s m e n t e nao t r a b a l h a m , e muitas vezes v o l t a m a vida delitiva, portanto requer muita fiscalizagao a respeito.

O hospital de custodia e tratamento psiquiatrico tern s e u a m p a r o legal na L E P , c o n f o r m e os artigos 99 a 101 in verbis:

Art. 99 - O Hospital de CustOdia e Tratamento Psiquiatrico destina-se aos inimputaveis e semi-imputaveis referidos no art. 26 e seu paragrafo unico do C6digo Penal.

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Paragrafo unico - Aplica-se ao Hospital, no que couber, o disposto no paragrafo unico do art. 88 desta Lei.

Art. 100 - O exame psiquiatrico e os demais exames necessarios ao tratamento sao obrigat6rios para todos os internados.

Art. 101 - O tratamento ambulatorial, previsto no art. 97, segunda parte, do C6digo Penal, sera realizado no Hospital de Custodia e Tratamento Psiquiatrico ou em outro local com dependencia medica adequada.

A respeito do a s s u n t o diz Mirabete (2004, p.740):

A adogao das medidas de seguranca trouxe consigo a exigencia de diverso estilo arquitetonico e da existencia de aparelhagem interna nos estabelecimentos penais destinados a sua execugao. Assim, o hospital de custodia e tratamento psiquiatrico e um hospital-presidio, um estabelecimento penal que visa assegurar a cust6dia do internado. Embora se destine ao tratamento que e o fim da medida de seguranga, pois os alienados que praticam crimes se assemelham-se em todos os pontos a outros alienados, diferindo essencialmente dos outros criminosos, n§o se pode afastar a coerg§o a liberdade de locomog§o do internado, presumidamente perigoso em decorrencia da lei.

A existencia do hospital de custodia e t r a t a m e n t o psiquiatrico, e u m a exigencia legal, m a s n e m s e m p r e existe c o m v a g a s suficientes para t o d o s os que n e c e s s i t a m ( c o m o o c o r r e m c o m os d e m a i s e s t a b e l e c i m e n t o s p e n a i s ) , por isso a lei a s s e g u r a q u e c a s o nao haja u m e s t a b e l e c i m e n t o para e s s e f i m , d e v e o internado ser levado para outro local c o m d e p e n d e n c i a medica a d e q u a d a (LEP, art. 101), mas nao diz se e s s e local p o d e ser privado.

C o n t u d o o q u e se verifica na realidade, e que m e s m o nos locais que sao d e s t i n a d o s para tal fim nao ha o t r a t a m e n t o a d e q u a d o , os internados s a o tratados de m a n e i r a s e m e l h a n t e aos d e m a i s p r e s o s que nao s o f r e m d e s s e m a l . O contrario t a m b e m ocorre o n d e os c o n d e n a d o s sao obrigados a conviver nas penitenciarias, c a d e i a s e d e m a i s e s t a b e l e c i m e n t o s c o m individuos que d e v e r i a m estar submetidos a m e d i d a s de s e g u r a n g a , prejudicando ainda m a i s as c o n d i c o e s dos e s t a b e l e c i m e n t o s prisionais.

O ultimo d o s e s t a b e l e c i m e n t o s de que trata a lei de e x e c u g a o penal e a cadeia publica, e s t a b e l e c i m e n t o e s s e , que seja talvez o m a i s c o n h e c i d o , a cadeia publica e d e s t i n a d a aos p r e s o s provisorios, m a s a realidade e b e m diferente, assim diz a LEP e m s e u s artigos 102 a 104 in verbis:

Art. 102 - A Cadeia Publica destina-se ao recolhimento de presos provisorios.

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Art. 103 - Cada comarca tera, pelo menos, uma Cadeia Publica a fim de resguardar o interesse da administraccio da justiga criminal e a permanencia do preso em local pr6ximo ao seu meio social e familiar.

Art. 104 - 0 estabelecimento de que trata este Capitulo sera instalado pr6ximo de centro urbano, observando-se na construcao as exigencias minimas referidas no art. 88 e seu paragrafo unico desta Lei.

O preso provisorio e a q u e l e que esta preso por prisao e m flagrante, prisao preventiva, por p r o n u n c i a ou por sentenga recorrivel, ou seja, e a q u e l e que ainda nao teve s e u p r o c e s s o transitado e j u l g a d o definitivamente. M a s na pratica, as c a d e i a s publicas t o r n a r a m e s t a b e l e c i m e n t o s para receber p r e s o s d a s mais variadas e s p e c i e s , q u e c h e g a m ate a cumprir s u a s p e n a s na totalidade e m tal e s t a b e l e c i m e n t o , s e m n e n h u m a possibilidade de transferencia para local mais a d e q u a d o . Muitas v e z e s e s s e s e s t a b e l e c i m e n t o s a b r i g a m d e t e n t o s dos mais variados r e g i m e s , c h e g a n d o a superar i n u m e r a s v e z e s a c a p a c i d a d e de individuos para o qual foi projetado, o que prejudica ainda mais a tentativa de ressocializagao do individuo. Pois, c o m o as c a d e i a s nao sao e s p a g o s a s , a ociosidade e e x t r e m a m e n t e m a i o r do q u e nos presidios, a l e m d a p r o m i s c u i d a d e e falta de higiene no local, portanto a cadeia tern potencializado ainda m a i s t o d o s os p r o b l e m a s que existem no s i s t e m a carcerario, principalmente devido a sua superlotagao, que talvez seja o e s t o p i m para os d e m a i s p r o b l e m a s .

A s c a d e i a s publicas d e v e m ser c o n s t r u i d a s na z o n a u r b a n a s d a s cidades ou e m sua p r o x i m i d a d e , m a s nao na regiao central, pois isso causaria u m sentimento de inseguranga e d e s c o n f o r t o as habitantes d a s r e d o n d e z a s d e v i d o as fugas, que s a o b e m m a i s f r e q u e n t e s nas c a d e i a s do q u e nos p r e s i d i o s , haja vista o desvio de finalidade e a q u a n t i d a d e a b s u r d a de individuos dividindo o m e s m o espago, e a fragilidade estrutural e m q u e se e n c o n t r a m a maioria d e l a s .

C o n f o r m e d a d o s colhidos do IBGE e m sua ultima atualizagao, que ocorreu no ano 2 0 0 0 , existe 4 7 6 c a d e i a s publicas no pais que e s t a o e m f u n c i o n a m e n t o , e que a b r i g a m por volta de 5 8 . 2 9 4 individuos, s e n d o q u e d e s s e m o n t a n t e por volta de 31.000, e s t a o c o n d e n a d o s , de tal maneira q u e d e v e r i a m estar s e n d o s u b m e t i d o s a u m regime que so u m a penitenciaria poderia oferecer. S e n d o e s s a u m a situagao inadmissivel de a c o r d o c o m legislagao penal patria.

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3.2 G R A V E S P R O B L E M A S D O S I S T E M A P R I S I O N A L B R A S I L E I R O

Neste t o p i c o tratara b r e v e m e n t e de alguns d o s principals p r o b l e m a s e n d e m i c o s ao s i s t e m a prisional brasileiro, haja visto a impossibilidade de tratar de t o d o s . S a o infinitos os p r o b l e m a s que a c o m e t e m o s i s t e m a prisional brasileiro, mas dentre eles os piores sao: a superlotagao, a o c i o s i d a d e , as d o e n g a s s e x u a l m e n t e t r a n s m i s s i v e i s e m e s p e c i a l a A I D S , as drogas e o f e n o m e n o d a "prisionizagao". C o n f o r m e e s t a b e l e c e s s e a L E P , e o C o n s e l h o Nacional de Politica Criminal e Penitenciaria - C N P C P o r e s p o n s a v e l de determinar a c a p a c i d a d e m a x i m a de cada u n i d a d e prisional, atraves d a analise de sua estrutura e peculiaridade.

O p r o b l e m a d a superlotagao talvez seja o m a i s grave p r o b l e m a do sistema prisional brasileiro, pois e atraves dele que se originam tantos outros. A p e s a r de dificil de ser e s t a b e l e c i d a a c a p a c i d a d e de u m a prisao e f a c i l m e n t e manipulada, m a s apesar disso nao ha d u v i d a s a respeito da superlotagao dos estabelecimentos prisionais brasileiros. Ha u m g r a n d e perigo nas prisoes superlotadas, pois gera ainda mais violencia entre os presos, b e m c o m as tentativas de f u g a e ataque aos a g e n t e s prisionais, basta perceber que q u a s e a totalidade das rebelioes se d e v e a superlotagao. E m r e f e r e n d a ao tema diz Mesquita Junior (1999 p.44)informa que:

[...] pelo principio da humanizacSo da pena, a execu?3o penal deve obedecer aos parametros modernos de humanidade, consagrados internacionalmente, mantendo-se a dignidade humana do condenado. a higienada cela ou alojamento, por sua vez e dever do condenado, o qual devera tambem, conservar os objetos de uso pessoal. No entanto, o estado deve fornecer os meios adequados para sua higiene pessoal e do local onde estiver recolhido."

Basta dizer q u e e m a l g u m a s unidades prisionais, e s s a situagao atingiu u m p a t a m a r d e s u m a n o , as prisoes t o r n a r a m deposito de c o n d e n a d o s , o n d e ficam todos a m o n t o a d o s , j o g a d o s no chao, c o n v i v e n d o c o m todo tipo de praga, c o m o insetos e ratos, e e x a l a n d o odores indescritiveis, nao ha c o m o n e s s e a m b i e n t e nao a u m e n t a r e m as t e n s o e s entre os presos. Essa situagao e e m g r a n d e parte atribuida a presenga de u m g r a n d e n u m e r o de presos provisorios, d e v i d o a lentidao judicial, pois cerca d e u m tergo d e s s e s individuos estao nessa situagao.

Outro d o s principals p r o b l e m a s do sistema carcerario brasileiro e a ociosidade, j a q u e o trabalho para os detentos, junto c o m a educagao e o

Referências

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