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Vista do As possíveis estratégias para a criação de vínculo escola/família | Acta Científica. Ciências Humanas

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DE VÍNCULO ESCOLA/FAMÍLIA

Cristiane Prado

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Magda Fischer

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Sandra Sia

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Roseli Filizatti

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Andressa Oliveira

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Resumo: O presente trabalho discute a importância do estreito

relaciona-mento entre escola-família, buscando meios de intervenções significativas para que o processo ensino aprendizagem se realize de forma prazerosa para o discente, sendo de sua real necessidade envolver pais, comunidade, família e suas vivências. Através da realização de aplicações de questioná-rios e entrevistas entre pais, funcionáquestioná-rios e professores e consequentemente com a elaboração de gráficos apontando pontos deficitários por parte do andamento da Unidade Escolar, surgiu a realização de ações imediatas por

1 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: prof_cristianeprado@hotmail.com. 2 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: magdas.fischer@yahoo.com.br. 3 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: sandra.sia@itelefonica.com.br.

4 Mestre em Avaliação Psicológica. Pós-graduada em Desenvolvimento do Potencial Humano na Organização pela

Ponti-ficia Universidade Catolica. Graduada em Psicologia ambas pela Universidade São Francisco. Pós-graduada em andamen-to em Life, Executive, Xtremme Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching. E-mail: rofilizatti@gmail.com.

5 Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mestre em Educação pela Pontifícia

Uni-versidade Católica de Campinas. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Pós-graduada em Metodologia de Ensino. Graduação em Pedagogia todos pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. E-mail: andressa.oliveira@ ucb.org.br.

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parte do grupo gestor que direcionou algumas alterações na rotina escolar. Visando suprir distintas necessidades oriundas dos resultados obtidos, a elaboração de um novo planejamento estratégico fez com que a comunica-ção interna gerasse maior comunicacomunica-ção externa. A liderança democrática e a ética se fizeram essenciais para obter sucesso em sua prática pedagógica e administrativa, onde, por sua vez, apresentam-se bem avaliadas, em rela-ção à satisfarela-ção por parte dos funcionários. Bastante significativa e relevan-te para o desenvolvimento do trabalho, é o direcionamento da Pedagogia Gestora e a realização de Mentoring, onde as ações dos docentes têm como principal objetivo buscar a qualidade do ensino do discente, por meio da criação de vínculo entre escola-família.

Palavras-chave: Discente; Família; Gestão escolar; Vínculo.

Abstract: This paper discusses the importance of the close relationship

be-tween school and family, seeking means of significant interventions for the teaching learning process takes place in a pleasant way for the student, and his real need to involve parents, community, family and experiences. By con-ducting questionnaires and interviews between parents , staff and teachers , and consequently to the development of graphics applications pointing deficit points by the progress of the school unit , for prompt action by the management group that directed some changes in routine emerged school . In order to meet different needs arising from the results, the preparation of a new strategic planning made internal communication generates grea-ter exgrea-ternal communication. The democratic leadership and ethics became essential to succeed in their educational and administrative practice, which, in turn, present yourself well evaluated in relation to the satisfaction by the officials. Quite significant and relevant to the development of the work, is the targeting of Education Management and realization of Mentoring, where the actions of teachers whose main goal is to seek the quality of education the students through the creation of bonds between school and family.

Keywords: Teacher; Family; School management; Bond.

INTRODUÇÃO

Entende-se que as condições para um melhor aprendizado e desenvolvimento da crian-ça podem ser superadas quando a família e a escola mantêm boas relações.

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A escola pode contribuir para que essa relação seja saudável e reflita no bom andamento escolar, pois uma alienação familiar interfere diretamente no processo ensino-aprendizagem e no desenvolvimento escolar.

Segundo Tiba (2002) o fato dos filhos frequentarem uma boa escola, não significa apren-dizado garantido, os pais necessitam de soluções mais eficientes.

Sentimos claramente que as barreiras citadas acima, estão muito presentes em nos-sa realidade escolar, fazendo-se necessárias estratégias para que esnos-sa integração se efetue de forma concreta.

Compreender que há um ciclo, onde o desempenho escolar individual de cada aluno depende não apenas do seu rendimento em sala de aula, mas que cada integrante (do proces-so de ensino-aprendizagem) tem um papel determinante a ser desenvolvido, é decisivo nos resultados que se pretende alcançar. O envolvimento dos pais com a escola é essencial para um melhor aprendizado da criança, maximizando suas potencialidades. A omissão de um dos elementos, afeta diretamente o andamento do processo e todos os inseridos. Esse ciclo é composto por famílias- que esperam ações da escola, pela escola e professores- que depositam expectativas na família e pelos alunos que estão subordinados a eficácia desse processo.

Apesar dos esforços, tanto da escola quanto da família, em promoverem ações de continuida-de, há barreiras que geram descontinuidade e conflitos na integração entre esses dois micros-sistemas. Uma das dificuldades na integração família-escola é que esta ainda não comporta, em seus espaços acadêmicos, sociais e de interação os diferentes seguimentos da comunidade e, por isso não possibilita uma distribuição equitativa das competências e o compartilhar das responsabilidades (DESSEN; POLONIA, 2007, p. 28).

Os elementos a serem aprimorados e que necessitam de um olhar mais vigilante, estão relacionados à ausência de envolvimento dos pais no andamento escolar, entre eles um núme-ro significativo nas reuniões de pais e na lacuna encontrada na comunicação.

A escola é uma organização instituída pela sociedade para promover a formação e aprendiza-gem dos seus alunos, de modo que sejam preparados para agir e enfrentar, com segurança e competência, os desafios das várias dimensões da vida no âmbito pessoal, mundo do trabalho e na sociedade. Para tanto, cabe à escola possibilitar aos alunos conhecer de forma efetiva, perspi-caz e crítico- analítica, o mundo, e a si mesmos nesse mundo, ao mesmo tempo e que desenvol-vem competências cognitivas e psicossociais, autoestima e autoconfiança (LÜCK, 2012, p. 36).

Além de oferecer um ensino de qualidade, a escola tem o dever de proporcionar uma educação em que os alunos se sintam parte integrante do processo, o que só se consegue por meio de uma orientação atenta do professor na formação do discente.

Pensando nessa qualidade e na participação efetiva de pais, professores, funcioná-rios, alunos e da comunidade, fez-se necessário à instituição de uma gestão democrática e

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participativa, onde o gerenciamento do grupo gestor foi primordial para que os ajustes reali-zados obtivessem sucesso e o objetivo fosse alcançado.

Compreender a importância da gestão democrática na escola e aprimorar nossos conhe-cimentos em relação à prática docente se faz determinante para estreitar relações com todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Na vida profissional em que se está inserido, constantemente se depara com contratem-pos e desafios que abalam a “zona de conforto”, colocando-se em xeque em relação a algumas adversidades encontradas.

Por motivos burocráticos, surge uma problemática bastante significativa: deparar-se com uma escola nova e muito almejada pela comunidade e pelo município de Artur Nogueira onde está localizada.

Nem tudo aconteceu da maneira prevista, pois a escola atendeu uma demanda que não estava destinada ao espaço físico do prédio. A Unidade Escolar, atendeu alunos da educação infantil (período integral), sendo que a mesma estava designada para suprir as carências do ensino fundamental básico I. Houve uma resistência muito grande por parte do corpo docen-te e das famílias envolvidas nessa questão. O prédio docen-teve que ser adaptado, totalmendocen-te, para receber e acomodar a faixa etária citada acima. Outro agravante foi que, seu funcionamento ocorreu no 2º semestre do ano letivo de 2012, alterando toda rotina da vida familiar dos pais, alunos e professores.

Embora os desafios encontrados tenham sido relevantes, o ano findou-se com resultados positivos, porém com ajustes a serem realizados no ano seguinte.

Por se tratar de uma escola de grande porte, suas dependências passaram a oferecer em seu espaço físico a realização dos seguintes programas que atendessem a comunidade: Progra-ma Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o Curso de Inclusão Digital (Caia na Rede), o empréstimo da quadra para atividades físicas do grupo de 3ª idade (Vida Nova) e, em uma de suas dependências, o funcionamento de uma academia de musculação sob a supervi-são e responsabilidade da Secretaria de Saúde do município.

Os percalços descritos acima nos colocaram diante do desafio de criar laços benéficos para o bom andamento da relação família-escola.

Segundo os autores Sklus, Kennell e Klaus (2000), o termo vínculo refere-se ao elo entre os pais e a criança, enquanto que o termo apego refere-se ao elo da criança com os pais. Na sociedade existem diversos tipos de vínculos.

Com relação ao vínculo afetivo, pode-se dizer que é a ligação a de um objeto (pessoa ou coisa), pela emoção, pelo carinho e pelo amor. É formado pela apreciação e admiração do objeto por suas qualidades e características ou pela sensação de necessidade de proteção e acolhimento de a quem se vincula.

O vínculo afetivo é de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem. Não é possível desenvolver as habilidades cognitiva e social sem que a afetividade seja trabalhada.

De acordo Souza (2006 apud PALÁCIOS; MARCHES, 1995) escola e família, são insti-tuições sociais que maiores efeitos têm para a criança.

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Quanto ao vínculo empregatício, significa que está caracterizada a relação entre empre-gado e empreempre-gador, ou seja, o vínculo é a ligação entre empreempre-gado e empresa.

Já o vínculo conjugal é a relação que se estabelece e se verifica na constância de um casa-mento. Por ele se identifica legalmente a união formal dos cônjuges.

A escola e a família devem estabelecer uma relação de reciprocidade, na qual a família participe mais diretamente no processo educacional de seus filhos.

De acordo com Souza (2006, p. 44-45) “as práticas educativas que os pais desenvolvem com seus filhos são decididas por vários elementos”.

Concomitantemente à educação familiar, a escola tem uma considerável influência na formação dessas crianças.

Percebe-se que, as experiências da vida familiar estão sempre presentes, nas ações edu-cacionais, podendo auxiliar ou dificultar o processo de aprendizagem dos alunos. O que a pessoa é depende de como são estabelecidas as relações familiares e sociais, as quais sempre estarão refletidas no decorrer de sua vida.

As relações permeadas pelo vínculo afetivo contribuem para reparar possíveis fraturas no pro-cesso de aquisição do conhecimento de cada um, dá espaço para que haja um aprendizado que transforma interiormente propiciando a ele o saber fazer e ser atuante com possibilidades de posicionar-se frente a uma sociedade exigente e em constante movimento (FARO, 2005, p. 22).

Faz-se necessário estreitar as relações estremecidas por adversidades e transformações que a sociedade vem apresentando no contexto familiar. É notório que a família atual não tem semelhança com a família nuclear de alguns anos atrás, apresentando princípios e valores diferenciados.

Atualmente, observa-se que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de ser alfabetizado, o que dificulta a participação desejada no desenvolvimento escolar do filho.

A participação da família é uma necessidade contemporânea, almejada por todos que fazem parte do contexto escolar, independente de ser ensino fundamental ou educação infantil. Lidar com famílias hoje é lidar com a diversidade. Famílias intactas, famílias em processos de separação e muitas outras. Pode-se observar que existe, sem dúvida, uma alteração radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o único provedor, ficando evidente a mudança do papel da mulher na família (REIS, 2010, p. 16).

Refletindo sobre tudo o que foi abordado e de acordo com as transformações da socieda-de atual, a presente pesquisa nos mostra a importância da relação entre escola e comunidasocieda-de.

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Compreende-se que o envolvimento dos pais com a escola é essencial para a aprendiza-gem de sucesso dos alunos. Não basta que os pais saibam que os filhos realizam as tarefas, eles precisam ter interesse no que cada tarefa consiste e mostrar que estarão ali, apoiando a criança independente de seu desempenho.

A responsabilidade pela formação da personalidade de um futuro cidadão cabe à família, enquanto que a escola o capacita profissionalmente. Portanto está cada vez mais claro que ambas, família e escola, são parceiras nessa educação integrada.

Sabendo que, ajustar essa relação família-escola é imprescindível para um desenvolvimen-to de sucesso do discente faz-se necessário percorrer caminhos capazes de estreitar esses laços.

METODOLOGIA

A referida escola municipal apresenta em média 350 alunos matriculados.

São 18 professores, a maioria com formação superior e muitos deles com cursos de pós--graduação lecionando nos turnos da manhã e tarde. Há também dois professores auxiliares nesses períodos que cobrem as eventuais faltas dos professores titulares das salas, entre outros afazeres.

Atualmente, a escola conta também com um quadro de funcionários distribuídos da seguinte forma: duas cozinheiras, dois auxiliares de serviços gerais, três inspetoras de alunos, três serventes de limpeza e uma secretária. Já, a equipe gestora está formada pela diretora, vi-ce-diretora e duas coordenadoras pedagógicas.

A presente pesquisa ocorreu nessa instituição a fim de buscarmos uma educação de qua-lidade, onde a parceria escola/família/comunidade pudesse dar certo, pois somente os proces-sos participativos produzem um significado concreto e duradouro no desenvolvimento social e individual do ser humano.

Foram entrevistados pais de alunos e pessoas ligadas diretamente à instituição escolar onde foram levantadas questões acerca dos aspectos positivos que a Unidade apresenta, bem como os pontos que deverão ser aprimorados.

Também foram realizadas avaliações institucionais com pais, professores e funcionários capazes de medirem os pontos positivos e negativos da Unidade.

O presente trabalho proporcionou uma ampla visão sobre a participação da comunidade dentro do contexto escolar e, para isso foram utilizados os seguintes materiais: sites, revistas, computador, vídeos relacionados ao tema, pesquisas bibliográficas, aplicação de questionários avaliativos e um blog a fim de se estreitar a comunicação com a comunidade.

Os questionários foram entregues aos alunos para que seus pais/responsáveis pudessem respondê-los em casa, com calma, e entregues assim que fosse possível. Tal avaliação foi com-posta por 15 questões onde os pais/responsáveis assinalaram a alternativa correspondente (ex-celente, bom, regular e fraco) de acordo com o trabalho desenvolvido. Foram pontuadas ques-tões referentes ao trabalho desenvolvido acerca da administração escolar, recepção, secretaria

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e também no âmbito pedagógico. Ao final do questionário, os interessados poderiam apontar os pontos fortes e fracos da escola, bem como as melhorias que considerassem urgentes e su-gestões para o ano seguinte (anexo B).

Aplicou-se também a avaliação institucional que envolveu professores e funcionários que elencaram a qualidade do trabalho desenvolvido pela equipe gestora, composta por 10 questões pontuadas da seguinte forma:

Primeiramente, fez-se uso de uma avaliação institucional entregue aos pais/responsá-veis onde pode ser avaliado o trabalho desenvolvido pela escola - seus pontos positivos e nega-tivos relacionados à administração, recepção e secretaria.

Também se pontuou o lado pedagógico, bem como todos os projetos envolvidos nesse âmbito: o material apostilado, o apoio escolar, disciplina, número de reuniões de pais e mes-tres, a comunicação entre escola e pais e tarefas de casa. Houve um espaço, inclusive, para que elencassem os pontos fortes e fracos da Unidade Escolar, bem como as melhorias que conside-raram urgentes e sugestões.

Concomitantemente a essa avaliação, foram entregues aos professores e demais funcio-nários da escola, um questionário com questões de múltipla escolha acerca dos fatores de qua-lidade da equipe gestora avaliados individualmente. Após responderem o questionário, estes deveriam ser colocados dentro de uma caixa próxima ao relógio digital para que se mantivesse o anonimato e o sigilo das informações.

De posse dos resultados de ambas as avaliações descritas acimas, realizou-se uma aná-lise estatística dos resultados - surgimento dos gráficos para eventuais estudos e presentes no decorrer do trabalho.

Por último, realizou-se, pela equipe gestora, a criação de um blog da escola a fim de atender a um público específico: os internautas. Nesse blog, procurou-se abordar o quanto o contexto familiar é capaz de ajudar e estimular o interesse pela aprendizagem escolar dos alunos. A divulgação do blog foi feita por meio de bilhetes e cartazes espalhados pela escola. Porém, foi constatado para a surpresa de todos que não ocorreu um comentário ou visualiza-ção sequer. Os questionários em papel impresso surtiram muito mais resultados e houve uma grande devolutiva por parte dos pais/responsáveis.

MENTORING

Mentoring é uma espécie de tutoria onde um profissional mais velho e mais experiente orienta e compartilha com profissionais mais jovens que estão iniciando no mercado de tra-balho ou numa empresa, experiências e conhecimentos no sentido de dar-lhes orientações e conselhos para o desenvolvimento de suas carreiras. Estas orientações vão desde o âmbito pessoal até o profissional.

O mentor é definido por Bueno (2000), como sendo orientador, conselheiro, onde o con-selheiro é um sábio e confiável de uma pessoa inexperiente.

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No mentoring, o Mentor tem experiência no assunto, geralmente um funcionário mais antigo, com mais habilidades e experiência, o conhecimento é tácito, existente na sua cabeça, adquirido através da experiência vivida ao longo de sua vida.

Normalmente o mentoring é visto como um processo bastante enriquecedor de troca de experiências e conhecimentos institucionais. Mas há uma questão pouco comentada: é uma técnica ao mesmo tempo arriscada se não for bem-entendida desde o início. O processo de mentoring significa uma profunda mudança na cultura organizacional. É preciso realmente saber se a empresa quer ter pessoas mais críticas e conscientes de suas competências, caso contrário poderá perder talentos.

De acordo com Bernhoeft, (1994, apud SOUZA, 2008) para a gestão de pessoas, quando se fala no uso do mentoring enquanto possibilidade de desenvolvimento de carreiras, o que precisa-mos ter por consideração é que esse processo possibilita o desenvolvimento de pessoas em, pelo menos, três dimensões a considerar: o desenvolvimento pessoal, o profissional e o de carreira, na empresa em questão, daí ser um processo ainda muito utilizado na gestão de pessoas.

A escolha do sujeito para transformá-lo veio à mente uma professora que trabalhou na mesma escola onde ocupamos os cargos de gestão e pretendemos desenvolver as nossas estra-tégias de mentoring durante todo o ano letivo de 2013.

Com o objetivo de propor uma descoberta de si mesma, o enfrentamento de seus medos, a reflexão sobre eventos de sua socialização sobre sua estrutura de personalidade, suas crenças, preconceitos e balizadores inadequados de conduta, foi proposto uma mudança nos modelos mentais da pessoa em questão: sua maneira de pensar sobre o mundo e resolver problemas da vida, provocando assim o seu crescimento.

Ela não é uma profissional nova na rede municipal de Artur Nogueira e já trabalhou em diversas escolas de nossa cidade. Aliás, por onde passou gerou conflitos e discórdias.

Essa profissional lança dois grandes desafios: O primeiro deles e o mais brando de todos, já que ela nunca esteve antes num 1ºano, é auxiliá-la no processo de ensino-apren-dizagem: como fazer para que os alunos atinjam seus objetivos? Que estratégias podem ser utilizadas para que isso ocorra? Como avaliá-los? Já o segundo desafio mostra-se bem mais complicado e requer muitos cuidados: como fazer para que ela se sinta abraçada pelo grupo e se sinta melhor consigo mesma?

No campo profissional, percebeu-se que não apenas o sujeito em questão, mas as de-mais professoras do 1º ano isolavam-se em suas classes para planejarem as aulas. Essa atitu-de incomodava, pois nas escolas anteriores a essa, aproveitava-se esse momento para trocas de experiências em sala de aula. Com a “desculpa” que haviam recadinhos a dar a elas e que suas opiniões eram de suma importância a respeito, sugeriu-se, então, que se reunis-sem. Com o tempo, elas foram percebendo que o trabalho renderia bem melhor. Afinal, os “HTPCs” (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo) foram criados justamente para isso - é uma troca de experiências entre a coordenadora pedagógica e professoras. Aliando a teoria à prática, elas encontram soluções criativas e efetivas para o dia-a-dia de seu trabalho.

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Com essa simples atitude, percebeu-se que ela passou a se relacionar melhor com suas colegas de trabalho e, consequentemente, passou a aceitar com mais “desenvoltura” as opi-niões e decisões da maioria do grupo. Sugeriu-se a ela que se criasse uma rede social e um e-mail para que se estreitasse a comunicação entre o grupo, o que surtiu alguns resultados - tornou-se mais confiante e aberta às sugestões de trabalho.

Os HTPCs que antes eram quase que exclusivamente para recados administrativos e pedagógicos, passou a contemplar o planejamento das aulas em equipe, motivando-as e con-templando-as com atividades diversificadas, conteúdos em comum e relato e troca de expe-riências o que tornou o clima entre todas bem mais agradável. As reuniões, a partir de então, foram programadas com dinâmicas, mensagens motivacionais na lousa digital e filmes que abordassem o tema sobre educação (ver anexo J). A participação de todos e a motivação gerada por um clima mais harmonioso foi sendo conquistada diariamente com determinação para se realizar com sucesso todos os planos.

Aos poucos, notaram-se algumas mudanças no seu comportamento profissional e pessoal e concluiu-se que a pessoa em questão precisava apenas de um pouco mais de atenção, aceitação e motivação para que pudesse se sentir aceita pelo grupo onde trabalha. Não houve mais espaço para lamúrias e reclamações, pois aos poucos, ela foi percebendo que esta atitude não é a solução para se resolver os problemas e sim compartilhar. O ato de reclamar só alimentará mais a visão negativa das coisas. Deu-se a seguinte sugestão: vamos compartilhar na medida do possível, ao invés de reclamar. Fez-se um trabalho de motivação com a professora para que ela entrasse no mesmo clima e agisse entusiastica-mente para ter sucesso.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico é o ato de planejar definindo e antecipando ações, tendo como meta alcançar objetivos.

Para Rezende (2008, p. 18) “o planejamento estratégico divide-se em um processo dinâ-mico, sistêdinâ-mico, coletivo, participativo e contínuo que auxilia a determinação dos objetivos e ações da organização”. O planejamento estratégico sendo executado no âmbito escolar favore-ce estabelefavore-cendo o direcionamento a seguir prevendo o futuro e colaborando para a interação família-escola.

Para a elaboração do planejamento estratégico nas organizações é relevante discutir coletivamente seus significados, adotar um conceito e vivenciar o conceito adotado. Essas atividades fazem parte da organização desse projeto coletivo. Apesar dos inúme-ros benefícios que um planejamento estratégico dinâmico, participativo e inteligente pode trazer para as organizações alguns cuidados devem ser observados para evitar desgastes e diminuir os riscos de insucesso desse projeto. A metodologia escolhida

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deve ser organizada antecipadamente divulgada. Os envolvidos no projeto devem ser capacitados (REZENDE, 2008, p. 19).

Todo o sucesso do planejamento estratégico reflete diretamente no ambiente escolar de maneira geral em todos envolvidos.

Para que tudo possa realmente acontecer, a equipe gestora deve estabelecer uma escola que seja aberta e que todos os envolvidos (pais, alunos e comunidade) possam ser aceitos e ouvidos favorecendo o sucesso do planejamento escolar.

O dia a dia da Unidade Escolar é formado através do envolvimento de diversas famílias pertencentes a várias culturas.

Para a realização do planejamento estratégico significativo é de suma importância que haja o conhecimento da comunidade em que a Unidade Escolar está inserida.

Segundo Rezende (2008, p. 2) até mesmo o pensamento estratégico contribui para a efetivação das ações. Conquistar o futuro é dominar o presente, tudo isso ocorre através do pensar estrategicamente.

Proporcionar um ensino que seja do aluno e para o aluno torna o processo de ensino aprendizagem significativo e real.

Para o desenvolvimento de tal competência, utilizaram-se as devolutivas de questioná-rios entregues aos pais e ou responsáveis com a finalidade de avaliarmos ações administrativas e pedagógicas visando o direcionamento das ações e a qualidade de ensino e satisfação dos pais e comunidade.

Tratou-se de um questionário com questões de múltipla escolha envolvendo a parte ad-ministrativa, pedagógica, recepção e secretaria, além de questões dissertativas que apontaram os pontos fortes e fracos da Unidade Escolar bem como sugestões para o ano letivo de 2014 (verificar anexo B).

De acordo com a devolutiva dos questionários pode-se notar pontos positivos e negativos diante das ações executadas na Unidade Escolar perante os serviços educacionais prestados.

Com a elaboração de gráficos ficou claro as ações deficitárias levando a um novo plane-jamento estratégico.

No entanto, foi montado um planejamento estratégico para o melhor andamento da Unidade Escolar de acordo com os pontos indicados pelos pais de alunos. Foram traçados os objetivos, tais como: ser bem recepcionado em nossa escola, melhorando o atendimento à comunidade, manter a eficácia e o cuidado ao entregar os discentes aos responsáveis nos horários de saída e o marketing dos projetos desenvolvidos na Unida-de Escolar.

Segundo Reis (2003, p.1) tentativas de melhorar a educação pública baiana teve a neces-sidade de colocar a escola como foco central das políticas educacionais então, vários estudos apontam a gestão como fator que determina o sucesso escolar.

A equipe gestora tem função primordial diante das políticas educacionais, pois é a mes-ma que direciona a equipe multidisciplinar envolvida.

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Após a verificação dos resultados dos gráficos (conforme anexo N) pode-se notar os pontos deficitários que nos apontaram novos direcionamentos a serem seguidos através da elaboração do planejamento estratégico.

Gráfico 1 – Prontidão no Atendimento

Tendo como ponto de partida a preocupação do bom atendimento da comunidade dian-te da recepção que se destina a secretaria da Unidade Escolar orientações e transformações foram realizadas para bem atendê-los.

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Na organização de entrada e saída de alunos tendo a disposição de um maior número de funcionários que responda por tal organização preservando a segurança dos alunos.

Gráfico 3 – Segurança Oferecida aos Alunos

Para finalizar, divulgação de projetos e ações que a escola desenvolve para que pais e comunidade possam se interagir enriquecendo o processo ensino aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo estreitar vínculos entre a escola e família. Uma relação que com o tempo está bastante desgastada e com valores bem distintos.

Com todas as turbulências narradas no material de pesquisa, é evidente a necessidade de resgatar e aprimorar essa relação. Sendo o aluno, o principal foco dentro desse processo, um distanciamento entre família-escola se torna desfavorável em sua aprendizagem e na convi-vência com o ambiente escolar.

As competências aplicadas nos direcionaram para uma busca mais minuciosa e especí-fica em relação à resistência da família em gerar laços com a Unidade Escolar onde seu filho está inserido.

A competência da comunicação nos possibilitou a elaboração de ajustes na comunicação interna do ambiente de trabalho para refletir diretamente na comunicação externa. Fizeram--se necessários tais adaptações por detectarmos total inabilidade dos pais ou responsáveis a

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Sendo a liderança um componente bastante pertinente nessa criação do vínculo, essa competência só veio agregar informações para que o gestor alcançasse uma liderança demo-crática e participativa. Ao desenvolver essa competência, percebemos em alguns feedbacks, que um dos tópicos a serem lapidados é a flexibilidade na liderança, sendo esse um dos agra-vantes para o distanciamento da família.

A competência de Aspectos Éticos atenuou o campo de pesquisa, pois se verificou um grau de satisfação bastante relevante por parte do grupo de trabalho perante a ação ética da equipe gestora.

Dessa maneira o andamento do processo ensino aprendizagem foi beneficiado pela pos-tura ética apresentada pelo grupo, contemplando todos os envolvidos no processo.

Enredado a todas as competências, foi necessário desenvolver o trabalho de Mentoring para estruturar e direcionar ações docentes que não se adequavam ao contexto escolar, refor-çando de forma negativa a imagem da Unidade e dificultando o bom andamento das atividades. Essa mudança na cultura organizacional do grupo escolar desenvolveu habilidades in-dividuais que estimulou o crescimento e comprometimento com o foco principal: o discente.

Para que todas as competências se desenvolvessem efetivamente foi preciso agregar ao projeto de pesquisa, a Pedagogia Gestora e o Planejamento Estratégico. Ambas estão entrela-çadas quando o intuito são melhorias e direcionamento das ações. Para que tudo isso ocorres-se de forma democrática foi preciso arquitetar novas condutas aumentando as interações entre a equipe, para aprimorar as ações da escola como um todo.

Para nós, enquanto profissionais, a presente pesquisa nos agregou uma clareza e matu-ridade em relação aos fatos. Esse amadurecimento nos beneficiou na forma de encarar e lidar com as situações.

Sabendo que é de suma importância o desenvolvimento da aprendizagem cognitiva, so-cial e afetiva e sendo a escola/família fatores essenciais para o desenvolvimento do discente, o resultado positivo da aplicação das competências foi primordial para o alcance de êxito no estreitamento de laços entre ambas, tornando-se parceiras nesse processo de ensino aprendi-zagem, enriquecendo a qualidade de ensino.

REFERÊNCIAS

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Referências

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