DANÇA - FUNK
DISCIPLINA – DANÇA RENER OLIVEIRA
HISTÓRIA DO FUNK NO BRASIL
O funk nem sempre foi como conhecemos hoje em dia.
Inicialmente derivado da soul music – gênero musical inspirado no
Rhythm and blues e no gospel dos EUA, entre o fim dos anos 1950 e
início dos anos 1960, especialmente entre os negros– o gênero, com
o passar dos anos, sofreu diversas transformações. Trazido para o
Brasil no final dos anos 1970, os primeiros bailes funks eram
realizados na Zona Sul do Rio de Janeiro (área nobre da cidade).
MAPAS
Na troca de milênio, o funk também passou por mudanças. Não somente
em seu lugar de origem (periferia), agora ele toma conta das casas
noturnas, academias e tantos outros lugares frequentados, em sua
maioria, pela classe média. Nessa mesma época os “bondes” começavam
a fazer sucesso, como, por exemplo, o
Bonde do Tigrão. Em seguida, as
mulheres também entraram no gênero. Tati Quebra-Barraco, como é
conhecida a MC, foi uma das precursoras do funk cantado por mulheres.
PRINCIPAIS SUBGÊNEROS DO FUNK
Se no início o funk brasileiro surgiu como uma variante do soul, hoje ele já possui suas próprias vertentes. Vamos conferir quais são?
FUNK CARIOCA
O funk carioca, na verdade, é o “funk tradicional”, já que as primeiras melodias desse gênero no Brasil vieram do Rio de Janeiro. A maioria dos funks mais tocados no Brasil integra esse subgênero. Vale lembrar que, apesar de ser denominado “carioca”, ele não precisa, necessariamente, ser produzido na região.
FUNK OSTENTAÇÃO (FUNK PAULISTA)
Com certeza você já deve ter ouvido aquelas canções que falam sobre carros de luxo, joias e dinheiro, certo? Pois bem. Essas músicas constituem o funk ostentação, também chamado de funk paulista. Ele, ao exaltar o consumismo desenfreado, sugere o desejo da população periférica de “melhorar de vida”, saindo das favelas e adquirindo os produtos que lhes são mostrados nas propagandas e novelas.
FUNK CONSCIENTE
Este subgênero muitas vezes é comparado ao rap, já que o objetivo desta categoria é denunciar os problemas sociais e, principalmente, o descaso com os moradores de favelas.
FUNK POP
O funk pop costuma ser o destino final dos artistas que desejam conquistar espaço nacional e internacional na música. Essa vertente traz canções mais populares, com letras mais suaves quando comparadas com o funk no geral e batidas semelhantes ao pop. Muitos dos cantores do funk carioca e do funk ostentação migram para esse subgênero, deixando até de usar a nomenclatura “MC”, como foi o caso de Anitta e Ludmilla (antiga MC Beyoncé).
FUNK PROIBIDÃO
O funk proibidão, dentre todos os citados, é o mais cercado de polêmicas, especialmente por causa de suas letras, que falam, principalmente, da vida no crime. Porém, a categoria também faz uso de palavrões, fala de sexo de forma explícita e sobre drogas. Entretanto, apesar das letras falarem sobre todos esses temas, o funk proibidão não necessariamente faz apologia à criminalidade, por exemplo.
POLÊMICAS ENVOLVENDO O FUNK
DANÇA
A dança no funk, no geral, é diversificada. Os principais passos são o “passinho do romano”, o “passinho dos maloca” e o “passinho. Este último, inclusive, foi declarado patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro, em 2018. Entretanto, a principal contestação quanto à dança é o fato de ela possuir uma certa sensualidade, sendo, muitas vezes consideradas vulgar por algumas pessoas.
LETRAS
As letras dos funks atuais, em sua maioria, falam sobre o corpo feminino, bem como relacionamentos, ostentação e sexo. Entretanto, a forma com que esses assuntos são abordados é o que gera vários questionamentos. Recentemente, a canção “Surubinha de leve” foi alvo de denúncias por fazer apologia ao estupro.
VESTUÁRIO
O funk, assim como outros gêneros musicais, possui sua “roupa a caráter”. O ponto ostentação também entra nessa categoria: joias caras, roupas de marca e assim por diante. Entretanto, a principal controvérsia é sobre as roupas que as mulheres usam. Aliás, as “poucas” roupas que usam.
AS DANÇAS QUE MARCARAM O MOVIMENTO FUNK
A música e a dança sempre estiverem muitopróximas, e isso não seria diferente com o baile funk. Isso acontece desde os primórdios, com os bailes no asfalto e os passinhos coreografados (flash mobs, alguns podem dizer) do Rio de Janeiro, até os tempos atuais, com as sarradas e o passinho dos malocas, que dominam as periferias de São Paulo.
Podemos dizer que as leituras sobre a dança no funk começaram lá na da década de 80, quando a música americana chegava no Rio de Janeiro ainda como funk do James Brown. O tempo foi passando, e no final da década de 80 começaram a chegar no Rio de Janeiro discos com um ritmo diferente, influenciados pelo hip-hop americano e também pelo ritmo da Flórida, o Miami Bass.
”. E nessa época, ainda de acordo com GrandMaster, o funk carioca dava vida ao ‘tamborzão’, a primeira batida nacionalmente produzida pelos cariocas e um dos maiores símbolos da vertente. A nova batida ajudou a dar mais ritmo pro movimento, o que também melhorou a dança.
Baile do Charme Dynho Alves – Passinho dos Maloqueiros
Nesse trânsito da música, começaram a surgir também os primeiros bondes que eram especializados em dança, como o grupo “Bonde dos Carrascos” e o “Bonde do Vinho”. Entre os principais grupos, o “Bonde do Tigrão” ficou nacionalmente conhecido com as músicas “Cerol na Mão” e “O Baile Todo”.
Batalha do Passinho
No final dos anos 2000, o funk começava a chegar com força na capital São Paulo, ganhando características próprias. Antes importado do próprio Rio de Janeiro e da Baixada Santista, o funk paulistano assimilou o movimento e criou uma cara própria, a cara da ostentação.
Ficou difícil dançar com letras falando de carros, dinheiro, mulher e uma batida mais retraída. Porém, São Paulo precisava de uma identidade na dança e, graças ao intercâmbio com o Rio de Janeiro, essa identidade veio com o passinho do romano, lá em meados de 2012.