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Loja Intercultural:
Multiserviços de apoio à
integração cultural e social
de imigrantes
Atividades: Atividades de apoio social, retalho alimentar e não alimentar
Sectores relacionados: Comércio de produtos, Apoio jurídico e burocrático, Aulas de línguas, serviços de tradução
Síntese da ideia: Modelo de Negócio Canvas Parcerias principais - Empresas que empregam imigrantes em número significativo - Autarquias - Comunidades de imigrantes - Serviços consulares Atividades-chave - Venda de produtos dos países de origem (alimentares, outros) - Atendimento e aconselhamento – tradução de documentos, intermediação com serviços públicos, apoio jurídico - Plataforma de ligação (gestão de rede social – grupo, com informação, sinalização de problemas, esclarecimento de dúvidas e partilha de experiências) Propostas de valor - Proporcionar condições de integração num quadro de multiserviços - Desenvolver soluções de atendimento em loja, ou de forma remota através de redes sociais - Permitir melhores condições de bem estar e de vida para grupos de imigrantes - Mediação de conflitos culturais Relacionamento com clientes - Oferta de serviço qualificado assente na competência e valor de proximidade - Gestão da relação assente nas mais valias de plataformas e media sociais Segmentos de clientes - Imigrantes - Empresas - Autarquias - Comunidade Recursos principais - Loja (mercearia multiserviços, gabinete de atendimento) - Viatura de apoio Canais - Media sociais - Loja – contacto directo
2 Estrutura de Custos
- Sustentada numa equipa pequena de recursos humanos com know how técnico, linguistico, competências comerciais e relacionais,
- Baixo investimento de partida, custos fixos reduzidos
Fontes de receita
- Vendas de produtos
- Prestação de serviços de apoio
- Acordos de colaboração com autarquias locais e empresas
Porquê estas atividades/ ideias? A que problemas/
oportunidades respondem?
A dinâmica económica, em particular do sector agrícola intensivo do Alentejo Litoral, acarreta dinâmicas laborais e migratórias que, interligadas, têm transformado o tecido social da região. Os elevados e frequentes fluxos migratórios que têm alimentado as explorações hortícolas do litoral do concelho de Odemira, por exemplo, têm representado um desafio de integração social e económica. Em função das diferentes proveniências e origens, este desafio tem-se revelado mais ou menos complexo, apontando a necessidade e a oportunidade de se desenharem novas respostas. Estão contabilizados em 2017 imigrantes do Nepal, do Bangladesh, da Índia ou da Bulgária a trabalhar na apanha de frutos vermelhos. No total, são cerca de 4 mil os que estão legalizados e a residir de forma permanente em São Teotónio.
Esta escala e o natural choque cultural entre culturas tão distintas, leva a que se possam desenhar soluções que procuram facilitar a integração, mas que são normalmente de iniciativa pública e sectorial, quando os problemas assumem particularidades – diferenças linguísticas, afastamento familiar, diferenças gastronómicas, procedimentos burocráticos – que podem justificar respostas com carácter mais abrangente e com base económica. Exemplo disso é um espaço comercial de porta aberta que venda produtos alimentares e outros de origem exterior, nomeadamente dos países de emissão dos imigrantes ao mesmo tempo que preste um serviço de apoio social de integração – apoio jurídico, interpretação e tradução de documentos, articulação com serviços públicos, entre outros.
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Serviços de apoio à instalação/ lançamento
Ao nível da facilidade de instalação e arranque da atividade, revela-se importante identificar localização adequada para uma empresa que funcionará na base duma loja multisserviços – mercearia com diferentes produtos, de diferentes origens, cafetaria e gabinete de atendimento. Esta localização será conveniente se coincidir com a aglomeração da comunidade imigrante, para que a dinâmica de proximidade possa ser potenciada.
Um outro aspeto está associado aos níveis de formação e especialização na área da gestão de espaços comerciais, do apoio social e das línguas, disponíveis no contexto regional. A oferta existente é diversificada, considerando cursos superiores nas Universidades e nos Institutos Politécnicos, no sector público e privado. Ao nível do ensino superior, apesar de não existirem propostas formativas na sub-região as mesmas são supridas em estabelecimentos da região – Universidade de Évora e Instituto Politécnico de Beja – ou de proximidade – Instituto Politécnico de Setúbal.
Enquadramento legal
O enquadramento legal para a abertura dum espaço comercial e de serviços é o que está previsto mos regulamentos municipais, para além das regras definidas na legislação geral relativa à classificação dos estabelecimentos (se servem refeições ou não) e ao tipo de produtos a venda.
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Plano de Investimentos
A natureza dos investimentos depende da escala/ dimensão prevista para a atividade e do modelo de negócio escolhido. Se, por um lado, é possível arrancar atividade com um nível de investimento baixo, tirar partido do estabelecimento de parcerias e definir um plano de crescimento progressivo e gradual – opção de menor risco e recomendada – por outro, pode ser desenvolvido um plano de investimentos mais ambicioso que priorize a criação de condições de arranque com um pacote de serviços mais abrangente e integrado. Neste particular foi opção definir um plano de investimento base.
De forma quantificada, com base em consultas de mercado, o plano de investimento apresenta-se no quadro apresenta-seguinte: PLANO DE INVESTIMENTOS Descrição Valor Mobiliário (gabinete) 4.500,00 € Hardware 2.000,00 € Software 500,00 € Equipamentos: - Frio - Mesas e cadeiras - Estantes 16.000,00 € 23.000,00 €
*Este cenário prevê a criação de dois postos de trabalho como patamar mínimo.
O plano de investimento prevê a aquisição de material e equipamento básico para instalar em estabelecimento, já licenciado para efeitos comerciais, uma casa comercial com gabinete de atendimento. O equipamento previsto contempla também os meios para apetrechar de forma adequada esse gabinete.
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Análise síntese de Viabilidade
Considerando o cenário de investimento, e tendo em conta os pressupostos dos quadros seguintes, podemos retirar algumas conclusões numa análise da viabilidade a 10 anos, com base nas ferramentas de avaliação de projetos do IAPMEI:
Plano de Investimento BASE
RH Dois Recursos Humanos em 2018 com vencimentos base de 600,00 €, sendo definida uma evolução num prazo de dez anos para os 4 RH
FSE Encargos médios mensais com Fornecimentos e Serviços Externos de 1.055,00 €, que incluem honorários eventuais, rendas de viatura e de espaço, a custos controlados
VN Expectativa de faturação inicial anual de 55 mil euros em serviços e vendas no primeiro ano, atingindo em 10 anos, de forma gradual e progressiva, os 122 mil euros de faturação anual
Valor Actual Líquido (VAL) 131 914 Taxa Interna de Rentibilidade 89,60% Pay Back period (arred ano inteiro) 2 Anos
O baixo nível de investimento permite que se defina um período de Pay back de 2 anos. Os outros indicadores permitem-nos aferir que o horizonte de faturação inicial e as taxas de crescimento anual do negócio têm estes valores como referenciais mínimos.
Estes valores permitem equacionar um arranque de atividade com segurança, desde que estejam reunidas as condições para estabelecer como alcançáveis os objetivos comerciais definidos, nomeadamente, as metas de vendas previstas.
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Análise de mercado e de concorrência
Do ponto de vista comercial já se assiste a uma oferta, ainda que residual, mas emergente, de lojas de produtos dos países de origem das comunidades imigrantes. Por exemplo, em São Teotónio, foi notícia a abertura dum supermercado nepalés. Contudo, este carácter ainda marginal deste tipo de serviços, a par da evolução positiva do número de imigrantes, e perante as necessidades de articulação com um conjunto de serviços - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF); Segurança Social (SS); Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT); Conservatória dos Registos Centrais (CRC); Ministério da Educação (ME) e o Ministério da Saúde (MS) – e face ao efeito inibidor de respostas intitucionais como os CLAII -. Centros Locais de Apoio ao Imigrante, uma resposta mista e de natureza comercial pode responder a um mercado crescente.
Dada a natureza da atividade não existem termos de comparação, contudo, podemos referir outras iniciativas não formais de resposta aos Imigrantes como por exemplo o Centro InterculturaCidade, que existe em Lisboa. É uma Associação sem fins lucrativos que confere atenção especial às comunidades migrantes em Portugal e aos respectivos países de origem,. Propõe-se intervir de forma preferencial junto de sectores mais fragilizados dessas comunidades, numa perspectiva de incentivo da participação cívica, do empreendedorismo social, do inter-associativismo e da valorização das identidades e da diversidade. Mais em:
https://interculturacidade.wordpress.com/
Contributos de I&DT: estudos, parcerias e investigação
A possibilidade de conhecer projetos de investigação, que permitam integrar know-how na atividade a criar, deve gerar uma pesquisa permanente que leve a identificar essas oportunidades.A aposta no comércio local com interligação à dinâmica de apoio e atendimento social surge como bastante inovadora não existindo informação particularmente desenvolvida ou sistematizada sobre a temática. De qualquer forma, é importante tomar nota de alguns projetos e repositórios informativos.
O Programa de Mentores para Migrantes é promovido pelo ACIM – Alto Comissariado para as Migrações e funciona em todo o país através de parceiros e entidades locais. Proporcionar apoio, acompanhamento, orientação para a resolução de dificuldades ou preocupações dos/as imigrantes com vista à sua integração. Entre outros fins visa proporcionar apoio, acompanhamento e orientação para a resolução de dificuldades ou preocupações dos/as refugiado/as que o nosso país acolhe e os imigrantes mentorados/as dispõem de uma oportunidade de resolver alguma necessidade ou apoio. Mais informações em
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Financiamento
Considerando o plano de investimentos previsto, podem ser identificadas diferentes soluções de incentivo e apoio público ao investimento. De forma sucinta, e considerando que não se trata de uma lista exaustiva, mas sim da identificação de linhas de apoio mais adequadas, os sistemas de incentivo organizam-se da seguinte forma:
Apoios ao investimento e à criação de emprego
1. Investe Jovem - Programa do IEFP destinado a promover a criação de empresas por jovens desempregados, através das seguintes modalidades de apoio: Apoio financeiro ao investimento e Apoio financeiro à criação do próprio emprego dos promotores. Os apoios ao investimento consistem numa linha de crédito, que ascende a um máximo de 100 x o Indexante de Apoio Social e que não pode representar mais de 95% do investimento elegível. O apoio à criação do emprego pode chegar a um máximo de 6 x I AS por posto de trabalho criado. Os promotores têm que estar inscritos no Centro de Emprego como Desempregados ou Jovens à procura do primeiro emprego e não ter mais de 29 anos de idade. Mais informação em www.iefp.pt
2. SI2E – Sistema de Incentivo ao Empreendedorismo e à Criação de Emprego – um sistema multifundos (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – FEDER - e Fundo Social Europeu - FSE), que combina apoio ao investimento não reembolsável, em taxas de comparticipação que variam entre os 40 e os 60%, e um apoio à criação de postos de trabalho através da concessão de um subsídio não reembolsável, que varia de acordo com os termos da contratação e as condições da pessoa que integra o posto de trabalho. Os tetos do investimento são os 100 mil euros ou os 235 mil euros, consoante a tipologia do investimento.
3. PDR 2020 – Medidas de diversificação nas explorações agrícolas - LEADER – caso a empresa se situe numa exploração agrícola, é possível beneficiar de um apoio a fundo perdido para o investimento de 40 ou 50%. O teto do investimento é os 200 mil euros. 4. SI QUALIFICAÇÃO – Apoio não reembolsável médio de 45% (50% no caso de despesas
de formação e de contratação de recursos humanos qualificados) para tipologias de investimento que consistem no apoio à aquisição de serviços de consultoria para o desenvolvimento organizacional e de desenvolvimento de processos internos de funcionamento da empresa.
Apoios ao investimento
5. O SI EMPREENDEDORISMO – O SI Empreendedorismo Qualificado e Criativo destina-se a PME com menos de 2 anos. Apoio reembolsável sem juros, que varia entre os 30 e os 75%. São suscetíveis de financiamento os projetos a dinamizar em sectores com fortes dinâmicas de crescimento, incluindo os integrados em indústrias criativas e culturais, e/ou sectores com maior intensidade de tecnologia e conhecimento ou que valorizem a aplicação de resultados de I&D na produção de novos bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis, valorizando a articulação como ecossistema do empreendedorismo.
6. SI INOVAÇÃO PRODUTIVA – Apoio reembolsável sem juros, que varia entre os 35 e os 75%, e que permite apoiar a criação dum novo estabelecimento ou a expansão dum existente. O limite mínimo de investimento situa-se nos 75 mil euros.
