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PROJETO: CAFÉ FILOSÓFICO

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Academic year: 2021

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VÁRZEA GRANDE - MT FEVEREIRO DE 2008 ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE VÁRZEA GRANDE

ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA MANOEL CORRÊA DE ALMEIDA

PROJETO:

CAFÉ FILOSÓFICO

O Projeto: Café Filosófico, elaborado pelos Professores e Filósofos, BENEDITO TIMOTEO MOREIRA NETO, CLAUDINEI CAETANO DOS SANTOS e ROSIANE APARECIDA DIAS PEREIRA em consonância com a Política Pedagógica da E.E.E.B. Manoel Corrêa de Almeida e seu projeto pedagógico “Viajando pelo mundo encantado da Leitura”, elaborado e pensado como método de trabalho aos alunos do Ensino Médio regular e EJA desta unidade escolar no ano de 2008, tem como meio de ensino da filosofia o desenvolvimento da leitura de maneira mais reflexiva e compreensiva.

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PROJETO CAFÉ FILOSOFICO

EPÍGRAFE

“A educação deve propiciar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter” (Platão 427 a.C. – 347 a.C.).

APRESENTAÇÃO

Este projeto nasce da junção de duas realidades que percebemos na comunidade escolar da E.E.E.B. Manoel Corrêa de Almeida, por décadas vimos e ouvimos o discurso da ineficácia das escolas quanto ao ensino da língua portuguesa, sua leitura, interpretação e a obrigatoriedade do ensino de filosofia, que por anos foi negligenciado e subestimado em sua finalidade de esclarecimento e reflexão crítica.

Falas Intermináveis de que o educando no decorrer de sua vida escolar, justamente pela ausência do hábito de leitura o aluno tem muita dificuldade de interpretar o que lê. Esta dificuldade que começa nas séries iniciais avoluma-se até o término do ensino médio.

A leitura, a expressão oral e a escrita estão intimamente relacionadas. Uma não se desenvolve bem sem a outra. Não há como exigir de um aluno, que nunca leu, que tenha a mesma capacidade de expressar-se e criar que outro que tem o hábito diário da leitura. As crianças, os adolescentes e os jovens devem ser sempre estimulados a falar, criar e escrever, tendo como base para estas tarefas a suas experiências de vida. Toda vez que o aluno anexar às leituras as suas vivências diárias, sentir-se-á valorizado. Ensinar os usos sociais da escrita, leitura, é tarefa da escola e de todos os educadores1, independente da área e série que atua.

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Associar a leitura comprometida ao processo reflexivo da Filosofia é possível, quando verificamos que os alunos que serão incluídos neste projeto têm noções e toda uma base disciplinar para tal feito, os alunos do ensino médio, estarão aprofundando seus conhecimentos através de leituras dirigidas e acompanhada de grandes clássicos da filosofia e ao mesmo tempo conhecendo esta disciplina que os levarão a um posicionamento crítico diante da realidade pujante.

Rever essa perspectiva de ensinar uma Filosofia estritamente conteudista, para um ensino filosófico notadamente crítico e metodologicamente articulado é um desafio, já que por uma aprendizagem filosófica temos a possibilidade de desenvolver nas crianças e jovens suas capacidades cognitivas e intelectuais. Como? Por meio de uma vivência social, cultural e política, que nada mais é do que contribuir para o exercício crítico, criativo e criterioso de uma consciência cidadã.

Para buscar um ensino de Filosofia que ocupe seu espaço e que seja condizente com o momento histórico é fundamental que o ensino filosófico parta de seu próprio existir e de sua contribuição histórica. Não podemos pensar um programa que contemple toda a história da Filosofia, bem como fica difícil visualizar um ensino filosófico somente com temáticas soltas, sem um eixo, um fio condutor. Junto a isto, é fundamental também considerar a pluralidade que faz parte da própria essência da Filosofia e é expressa nas diversas correntes e linhas filosóficas.

Como esse ensino deveria acontecer então? Partindo desse conjunto de conceitos e concepções que os indivíduos apresentam, junto aos conteúdos filosóficos, buscando uma nova visão, via investigação e discussão. Assim, conseguir-se-iam subsídios para uma análise teórica e compreensão do cotidiano do aluno.

Um ensino filosófico no currículo precisa ser dialógico e dinâmico junto aos outros conteúdos. Um ensino filosófico de qualidade não se limita à interdisciplinaridade dos conteúdos ou da interação com a realidade, a experiência dos alunos, ou mesmo da definição da linha epistemológica do professor, ou ainda da estrutura curricular voltada para a história da Filosofia ou temas atuais. É preciso levar em conta os procedimentos metodológicos adequados, os instrumentos e a visão de avaliação, condizentes com as aprendizagens filosóficas das crianças e dos jovens.

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Um ensino filosófico, com as crianças, com os adolescentes e jovens, portanto, na educação infantil, no ensino fundamental e médio, este, deve contribuir para a formação de uma consciência crítica, abrir o entendimento para as formas atuais de dominação e opressão que estão presentes em todas as relações sociais da vida diária, manifestas sob ideologias, convenções e alienações. Deve-se aprender a pensar, pela Filosofia, que se traduz numa crítica constante à cultura dominante, suas manifestações diárias, que levam a um pragmatismo reducionista da vida. Para nós, a premissa fundante reside em reconhecer que todos os homens são filósofos, enquanto pensam e agem racionalmente, como dizia Gramsci, sendo papel peculiar da escola a formação para o aprimoramento constante desta racionalidade.

Portanto, abrir espaços para uma educação filosófica com as crianças, adolescentes e jovens é, acima de tudo, busca de um novo posicionamento diante da realidade social, ou seja, sair do senso comum e ir para a consciência crítica. Isso não está somente a cargo do ensino da Filosofia, não será ela somente que despertará o aluno para as mudanças de atitude perante o mundo, que fará agir como responsável por ser o sujeito de sua história. Porém, é da sua essência e do seu fazer alcançar tais finalidades, quando é ensinada e vivenciada na vida escolar, com as demais disciplinas.

Entramos na idéia kantiana de Aufklãrung, do esclarecimento, da maioridade. A criança e o jovem devem aprender a pensar, isso significa sair da menoridade. Estarão sempre na menoridade quando não quiserem pensar por conta própria, não quiserem viver autonomamente. Menoridade é depender do outro para pensar.

Falar do ensino da Filosofia, da sua importância, da luta pela autonomia, é pensar em mudança cultural, em mudança de visão de mundo, de paradigmas. O ensino da Filosofia requer que estejamos abertos ao novo, à experiência vivida pelas pessoas, sempre tendo presente uma tradição de pensamentos filosóficos. Afinal, "os filósofos convivem conosco". Assim, havendo uma mudança de mentalidade, de forma de pensar, via educação, teremos uma mudança política. O caminho da mudança pela educação, que precisa ser filosófica, passa pelo esclarecimento e consolida-se pela relação íntima entre saber, poder, cultura e transformação, isto é, pela “emancipação do indivíduo”.

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muitas discussões, incertezas, medos, indeterminações e desculpas, iguais às apresentadas no veto presidencial ao projeto do deputado padre Roque, que estabelecia a volta da Filosofia e da sociologia ao ensino médio.

Filosofar dentro da estrutura escolar com as crianças, adolescentes e jovens é capacitá-los para debater, confrontar idéias, prepará-los para a dúvida, para o não conformismo diante dos fatos, portanto, para a negação; é buscar uma participação no processo de criação do indivíduo, de uma nova relação entre as pessoas, das instituições e os seus porquês.

Buscar um ensino filosófico, condizente com a idade, dentro das experiências, aberto à dúvida, à angústia, ao novo, é querer uma Filosofia viva. Um ensino filosófico que questione as certezas, o instituído, que capacite para a reflexão e para as mais diversas leituras e posicionamentos tomados diante dos fatos, tudo isso desperta para uma instrumentalização da crítica e da ampliação do universo experiencial e visão do mundo.

Estas utopias inspiram as diversas lutas pela presença, natureza e alcance emancipatórias da reflexão filosófica na realidade atual da educação e da escola. Trata-se de possibilidades de mudar ou superar a própria identidade da Filosofia entre nós.

CURSO – REVIVENDO OS CLÁSSICOS

MINISTRADO NA - E.E.E.B. Manoel Corrêa de Almeida – VARGEA

GRANDE – MATO GROSSO

A partir do projeto CAFÉ FILOSÓFICO, supracitado, os professores da unidade escolar citados no referido projeto, viu a necessidade de pulverizar este trabalho, levando o mesmo para fora de sala, oferecendo o Curso: Revivendo os Clássicos, para alunos que participavam do projeto Café Filosófico, uma vez que não eram obrigados a participarem, mas fazia parte do plano de aula dos professores daquela unidade escolar da disciplina: Filosofia. Sendo assim, para aqueles alunos, técnicos, servidores da escola e da comunidade em geral, ministramos um curso extraclasse para ensejar o desejo de conhecer os grandes nomes, teorias, ideologias e correntes filosóficas da Historia da Filosofia.

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O curso foi um sucesso, tendo em vista que o publico foi fiel ao propósito das atividades, participando nos encontros e contribuindo muito para esclarecimentos e gerando questionamentos que enriqueceu o debate mediado pelos professores envolvidos com o projeto.

A proposta e desenvolvimento do projeto Café Filosófico, perfez uma carga horária de 120 horas, mas ressalto a importância de que a ramificação deste projeto, que culminou no nascimento do curso Revivendo os Clássicos, onde, suas atividades regulares semanais perfizeram uma carga horária de 40 horas aula/atividade.

CURSO: REVIVENDO OS CLÁSSICOS

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO APLICADO: › Fédon (Platão)

› Ética a Nicômano (Aristóteles) › Dos deveres (Cícero)

› Pensamentos (Epicuro) › O Príncipe (Maquiavel)

› Assim falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)

› Fundamentação da Metafísica dos Costumes (Immanuel Kant)

› Discurso Sobre A Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens (Jean-Jacques Rousseau)

› Discurso do Método (René Descartes)

PROFESSOR ORIENTADOR: Angelo A. Zanoni Ramos

PROFESSORES MEDIADORES: Claudinei Caetano dos Santos Benedito Timóteo Moreira Neto Rosiane Aparecida dias Pereira

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Referências

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