C
onecta
Fundação Romi
Edição 17
Outubro de 2011
Investimento
social
privado
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Leis de incentivo fiscal permitem
uso de parte de impostos para
patrocínio de projetos que
beneficiam diretamente a
comunidade e expõem de maneira
positiva a marca da empresa
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Outubro de 2011Editorial
E
ra uma vez uma sociedade que re-solveu arregaçar as mangas e fazer a sua parte para ajudar um país a se desenvolver. Esse poderia ser o começo da história do Terceiro Setor em qualquer país dos que conhecemos. O desenvolvi-mento é um processo social. Melhorar a situação econômica e o bem estar geral de uma população é uma tarefa comple-xa que envolve muitas entidades e requer parceria e boa vontade de todos – go-verno e organizações da sociedade civil.Segundo Lester Salomon, o Terceiro Setor pode ser defnido como uma rede de organizações privadas autônomas, não voltadas à distribuição de lucros para acionistas ou diretores, atendendo propósitos públicos, embora à margem do aparelho formal do Estado. Esse setor envolve entidades, instituições, organi-zações não-governamentais, associações culturais, movimentos sociais organiza-dos e fundações privadas, entre outros.
Diferentemente do setor privado, o Terceiro Setor busca algo além do simples lucro: procura atingir metas, transfor-mar realidades, lutar por alguma causa social ou ecológica. Um estudo recente realizado pela Universidade de Harvard mostrou que as empresas socialmente responsáveis apresentam uma taxa de crescimento quatro vezes maior que a das companhias focadas apenas na ge-ração de lucro para os acionistas. As or-ganizações estão percebendo que investir no Terceiro Setor é altamente vantajoso. Além de trazer melhorias à sua imagem perante os clientes - que estão se preocu-pando cada vez mais em consumir pro-dutos de empresas responsáveis social e ecologicamente - melhoram a motivação de seus funcionários, que trabalham com mais satisfação ao saber que também estão contribuindo para a transforma-ção da realidade na qual estão inseridos.
A Fundação Romi é uma
entida-de benefcente entida-de assistência social que, ainda que privada, trabalha pelo desenvolvimento social e o bem co-mum da sociedade de Santa Bárba-ra d’Oeste nas áreas da Educação e da Cultura, de forma gratuita, há 54 anos. A instituição foi pioneira na identifca-ção e nas ações de responsabilidade social, inicialmente com foco no segmento social da mantenedora e, mais tarde, direcio-nando suas ações para a comunidade em geral. Prestes a completar 55 anos de vida, a Fundação Romi quer estar cada vez mais presente na vida do cidadão barbarense.
Os projetos operados pela Fundação na área da Educação atendem atualmen-te a crianças e adolescenatualmen-tes no Programa Integrado de Desenvolvimento Humano e Social com o CEDIN (Centro de Vivên-cias do Desenvolvimento Infantil) e o NEI (Núcleo de Educação Integrada), com os projetos Abelhas Ocupadas, Abelha Rai-nha, LEP (Logo na Escola Pública),
En-contro de Educadores e o Bolsa Auxílio. Este último cobre os gastos com transpor-te e alimentação de ex-alunos do Núcleo de Educação Integrada, em situação de carência, que foram aprovados em cur-sos profssionalizantes de escolas técnicas públicas, garantindo que possam aceder mais rapidamente ao mercado de tra-balho ou preparando-os para a carreira universitária. Há vários casos de sucesso de jovens que passaram pela Fundação e hoje estudam em universidades fora do país, graças ao apoio recebido durante o curso técnico. Recentemente recebemos a vista de uma dessas alunas, hoje em Paris, cursando Engenharia. São histórias cons-truídas com disposição esforço, resultado de uma parceria muito bem sucedida entre a juventude de Santa Bárbara e a Funda-ção Romi. Já são mais de 1500 jovens be-nefciados pelo programa. Por isso, muito prazer, somos a Fundação Romi, mas pode nos chamar de fábrica de sonhos... V
EXPEDIENTE
Conselho Editorial | Márcia Ameriot, Vainer Penatti, Antonio Carlos Angolini, Sueli Torres e Elen Duarte Geraldo. Projeto gráfico e editorial | www.tantas.com.br Jornalista Responsável
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Abelha Rainha
Projeto Abelha Rainha reúne mães para
integrá-las ao cotidiano escolar dos flhos
A
Fundação Romi iniciou em 2010 um projeto que trouxe para dentro da ins-tituição mães de alunos do Projeto Abelhas Ocupadas, iniciando, assim, um novo traba-lho: o projeto Abelha Rainha.Além de identifcar a necessidade de tra-zer as mães e responsáveis para o cotidia-no das crianças, a equipe analisou que seria possível desenvolver um trabalho para ele-var a autoestima delas e dar-lhes condições de se tornarem mais fortes e capacitadas.
Assim, as orientadoras educacionais Bri-gida de Oliveira, Silvia da Fonseca, Wales-sandra Araújo e a coordenadora pedagógica, Sueli Torres deram início ao Abelha Rainha.
Os encontros, realizados mensalmente, aos sábados, coincidem com o horário do Abelhas Ocupadas, dando oportunidade de mãe e flho irem juntos até a Fundação Romi, através de transporte gratuito ofere-cido pela Secretaria de Educação. Assim, enquanto as crianças realizam suas ativida-des, as mães participam de palestras, rodas
de conversas e ofcinas de artesanato. Quando reunidas na Fundação Romi, as mães passam por três momentos: de rela-xamento, refexão e atividade artesanal prá-tica. Atualmente, quinze mães participam do Projeto Abelha Rainha, mas a expectativa das professoras é aumentar esse número. Durante as ofcinas, as participantes pas-sam por momentos únicos e que podem ser levados para a família.
Para Brigida, esse trabalho mostra como elas podem utilizar a criatividade com mate-riais simples e baratos. A orientadora afrma também que muitas participantes já olham para isso com espírito empreendedor, pen-sando em comercializar o que aprendem nas ofcinas para gerar renda.
Um dos objetivos a ser atingido pelas coor-denadoras do projeto é trazer mais participan-tes. “Se houver 100% de adesão das mães e mais profssionais, o Abelha Rainha cres-cerá e atingirá maiores proporções”, argu-mentou a orientadora Silvia da Fonseca. v
Como
participar
V é preciso ter um
flho que participe do projeto Abelhas Ocupadas.
V O projeto é
destinados a crianças que estudam em escolas mais carentes e/ou rurais do município de Santa Bárbara d`Oeste, cadastradas na Prefeitura Municipal. V O transporte, tanto
das crianças quanto das mães, é gratuito e cedido pela Secretaria de Educação.
V O objetivo é
integrar a mãe ao ambiente educativo do flho e ainda oferecer a ela ofcinas que aumentem sua autoestima e, até mesmo, capacitem-na para geração de renda. V O projeto Abelha
Rainha conta hoje apenas quinze mães. Enquanto a capacidade é para 100 mães. Portanto, se inscreva e participe pelo telefone 3499 1555!
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Outubro de 2011Com verba da Indústrias Romi, proveniente da dedução do I.R. (Lei Rouanet), a antiga Estação Ferroviária de Santa Bárbara d’Oeste foi revitalizada e tranformada em Estação Cultural
Do “Leão” direto para a comunidade
Toda empresa pode patrocinar projetos de cultura e esportes através de
leis de incentivos fscais sem que a verba comprometa seu orçamento
D
e um lado uma imensidão de pro-jetos em busca de patrocínios, do outro uma gorda fatia de impostos ar-recadada pelo governo que poderia ir direto para estes e, assim, benefciar diretamente a comunidade. No meio dos dois, leis de incentivo, que repas-sam parte de impostos pagos pelas empresas a projetos cadastrados.Uma matemática quase perfeita, não fosse a falta de conhecimento da maioria dos envolvidos sobre as leis em vigor. São elas: Rouanet, ProAC (Programa de Ação Cultural), PIE (Programa de Incentivo ao Esporte), Lei do Esporte e Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo Vainer Penatti, secretário executivo da Fundação Romi, essas leis foram criadas pelos governos federal, estadual e municipal, para fomentar a cultura, o esporte e as
ações sociais da iniciativa privada e, com isso, permitir o acesso da popu-lação a esses bens. “As mais conhe-cidas são voltadas para a cultura e esportes, nas quais os projetos têm como função básica dar acesso aos bens culturais e esportivos, tais como teatro, música, cinema na área da Cultura e a formação esportiva e até o esporte de alto rendimento como as atividades olímpicas”, completou.
Todos os projetos da Fundação Romi podem ser patrocinados via leis de in-centivos, principalmente na área de cul-tura. Por exemplo, as ações realizadas na Estação Cultural são em sua maioria originadas de projetos incentivados.
Uma das grandes apoiadoras dos projetos da Fundação Romi é a In-dústrias Romi, uma das mantenedo-ras da instituição. O que não impede que outras empresas também
patro-cinem projetos e tenham sua marca vinculada a eles. “Muitos dos nossos projetos, como o Centro de Documen-tação Histórica (CEDOC) e a EsDocumen-tação Cultural receberam e recebem pa-trocínio através de leis incentivadas. Podemos receber o mesmo apoio de outras empresas interessadas. A Es-tação Cultural, por exemplo, é um ex-celente espaço para receber projetos incentivados”, declarou Penatti.
Através da Fundação também é possível conhecer projetos que já são incentivados. “Nossa equipe tem acesso a projetos de cultura que já são incentivados, muitas vezes ape-nas falta uma empresa que queira patrocinar, através da dedução do IR (Imposto de Renda) ou do ICMS (Imposto sobre Circulação de Merca-dorias e Serviços)”, informou o
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Conheça as leis de incentivo
Lei R o u a n e t –
Lei nº 8.313/91
Neste caso, o abatimento é feito do Imposto de Renda (IR) devido, com um limite de 4%, e não po-dendo contar o adicional de Con-tribuição Social (CSLL). Não é um mecanismo de investimento, mas sim de patrocínio (com retorno de marketing) ou de doação (sem re-torno de marketing).
Esta lei se enquadra nos artigos 26 e 18. Pelo artigo 26, as áreas apoiadas são artes integradas à MPB, entre outras. Mas aqui o abati-mento é de 75% do imposto devido.
Já pelo artigo 18, o abatimen-to é de 100% do imposabatimen-to devido. Neste caso as áreas apoiadas são: artes cênicas, livros de valor artístico, literário ou humanístico, música erudita ou instrumental, exposição de artes visuais, doa-ção de acervos para bibliotecas públicas, museus e cinemateca, curtas e médias metragens, difu-são audiovisual e patrimônio ma-terial e imama-terial.
p R o a C (pRogRama
d e a ç ã o CuLtuRaL)
Lei de Incentivo à Cultura do Esta-do de São Paulo que permite o uso de 0,038% a 3% do ICMS de todo o exercício fscal e apenas para projetos aprovados e publicados. A isenção é de 100% do valor utili-zado. Todo material é identifcado com a marca do apoiador.
p i e – pRogRama d e
inCentivo a o e s p o R t e
Lei de Incentivo ao Esporte do Estado de São Paulo que permite o uso de 0,038% a 3% do ICMS de todo o exercício fscal apenas
para projetos aprovados e publi-cados. A isenção é de 100% do valor utilizado e o patrocínio reco-nhecido em todo o material.
Lei d o e s p o R t e
Lei federal nº 11.438/06 para jetos desportivos destinados a pro-mover a inclusão social por meio do esporte, preferencialmente nas comunidades em vulnerabilidade social. O abatimento é de até 1% do IR devido. O foco está na formação esportiva (exemplo: escolinhas de futebol e vôlei), eventos de massa (corridas e torneios) e patrocínio a esportistas profssionais.
Lei d o e s t a t u t o da
CRiança e d o adoLesCente
– nº 9.063/90
O Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD) foi criado em 1990, como uma das determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Fe-deral n° 8.069/90).
O Fundo é formado por doa-ções que podem ser deduzidas do IR. Pessoa física pode doar até 6% do imposto devido e pes-soa jurídica até 1 % . As doações podem ser feitas diretamente ao FUMCAD ou para uma das enti-dades cadastradas pelo CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente). Na hora de doar, também é possível escolher dire-tamente para qual entidade dese-ja direcionar os recursos. Informe-se: www.cultura.gov.br www.cultura.sp.gov.br www.esporte.gov.br pfe.fazenda.sp.gov.br/pie_info.shtm
Revitalização
das
Casas da
Estação Cultural
Em 2007, a antiga Estação Ferroviária de Santa Bárba-ra d’Oeste foi revitalizada pela Fundação Romi, através de ver-ba da Indústrias Romi, prove-niente da Lei Rouanet, e trans-formada em um Centro Cultural denominado “Estação Cultural”.Agora, a Fundação Romi quer dar continuidade ao projeto e revitalizar todo o conjunto arqui-tetônico do entorno, o que inclui as cinco casas dos antigos fun-cionários da Estação Ferroviária de Santa Bárbara d’Oeste e, as-sim, permitir o seu uso por ONGs e Instituições culturais da cidade. “O projeto completo será um pólo cultural, onde a comunida-de terá acesso a bens culturais das mais diversas áreas”, infor-mou Vainer Penatti.
A revitalização das casas da Estação Cultural é um projeto incentivado pelo PRONAC (Pro-grama Nacional de Apoio à Cul-tura), através da Lei Rouanet – Art. 18 (veja como funciona esta lei no quadro ao lado). Empre-sas interessadas em patrociná--lo devem entrar em contato com a Fundação Romi. A verba destinada é inteira proveniente da dedução do Imposto de Ren-da. E a empresa patrocinadora poderá ter sua marca exposta no local. A execução das obras está prevista para 2012.
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Outubro de 2011Apaixonados pelo Romi-Isetta se encontram para
comemorar 55 anos do pioneirismo de Carlos Chiti
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ma brisa fria ainda soprava, mas a manhã do dia 03 de setembro estava linda. O céu de um azul anil e um sol que f c a -ria cada vez mais intenso foram o cenário perfeito para receber o 3º Encontro de Romi-Isettas, que levantou a bandeira do primeiro carro fabricado no Brasil e trouxede todo o país colecionadores e amantes do Isetta para comemo-rar os 55 anos do carro.
Aos poucos, os carros fabricados entre 1956 e 1961 foram chegando à Fundação Romi, como planejado. E, de repente, a frente da instituição estava repleta de isettas de vários modelos, anos e cores. Amantes
do carro vieram de longe, trocaram entre si informações, brincaram e se divertiram na carreata que se-guiu pelas ruas de Santa Bárbara d´Oeste até a Estação Cultural.
Depois do almoço, coleciona-dores e funcionários que traba-lhavam na montagem do carro
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A cada ano, o encontro
cresce em número
de participante e em
importância, pois está
cada vez mais conhecido,
o que valoriza a história
do pioneiro, que deu
start em toda trajetória
automobilística
no Brasil
Demétrio Catelan
Tive contato com meu
primeiro Romi-Isetta em
1963, e logo me apaixonei
pelo carro. O Romi-Isetta
é um carro inovador para
a época, primeiro carro
com motor transversal,
com conceito de apenas
uma porta, bem diferente
para época, e o primeiro
carro nacional fabricado
em série. Um Marco na
história do automobilismo.
O Encontro é importante
porque é uma maneira de
preservar a história que o
carro traz consigo. Fico feliz
ao ver a reação das crianças.
Américo Salomão
I
Eu curto cada momento
com meu Romi-Isetta.
E esta é a ideia. Vou
trabalhar de
Romi-Isetta. O encontro é uma
delícia, encontramos
outros colecionadores,
carros lindos, e podemos
discutir assuntos dos
quais gostamos.
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Outubro de 20111ª Semana das Crianças: um grande sucesso
Estação Cultural realizou semana de brincadeiras e atividades para crianças da cidade
P
ara comemorar o Dia das Crianças çou na terça-feira, 04, quando os presen- do flme “Tá Chovendo Hambúrguer”. e presentear a população infantil tes participaram de uma apresentação de O encerramento, na sexta, 07, foi barbarense, a Estação Cultural realizou Contação de Histórias, com Elsa Defavari. marcado pela apresentação teatral de 04 a 07 de outubro a “1° Semana das Durante a semana, ainda houve “Piparote - Uma Fantástica História Crianças”, com atividades de dança, cine- Ofcina de Expressão Corporal, com contada pelo Circo”, do grupo Família ma, contação de histórias, apresentação o professor de teatro Márcio Firmino, Burg, às 10h00 e às 15h00. O espe-teatral e atividade física. Mais de 1 mil Ofcina de Dança, com Renata Tim, táculo que faz parte do Projeto Circo crianças participaram dos quatro dias de Atividade Física, com a equipe da Atlé- Raro, realizado com apoio do ProAC e brincadeiras e agitação. A semana come- tica Academia Feminina e a exibição patrocinado pela Indústrias Romi. |K“Férias na Estação” garantiu diversão para crianças em recesso escolar
Muitas brincadeiras e interação marca-ram o mês de julho na Estação Cultural durante a primeira edição do projeto “Fé-rias na Estação”, com atividades gratui-tas para crianças de 5 a 12 anos. O even-to foi realizado de 19 a 23 de julho e as brincadeiras eram divididas nos horários matutinos e vespertinos. A programação oferecida pela Estação Cultural contou com atividades de expressão corporal, jogos e desafos, com coordenação de colaboradoras da Fundação Romi, que passaram aos participantes um pouco do trabalho realizado na instituição. W