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Orientações importantes para o trabalho já em andamento

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Academic year: 2021

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1 FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES

CURSO DE GRADUAÇÃO DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA

Professor: Paulo S. Ribeiro

Aula 05

Orientações importantes para o trabalho já em

andamento

Os tipos de métodos para a pesquisa: Indutivo, Dedutivo, Hipotético – dedutivo (VEJA ABAIXO).

Em linhas gerais, como já estudamos, não podemos inventar um método, mas sabemos que ele tem uma relação direta como objeto de estudo que temos.

O método científico diz respeito à um conjunto de procedimentos que nos são fundamentais para a elaboração do trabalho.

Graças à um certa repetitividade, os métodos que num primeiro momento eram experimentais (empíricos), ao longo do tempo foram se tornando regras, métodos científicos.

Segundo Cervo e Bervian (2002), podemos dizer que existe um método idêntico para todas ciências, o qual compreende os seguintes procedimentos (2002, p. 27):

a) Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; b) Efetuar observações e medidas

c) Registrar tão cuidadosamente quanto possível os dados observados com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada;

d) Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em desacordo com as observações ou com as respostas resultantes;

e) Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvem condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução;

f) Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam certas relações.

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2 Método Indutivo:

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partas examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

Contudo, é preciso que se diga que se o argumento indutivo assim como o dedutivo fundamentam-se em premissas, no dedutivo as premissas verdadeiras levam inevitavelmente às conclusão verdadeira, diferentemente que nos indutivos. Os indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis.

Ainda segundo Lakatos e Marconi (2007), o método indutivo é aquele em que “o caminho de passagem vai do especial ao mais geral, dos indivíduos às espécies, das espécies ao gênero, dos fatos às leis ou das leis específicas às leis gerais. (ibidem, p. 53)

Fases do método indutivo: Observação dos fenômenos: Descoberta da relação entre eles

Generalização da relação:

Exemplo: Pedro, José, João... são mortais. Ora, Pedro, José, João... são homens.

Logo, (todos) os homens são mortais.

Para a utilização da indução, precisamos pensar em algumas questões como apontam Lakatos e Marconi (2007):

“Qual a justificativa para as inferências indutivas? A resposta é: temos expectativas e acreditamos que exista certa regularidade nas coisas, e por este motivo, o futuro será como o passado...

“Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passado? São, principalmente, as observações feitas no passado. Exemplo: se o Sol vem ‘nascendo’ há milhões de anos, pressupõe-se que nascerá amanhã”. Portanto, as observações repetidas, feitas no passado, geram em nós a expectativa de certa regularidade no mundo, no que se refere a fatos e fenômenos.” (ibidem, p. 55).

Método Dedutivo:

Para Cervo e Bervian (2002, p. 34), “a dedução é a argumentação que torna explícitas verdades particulares. O ponto de partida é o antecedente, que a afirma uma verdade universal, e o ponto de chegada é o conseqüente, que afirma uma verdade menos geral ou particular contida implicitamente no primeiro” (CERVO e BERVIAN, 2002, p. 34).

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3 A grande questão é a relação lógica que se deve fazer entre as premissas.

Ainda na obra de Lakatos e Marconi (2007): “O método da dedução garante que os teoremas devem ser verdadeiros se forem verdadeiros os axiomas e os postulados. Embora o conteúdo dos teoremas já esteja fixado nos axiomas e postulados, esse conteúdo está longe de ser óbvio,

Reprodução abaixo de Lakatos e Marconi (2007):

Dois exemplos servem para ilustrar a diferença entre argumentos dedutivos e indutivos:

DEDUTIVO: Todo mamífero tem um coração: Ora , todos os cães são mamíferos; Logo, todos os cães têm um coração.

INDUTIVO: Todos os cães que foram observados tinham um coração. Logo, todos os cães têm um coração.

Nos dedutivos: Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira. Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.

Nos indutivos: Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, mas nas premissas.

As finalidades dos tipos de argumento são diferentes: enquanto o dedutivo tem o propósito de explicitar o conteúdo das premissas, o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos.

4.5.2 Os tipos de pesquisa: quantitativa, qualitativa, bibliográfica, descritiva, experimental, estudos exploratórios, de caso, ex-post facto, entre outras modalidades;

Tipos de pesquisa:

Segundo Antonio Carlos Gil (ver texto), temos pelo menos três tipos de pesquisa à saber:

Exploratória: Seriam pesquisas pautadas em levantamentos bibliográficos e estudos de caso, buscando-se conhecer melhor determinado tema, obtendo maior familiaridade, captando os mais variados aspectos relativos ao objeto de estudo.

Descritiva: Buscam descrever as características de determinado fenômeno, estabelecendo as relações de causa-efeito entre as variáveis presentes. Trata-se

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4 de uma pesquisa na qual se colhe dados, faz-se questionários, dentre tantos instrumentos de pesquisa. Pela observação, procura-se mostrar a natureza da relação entre as variáveis. Dessa forma, aproxima-se muito do terceiro tipo, a chamada pesquisa explicativa:

Explicativa: Identifica os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Busca-se compreender o motivo, o porquê de determinado processo. A pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva.

Observações:

A descritiva tenta apontar a relação entre as variáveis, descreve características, mas não explica processos. Identifica e explica alguns porquês.

Para Antonio C. GIL, as pesquisas exploratórias e descritivas são etapas prévias à explicativa.

Ainda segundo tal autor, é fundamental falar do delineamento (modelo, sinopse e plano) da pesquisa, falando sobre a diferença entre Teoria e Prática (realidade).

Teríamos:

Pesquisas em papel - bibliográfica e/ou documental;

Pesquisas empíricas (experimentais) – determinam certo objeto de estudo

de forma mais palpável que a primeira.

Já para Amado Cervo e Pedro Bervian (2002), teríamos outra classificação (embora até certo ponto parecida com esta primeira apresentada):

Descritiva: correlaciona fatos, variáveis, SEM MANIPULÁ-LOS. Atenta-se a freqüência dos fenômenos e à regularidades por meio da observação sistemática, registrando e coletando dados. São dados extraídos ou fatos colhidos da própria realidade. Ex: observação de animais, de fenômenos naturais, etc.

(aqui este tipo coincide com a mesma explicação de Gil)

Experimental: Lança mão de testes e experiências em laboratórios (na maioria das vezes). Trata os dados COM MANIPULAÇÃO, pois a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre causa e efeito de um fenômeno Muda uma variável para ver o que acontece com a outra. Ex: testes de resistência de materiais, de remédios, de motores, etc.

Neste caso, ao explicar o porquê das coisas, o tipo experimental se aproxima da explicativa.

Bibliográfica: explica um problema a partir das referências publicadas em documentos. Ela é parte da experimental ou descritiva, pois fomenta o marco

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5 teórico;

“Enquanto a pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar os fenômenos que ocorrem, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido” (CERVO & BERVIAN, 2002,

p. 68).

Para além destes três tipos, Cervo e Bervian (2002) apresentam uma definição para o que chamam de Estudos exploratórios (: “O estudo exploratório [...] é, normalmente, o passo inicial do processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas.” (ibidem, 2002, p. 69).

Ela equivale à pesquisa exploratória apresentada por Gil.

Para cada tipo de pesquisa há um núcleo com procedimentos comuns, com suas peculiaridades próprias, segundo Cervo e Bervian (2002)

Com relação à pesquisa pura ou a pesquisa aplicada: “São pesquisas que não se excluem, nem se opõe. Ambas são indispensáveis para o progresso das ciências e do homem: uma busca a atualização de conhecimentos para a nova tomada de posição, enquanto a outra pretende, além disso, transformar em ação concreta os resultados de seu trabalho” (CERVO, 2002, p. 65)

Claudio de Moura Castro (2007), fala dos tipos Pesquisas Quantitativas e Pesquisas Qualitativas.

Não podemos forçar nosso estilo de trabalho em determinado tema, pois ele pode não servir. Cada trabalho requer um método mais adequado.

Não podemos fazer demografia qualitativa. Também não podemos quantificar praticamente nenhuma idéia de Freud.( Ver CASTRO, pág.107)

Podemos descrever a religião dos pigmeus africanos. Mas, para falar de sua estatura, só com fita métrica.

Principais características das pesquisas quantitativa e qualitativa QuaNTItativa:

Busca isolar a causa do efeito; Sempre tenta medir e quantificar;

A meta é operacionalizar a teoria e suas definições; Busca formular leis gerais;

Tenta controlar outras variáveis;

Sempre evita influência do pesquisador;

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6 Começa com narrativas e não com teorias;

Trabalha com texto ou com o que vira texto;

Retorno ao oral, ao particular, ao local e ao oportuno; Faz justiça à complexidade do objeto;

Busca descobrir e não testar; A meta é penetrar no problema; O método é aberto;

Ênfase nos significados e nas representações que as coisas têm para as pessoas; A compreensão vem a partir do interior;

A pesquisa qualitativa em comparação a quantitativa

Para melhor compreendermos pesquisa qualitativa, é importante fazer uma comparação com a pesquisa quantitativa.

Com a pesquisa qualitativa a exploração dos dados é feita de forma muito mais livre. Na pesquisa quantitativa, feito o questionário para poder comprovar uma idéia, não é possível voltarmos atrás caso alguma pergunta importante tenha ficado de fora.

Na pesquisa qualitativa há menos decisões irreversíveis, podendo o pesquisador buscar outras explicações que podem estar implícitas. O método não se fecha sobre o pesquisador.

Isso não significa falta de método. A diferença é que a quantitativa já impõe sua disciplina na hora da formulação das hipóteses e na definição dos instrumentos.

A qualitativa, por outro lado, requer uma disciplina de quem pesquisa, para que não vá mudando seu método mais vezes do que o necessário.

A complementaridade das pesquisas quantitativas e qualitativas.

Cada uma chega onde a outra não consegue chegar. O método quantitativo pergunta “como acontece”, o “que acontece”. Já o método qualitativo pergunta “por que“ acontece.

O método quantitativo descreve as manifestações exteriores do fenômeno. Mede o quanto entrou ou o quanto saiu.

Ex: números de empregados demitidos com a modernização da empresa.

Contudo na maioria das vezes a exploração qualitativa dá sentido e confiança a exploração quantitativa.

Ex: 01 se numa empresa pintada de azul os trabalhadores trabalham mais, falta

nos uma teoria , um “como” para dar sentido a tal correlação. E, sem o conforto de uma boa explicação, é melhor não fazer muita fé em tal associação estatística. Ou

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Ex: 02 Se numa empresa em que os funcionários podem descansar por meia hora após o almoço a produção aumentou, podemos pensar que há uma relação (que não está explicita) entre tais dados que pode ser explicada pelo fato de que funcionários mais descansados produzem mais.

Ainda como interação da interface da pesquisa quantitativa com a qualitativa, vale a pena observar que muitas pesquisas eminentemente qualitativas podem ser complementadas por números e, de fato, podem precisar seriamente de números em algumas etapas.

“Em suma, a questão não é colocar a pesquisa qualitativa versus a pesquisa quantitativa, não é decidir-se pela pesquisa qualitativa ou pela pesquisa quantitativa. A questão tem implicações de natureza prática, empírica e técnica. Considerando os recursos materiais, temporais e pessoais disponíveis para lidar com uma determinada pergunta científica, colocam-se para o pesquisador e para a sua equipe a tarefa de encontrar e usar a abordagem teórico-metodológica que permita, num mínimo de tempo, chegar a um resultado que melhor contribua para a compreensão do fenômeno....“(GÜNTER, 2006)*.

Peculiaridade da Pesquisa Qualitativa

A ciência qualitativa oferece certezas e alcances que a qualitativa não tem. O pesquisador qualitativo tem um envolvimento muito maior com seu objeto. Tenta olhar do ponto de vista do objeto

Partindo do caso individual, o todo precisa ser entendido e isso requer um mergulho na complexidade.

Nas pesquisas quantitativas, os universais são diretamente buscados. Nos métodos qualitativos, a pesquisa focaliza os particulares e as narrativas, mas em última análise são os universais que interessam.

Ela (a qualitativa) não testa teorias, mas busca compreender o interior, a especificidade.

As narrações têm importância, pois podem revelar as idéias do narrador, suas proposições.

Esta aula teve como referência:

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002 LAKATOS, M. A.; MARCONI, E.M. Metodologia Científica. São Paulo, Ed. Atlas, 2007.

Referências

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