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Os Resultados do Programa de Microbacias no EDR/Dracena- SP. Grupo de Pesquisa: GEDRA

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Os Resultados do Programa de Microbacias no EDR/Dracena- SP

Carlos de Castro Neves Neto Antonio Nivaldo Hespanhol Grupo de Pesquisa: GEDRA

Resumo: O Escritório de Desenvolvimento Rural – EDR – de Dracena abrange dezesseis municípios que estão localizados na região Oeste de São Paulo, no Planalto Ocidental Paulista, entre o espigão divisor dos rios Peixes e Aguapeí, na zona de confluência dessas águas com o rio Paraná. A ocupação da região intensificou-se a partir dos anos 1940 e 1950, com o plantio do café. A exploração da cafeicultura provocou o desmatamento da região, a erosão dos solos e o assoreamento dos corpos d´água. Objetivando reverter essa situação e elevar a renda da população das áreas rurais, o governo de São Paulo elaborou o Programa de Microbacias Hidrográficas, que teve como foco incentivar o manejo adequado dos recursos naturais e o fortalecimento das associações de produtores rurais. No EDR de Dracena, o Programa de Microbacias teve uma subvenção no valor de 12.494.829,14 no período de 2000 a 2008, sendo a região que mais recebeu recursos do Programa. Esse recurso foi investido em calcário, na construção de terraços, na reconstituição das Áreas de Preservação Permanente, na construção de abastecedouros comunitários e fossas sépticas e na aquisição de equipamentos para as Associações, como roçadeiras, máquina de plantio direto, distribuidor de calcário, entre outros. Embora o Programa de Microbacias tenha tido resultados positivos – citados acima -, as suas ações foram pontuais, limitando a áreas das microbacias e, também, não teve o apoio necessário de muitas prefeituras na contratação de agrônomos e técnicos para a execução das ações do Programa.

Palavras-chave: Programa de Microbacias, produtor rural, EDR/Dracena, subvenção. Abstract: The Office of Rural Development - ODR - Dracena of covers sixteen counties that are located in the western region of Sao Paulo, Sao Paulo Western Plateau, between the ridge dividing the rivers and Fish and Aguapeí, at the dividing of the waters in the Parana River. The occupation of the region intensified in the years 1940 and 1950 with the planting of coffee. The exploitation of coffee growers resulted in deforestation of the region, soil erosion and siltation of water bodies. To reverse this situation and lift the incomes of the rural population, the government of Sao Paulo has prepared the micro Drainage Basins Program, which focused on encouraging the proper management of natural resources and strengthening of associations of farmers. In EDR Dracena, the micro Drainage Basins Program had a subvention in the amount of 12,494,829.14 in the period 2000 to 2008, be the region that received more funding from the Program.This resource was invested in limestone in the construction of terraces, on the restoration of permanent preservation areas, construction of community water supply and septic tanks and the purchase of equipment for the Associations as lawn mowers, tillage machine, distributor of limestone, between others. Although the micro Drainage Basins Program has had positive results - cited above - its shares were off, limiting the areas of the micro basins and also did not have the necessary support of many local governments in hiring agronomists and technicians to implement the program activities.

Keywords: Micro Basins Program, farmer, ODR/Dracena, subventions. 1. Introdução

No presente trabalho serão analisados os resultados do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas nos dezesseis municípios que compõem o Escritório de

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Desenvolvimento Rural de Dracena no período de 2000-2008. Esse EDR foi o que mais conseguiu subvenções do programa, num total de quase 13 milhões de reais. Dracena, Irapuru e Junqueirópolis foram os que amealharam mais recursos do Programa de Microbacias na região, como abastecedouros comunitários, cerca pra isolamento de mata ciliar, maquinários, implementos agrícolas, controle de voçorocas.

Na primeira parte do texto, discutiremos algumas fases da agricultura na região de Dracena, destacando-se a cafeicultura, o avanço da pastagem e, por último, a expansão da cana-de-açúcar. Na segunda parte, faremos uma breve apresentação do Programa de Microbacias, destacando seus componentes, suas áreas prioritárias, os objetivos e os benefícios oferecidos aos produtores.

Por fim, serão debatidos os resultados do Programa de Microbacias nos municípios do EDR/Dracena, enfatizando as conquistas e as dificuldades dessa política pública estadual na região.

Com exceção de Dracena e Adamantina, os municípios que compõem esse EDR possuem menos de vinte mil habitantes, conforme podemos verificar na tabela 1. Não há nenhum núcleo urbano de médio ou grande porte na região. O município de Presidente Prudente, que se localiza na Alta Sorocabana, é o pólo regional mais influente na região.

Tabela 1 - Total da população dos municípios do EDR/Dracena Municípios População Total

Adamantina 33.797 Dracena 43.263 Flora Rica 1.752 Flórida Paulista 12.849 Irapuru 7.787 Junqueirópolis 18.726 Mariápolis 3.916 Monte Castrelo 4.063 Nova Guataporanga 2.178 Ouro Verde 7.794 Pacaembu 12.934 Panorama 14.603 Paulicéia 6.342 Santa Mercedes 2.831 São João do Pau d'Alho 2.103 Tupi Paulista 14.262

TOTAL 189.200

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo Demográfico de 2011

O Escritório de Desenvolvimento Rural de Dracena abrange 16 municípios (mapa 1) que compõem a 10° Região Administrativa de Presi dente Prudente. Localizada no Oeste do Estado de São Paulo, essa região, também denominada Nova Alta Paulista, foi

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a última área a ser incorporada (1930-1950) ao setor produtivo do Estado de São Paulo. A denominação “nova” Alta Paulista refere-se à sua colonização posterior à da Alta Paulista (região de Marília, colonizada entre 1910-1920) e, também, aos trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro – CPEF.

2. Fases da agricultura na região de Dracena

Como destaca Monbeig (1998), a “Marcha para Oeste” incorporou novas áreas para o plantio do café, sobretudo fazendeiros vindos de outras áreas do Estado, como o Vale do Paraíba, onde a produção cafeeira estava em decadência. Analisando o uso dos solos por parte dos pioneiros, Monbeig (1998, p.75) aponta:

Aqui, como na maior parte das regiões tropicais, o cultivo do solo ocasionou rapidamente o seu esgotamento. A marcha para o Oeste, considerada nas suas relações com o solo, não aparece como uma conquista valiosa, mas como uma devastação sem freios

A utilização inadequada dos solos gerou vários problemas ambientais nos municípios do Oeste de São Paulo, como o assoreamento de rios e córregos, a diminuição do volume de água nos córregos, a eliminação da Mata Ciliar, peixes escassearam, entre outros (Gil, 2007).

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Referindo-se à situação atual dos solos na região de Dracena, Gil (2007, p. 71) destaca que:

Esta área apresenta solos areníticos, podzolizados de média e baixa fertilidade, assentados em relevos de altitudes modestas, com média altimétrica de cerca de 400 metros ao nível do mar. Há poucas décadas, estes solos eram cobertos pela mata densa e por uma camada humífera de cerca de meio metro, sendo que atualmente se apresentam depauperados e sua camada orgânica limita-se a cerca de dois centímetros.

Seguindo a divisão de Gil (2007), três momentos são marcantes na região de Dracena: a colonização e estruturação econômico-político-social-cultural (1930-1975); a desarticulação econômico-social (1975-1996); e a redefinição econômico-político-social (1997-2006).

O período entre 1930-1975 tem como característica principal a fundação e o povoamento dos municípios. Já em 1940 e 1950, os trilhos da Estrada de Ferro chegam a Adamantina e Dracena, respectivamente, permitindo o escoamento da produção da cafeeira até o porto de Santos. Também, cabe destacar nesse período a atuação das Companhias de Colonização na venda de lotes para imigrantes que tinham acumulado algum pecúlio na colheita de café em outras partes do Estado.

Embora o café tenha predominado na região de Dracena mesmo com os efeitos da quebra da bolsa de Nova York, ganha destaque o plantio do algodão. Essa cultura se caracterizou por ser plantado por pequenos produtores, associado à policultura, juntamente com o café, que era reservado às melhores áreas da fazenda.

As Companhias Paulista de Estradas de Ferro, a Sociedade Colonizadora Brasileira e a Companhia de Terras do Norte do Paraná foram decisivas na colonização da região, após a crise de 1929. Coube a esses grupos o retalhamento das grandes glebas em pequenos sítios para a venda aos imigrantes e os trilhos dessas companhias permitiram o transporte de pessoas e, sobretudo de produtos agrícolas (principalmente o café). Assim, foram surgindo vários povoados, que em alguns anos se transformarão em municípios. Diversas cidades se tornaram “boca de sertão”, quando se situavam na margem das zonas em que começavam a penetrar o povoamento, e “pontas de trilho”, quando eram terminais provisórios das ferrovias (MONBEIG, 1998).

A forte geada que caiu em 1975 singulariza o segundo momento (1975-1996) de desarticulação econômico-social dos municípios que compõem a região de Dracena. Milhares de pés de café foram dizimados pela geada e outros pés foram arrancados, sendo substituídos pela pastagem. Esse desastre climático refletiu negativamente na dinâmica econômica dos municípios, com o empobrecimento da população rural, a descapitalização de muitos pequenos produtores e, um grande êxodo rural. A

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substituição do café pelo capim eliminou um grande número de braços na lavoura e, consequentemente, gerou graves problemas sociais, como o aumento do desemprego, o que fez a região de Dracena ser conhecida como “Corredor da Fome”, uma das mais pobres do Estado de São Paulo.

Também nesse período e, principalmente, em meados de 1980 e 1990, houve uma expansão da cana-de-açúcar, para a produção de açúcar e álcool combustível. Associados ao aumento do plantio da cana-de-açúcar e da pastagem, que substituíram o café, foram construídos dezoito presídios na Nova Alta Paulista, o que aumentou a arrecadação das prefeituras e gerou maior oferta de empregos.

No terceiro momento destacado por Gil (2007) 1997-2006 – redefinição econômico-político-social – difundiu-se a construção de diversas usinas de açúcar e álcool (sete no total), ampliando o plantio de cana-de-açúcar. Aliado à expansão dessa monocultura, aumentou o plantio de frutas (laranja, manga, maracujá, acerola, uva) em diversos municípios da Nova Alta Paulista, com destaque para Junqueirópolis.

O município de Junqueirópolis já no início da década de 1990 vai se destacar no cultivo da acerola e, com a criação da Associação Agrícola de Junqueirópolis, a acerola se expandiu em diversas pequenas propriedades. A chegada das empresas Frutela, em 1992 e da Poder Fruit, em 2001, estimularam a fruticultura nos municípios que fazem parte do EDR/Dracena.

Oliveira (2000) ressalta que a atuação das Associações de Produtores Rurais, sobretudo em Junqueirópolis, foi fundamental, para que esse município se tornasse a maior produtora de acerola do Estado de São Paulo e para que a região de Dracena de tornasse a quarta maior produtora de uvas do Estado.

Não obstante as mudanças da paisagem rural com a expansão da cana-de-açúcar e da fruticultura no lugar do café, ainda permaneceram graves problemas ambientais decorridos do uso inadequado do solo e da água: assoreamento de rios e córregos, grandes voçorocas, áreas de ravinamento, ausência de mata ciliar em Área de Preservação Permanente.

Buscando reverter os danos ambientais gerados por uma agricultura predatória, que marcou desde o início a história da agricultura brasileira, o governo do Estado de São Paulo lançou, no ano 2000, o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, que se estendeu até 2008.

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Com a concretização de um empréstimo parcial (n° 42 38 BR) entre o Banco Mundial (BIRD) e o Governo do Estado de São Paulo (CATI, 2000) em 1999, foi remodelado um novo Programa de Microbacias em São Paulo, que entrou em ação em 2000. O custo total do programa foi estimado em US$ 124.740.200,00, sendo que US$ 55.348.200,00 foram financiados pelo Banco Mundial e US$ 69.3342.000,00 constituíram a contrapartida do Governo do Estado de São Paulo (CATI, 2001).

O PEMH teve como objetivo fomentar o desenvolvimento rural do Estado de São Paulo, a partir da melhoria do nível de renda da população rural, do aumento da produtividade, da redução dos custos de produção e da introdução de uma nova reorientação técnica agronômica, que passa a valorizar a dimensão ambiental nas políticas públicas estaduais. Assim, o Programa de Microbacias buscou elevar o padrão de vida das comunidades rurais, implantando sistemas de produção agropecuária que abranjam a sustentabilidade socioeconômica e ambiental, incentivando os beneficiários e a sociedade civil organizada, sobretudo as Associações de Pequenos Produtores Rurais (CATI, 2005).

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão subordinado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, ficou responsável pelo programa. O PEMH teve como meta atingir 1500 microbacias hidrográficas, beneficiando 90.000 produtores rurais (30% do total do estado), numa área de 4,5 milhões de hectares, durante o período de 2000 a 2008, já que ele foi prorrogado por mais dois anos. Inicialmente o programa seria concluído no ano de 2006.

A área média de cada microbacia beneficiada pelo PEMH foi de 3.000 hectares, englobando entre 40 a 120 produtores. As pequenas propriedades e os pequenos produtores rurais foram os focos prioritários de ação operacional do programa

O público alvo do Programa de Microbacias foram os pequenos e médios produtores, que foram classificados em:

- Pequeno: Até 50 ha; 70% ou mais da renda da família provendo da agropecuária e residir na propriedade ou no município onde está localizada a propriedade ou em município vizinho deste;

- Médio: Entre 50 ha até 200 ha ou área total expandida até 50 ha e que não atende os critérios de fonte de renda e/ou local de residência, necessário para a classificação como pequeno produtor;

- Grande: Área maior que 200 hectares (CATI, 2005).

A partir dos índices de erosão e de indigência do Estado de SP foram selecionadas as áreas prioritárias do programa. As áreas prioritárias 1, 2, 3, ficaram,

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respectivamente, com 70, 27 e 3% dos recursos oferecidos pelo PEMH (CATI, 2001). O Escritório de desenvolvimento Rural de Dracena fez parte da área prioritária número 1, como pode ser verificado no mapa 2.

O PEMH foi dividido em seis componentes: Desenvolvimento Tecnológico e Institucional; Pesquisa Adaptativa; Adequação de Estradas Rurais; Treinamento e Difusão; Administração; Monitoramento e Avaliação. Estes se dividiram em oito subcompontes: Assistência Técnica e Extensão Rural, Organização Rural; Mapeamento Agroambiental; Educação Ambiental, Incentivo ao Manejo e a Conservação do Solo e Controle de Poluição; Incentivo à Recuperação de áreas degradadas; reflorestamento; Fiscalização da Lei de Uso do Solo e de Incentivo.

Mapa 2- Áreas prioritárias do PEMH

Os produtores rurais que tiveram a microbacia selecionada puderam receber vários benefícios do programa, tais como a aquisição de calcário, a compra de sementes para a adubação verde e de materiais para a construção de cercas nas áreas de preservação permanente e controle de voçorocas; controle de erosão, construção de fossas sépticas biodigestoras, implementos agrícolas e sistemas de divisão de pastagens (kit para cerca elétrica).

Além dos benefícios individuais, o Programa de Microbacias incentivou a formação e/ou fortalecimento das Associações de Produtores Rurais com a secessão de

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implementos (máquina de plantio direto, roçadeiras, distribuidor de calcário, subsolador) e o Kit informática (computador, mesa, escrivaninha).

Foi estabelecido um teto máximo e um valor de referência para cada tipo de benefício, assim como um limite máximo para o apoio financeiro, sendo pré-estabelecida a parte a ser ressarcida pelos agricultores (HESPANHOL, 2010)

Além dos incentivos limitados a US$ 3.000,00 por beneficiário e com ressarcimento de 80 a 90% aos pequenos produtores e entre 60 e 90% aos médios, cada propriedade incluída no programa foi credenciada a receber gratuitamente até 5.000 mudas de espécies florestais nativas para o plantio nas áreas de preservação permanentes (APPs). (HESPANHOL, p. 13, 2010).

Somados aos benefícios individuais e coletivos oferecidos pelo programa, no âmbito da microbacia, houve a readequação de estradas rurais e o controle de voçorocas, com 100% dos custos financiados pelo Programa de Micorbacias.

4. O Programa de Microbacias no EDR/Dracena

O Escritório de Desenvolvimento Rural de Dracena foi classificada como zona prioritária 1 para a operacionalização do Programa de Microbacias, devido à elevada suscetibilidade à erosão e ao elevado índice de indigência de sua população rural.

Foram desenvolvidas ações em 45 microbacias na região de Dracena, até 2008, quando acabou a primeira fase do programa. No município de Adamantina, Flora Rica, Flórida Paulista, Mariápolis, Paulicéia, Nova Guataporanga, Santa Mercedes, São João do Pau d´Alho e Panorama foram desenvolvidas ações em duas microbacias; em Dracena Monte Castelo e Ouro Verde foram atendidas 3 microbacias; Irapuru, Pacaembu e Tupi Paulista ocorreram ações em 4 projetos. O município de Junqueirópolis foi o único a ter cinco projetos atendidos pelo Programa de Microbacias.

Dentre os dezesseis municípios do EDR/Dracena, Junqueirópolis foi que mais recebeu recursos do Programa de microbacias. Os cinco projetos receberam um total de 2.819.726,90 reais, perfazendo 22,5% do total regional, como podemos visualizar na tabela 1. Dracena aprece em segundo lugar em recursos recebidos, com 2.746.281,76, perfazendo 22,4% do total regional.

Os municípios de Nova Guataporanga (351.466,73), Panorama (363.636,70) e Flórida Paulista (592.486,73) foram os que receberam menos investimentos do Programa de Microbacias nos dezesseis municípios que integram o Escritório de Desenvolvimento Rural de Dracena.

Tabela 1: EDR/Dracena: Incentivos concedidos pelo Programa de Microbacias por município e por projeto

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Municípios Microbacia N° de Prod.

Valor Total (R$) Adamantina Córrego dos Ranchos 157 585.883,34 Adamantina Córrego

Taipus/Emboscada

154 551.156,87

Dracena Córrego Três Coroas 57 694.700,71

Dracena Córrego Marrequinhas 200 1.046.581,73 Dracena C. Palmeiras e Água

Sumida

199 1.004.999,32 Flora Rica Córrego Alambique, Meio e

Boa esperança

84 482.281,34

Flora Rica Córrego da Ilha 44 526.838,33

Flórida Paulista Córrego Garbeloto 73 360.273,93 Flórida Paulista C. São Simão e

Mandaguari

98 232.212,80

Irapuru Córrego Paturizinho 125 606.254,07

Irapuru Córrego do Patrimônio 110 531.512,49

Irapuru Córrego do Cunha 114 448.968,33

Irapuru Córrego do Fogo 106 492.880,35

Junqueirópolis C. Ribeirão Taquarussu 128 800.023,39 Junqueirópolis Córrego Colibri 66 689.750,67 Junqueirópolis Córrego Ariranha 128 684.577,92 Junqueirópolis Córrego do Saltinho 212 246.600,14 Junqueirópolis Córrego Caingangues 127 398.774,97 Mariápolis Córrego da Cascadura 76 700.406,71 Mariápolis Córrego dos Ranchos 82 525.438,57 Monte Castelo Córrego do Frango 98 495.035,26 Monte Castelo Córrego do Pau d´Alho 60 302.496,74 Monte Castelo Córrego Nova Palmeira 140 510.176,03 Nova

Guataporanga

Córrego do Calazans 45 146.668,70 N. Guataporanga Córrego do Caetê 45 204.797,90 Ouro Verde Córrego. Alta Vista Alegre 71 671.241,51 Ouro Verde Córrego Água Branca 80 468.245,79 Ouro Verde Córregos São Bento e

Apiaí

113 266.138,15

Pacaembu Córrego Eden 149 434.845,80

Pacaembu Córrego Paturi 57 117.644,96

Pacaembu Córrego Santa Maria 106 333.646,83 Pacaembu Córrego Areia Branca 54 379.957,39

Panorama Córrego do Macaco 28 244.655,27

Panorama Córrego da Marreca 81 122.981,43

Paulicéia Córrego Buritis 56 319.992,90

Paulicéia Córrego Pacuruxu 76 433.692,18

Santa Mercedes Córrego da Marreca 66 495.499,44 Santa Mercedes Córrego do Itai 57 115.118,50 São João do Pau

d´Alho

Córrego da Taquara Branca

134 655.509,64 São João do Pau

d´Alho

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Tupi Paulista Córrego do Galante 161 657.045,35 Tupi Paulista Córrego Quinca Baiano 62 339.915,16 Tupi Paulista Córrego do Barro Preto 193 701.398,69 Tupi Paulista Córrego do Bandeirantes 193 433.418,57

TOTAL 4.549 12.494.829,14

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo –

Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Org. Carlos de Castro Neves Neto

No mapa 3 podemos visualizar o total de produtores rurais atendidos e o valor apoiado pelo Programa de Microbacias no EDR/Dracena. Junqueirópolis, Dracena, Tupi Paulista e Irapuru foram os municípios que receberam maiores investimentos do programa. Dentre os benefícios estão: fossas sépticas biodigestoras, abastecedouros comunitários, kit para divisão de pastagem, calcário, doação de mudas, distribuidor de calcário, roçadeiras, etc.

Mapa 3: Total de Produtores rurais atendidos e o valor apoiado pelo Programa de Microbacias no EDR/Dracena

A construção de 310 abastecedouros comunitários, com a finalidade de suprir a demanda por água dos produtores rurais, foi o item que atendeu o maior número de produtores (2.150). Para diminuir a acidez do solo, muitos produtores (476) utilizaram o calcário agrícola, como se visualiza na tabela 2.

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Nos aspectos ambientais, destacaram-se o controle de 471 voçorocas e 941 erosões, evitando a perda de solo com potencial agrícola; 384 produtores isolaram os mananciais de suas propriedades rurais e plantaram 6.550 mudas de espécies nativas florestais. Também foram construídas 335 fossas sépticas.

Apenas no EDR/Dracena, o Programa de Microbacias criou vinte Associações de Produtores Rurais, concedendo 17 kits de informática (computador, mesa e escrivaninha) e 11 máquinas de plantio direto, para incentivar o cultivo na palha.

Dentre os implementos agrícolas, o programa concedeu 214 roçadeiras costais, que estão sendo utilizadas por 586 produtores e 11 roçadeiras tratorizadas, beneficiando 413 agricultores. Com a finalidade de facilitar o manejo do gado e recuperar os pastos destinados à pecuária, o Programa de Microbacias beneficiou 93 produtores com sementes de adubação verde e 430 hectares receberam sistemas de divisão de pastagens.

Tabela 2. Incentivos concedidos por meio do Programa de Microbacias em práticas de manejo e conservação do solo e da água nos municípios que compõem o Escritório de Desenvolvimento Rural de Dracena

Práticas N° de Prod Quant. Há. Abastecedouro Comunitário 2.150 310 Há

Calcário Agrícola aplicado 476 9.837,79 ton Cercas para proteção de

mananciais 384 21,22 km Controle de voçorocas 171 168 há Controle de erosão 941 Distribuidor de calcário – tração mecânica 423 78 há Escarificador 31 6 há

Fossa Séptica Biodigestora 203 335 há

Kit informática –

associações

843 17 há

Kit plantio direto – associações 765 11 há Mudas de espécies florestais Nativas plantadas 172 6.550 há Roçadeira Costal 586 214 há Roçadeira Tratorizada 413 76 há Semeadora de plantio direto 12 3 há Sistema de divisão de pastagens 147 430,13 há

Sementes para adubação verde

93 153,30 há

Trecho crítico de estrada adequado

2232 96,17 há

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Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Org. Carlos de Castro Neves Neto.

Em âmbito municipal, o programa recuperou 96,17 km de estradas rurais, facilitando o escoamento da produção agropecuária e o deslocamento das populações rurais. Também foram formados 29 Agentes Ambientais, que tiveram um importante papel na conscientização dos produtores rurais no manejo adequando dos recursos naturais, incentivando a recuperação das APPs, com cercas, e o plantio de mudas, doados pelo programa.

O maior número de projetos selecionados esteve estritamente ligado com a atuação da prefeitura municipal em conceder técnicos e/ou agrônomos para atuarem no programa. Em Junqueirópolis, o apoio da Secretaria da Agricultura municipal e da Associação de Produtores Rurais fez com que fossem selecionadas cinco microbacias pelo Programa de Microbacias e gastos mais de dois milhões de reais em práticas de manejo ao solo e a água. No entanto, a falta de apoio da administração municipal de Panorama na captação de recursos do programa se refletiu no baixo número de benefícios alcançados pelos produtores rurais dessa localidade.

Considerações Finais

Décadas de uso inadequado do solo e da água, com intenso desmatamento, refletiram em graves problemas ambientais nos municípios que perfazem o EDR/Dracena. Desde a sua colonização, a agricultura praticada nessa região focou no lucro rápido com uso intenso das queimadas, o desmatamento desenfreado e a pouca utilização dos adubos orgânicos. Com a saturação dos solos, os pequenos agricultores empobreceram e muitos tiveram que vender a propriedade.

Buscando reverter os agravantes ambientais e fortalecer as associações coletivas, foi criado o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas no Estado de São Paulo. Inicialmente, essa política pública sofreu resistências por parte dos produtores rurais, que não acreditavam no pagamento dos recursos e, por parte dos agrônomos, que tinham dificuldade em lidar com as questões ambientais, contidas nos manuais operacionais do programa.

Embora as ações do Programa de Microbacias tenham sido pontuais, restrito às microbacias, os resultados foram positivos, sobretudo nos municípios que forneceram recursos humanos para atuarem nos projetos selecionados.

Na região de Dracena, que possui grande número de propriedades de até 50 hectares (público alvo do programa), o Programa de Microbacias contribuiu no

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fornecimento de água às propriedades rurais, com a construção de 310 abastecedouros comunitários, no controle de voçorocas e erosões, no fornecimento de implementos e máquinas, na readequação de estradas rurais e no plantio de mudas de espécies florestais nativas em Área de Preservação Permanente, entre outros.

Não obstante os benefícios dessa política pública estadual, os pequenos produtores rurais da região de Dracena ainda enfrentam dificuldades na comercialização da produção, na baixa assistência técnica e na geração de renda.

Dando continuidade ao Programa de Microbacias, finalizado em 2008, foi elaborado O Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (conhecido como Microbacias II), que também possui financiamento do Banco Mundial. Esse programa contará com a participação da Secretaria do Meio Ambiente de SP e com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento e tem como foco trabalhar com cadeias produtivas regionais, a fim de elevar a renda dos pequenos agricultores do Estado de São Paulo. O Microbacias II entrou em operação em 2011 e está na fase de capacitação dos técnicos e agrônomos

Dessa forma, o Microbacias II terá que aumentar o número de parcerias, fortalecer o pequeno produtor rural e continuar revertendo os problemas ambientais enfrentados no campo. Somente assim, esse programa alcançará seu objetivo principal que é promover o desenvolvimento rural sustentável na agricultura paulista.

Referências

COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL (CATI). Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. Anexos CATI: São Paulo, 2001.

COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL (CATI). Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. Manual do Programa – Seção Operativa. CATI: São Paulo, 2001.

COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL (CATI). Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. CATI. Seção Operativa- Incentivo ao Manejo e Conservação dos Recursos Naturais, v° 3. São Paulo, 2005.

GIL, Isabel Castanha. Nova Alta Paulista, 1930-2006: entre memórias e sonhos. Do desenvolvimento contido ao projeto político de desenvolvimento regional. Tese (doutorado). FCT/UNESP, Presidente Prudente, 2007.

HESPANHOL, A. N. O Programa de microbacias hidrográficas no contexto da agropecuária do Pontal do Paranapanema SP. In: XLVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia Administração e Sociologia Rural - SOBER, 2010, Campo

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Referências

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