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Legionella em ambientes aquáticos

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Academic year: 2021

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(1)

António Veríssimo

|CEF U. Coimbra

(2)

Legionelose ou Doença

dos Legionários Febre de Pontiac

• Bactérias Gram-negativas

• Ubíquas em ambientes aquáticos

• 61 espécies, 3 subespécies

• Manifestações clinicas:

• A espécie Legionella pneumophila é responsável por mais de 90 % dos casos

de doença reportados

• Os humanos são considerados hospedeiros acidentais (e becos sem saída)

uma vez que a legionella se replica em macrófagos alveolares, mas sem

capacidade de transmissão

(3)
(4)
(5)

Água de profundidade/ aquíferos

Lagos Rios

Biofilmes Nascentes

(6)

Ambientes naturais

(7)

Fontes

Piscinas

Torres de arrefecimento Sistemas de distribuição

Chuveiros Solo jardinagem

Ambientes aquáticos artificiais ou

de intervenção humana

(8)

Ambientes naturais

Factores de amplificação Ambientes intervenção humana

(9)

temperaturas entre 6ºC e 63ºC – óptimo 37ºC

valores de pH entre 5.5 e 8.1

oxigénio dissolvido entre 0.3 e 9.6 mg/ml

presença de outros organismos

zonas de reduzida circulação de água

presença de sedimentos

formação de biofilmes

(10)

Os ambientes naturais são raramente associados a casos de legionelose.

As legionelas multiplicam-se muito lentamente a baixas temperaturas, o que resulta num equilíbrio natural entre a concentração das bactérias e dos seus hospedeiros. Concentração esta abaixo do limite mínimo necessário para causar infecção em humanos.

A maioria dos casos de doença está associada a ambientes sujeitos a intervenção humana onde temperatura da água é superior, alterando a concentração quer das bactérias quer dos seus hospedeiros naturais.

Assim, variações nos parâmetros abióticos da água podem alterar o equilíbrio entre as legionelas e protozoários, resultando num aumento rápido da concentração das bactérias, podendo causar doença.

Ambientes naturais Ambientes intervenção humana

102 a 106 CFU/L

<1% população

> 106 CFU/L

50% população

(11)

Ambientes naturais

Fatores de amplificação

Dispersão Ambientes intervenção humana

Cadeias de eventos para que ocorra doença (Fraser, 1984)

v v

v v

(12)

Os grandes surtos estão relacionados com torres de arrefecimento que funcionam

como amplificadores e fontes de dispersão

(13)

Ambientes naturais

Factores de amplificação

Dispersão Ambientes intervenção humana

Exposição por uma população suscetível

Cadeias de eventos para que ocorra doença (Fraser, 1984)

Homens com idades >50 anos com doença pulmonar ou

(14)

Ambientes naturais

Factores de amplificação Ambientes intervenção humana

Exposição por uma LEGIONELOSE

(15)

Legionella – de organismo ambiental a

agente patogénico acidental

A infecção humana é um beco sem saída (dead end evolutivo) para a replicação de legionella uma

vez que a transmissão de pessoa para pessoa nunca foi comprovada (a existir será rara…).

A evolução das características de virulência resultou em grande parte da necessidade do organismo

de se replicar num nicho intracelular e também evitar a predação por protozoários ambientais.

A capacidade de replicação em diferentes protozoa tornou as legionella igualmente capazes de se

replicarem em macrófagos alveolares humanos.

(16)

(Escoll, P. et al, 2013 )

As legionellas evoluíram no sentido de otimizarem o ambiente intracelular hostil para se replicarem, desenvolvendo maquinarias moleculares muito eficazes

(17)

Legionela – de organismo ambiental a

agente patogénico acidental

Os protozoários são ubíquos em ambientes naturais, como água doce e salgada, água salobra, solos húmidos e em areias secas.

As legionelas não são bactérias de vida livre, multiplicam-se intracelularmente em vários tipos

de protozoa sendo esta relação crucial para a ecologia do organismo.

A presença de protozoários é um factor determinante para a sobrevivência e aumento de

concentração de legionelas

(18)

http://www.q-net.net.au ciriscience.org

Amoeba aprisionando L. pneumophila

Macrófago preenchido com ~100 Legionella

Berk et al., 1998 Appl. Environ. Microbiol.

Acanthamoeba spp. produz vesículas

respiráveis contendo legionelas

Berk et al., 2008 Appl. Environ. Microbiol.

Ciliados expelem vesículas contendo legionelas

C. elegans é um hospedeiro

(19)

A maior parte da actividade bacteriana na natureza ocorre, não com as células individualizadas, mas com as bactérias organizadas em comunidades sob a forma de um biofilme. Esses biofilmes são constituídos por uma comunidade estruturada de células aderentes a uma superfície inerte (abiótica) ou viva (biótica), embebidas numa matriz de exopolissacárido.

A associação dos organismos em biofilmes constitui uma forma de protecção ao seu desenvolvimento, fomentando relações simbióticas e permitindo a sobrevivência em ambientes hostis.

Em ecossistemas aquáticos, mais de 99,9% das bactérias crescem em biofilmes associadas a uma grande variedade de superfícies.

Os biofilmes mais comuns na natureza são heterogéneos, compostos por várias espécies, podendo os produtos do metabolismo de uma espécie auxiliar o crescimento das outras e a adesão de uma dada espécie fornecer ligandos que promovem a ligação de outras.

Inversamente, a competição pelos nutrientes e a acumulação de metabolitos tóxicos produzidos pelas espécies colonizadoras poderão limitar a diversidade de espécies num biofilme.

São ambientes muito propícios ao intercâmbio genético – Transmissão horizontal de genes.

Biofilmes

(20)

Protecção contra: • Radiações UV • Fagocitose • Desidratação • Predadores • Antimicrobianos

(21)

A associação entre as legionelas, protozoa e biofilmes propicia uma forma de proteção capaz de

potenciar a capacidade de sobrevivência destas bactérias a ambientes hostis.

Esta proteção será a explicação mais plausível para o facto das legionelas conseguiram passar de ambientes naturais para ambientes de intervenção

stress térmico e osmótico. biocidas antibióticos

Biofilmes

(22)

61 espécies de Legionella

A maioria é capaz de infectar protozoários

(23)

Legionelose

L. pneumophila 90% dos casos de Legionelose

(24)

Há uma grande diferença entre a prevalência de L. pneumophila como principal

responsável por casos de doença e a sua distribuição ambiental

L. pneumophila sg.1; 84% L. pneumophila sg. 2-14; 6% Legionella bozemanae, L. micdadei, and L. longbeachae; 7% Other Legionella sp.; 3% L. pneumophila sg 1; 29,1% L. pneumophila sg 2-14; 46,5% Total non-pneumophila legionellae; 24,4%

L. pneumophila sg.1 corresponde a 30% dos isolados

(25)

Diversidade de L. pneumophila – doença vs ambiente

Ambientes naturais Ambientes de intervenção humana Clínicas

Paradigma - apenas um subgrupo das estirpes ambientais

teriam a capacidade para produzir doença (virulência)

Com base na diversidade genética estabeleceu-se que

estirpes clinicas de L. pneumophila eram distintas das

ambientais

(26)
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Modelo animal com correlação com a virulência

em humanos.

Possui sistema imune inato, semelhante aos

macrófagos humanos

(28)
(29)

Virulência de L. pneumophila – clinicas vs ambientais

Relationships between 2,342 allelic profiles of 11,737 isolates (from the EWGLI SBT database)

Os clones (sequence-type) mais frequentemente relacionados com casos de doença

não têm relação direta com a virulência

(30)

A patogenicidade varia com a estirpe e

concentração, mas todas são virulentas

A partir de 10

6

CFU todas as estirpes causam

doença

Não foi possível estabelecer qualquer relação

entre a virulência, a origem das estirpes e a sua

constituição genética (sequence-type)

a infeção por legionella está relacionada com a capacidade de algumas estirpes sobreviverem e

se replicarem em ambientes de intervenção humana, e não com a virulência

(31)

Sousa, PS., Silva, IN, Moreira, LM., Veríssimo, A., Costa, J. (2018). Differences in virulence between Legionella pneumophila isolates from human and non-human sources determined in Galleria mellonella infection model. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology 8, 97. Costa, J., Teixeira, P. G., D’Avó, A. F., Júnior, C. S., and Veríssimo, A. (2014). Intragenic recombination has a critical role on the evolution of Legionella pneumophila virulence-related effector SidJ. PLoS One 9, e109840.

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Veríssimo A, Vesey G, Rocha GM, Marrão G, Colbourne J, Dennis PJ, da Costa MS. (1990). A hot

Milton Costa

Joana Costa

Gina Marrão

Graça Rocha

Alexandra Diogo

Paula Santos

Patrícia Sousa

Ana Filipa d’Avó

Referências

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