Ligações Químicas
Prof. Wendel A. Alves
1.1. Teoria da Ligação de Valência
Ligações s e p
Hibridização de orbitais
Ligações dos hidrocarbonetos
1.2. Teoria dos Orbitais Moleculares
Orbitais moleculares Ordem de ligação
Ligações em Moléculas Diatômicas Ligações em moléculas poliatômicas
Figuras e gráficos destes slides: Atkins, cap. 3; Russel, cap. 8.
Estruturas de Lewis
Elétrons localizados?
Elétrons de valência responsáveis pelas ligações químicas Orbitais descrição dos elétrons
Orbitais Moleculares
Ligações químicas baseadas em orbitais
Teoria da Ligação de Valência (LV)
Teoria do Orbital Molecular (OM)
Linus Pauling (entre outros). Relacionada à idéia de Lewis. Sobreposição de orbitais atômicos. Retrato visual. Particularmente útil para moléculas compostas de muitos átomos.
Robert Mulliken. Orbitais moleculares
delocalizados sobre a molécula. Mais informações quantitativas. Essencial para descrever moléculas em estados excitados (cores, espectroscopia, etc.)
Ligação tipo s (sigma)
Orbitais atômicos
H2 : superposição de 2 orbitais s
Teoria da Ligação de Valência
Ligação tipo s (sigma)
HF : superposição de 1 orbital s e 1 orbital p Eixo internuclear
Ligação s
Fluoreto de Hidrogênio, HF
Ligação tipo s (sigma)
Superposição de 2 orbitais p (cabeça-cabeça)
Ligação s
Ligações tipo s (sigma)
Superposição de 2 orbitais s
Superposição de 1 orbital s e um orbital p
(localizado no eixo internuclear)
Superposição de 2 orbitais p (cabeça-cabeça)
Ligações tipo p (pi)
Superposição lateral de 2 orbitais p
Ligação p
Ligações múltiplas
Teoria da Ligação de Valência
Ligações múltiplas
Nitrogênio, N2
Ligações múltiplas
De acordo com a Teoria da Ligação de Valência, podemos descrever as ligações múltiplas da seguinte forma:
Uma ligação simples é uma ligação s.
Uma ligação dupla é uma ligação s mais uma ligação p. Uma ligação tripla é uma ligação s mais duas ligações p.
A força da ligação depende do grau de superposição dos orbitais atômicos
Teoria da Ligação de Valência
Hibridização dos Orbitais
Carbono, [He] 2s22p
x12py12pz0
Metano
Representação da amplitude da função de onda para um orbital híbrido sp3. Cada orbital híbrido
aponta para os vértices de um
tetraedro.
Hibridização dos Orbitais
Os
orbitais híbridos de um átomo são
construídos para reproduzir o arranjo de
elétrons característico da forma da molécula
determinada experimentalmente.
Hibridização dos Orbitais
Hibridização dos Orbitais
Metano, CH4
As ligações C-H no metano são formadas pelo emparelhamento de um elétron 1s do H e um elétron sp3 do carbono, formando a
estrutura tetraédrica predita por RPECV ou VSEPR.
Hibridização em moléculas mais complexas
Etano, CH3CH3
Hibridização em moléculas mais complexas
Amônia, NH3
Hibridização sp
2e sp
sp2 combinação de um orbital s e dois orbitais p triangular planar
sp combinação de um orbital s e um orbitail p linear
Hibridização
sp
3d
e
sp
3d
2(link)
Teoria da Ligação de Valência
Hibridização
Ligações dos Hidrocarbonetos
Carbono os átomos podem se ligar para formar cadeias e anéis de diferentes tamanhos
Já descrevemos o metano e o etano. O mesmo padrão de ligações s ocorre em todos os alcanos. Nestes compostos, os ângulos de ligação são muito próximos do ângulo do tetraedro, 109,5o, que corresponde à hibridação sp3.
Ligações duplas carbono-carbono
Eteno C hibridizado sp2 1 ligação s 1 ligação p sp2Ligações duplas carbono-carbono
Eteno
Características das ligações duplas
- Uma ligação dupla é mais forte do que uma ligação simples;
- Uma ligação dupla é mais fraca do que a soma de duas ligações simples;
- Uma ligação dupla influencia na forma da molécula, já que impede a rotação da molécula.
Compostos cíclicos
Benzeno
Compostos cíclicos
Benzeno
Ligações triplas
Etino
sp 1 ligação2 ligaçõessp
Ligações triplas
Etino
Limitações da Teoria de Lewis
O oxigênio é paramagnético
O
O
Compostos deficientes em elétrons
Diborano, B2H6
12 e- de valência
Para explicar a existência do composto pela teoria de Lewis seriam necessários 14 e
• Alguns aspectos da ligação não são explicados pelas estruturas de Lewis, pela teoria VSEPR e pela hibridização. (Por exemplo, por que o O2 interage com um campo magnético?; por que algumas moléculas são coloridas?)
• Para estas moléculas, usamos a teoria do orbital molecular
(TOM).
• Do mesmo modo que nos átomos, os elétrons são encontrados em orbitais atômicos, nas moléculas, os elétrons são encontrados nos orbitais moleculares.
Orbitais Moleculares
• Se espalham por toda a molécula
• Os elétrons de valência estão delocalizados sobre toda a molécula, não pertencem a uma ligação específica
• Resultam da combinação linear de orbitais atômicos (LCAO –
linear combination of atomic orbitals)
y = y
A1s+
y
B1sMolécula de hidrogênio
LCAO-MO
Interferência construtiva orbital ligante
y = y
A1s-
y
B1sMolécula de hidrogênio
Interferência destrutiva orbital anti-ligante
Os Orbitais Moleculares são formados pela combinação
de orbitais atômicos: quando os orbitais atômicos
interferem construtivamente, formam-se orbitais ligantes,
e quando interferem destrutivamente, formam orbitais
anti-ligantes.
N orbitais atômicos combinam-se para formar N orbitais
moleculares.
Configuração eletrônica
1. Os elétrons são acomodados inicialmente no orbital molecular de mais baixa energia e, depois, sucessivamente, nos níveis de energia mais alta.
2. De acordo com o Principio de exclusão de Pauli, cada orbital molecular pode acomodar ate dois elétrons (emparelhados).
3. Se mais de um orbital molecular da mesma energia estiver disponível, os elétrons os ocupam um a um, adotando spins paralelos (Regra de Hund).
Configuração eletrônica - Hidrogênio
Dois orbitais atômicos 1s se combinam para formar dois orbitais moleculares, um orbital ligante s1s e um orbital anti-ligante s1s*
Ordem de Ligação
Teoria de Lewis: numero de pares de elétrons de ligação unindo um
par de átomos.
Ordem de ligação = ½ (número de elétrons em OMs ligantes –
número de elétrons em OMs anti-ligantes)
São possíveis ordens de ligação fracionárias.
Ordem de ligação
• Definimos
• Ordem de ligação = 1 para uma ligação simples. • Ordem de ligação = 2 para uma ligação dupla. • Ordem de ligação = 3 para uma ligação tripla. • São possíveis ordens de ligação fracionárias.
A molécula de hidrogênio
Diagrama de níveis de energia para a combinação de dois átomos de Li com orbitais 1s e 2s
Configuração do Li2:
(s1s)2 (s
1s*)2 (s2s)2
Os orbitais moleculares são formados entre orbitais
atômicos de energias semelhantes
Geralmente ignoramos os elétrons mais internos nos diagramas de OM.
Orbitais moleculares a partir
De orbitais atômicos 2p
Existem duas formas nas quais dois orbitais p se superpõem:
• frontalmente, de forma que o OM resultante tenha densidade eletrônica no eixo entre os núcleos (por ex., o orbital do tipo s);
• lateralmente, de forma que o OM resultante tenha densidade eletrônica acima e abaixo do eixo entre os nucleos (por ex., o orbital do tipo p).
Orbitais moleculares a patir
de orbitais atômicos 2p
Os seis orbitais p (dois conjuntos de 3) devem originar seis OMs: • s, s*, p, p*, p e p*
• Conseqüentemente, há um máximo de 2 ligações p que podem vir de orbitais p.
As energias relativas desses seis orbitais podem mudar.
Configurações eletrônicas
para B
2até Ne
2• Os orbitais 2s têm menos energia do que os orbitais 2p, logo, os orbitais s2s têm menos energia do que os orbitais s2p.
• Há uma superposição maior entre orbitais 2pz (eles apontam diretamente na direção um, do outro) daí o OM s2p tem menos energia do que os orbitais p2p.
• Há uma superposição maior entre orbitais 2pz , logo, o OM s* 2p
tem maior energia do que os orbitais p*2p.
• Os orbitais p2p e p*2p são duplamente degenerados.
Diagrama de níveis de energia de OMs para moléculas de O2 e F2.
Diagrama geral de níveis de energia de OMs para moléculas diatômicas do segundo período.
Exemplo:
Nitrogênio, N2 N N Ordem de ligação... OL = ½ (OMs – OMs*) = ½ (8 – 2) = 3
A ordem de ligação igual à 3. Logo a molécula de N2 tem efetivamente três ligações.
Dois tipos de comportamento magnético:
Paramagnetismo (elétrons desemparelhados na molécula): forte atração entre o campo magnético e a molécula;
Diamagnetismo (sem elétrons desemparelhados na molécula): fraca repulsão entre o campo magnético e a molécula.
Porque O2é paramagnético?
Configurações eletrônicas e
propriedades moleculares
• Experimentalmente, o O2 é paramagnético.
• A estrutura de Lewis para o O2 não mostra elétrons desemparelhados.
• O diagrama de OM para o O2 mostra dois elétrons desemparelhados no orbital p*2p.
• Experimentalmente, o O2 tem ums curta distância de ligação (1,21 Å) e a alta energia de entalpia (495 kJ/mol). Isto sugere uma ligação dupla.
• O diagrama de OM para o O2 prevê tanto o paramagnetismo como a ligação dupla (ordem de ligação = 2).
Moléculas diatômicas heteronucleares
y = c
Ay
A+ c
By
BLigação covalente apolar, cA= cB
Ligação iônica, um dos coeficientes é praticamente zero
Ligação covalente polar, o orbital do átomo mais eletronegativo tem energia menor, logo, contribui mais para o orbital molecular de menor energia
Moléculas diatômicas heteronucleares
Diagrama de níveis de energias dos OM’s da molécula de
NO
Diagrama de níveis de energias dos OM’s da molécula de
BeH
2Moléculas Poliatômicas: Benzeno
Orbitais em moléculas poliatômicas
b-Caroteno, C40H56
Primeira Teoria para Explicar a Ligação Metálica
Paul Drude e Hendrik Lorentz
TEORIA DO ELÉTRON LIVRE
Explica: a variação da condutividade com a variação
da temperatura e alguns metais serem brancos.
Não
Explica:
a
ocorrência
dos
isolantes
e
semicondutores, a capacidade calorífica, a
susceptibilidade magnética, a cor dos metais.
Teoria de Bandas dos Sólidos
Teoria de Bandas dos Sólidos
a) Orbitais Moleculares metálicos uma banda semipreenchida.
b) Orbitais Moleculares metálicos no berílio mostrando bandas sobrepostas.
Condutores Metálicos
Condutores Metálicos Isolantes SEMICONDUTORES Extrísecos Intrínsecos
Semicondutores são caracterizados por pequenas bandas de gap, tal que portadores de carga podem ser termicamente ativadas de uma banda totalmente ocupada. Essas bandas ocupadas contém elétrons de camadas atômicas mais externas e
portanto são denominadas de bandas de valência. A banda
desocupada, imediatamente acima da banda de valência, para a qual os portadores de carga podem ser excitados é denominada de banda de condução.
Cristais do tipo:
Silício, Enxofre e Germânio.
Conduzem quando expostos a luz de frequência suficientemente alta, ou seja, quando submetidos a excitação óptica. Na ausência de excitação
óptica, o material volta a se
comportar como isolante. Aplicações:
Célula fotoelétrica Copiadoras
Semicondutores:
Intrísecos e Extrínsecos (dopagem). O material “dopado” tem qualidades elétricas que dependem da natureza e da dose desta “dopagem”.
Cristais de configuração Td: Ge e Si (CV = 4 e-)
Impurezas:
P (CV = 5 e-) – dopagem N
(“negativa”, pela sobra de elétrons).
B (CV = 3 e-) – dopagem P
(“positiva”, pela falta de elétrons da impureza receptora).
Denomina-se um semicondutor intrínseco, quando todos os elétrons da banda de condução foram termicamente excitados da banda de valência. Essa situação ocorre somente com
cristais puros. Entretanto, semicondutores podem conter
impurezas, tais como átomos de outros elementos, que podem ter níveis de energia localizados dentro da banda de gap do semicondutor. Nesses casos, a energia térmica de ativação dos elétrons nesses estados podem ser consideravelmente menor do que dos elétrons da banda de valência do semicondutor. Tal
semicondutor dopado é denominado de um semicondutor
extrínseco.
Como em ambos os casos o intervalo entre os níveis e as bandas é muito
pequeno, quase qualquer campo
elétrico pode promover condução, que se dará por elétrons dos níveis doadores, e se dará por lacunas no material com dopagem P, criadas ao se levar para os níveis aceitadores elétrons da banda de valência.
Aplicações:
Combinação num mesmo
cristal, de áreas P
justapostas a áreas N
(Junção PN).
Junção p-n – equilíbrio que inibe a continuidade da difusão.
Aplica-se uma tensão oposta – é possível eliminar a tensão de barreira e a junção passa a conduzir corrente elétrica.
As junções p-n tem a propriedade de um retificador eletrônico, i.e., faz com que o fluxo de corrente elétrica tome somente uma direção.
Dispositivos Semicondutores
Polarização inversa: A tensão aplicada se opõe à difusão de buracos e elétrons e a corrente é praticamente nula.
Polarização direta: A tensão aplicada aumenta a difusão de buracos do lado p para o lado n e a difusão de elétrons do lado n para o lado p, produzindo uma corrente i.
P N P i ~
I
~
Aplicações: microeletrônica
Junção PNP ou NPN – uma
corrente mínima lateralmente
injetada pode condicionar uma enorme corrente através dela, desde que estejam sujeitas à tensão necessária. Isto constitui
um transistor, ou seja, um
amplificador de corrente.
OBS: o diodo retificador e o transistor vieram substituir válvulas
termiônicas, mais caras e volumosas, iniciando, com a
microeletrônica, a revolução da informática.