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RESULTADOS DA IV EDIÇÃO DO DIÁLOGO AFRICANO SOBRE O COMBATE À CORRUPÇÃO 2-4 DE NOVEMBRO DE 2020 (REALIZADO ATRAVÉS DE PLATAFORMAS VIRTUAIS)

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Academic year: 2021

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AFRICAN UNION ADVISORY BOARD ON

CORRUPTION

CONSEIL CONSULTATIF DE L'UNION

AFRICAINE SUR LA CORRUPTION

CONSELHO CONSULTIVO DA UNIÃO

AFRICANA SOBRE CORRUPÇÃO

RESULTADOS DA IV EDIÇÃO DO DIÁLOGO AFRICANO SOBRE O COMBATE À

CORRUPÇÃO

COMBATER A CORRUPÇÃO ATRAVÉS DE SISTEMAS JUDICIAIS EFICAZES E EFICIENTES

2-4 DE NOVEMBRO DE 2020

(REALIZADO ATRAVÉS DE PLATAFORMAS VIRTUAIS)

INTRODUÇÃO

A IV Edição do Diálogo Africano sobre o Combate à Corrupção foi organizada pelo Conselho Consultivo da União Africana sobre Corrupção e decorreu de 2 a 4 de Novembro de 2020, sob o Lema principal “Luta Contra a Corrupção, Através de Sistemas Judiciais Eficazes e Eficientes”, através de uma série de seminários via Web.

O Diálogo Virtual reuniu representantes de organismos nacionais de combate à corrupção, organizações da sociedade civil, mídia, académicos, organizações internacionais e outras pessoas singulares interessadas. Os debates decorreram através de quatro (4) seminários via Web, intitulados:

1. Aumento da Transparência e da Responsabilização na Luta Contra a Pandemia da COVID-19

2. Combater a Corrupção Através de Sistemas Judiciais Eficazes e Eficientes 3. Reflexões sobre o Estado da Luta Contra a Corrupção em África

4. Fórum dos Intervenientes Não-Estatais.

O Diálogo serviu de plataforma para a interacção e reflexão sobre os desafios actualmente enfrentados em matéria de transparência e responsabilização na luta contra a pandemia da COVID-19 assim como sobre o papel dos sistemas de administração da justiça nacionais na promoção da agenda de combate à corrupção. Como é tradição durante o Diálogo, realizou-se uma sessão à porta fechada entre os representantes dos organismos nacionais de combate à corrupção e decorreu o Fórum dos Intervenientes Não-Estatais, para discutir questões de interesse e formas de melhorar a colaboração entre o Conselho e os Intervenientes

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Não-Estatais. O Diálogo, que durou 3 dias, contou com a participação de mais de 200 participantes de mais de 40 países. Os resultados das deliberações feitas durante o Diálogo são:

A) Aumento da Transparência e da Responsabilização na Luta Contra a Pandemia da COVID-19

Os debates destacaram os desafios relacionados com a pandemia da COVID-19, incluindo a necessidade de aumentar a transparência e a responsabilização na resposta à pandemia. Embora a COVID-19 esteja a ser tratada como crise, ela abriu espaço para a ocorrência de fraude, o uso indevido de recursos e o desrespeito pelas regras e boas práticas e pelas medidas de responsabilização na gestão de fundos em todos os níveis dos processos de compras e prestação de serviços. Foram formuladas as seguintes recomendações:

i. Na gestão da pandemia do coronavírus, o continente deve inspirar-se nas boas práticas acumuladas em experiências anteriores, aplicando estratégias adequadas de envolvimento das partes interessadas.

ii. O AUABC deve conceber estratégias de uso dos mecanismos dos Estados-Membros da AU e das CER para assegurar a colaboração inter-institucional no combate à corrupção e na promoção da transparência e da responsabilização nos sistemas de compras e gestão de fundos em tempos de crise sanitária.

iii. O continente deve usar as políticas para promover a criação de um ambiente propício para a protecção dos denunciantes e promover a fácil circulação de informação.

iv. A UA e os seus órgãos devem continuar a promover a importância do reforço da capacidade das partes interessadas e intervenientes e da melhoria dos canais de acesso em tempo útil à informação divulgada pelos governos.

B. Combater a Corrupção Através de Sistemas Judiciais Eficazes e Eficientes

Sendo o tema principal do Diálogo, no seminário via Web sobre este tema, os participantes debruçaram-se sobre os desafios e os nós de estrangulamento encontrados na tramitação eficiente e eficaz de casos de corrupção registados na cadeia dos órgãos de administração da justiça. Com base na sua experiência e área de competência técnica, os oradores debateram as melhores práticas para combater a corrupção nos sistemas judiciais e para lhes permitir tornarem-se mecanismos eficazes e eficientes na luta contra a corrupção em África.

Foram formuladas as seguintes recomendações:

i. Para que seja um interveniente credível e eficaz na luta contra a corrupção, o sistema judicial deve combater eficazmente as práticas corruptas e os subornos no seu seio. Os intervenientes no sistema judicial devem desenvolver, em estreita colaboração com os organismos nacionais de combate à corrupção, estratégias

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para erradicar a corrupção no aparelho judicial. Do mesmo modo, os magistrados responsáveis pelos procedimentos e casos de corrupção devem granjear respeito pela sua probidade e integridade moral.

ii. A eficácia e a eficiência dos órgãos judiciais no combate à corrupção também depende do grau de autonomia desses órgãos em relação a outros poderes dentro do Estado (executivo e legislativo). Nos seus esforços para combater a corrupção, os países membros da UA devem trabalhar em prol do estabelecimento de sistemas judiciais mais livres e autónomos para aumentar a eficácia e as eficiência na tramitação de casos. Deve ser assegurada a independência dos magistrados e de todos os intervenientes nos processos judiciais, o que devolverá a confiança e a credibilidade perdidas do sistema judiciário.

iii. Os magistrados e os intervenientes no sistema judicial devem dispor de instrumentos e meios adequados para lutar contra a corrupção. A existência de um sistema judicial eficaz e eficiente na luta contra a corrupção exige, entre outros aspectos, a adopção e actualização regular de legislação adequada, uma formação inicial e em serviço adequada dos intervenientes, a investidura de poderes acusatórios e de investigação amplos e ilimitados ao magistrados, assim como a retirada da imunidade e dos privilégios jurisdicionais de que gozam certos altos funcionários.

iv. As boas práticas identificadas pelo AUABC na sua investigação sobre o Lema do IV Diálogo Anual sobre o Combate à Corrupção devem ser compartilhadas com todos os Estados africanos e servir de base para melhorar o funcionamento dos sistemas judiciais nacionais. Ademais, o AUABC deve facilitar a criação de uma plataforma discursiva favorável ao aparelho judicial para a realização do debate sobre os desafios enfrentados e os marcos alcançados na luta contra a corrupção, e compartilhar boas práticas.

C. Reflexões sobre o Estado da Luta Contra a Corrupção em África

Neste seminário via Web, os organismos nacionais de combate à corrupção reflectiram sobre o estado geral dos esforços de luta contra a corrupção em África e debateram questões de interesse geral.

Foram produzidas as seguintes recomendações fundamentais:

i. Os Estados-Membros da UA devem institucionalizar as políticas de tolerância zero à corrupção nas estruturas de governação, incluindo o recrutamento de pessoal especializado.

ii. Os Estados-Membros da UA devem ser incentivados a retirar a imunidade contra a acção penal garantida aos altos funcionários do Estado, remover o poder

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discricionário conferido aos Ministros para tomar decisões e inculcar o sentido de integridade, responsabilização e transparência.

iii. Os Estados-Membros devem promover o uso de tecnologia e-World contemporânea para acelerar o rastreamento dos fluxos financeiros ilícitos, a denúncia de crimes, a extradição de pessoas que violam a legislação anti-corrupção e a gestão de casos.

iv. O AUABC deve promover a partilha de experiências, a aprendizagem participativa e inclusiva inter/multi-institucional e a capacitação dos Estados-Membros da UA no domínio de estratégias de combate à corrupção no continente africano.

v. Encoraja-se os Estados-Membros a prestar mais apoio às autoridades nacionais de combate à corrupção para reforçar a implementação da Convenção da União Africana sobre a Prevenção e o Combate à Corrupção de que são signatários. D. Fórum dos Intervenientes Não-Estatais

Dando sequência à reunião inaugural realizada em Outubro de 2019, o seminário via Web visava permitir que o Conselho e os intervenientes não-estatais reflectissem e discutissem as modalidades de estabelecimento de uma colaboração estreita na luta contra a corrupção em África.

Foram produzidas as seguintes recomendações:

i. Os intervenientes não-estatais constituem um elo fundamental e importante na luta eficaz e eficiente contra a corrupção em África. Não só se deve saudar a iniciativa de criação deste Fórum e a realização da sua segunda edição, mas também se deve trabalhar no sentido de garantir que se torne uma plataforma cada vez mais importante para a realização de consultas, o intercâmbio de informação e o desenvolvimento de estratégias de trabalho conjuntas.

ii. A proposta de criar redes nacionais de luta contra a corrupção é uma excelente iniciativa. As organizações da sociedade civil devem trabalhar com os relatores nacionais designados dentro do Conselho para facilitar a criação destas redes. iii. Os intervenientes não-estatais devem envolver-se mais e trabalhar em estreita

colaboração com o AUABC na luta contra a corrupção nos países africanos, fazendo um trabalho advocacia em prol da ratificação da Convenção da União Africana sobre a Prevenção e o Combate à Corrupção, divulgando amplamente a Posição Comum Africana sobre a Recuperação de Activos, apoiando as missões de avaliação e/ou sensibilização do Conselho, apropriando-se e usando o quadro de prestação de relatórios do Estado e, quando apropriado, fornecendo toda a informação útil ao Conselho no contexto das suas missões.

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iv. O AUABC deve apoiar os intervenientes não-estatais através do reforço das suas estruturas, tanto em matéria de conhecimento técnico no domínio da luta contra a corrupção como através da mobilização de fundos para que o Fórum de OSC interaja com os governos na cristalização das estratégias de luta contra a corrupção em “África Que Queremos” - um continente que prospera na transparência, integridade e gestão responsável dos recursos.

v. O AUABC deve estar atento às oportunidades que surgem, particularmente para os Estados-Membros da UA que não ratificaram a Convenção, para fazer advocacia e consciencializar sobre a importância da ratificação universal da Convenção.

Referências

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