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Brazilian Journal of Development

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Avanços e recuos na Execução do programa de aquisição de alimentos (PAA):

comparando as experiências de Lajeado/RS e Santana do livramento/RS

Advances and setbacks in the execution of the food acquisition program

(PAA): comparing the experiences of Lajeado / RS and Santana do livramento

/ RS

DOI:10.34117/bjdv5n11-205

Recebimento dos originais: 07/10/2019 Aceitação para publicação: 20/11/2019

Paulo Roberto Carvalho

Bacharel em Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial Especialista em Desenvolvimento Territorial e Agroecologia

Instituição: Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Endereço: Rua Rivadávia Corrêa, 825, Centro, Santana do Livramento, RS, Brasil. E-mail: paulo0475.pc@gmail.com

Cláudio Becker

Doutor em Agronomia

Instituição: Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Endereço: Rua Rivadávia Corrêa, 825, Centro, Santana do Livramento, RS, Brasil. E-mail: claudio-becker@uergs.edu.br

Márcio Zamboni Neske

Doutor em Desenvolvimento Rural

Instituição: Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Endereço: Rua Rivadávia Corrêa, 825, Centro, Santana do Livramento, RS, Brasil. E-mail: marcio-neske@uergs.edu.br

RESUMO

O artigo apresenta uma abordagem comparativa entre as experiências executadas nos municípios de Lajeado e Santana do Livramento, ambos no estado do Rio Grande do Sul, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), desde o ano de 2013, municípios esses que possuem características importantes relacionadas à agricultura familiar. A parte metodológica adotada refere-se ao levantamento bibliográfico e documental e à pesquisa de campo, pois se realizaram coletas de dados junto às pessoas envolvidas (agricultores familiares, entidades beneficiadas e prefeituras municipais). Como resultado principal, compreende-se que ambas as experiências foram bem-sucedidas no quesito de valorização da agricultura familiar, diversificação da produção e comercialização garantida, porém com diferentes graus de envolvimento das entidades e dos agricultores familiares, o que tornou um dos programas com um caráter mais permanente do que outro.

Palavras-chave: PAA; estudo comparativo, agricultura familiar, desenvolvimento rural.

ABCTRACT

The article presents a comparative approach between the experiments performed in the municipalities of Lajeado and Santana do Livramento, both in the state of Rio Grande do Sul, of the Food Acquisition Program (PAA), since 2013, municipalities that have important characteristics related to family farming. The methodological part adopted refers to the bibliographical and documentary survey and to the field research, since data were collected from the people involved (family farmers,

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benefited entities and City Hall). As a preliminary result, it is understood that both experiments were successful in the valorization of family farming, diversification of production and guaranteed commercialization, but with different degrees of involvement of family entities and farmers, which became one of the programs with a more permanent character than another.

Key words: PAA; comparative study, family farming, rural development.

1 INTRODUÇÃO

O artigo apresenta uma abordagem comparativa entre as experiências executadas nos municípios de Lajeado e Santana do Livramento, ambos no estado do Rio Grande do Sul, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), desde o ano de 2013. Busca-se compreender a construção da política pública do PAA, entender o contexto histórico, econômico e social de Lajeado/RS e Santana do Livramento/RS e analisar como o PAA foi construído e executado em Lajeado/RS e Santana do Livramento/RS, comparativamente, para avaliar os avanços e recuos do PAA nos dois municípios. O problema de pesquisa gira em torno de identificar, em termos comparativos, como o PAA foi construído e executado em Lajeado/RS e Santana do Livramento/RS, a partir de 2013.

Os procedimentos metodológicos adotados foram o levantamento bibliográfico e documental, o método comparativo e a pesquisa de campo, pois se realizaram coleta de dados junto às pessoas envolvidas, com o recurso de questionários aplicados aos agricultores familiares, gestores do programa e entidades beneficiadas. Assim, os dados foram coletados da seguinte forma: a) Pesquisa bibliográfica: realizada em livros, periódicos especializados e outras publicações, com dados relacionados ao assunto em estudo; b) Pesquisa documental realizada principalmente no site do Ministério do Desenvolvimento Social, IBGE, FEE e Presidência da República (Leis, Decretos e Portarias); e c) Pesquisa de campo: realizada por meio de entrevistas com os agricultores e gestores, e da observação dos respectivos processos de entregas de produtos. A pesquisa foi realizada em duas etapas, entre setembro e outubro de 2016, em Santana do Livramento e entre junho e julho de 2018, em Lajeado. Quanto ao método comparativo, o mesmo foi utilizado porque permitem identificar regularidades e irregularidades, identificando continuidades e descontinuidades, semelhanças e diferenças, e explicita as características gerais que regem os fenômenos sociais. A análise comparativa nas duas experiências do PAA fundamentou-se no uso de variáveis, para identificar semelhanças e diferenças entre os contextos analisados.

No Brasil, desde a década de 1990, agricultura familiar e segurança alimentar da população tem sido debatido de forma cada vez mais conjunta, pois ambos se complementam. O conceito de agricultura familiar aqui utilizado se baseia no realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Assim, a agricultura familiar se define:

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[...] a partir de três características centrais: a) a gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são feitos por indivíduos que mantém entre si laços de sangue ou casamento; b) a maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família; c) a propriedade dos meios de produção (embora nem sempre da terra) pertence à família e é em seu interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou aposentadoria dos responsáveis pela unidade produtiva (INCRA/FAO, 1996, p. 4).

No caso brasileiro, foi instituída uma lei própria sobre a agricultura familiar. Trata-se da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, que estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, fornecendo o marco legal da agricultura familiar. Conforme Del Grossi; Marques (2010, p. 134):

Mesmo antes de uma definição dada por lei específica, os agricultores familiares foram reconhecidos em outras normas legais, como,por exemplo, a Lei n. 10.177, de 2001, que tratou das operações com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste; a Lei n. 10.696, de 2003, que instituiu o Programa de Aquisição de Alimentos destinado à aquisição de produtos agropecuários produzidos por este segmento, e a Resolução n. 3.234, de 2004 (BACEN, 2004), do Conselho Monetário Nacional, que constituiu uma modalidade específica do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROACRO) para atender aos produtores “pronafianos” (DEL GROSSI; MARQUES, 2010, p. 134).

A agricultura familiar tem ocupado papel crescente na sociedade e economia do Brasil, relacionada à subsistência dos agricultores ou à comercialização de seus produtos, levando à possibilidade de segurança alimentar da população. Uma série de políticas públicas relacionadas à linhas de crédito e comercialização tem sido gradativamente criada pelo governo federal para valorizar a agricultura familiar.

O Censo Agropecuário de 2006 identificou 4.367.902 estabelecimentos da agricultura familiar (84,4% dos estabelecimentos rurais), ocupando apenas 24,3% da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Segundo o IBGE (Censo Agropecuário de 2006), dos 80,25 milhões de hectares da agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% a florestas e 22% a lavouras.

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Mesmo não tendo uma grande área para lavoura, a agricultura familiar é responsável por garantir boa parte dos alimentos do país, sendo importante fornecedora para o mercado interno.

Segundo Vendramini; Oliveira; Campi (2012), por ser muito complexo, o conceito de segurança alimentar ainda está em construção, seja na área social e teórica ou na área de políticas públicas. Na II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional realizada em Olinda em 2004, a formulação brasileira para o conceito de segurança alimentar foi transformada em lei:

Artigo 3º: A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, LEI Nº 11.346).

Além disso, a possibilidade de a população obter alimentos de qualidade regularmente, tendo saúde e nutrição também pode ser descrita como base para a segurança alimentar. O certo é que sob o prisma da segurança alimentar foram implantados pelo Estado brasileiro, diversos instrumentos de políticas públicas que visavam atuar de forma coordenada nas questões relacionadas à produção e ao consumo de alimentos no país. Algumas dessas políticas públicas colocavam a importância do segmento da agricultura familiar como lócus primordial para promover a segurança alimentar. Uma dessas ações foi precisamente a instituição do PAA.

A questão do combate à fome ganha espaço efetivo na agenda pública na década de 1990, a partir da “Ação da cidadania contra a fome e a miséria e pela vida”. O Governo de Itamar Franco estabeleceu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) em abril de 1993, desenvolvendo atividades 1993 e 1994. Em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, o CONSEA foi extinto. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência do Brasil em 2002, aprofundou-se essa discussão. O CONSEA foi restabelecido em 2003 e rediscutiu diretrizes para as ações nas áreas de alimentação, nutrição e agricultura familiar. Essas discussões resultaram na criação do Programa Fome Zero em 2003, que engloba o Programa de Aquisição de Alimentos. “O Programa Fome Zero (PFZ) é, em verdade, um grande marco através do qual se aglutina um conjunto de programas de caráter imediato e de natureza estrutural, implementados por meio de instrumentos de políticas públicas” (BECKER; ANJOS; BEZERRA, 2010, p.4).

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O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi criado no governo do Presidente Lula da Silva, em 2003, como parte do Programa Fome Zero e objetivava garantir o acesso aos alimentos por pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar,repassando para a rede de equipamentos públicos de alimentação e nutrição, para instituições assistenciais, escolas e destinando à formação de estoques públicos ou a outras finalidades. O PAA também busca fortalecer a agricultura familiar, por meio de compras governamentais de alimentos. Para Hespanhol (2013), a criação do PAA:

tem como objetivo romper com o círculo vicioso da fome, provocado pela falta de políticas que criem novas oportunidades de emprego e renda, evidenciando assim uma forma integrada de se pensar tanto as políticas sociais como aquelas destinadas à agricultura, já que privilegia a agricultura familiar (HESPANHOL, 2013, p. 471).

Em 02 de julho de 2003, o PAA foi regulamentado pela Lei nº 10.696 e inserido no I Plano Safra da Agricultura Familiar “Produzindo Alimentos para um Brasil sem Fome”. As finalidades do PAA são:

I - incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua inclusão econômica e social, com fomento à produção com sustentabilidade, ao processamento, à industrialização de alimentos e à geração de renda;

II - incentivar o consumo e a valorização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar;

III - promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade necessárias, às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, sob a perspectiva do direito humano à alimentação adequada e saudável;

IV - promover o abastecimento alimentar por meio de compras governamentais de alimentos, inclusive para prover a alimentação escolar nos âmbitos municipal, estadual, distrital e federal, e nas áreas abrangidas por consórcios públicos;

V - constituir estoques públicos de alimentos produzidos por agricultores familiares;

VI - apoiar a formação de estoques pelas cooperativas e demais organizações formais da agricultura familiar;

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VII - fortalecer circuitos locais e regionais e redes de comercialização; VIII - promover e valorizar a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica de alimentos, e incentivar hábitos alimentares saudáveis em nível local e regional; e

IX - estimular o cooperativismo e o associativismo (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, DECRETO Nº 7.775, 20121)

Pelo artigo exposto acima, fica evidente que a prioridade do PAA é o fortalecimento da agricultura familiar e o incentivo à segurança alimentar da população. O PAA se constitui como uma política pública, pois parte de uma decisão do governo federal, a partir das demandas da sociedade civil.

O PAA reúne elementos da política agrícola e componentes da política de segurança alimentar e é um Programa intersetorial implementado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e por organizações da sociedade civil. O regramento do PAA é definido por um Grupo Gestor (GGPAA), órgão colegiado de caráter deliberativo e formado por representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e da Educação.

Além deste, os Estados, municípios e a CONAB atuam como gestores executivos e os gestores locais (como cooperativas e associações de agricultores familiares, além das entidades assistenciais) apoiam na gestão do Programa. A sociedade civil participa através de suas representações no CONSEA, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) e nos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE). Atualmente, o PAA está dividido nas seguintes modalidades:

Quadro 1: Modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

MODALIDADE DESCRIÇÃO

Compra com Doação Simultânea

compra de alimentos diversos e doação simultânea à entidades da rede assistencial, aos equipamentos públicos de alimentação e nutrição e, em condições específicas definidas pelo GGPAA, à rede pública e filantrópica de ensino, com o objetivo de atender demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;

Compra Direta compra de produtos definidos pelo GGPAA, com o objetivo de sustentar

preços;

Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite

compra de leite que, após beneficiamento, é doado aos beneficiários consumidores;

1 Esse Decreto regulamenta o art. 19 da Lei no 10.696, de 2 de julho de 2003, que institui o Programa de Aquisição de Alimentos, e o Capítulo III da Lei no 12.512, de 14 de outubro de 2011, e dá outras providências.

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Apoio à Formação de Estoques

apoio financeiro para a constituição de estoques de alimentos por organizações fornecedoras, para posterior comercialização e devolução de recursos ao Poder Público;

Compra Institucional compra da agricultura familiar realizada por meio de chamada pública, para o

atendimento de demandas de consumo de alimentos, de sementes e de outros materiais propagativos, por parte de órgão comprador;

Aquisição de

Sementes

compra de sementes, mudas e materiais propagativos para alimentação humana ou animal de beneficiários fornecedores para doação a beneficiários consumidores ou fornecedores.

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do DECRETO nº 8.293, de 2014.

As etapas do PAA são a Adesão; a Pactuação de valores e metas; a Pactuação local; a Aquisição e distribuição de alimentos; o Pagamento de fornecedores; e o Apoio financeiro aos executores.

O PAA começou a ser executado em 2003 com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e em 2006 passou a contar também com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em relação aos agricultores familiares, desde 2003, em termos acumulados, o programa beneficiou 629.274 unidades familiares de produção. Estimando a existência, de acordo com o Censo Agropecuário de 2006, de aproximadamente 4,3 milhões de estabelecimentos familiares no Brasil, o PAA beneficiou em média 3,6% deste total.

Conforme Grisa et al (2011, p. 34), “trata-se de um número modesto pela importância que esta política pública possui em relação à agricultura familiar”. O PAA tem se destacado por incentivar a diversificação da produção na medida em que conecta a oferta com uma demanda diversificada: frutas, verduras, produtos de origem animal e processados são exemplos dos bens adquiridos pelo PAA:

[...] a diversificação da produção agrícola e das fontes de renda reduz o efeito de uma quebra de rendimento de um cultivo na medida em que dilui o impacto em outras possíveis rendas; diminui a inconstância de rendas intra e inter-anos e o efeito da sazonalidade e, ainda, o impacto dos riscos climáticos, financeiros e outras tensões. Neste sentido, a diversificação pode ser vista como fortalecedora da autonomia das unidades familiares, diminuindo a vulnerabilidade e a propensão à insegurança alimentar (GRISA et al, 2011, p. p.37).

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O PAA também incentiva a produção agroecológica2 e orgânica3, além de influenciar

oconsumo de alimentos regionais, auxiliando a preservar os costumes, hábitos e culturas regionais. Outro aspecto importante é a diversificação e qualidade na produção para autoconsumo das unidades de produção familiares, ocasionando melhoria na dieta dessas famílias.

Nos municípios de Lajeado e Santana do Livramento/RS, essa política pública tardou a chegar (após 2010), mas tem rendido boas experiências e resultados. Em ambas as cidades, a modalidade do PAA executada é da Compra com Doação Simultânea, para entidades assistenciais.

1.1 Aspectos históricos, econômicos e sociais dos municípios de lajeado e santana do livramento

Com uma população estimada em 79.819 habitantes (2017, IBGE) e distribuída em apenas 91,16 km², Lajeado localiza-se na região do Vale do Taquari (COREDE Vale do Taquari), limitando-se ao norte com Arroio do Meio e Marques de Sousa, ao sul com Santa Clara do Sul e Cruzeiro do Sul, a leste, com Estrela e a oeste, com Forquetinha e Santa Clara do Sul. A altitude é 34,065 metros. Do total da população, apenas 265 (0,37%) residem na zona rural e 99,63% na área urbana, com 750,6 hab./km² de densidade demográfica.

O território do atual município de Lajeado foi habitado pelos aborígenes, como primeiros e legítimos proprietários. O povoamento da região começou em Taquari, em 1757, com a vinda de 27 casais açorianos para Santo Amaro e, três anos depois, 14 casais açorianos se fixaram em Taquari. Primeiramente, a região do atual município de Lajeado pertenceu ao território da Vila do Príncipe (atual Rio Pardo), juntamente com Porto Alegre, Rio Grande e Santo Antônio da Patrulha. A primeira denominação do local foi “Conventos Velhos”, quando foi feita a primeira tentativa de colonização das terras. A ocupação efetiva ocorreu em 1853, com a utilização do trabalho escravo. Dominava a origem germânica entre os colonizadores. Os italianos foram para a freguesia de Lajeado em 1882, colonizando Encantado. O nome do município foi em razão do Arroio Lajeado. Em 26 de janeiro de 1891, foi criado o município de Lajeado, tendo como sede a vila do mesmo nome, situada à margem direita do Rio Taquari.

Já o município de Santana do Livramento possui uma área territorial de 6.950.340km² e a sede do município está a 210m de altitude. Limita-se ao norte com Rosário do Sul, a leste com Dom Pedrito, a oeste com Quaraí e ao sul com o Departamento de Rivera (Uruguai), localizado na região da Campanha gaúcha (COREDE Fronteira Oeste). O município de Santana do Livramento foi,

2 Agroecologia é um “conjunto de conceitos, princípios, normas e métodos que possibilitam estudar, avaliar e manejar de forma consciente os sistemas naturais para produção de alimentos, permitindo compreender a natureza dos

agrossistemas e desenvolvendo sistemas com dependência mínima de insumos energéticos externos” (ORMOND, 2006, p.22).

3 A Agricultura orgânica é um “conjunto de processos de produção agrícola que parte do pressuposto que a fertilidade do solo é função direta da matéria orgânica nele contida. A ação de microrganismos presentes nos compostos

biodegradáveis, existentes ou colocados no solo possibilitam o suprimento de elementos minerais e químicos necessários ao desenvolvimento dos vegetais cultivados” (ORMOND, 2006, p.21).

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inicialmente, ocupado por índios minuanos e charruas. Aproximadamente em 1810, ocorreu um duelo entre forças portuguesas e espanholas na região, quando os portugueses venceram. Depois, os oficiais que guarneciam a fronteira foram colonizando a região, construindo moradias, igrejas e escolas, constituindo, assim, os primeiros núcleos de colonização no território. Fundada a cidade em 30 de julho de 1823, foi elevada à categoria de município em 1857, emancipando-se de Alegrete. Em 1834, Ana Ilha de Vargas, rica fazendeira, doou à igreja uma imagem de Nossa Senhora de Santa Ana, na condição de ser esse o nome dado ao curato. O município passou, então, a denominar-se Santana do Livramento e, mais tarde, somente Livramento. Em 1957, foi restituída a antiga denominação.

Figura 1: Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, com destaque para os municípios de Lajeado e Santana do Livramento.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O município possui uma população estimada de 82.631habitantes (IBGE, 2016) correspondendo a uma densidade demográfica de 11,86hab./km².A população rural do município tem representado, em média, 10% do total populacional, o que ajuda a explicar a baixa densidade demográfica.

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Tabela 1: Comparação de dados socioeconômicos entre Lajeado e Santana do Livramento/RS

Município

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

(2010)

PIB per capita (2015) (R$) População ocupada (2016) Lajeado 0,778 41.456,62 53,6% Santana do Livramento 0,727 22.915,10 18,9%

Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de dados do IBGE Cidades (2018).

Pelo acima exposto, verificam-se diferenças importantes entre os municípios de Lajeado e de Santana do Livramento, no que se refere aos aspectos econômicos, com consequências sociais, como a diferença entre os PIB per capita (o de Santana do Livramento refere-se a apenas 55,4% do PIB per capita de Lajeado), dado que tem consequência também pelos números da população ocupada. Em relação aos aspectos econômicos, Lajeado se insere atualmente num sistema econômico industrializado, numa região urbanizada perto do eixo Porto Alegre-Caxias do Sul, com algumas poucas características remanescentes do sistema agrário colonial. Schneider (1994) afirma que:

[...] naquela região, existiam ainda sistemas de produção que continuavam desenvolvendo a agricultura colonial tradicional, mas havia também unidades agrícolas familiares modernizadas, com a produção toda voltada para o mercado, assim como havia também unidades de produção modernizadas com pluriatividade, onde a agricultura desenvolvida era integrada à agroindústria, e membros da família trabalhavam fora da unidade produtiva (SCHNEIDER, 1994 apud MERTZ, 2004, p. 294).

Santana do Livramento atualmente está inserido num sistema agrário moderno, onde a estrutura socioeconômica se baseia em fazendeiros/estancieiros, pequenos produtores rurais, trabalhadores assalariados, empresas familiares e empresariado em geral (serviços). Os principais modos de exploração do meio ambiente são a pecuária extensiva e a agricultura (de subsistência, com agricultores familiares, em pequenas áreas). A mão de obra é familiar e assalariada e as relações de troca se dão em torno da comercialização de produtos agrícolas (mercado local regional, mundial), com a existência de matadouros, lanifício, agroindústrias, feiras locais e comércio tradicional.

A estrutura setorial (percentual) do Valor Adicionado Bruto (VAB) por setores de atividade econômica de Lajeado em 2008 era de 0,92% da agropecuária, 33% para o setor da indústria e 66,08% para o setor de serviços (UNIVATES, 2011).O Quadro 2 demonstra a participação da agropecuária

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na composição do Produto Interno Bruto (PIB) de Lajeado, Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e Brasil, em 2008.

Quadro 2: Composição do PIB- Valor Adicionado Bruto (VAB) de Lajeado, Santana do Livramento e RS (2008) a preços básicos (R$ 1.000), por setores de atividade econômica

Variável Lajeado Santana do Livramento Rio Grande do Sul

Agropecuária 12.969,18 198.703,18 18.121.795,98 Indústria 463.325,91 52.558,22 45.708.151,33 Serviços 927.905,70 679.040,59 108.427.082,56

Fonte:Censo Agropecuário IBGE (2006) e UNIVATES (2011).

Enquanto que Lajeado participa com aproximadamente 0,07% da produção agropecuária do Rio Grande do Sul, Santana do Livramento participa com 1%; no setor da indústria, Lajeado contribui com 1,02% e Santana do Livramento participa com 0,12%; no setor de serviços, Lajeado participa com 0,86% e Santana do Livramento 0,62%.

Pelos dados expostos acima, fica claro que há diferenças importantes entre os municípios aqui analisados, especialmente quanto à ocupação/colonização que tiveram como consequência diferentes níveis e tipos de desenvolvimento: enquanto que Lajeado teve a presença alemã desde o final do século XIX o que acentuou o perfil progressista da sociedade urbana, com uma indústria nascente e um setor de serviços vigoroso, Santana do Livramento teve a ocupação por portugueses e espanhóis desde o século XVIII, os quais incentivaram a pecuária de corte e seus derivados como mote do desenvolvimento local, permanecendo a sociedade com perfil rural até os séculos XX e XXI. A diferença no tamanho das áreas dos municípios também corrobora esse entendimento, pois Santana do Livramento tem maior área territorial, com maior área rural para produção agropecuária, seja de latifúndios, agricultura familiar ou assentamentos rurais, Já Lajeado, tem uma maior área urbana, proporcionalmente com pouca produção agropecuária e mínima presença de assentados.

1.2 As experiências do paa em lajeado e santana do livramento/rs

Em relação ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em Lajeado, a partir de pesquisa de campo e realização de entrevistas, identificou-se que o mesmo iniciou em 2013, com a adesão do município ao Programa e a organização de todo o processo pela Prefeitura Municipal e Emater-ASCAR, com a difusão entre os agricultores familiares, por meio de encontros e reuniões (etapas de Adesão; Pactuação de valores e metas; e Pactuação local). O público prioritário fornecedor é caracterizado por agricultores familiares com renda per capita inferior a R$70,00, por assentados de Reforma Agrária, por quilombolas e indígenas, sendo que do “[...] número total de fornecedores, no

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mínimo 30% devem ser do público citado acima; do total de fornecedores, no mínimo 40% devem ser mulheres”, conforme informações da Emater-ASCAR.

As propostas do PPA de Lajeado começaram a ser planejadas e executadas a partir de 2014, pela Secretaria Municipal de Agricultura e Urbanismo. Nos anos de 2014 e 2015, houve uma reestruturação do Programa, com a reorganização dos fluxos e com competências exclusivas para servidores efetivos (servidores com cargos de confiança forma retirados do Programa), também quando a Emater-ASCAR passou a ter papel mais permanente e importante no PAA (também na articulação para o fornecimento dos produtos da agricultura e agroindústria familiar com os demais municípios envolvidos), adicionando também a equipe da Assistência Social da Prefeitura, para a escolha das entidades a serem beneficiadas. De 2015 em diante, as propostas passaram a ser renovadas anualmente, com valores que variam entre R$200.000,00 e R$419.000,00, conforme Quadro 3, a seguir. A primeira entrega de produtos do PAA foi em 13 de abril de 2015. O número de entidades assistenciais beneficiadas tem se mantido estável positivamente e o de agricultores também (de Lajeado e dos municípios de Imigrante, Cruzeiro do Sul, Mato Leitão, Venâncio Aires, Encantado, Dois Lajeados e Marques de Souza). Essas entidades selecionadas atendem os critérios exigidos pelo Programa e realizam trabalho assistencial.

As propostas foram executadas a partir do valor total destinado ao município, baseando-se nas demandas semanais das entidades socioassistenciais beneficiadas. Também foram contemplados beneficiários do Programa Bolsa Família, com um kit de produtos por família (número que aumentou ao longo do período analisado). A fiscalização do Programa é de competência do Conselho Municipal de Assistência Social e a qualidade dos produtos é atestada pela EMATER/RS-ASCAR, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (SEDETAG) e órgãos da vigilância sanitária. O quadro 3 apresenta os valores das propostas do |PAA Lajeado:

Quadro 3: Propostas anuais do PAA Lajeado (2014/2018)

ANO VALOR DA PROPOSTA1 (R$) PRODUTORES ENTIDADES ASSISTENCIAIS BENEFICIADAS FAMÍLIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA BENEFICIADAS 2014 419.000,00 65 10 --2 2015 418.914,04 82 10 770 2016 293.239,83 82 11 770 2017 293.239,83 65 10 770 2018 293.239,83 99 12 1.049

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da Emater/RS-ASCAR Lajeado/RS.

Nota1: Dos anos 2014 a 2017, os valores das propostas foram previstos e totalmente executados; do ano de 2018, o valor é da previsão da proposta.

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Um ponto interessante refere-se às entregas dos produtos às entidades, que ocorre semanalmente no Pavilhão 3 do Parque do Imigrante, das 13h30mim às 15h nas segundas-feiras. Todos os equipamentos iniciais para essas entregas e armazenagem foram adquiridos pela Prefeitura Municipal com recursos próprios (caixas de isopor, paletes, balanças, refrigeradores). Cada produtor leva a pesagem pronta e identificada com rótulos dos produtos separados para cada uma das entidades beneficiadas. As entidades assistenciais retiram seus produtos semanalmente, se responsabilizando pela armazenagem. O processo de pagamento do agricultor segue o seguinte fluxo: o pagamento dos produtos entregues é feito diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, através de um cartão individual do Banco do Brasil, com valor limite de comercialização anual para o PAA de R$ 6.500,00 por produtor.

Nota-se uma diversificação importante nos produtos do PAA Lajeado, como a seguir:

Figura 2: Total de produtos entregues no PAA Lajeado/RS (2017).

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da Emater-ASCAR Lajeado/RS.

A partir da Figura 2, fica claro que há uma diversificação importante nos produtos do PAA Lajeado, relativa à própria produção diversificada dos agricultores de Lajeado e da região do Vale do Taquari. Também se evidencia o maior volume de produtos entregues no PAA 2017 foi de laranja

1.976kg 660kg 2.112kg 2.748kg 1.640kg 1.313kg 1.184kg 315kg 956kg 1.455kg 287kg 1.050kg 1.644kg 2.368kg 1.216kg 903kg 676kg 1.544kg 738kg 4.988kg 1.080kg 992kg 81kg 2.230kg 2.854kg 2.176kg 408kg 1.352kg 511kg 528kg 1.232kg 4.148kg 2.040Kg 627kg 390kg 2.268kg 4.112kg 1.174kg 1.440kg 1.068kg Abacate Abóbora italiana Alface crespa Batata doce Beterraba Bolacha caseira Brócolis

Carne suína (lingüiça) Cenoura Chuchu Compota de vegetais Conserva de vegetais Couve (folha) Couve chinesa Couve-flor média Cuca caseira Espinafre Feijão Galinha caipira Laranja comum Limão Massa caseira Mel de abelhas Melado batido Milho verde Moranga cabotiá Morango Ovos de galinha Pão integral Pepino (salada) Rabanete

Raiz de aipim (sem casca) Repolho

Schmier caseira Schmier de frutas Suco concentrado de uva Tangerina

Tempero verde Tomate longa vida

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comum (4.988kg), seguido de ovos (raiz de aipim sem casca (4.148kg), tangerina (4.112kg), milho verde (2.854kg), batata doce (2.748kg), couve chinesa (2.368kg), suco concentrado de uva (2.268kg), melado batido (2.230kg), moranga cabotiá (2.176kg) e repolho (2.040kg). No total, foram entregues 60.484 kg de produtos, divididos em 40(quarenta) tipos de produtos.

Em Santana do Livramento, a partir de pesquisa de campo, observação e realização de questionários e entrevistas, identificou-se que a primeira experiência do PAA iniciou em 2008/2009, numa proposta de R$188.000,00 da Cooperativa COOMIRFO4em participar do PAA, na modalidade Compra com Doação Simultânea. Nessa primeira etapa, a Cooperativa supracitada geriu o PAA, coletando a produção de leite de agricultores assentados, realizando a pasteurização do produto e inserindo rotulo especifico e doando a produção para o Banco de Alimentos em Porto Alegre/RS. A segunda proposta da COOMIRFO/COOPERFORTE5 ocorreu em 2009/2010, no valor de R$360.000,00; a terceira proposta em 2011/2012, com R$521.000,00, quando a Coperforte (cooperativa que assumiu o PAA após a COOMIRFO fecharem 2011) apresentou duas propostas ao PAA: uma para Santana do Livramento (nova proposta) e outra para o Banco de Alimentos (continuidade)6.

O segundo momento do PAA em Santana do Livramento refere-se à proposta apresentada pela Prefeitura Municipal a partir da implantação do Programa com a assinatura pelo prefeito Glauber Lima do Termo de Adesão em 19 de setembro de 2013. A implantação do PAA foi liderada pela Prefeitura Municipal, participando do planejamento à execução do PAA além da SMAPA, a Secretaria de Assistência Social, da Educação, Emater e Conselho de Alimentação Escolar. Essa primeira proposta 2013/2016 teve o valor de R$358.000,00. Cabe destacar dois pontos importantes: a) embora a proposta, no geral, teve a vigência de 2013 a 2016, efetivamente a execução do PAA ocorreu de outubro de 2015 a março de 2016; e b) o valor da proposta foi de R$358.00,00, porém o valor executado foi de R$47.381,90, equivalente a 13,2% do valor total da proposta.

O Programa foi divulgado principalmente em eventos e reuniões com agricultores e representantes de entidades beneficiadas (etapas de Adesão; Pactuação de valores e metas;

4 COOMIRFO – Cooperativa Mista Regional dos Produtores da Fronteira Oeste Ltda. 5 COPERFORTE – Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste Ltda.

6A proposta para o município de Santana do Livramento era atender 17 (dezessete) entidades assistenciais, especialmente com produtos in natura e leite. Para a proposta do banco de Alimentos de Porto Alegre, manteve-se o envio de produtos agroindustriais e com menor pericibilidade. Conforme dados do diretor administrativo da COPERFORTE, em 2012, a Cooperativa, via PAA, atendia 3.400 famílias no Banco de Alimentos de Porto Alegre (cujos beneficiários consumidores estavam ligados à de centros de reciclagem, associações e creches comunitárias). Já a proposta de 2014/2015 previa R$790.000,00 para a continuidade do PAA com entregas para o Banco de Alimentos (essa etapa se encerrou em agosto de 2015). Para o período 2016/2017, a COPERFORTE propôs quatro projetos individuais de PAA, no valor de totalde R$2.500.000,00 (previsão de atenderem-se demandas dos municípios de Herval, Guaíba, Santana do Livramento e Banco de alimentos de Porto Alegre). No entanto, o corte de recursos foi responsável por inviabilizar a continuidade do PAA pela COPERFORTE.

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ePactuação local). Os agricultores foram selecionados de acordo com os critérios exigidos pelo Programa, mas a maioria já trabalhava no fornecimento de alimentos para as Chamadas Públicas das Escolas Estaduais e Municipais.

Figura 3: Total de produtos entregues no PAA Santana do Livramento/RS (2015/2016).

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

A partir da Figura 3, apresentada acima, fica claro que o maior volume de produtos entregues foi de pera (3.109,50kg), seguido de ovos (1.540,56kg), bebida láctea (612kg), queijo colonial (531kg), cenoura (475kg) e mel (380kg), totalizando dezesseis 16 tipos de produtos, num total de 7.528,67kg.

Em relação aos agricultores familiares que forneceram produtos para o PAA em Santana do Livramento no período da vigência 2013/2016, e execução outubro de 2015 a março de 2016, foram num total de onze (11) produtores. Na modalidade de Compra com Doação Simultânea, o PAA distribuiu entre as 16 (dezesseis) entidades selecionadas 7.528,67kg. Essas entidades selecionadas atenderiam os critérios exigidos pelo Programa e, assim como em Lajeado, todas as contempladas realizam trabalho assistencial. De 2013 a 2016, as 16 entidades foram beneficiadas, alimentando aproximadamente 1.000 pessoas, entre adultos e crianças.

531 kg 182 kg 165 kg 221 kg 612 kg 1.540,56 kg 475 kg 380 kg 44 kg 60,8 kg 51,8 kg 52 kg 8 kg 14,8 kg 59,74 kg 3.109,50 kg Queijo colonial Queijo mussarela Doce de Leite Rapadura Bebida láctea Ovos Cenoura Mel Cebolinha Brócolis Almeirão Rúcula Rabanete Alface Couve Pêra

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Em relação à logística de coleta e distribuição dos produtos, os agricultores entregavam os produtos diretamente em uma Central de recebimento na Secretaria da Agricultura, “inicialmente nas sextas-feiras, mas posteriormente ficou definida a entrega nas segundas pela manhã. Desta forma, os produtos não ficavam armazenados na Central durante o final de semana. As entregas nas entidades foram realizadas semanalmente, geralmente, em todas as terças-feiras” (Entrevista SMAPA, 2016).

2 COMPARANDO OS RESULTADOS

A comparação entre as experiências do PAA nos municípios de Lajeado e de Santana do Livramento leva a algumas considerações importantes, que refletem desde a organização e planejamento do Programa até sua execução e continuidade, no que se refere a semelhanças e diferenças, conforme o quadro 4.

Quadro 4. Comparação entre o PAA de Lajeado e de Santana do Livramento/RS.

VARIÁVEL LAJEADO SANTANA DO LIVRAMENTO

Modalidade do PAA

Compra Com Doação Simultânea para entidades assistenciais e famílias cadastradas no Programa Bolsa Família

Compra Com Doação Simultânea para entidades assistenciais

Instituições envolvidas (gestão)

Prefeitura Municipal (por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (SEDETAG)/) e Emater-ASCAR

Prefeitura Municipal (por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Origem dos produtores

Lajeado e outros 7 municípios da região do Vale do Taquari (em média 66 produtores, chegando a 99 em 2018)

Santana do Livramento (11 produtores)

Propostas Renovadas a cada ano e com valores

executados 100% desde 2014

Uma única proposta de 4 anos (2013/2016), com apenas 37% do valor total executado

Aspectos positivos identificados pelos entrevistados

Comercialização certa, possibilidade de diversificação da produção, apoio técnico, preço justo, motivação, continuidade do Programa

Comercialização certa, possibilidade de diversificação da produção

Aspectos negativos identificados pelos entrevistados

Pouca capacidade de armazenamento, necessidade de local próprio para armazenamento, excesso de burocracia

Atrasos nos pagamentos, preço baixo, excesso de burocracia, falta de apoio técnico, problemas de operacionalização, problemas no pagamento, pouco tempo de execução do Programa

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Quanto às semelhanças, os relatos positivos colhidos sobre ambos os Programas (dos agricultores e dos gestores) são muitos, pois todos os envolvidos identificam que a certeza da comercialização e o aumento da diversificação da produção são ganhos importantes. A principal vantagem identificada em ambas as experiências é a venda garantida da produção dos agricultores

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familiares. Essa percepção corrobora com Chmielewska; Souza; Lourete (2010, p. 35) que afirmam que “a garantia de venda e preço vantajoso, oferecida pelas modalidades do PAA se constitui desta forma em condições central para que os agricultores invistam no processo produtivo e organizacional”, pois as possibilidades de comercialização são muito restritas (direta aos consumidores, em feiras locais ou para mercados da cidade).

Quanto à diversificação da agricultura familiar, esse quesito vai de encontro ao apontado por Grisa et al.(2010):

[...] o PAA tem destacado-se por incitar a diversificação da produção na medida em que conecta a oferta a uma demanda diversificada. Frutas, verduras, produtos de origem animal e agroindustrializados são exemplos dos bens adquiridos pelo PAA. Segundo as avaliações, muitos agricultores passaram a diversificar e valorizar os produtos locais que, até então, eram desvalorizados ou desconhecidos em seu valor comercial (GRISA et al, 2010, p. 147).

Em relação aos pontos positivos no PAA em Santana do Livramento, o coordenador do DTA/SMAPA lista:

a união de esforços das entidades envolvidas, principalmente de técnicos das secretarias, Emater, Comsea e representação de agricultores, a interação entre o poder público e entidades assistenciais, para os agricultores a garantia da comercialização da produção, para as entidades, diversificação das refeições oferecidas, para os assistidos, consumo de alimentos de qualidade e de produção local, segurança alimentar e nutricional, disponibilização por parte da Prefeitura de estrutura mínima para a execução do Programa, incluindo recursos humanos, material de expediente e sala específica para recebimento de produtos, veículo para transporte (ENTREVISTA, 2016).

Esses aspectos positivos ficaram claros na afirmação da gestora do PAA Lajeado chegou a afirmar que os “produtores são motivados e querem entrar no PAA de Lajeado” (ENTREVISTA, 2018b), pois os produtores “adoram o Programa”, tendo a certeza de um preço justo pago pelos seus produtos, e que “nunca falha o pagamento”.

(18)

Outro ponto positivo identificado diz respeito à questão da segurança nutricional e alimentar dos beneficiários nas entidades assistenciais e integrantes do Programa Bolsa Família. Esse item esteve presente nas entrevistas e se evidenciou que a diversidade e qualidade dos alimentos do PAA auxiliaram na composição da alimentação/dieta desse público alvo de forma positiva. Em Lajeado, a gestora do PAA relatou que pessoas que “nunca tinham comido mel, agora tinham essa possibilidade por causa do PAA” (ENTREVISTA, 2018a).

Na parte operacional, há alguns obstáculos importantes enfrentados para viabilizar a execução do Programa. Concordando com Anjos; Becker (2014), existem “[...] grandes dificuldades a serem transpostas tanto no caso do PAA quanto do PNAE. Alguns destes problemas atingem ambos os programas, especialmente os entraves burocráticos, o atraso na liberação dos recursos e a fragilidade das organizações que intervêm nesse processo” (ANJOS; BECKER, 2014, p. 113). Quanto ao atraso dos pagamentos, cabe citar Grisa; Schmitt; Mattei; Maluf e Leite, pois esse problema tem sido identificado na maior parte das experiências de PAA pelo Brasil:

Os participantes argumentaram que os atrasos criam dificuldades políticas para as associações e cooperativas junto aos associados, dificultam o abastecimento da lista de produtos aprovada no projeto, criam dificuldades financeiras para os produtores e desestimulam a participação. Esse é um problema observado desde o começo do PAA, muitas vezes frustrando agricultores e mediadores e gerando, eventualmente, um descrédito em relação a essa política pública e às ações do Estado (GRISA et al, 2011, p. 38).

No que se refere às diferenças entre a execução dos Programas, essas são muitas. Em Lajeado, identifica-se uma continuidade positiva do Programa desde 2014, com o envolvimento progressivo das instituições (SEDETAG/Prefeitura, Emater-ASCAR, entidades e agricultores familiares), concluindo-se que o Programa está institucionalizado, bem organizado, com processos, agentes e demandas claramente identificados. Em Santana do Livramento, há uma instabilidade do PAA relacionada às mudanças na gestão da SMAPA e ao menor envolvimento da Emater-ASCAR, tanto que o Programa não foi renovado após 2016 (fim da proposta).

Enquanto que os agricultores de Lajeado se unem aos de outros sete (7) municípios para participarem do PAA, somando em média 66 produtores por ano (chegando a 99 em 2018), em Santana do Livramento foram apenas 11 produtores, todos do município. Essa diferença no número de produtores se traduz na maior variedade de produtos fornecidos no PAA Lajeado (total de 40 tipos

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de produtos), enquanto que em Santana do Livramento foram apenas 16 tipos de produtos, isso reflete proporcionalmente nas entregas desse produto no PAA local; já no PAA Lajeado, as entregas de mel foram proporcionalmente poucas porque pouco mel se produz na região.

Em Lajeado, os aspectos negativos apontados referem-se ao excesso de burocracia (listada pela gestora do PAA como “um mal necessário”), a organização da produção/safra, regulando a oferta e a demanda de produtos (por exemplo, nos meses de verão não há como o PAA ocorrer, pela falta de produtos) e a falta de estrutura física permanente e própria para o recebimento dos produtos (que hoje é feita em um Ginásio no Parque do Imigrante). Em Santana do Livramento, quanto às desvantagens, todos os agricultores acusaram a demora nos pagamentos como principal fator. Desorganização no processo e nos fluxos, preços baixos, excesso de burocracia e falta de informações foram outros itens apontados negativamente.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As experiências do PAA em Lajeado e em Santana do Livramento, no estado do Rio Grande do Sul, são passíveis de comparação porque partem de aspectos muito parecidos (municípios com número de população muito próximo, sendo pólos importantes em suas respectivas regiões e início do Programa tardio - após 2013), mas também com aspectos bastantes diferentes (PIB per capita, extensão territorial, relação entre população urbana e rural, estrutura do PIB em relação à agropecuária, indústria e comércio).

Logo, identifica-se que, comparativamente, os PAA de Lajeado e de Santana do Livramento iniciaram o planejamento e sua execução de forma muito parecida nos primeiros meses (nos processos de adesão ao Programa, etapas do planejamento e da organização). No entanto, cada Programa evoluiu de forma diferenciada, a partir das próprias características locais/regionais (estruturas e históricos socioeconômicos, graus de urbanização, participação no PIB) e institucionais, que ocasionaram maior (em Lajeado) ou menor (em Santana do Livramento) envolvimento dos agentes (Prefeituras Municipais, Emater-ASCAR, entidades e agricultores familiares).

Embora com esses níveis de avanços e recuos elencados nas duas experiências, cabe destacar que em ambas o grau de satisfação com o PAA dos agentes envolvidos (agricultores e gestores), mesmo com as dificuldades apontadas, foi muito positivo, o que comprova que essa política pública tem atingido os objetivos almejados, mesmo que parcialmente e sempre precisará de agentes comprometidos, dispostos a trabalhar pela agricultura familiar, para que ela se fortaleça cada vez mais.

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