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ANÁLISE DA CONFIGURAÇÃO TEXTUAL DE LINGUAGEM NAS CLASSES ADIANTADAS, DE A. F. PROENÇA ( ) E A HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

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1 ANÁLISE DA CONFIGURAÇÃO TEXTUAL DE “LINGUAGEM

NAS CLASSES ADIANTADAS”, DE A. F. PROENÇA (1880-1946) E A HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

MONALISA RENATA GAZOLI monalisa_gazoli@hotmail.com

Resumo

Visando à compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focalizam-se, neste resumo simples, as discussões apresentadas pelo professor paulista Antonio Firmino de Proença (1880-1946), formado pela Escola Normal da cidade de São Paulo, em 1904, referentes ao ensino da leitura e da escrita a crianças, no artigo intitulado ―Linguagem nas classes adiantadas‖, veiculado na Revista Educação no período em que essa revista esteve sob a responsabilidade da Diretoria Geral da Instrução Pública do estado de São Paulo e da Sociedade de Educação de São Paulo (1927-1930). Os resultados apresentados decorrem de pesquisa concluída de mestrado em educação (Bolsa CAPES – 01/03/2008 a 31/08/2008 e bolsa FAPESP – 01/09/2008 a 28/02/2010), vinculada a um grupo de pesquisa brasileiro. Trata-se de pesquisa histórica, centrada em pesquisa documental e bibliográfica, desenvolvida mediante procedimentos de localização, recuperação, reunião, ordenação e análise de fontes documentais de e sobre A. F. Proença assim como de bibliografia especializada sobre o tema história da alfabetização do Brasil. Esse professor teve 13 artigos publicados na Revista Educação, cujo conteúdo é, recorrentemente, planos de aulas para as matérias escolares ministradas aos alunos das quatro séries iniciais do então denominado ensino primário. Dentre os 13 artigos publicados, o intitulado ―Linguagem nas classes adiantadas‖ é representativo da proposta de ―concretização‖ do método analítico, hegemônica no momento histórico de sua publicação, assim como, da de seu autor. O critério para a escola desse artigo decorre do fato desse ser o único artigo no qual A. F. Proença apresenta um plano de aula sobre o estudo de um texto, por ele denominado literário, como preparação para composição de outro texto, pelos alunos, ou seja, é o único artigo que seu autor apresenta planos de aula para a disciplina Linguagem. Para a análise do artigo, utilizou-se o método de análise da configuração textual, que consiste em analisar todos os aspectos constitutivos do sentido do texto, a saber: os aspectos estruturais-formais e temático-conteudísticos do artigo de A. F. Proença. Por meio da análise realizada conclui-se que as considerações desse professor em relação ao ensino da leitura e da escrita a crianças vêm ao encontro da defesa de cientificidade da educação considerando o método intuitivo e analítico como meios para alcançá-la. Tais considerações não destoam do que as autoridades educacionais prescreviam no momento histórico de publicação do artigo analisado, cujo conteúdo está em sintonia com os ideais educacionais defendidos por seus contemporâneos.

Palavras-chave: História da alfabetização no Brasil; análise da configuração textual; e A. F. Proença.

Introdução

Neste texto apresento parte de resultados finais de pesquisa de mestrado1 (Bolsa Fapesp)2, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), da UNESP – Universidade Estadual Paulista campus de Marília e vinculada ao Gphellb — Grupo de Pesquisa ―História do Ensino de Língua e Literatura no

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2 Brasil‖3, e ao Projeto Integrado de Pesquisa ―História do ensino de língua e literatura no Brasil‖ (Piphellb), ambos coordenados pela Profª. Drª. Maria do Rosário Longo Mortatti.

Visando à compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focalizo as discussões apresentadas pelo professor paulista Antonio Firmino de Proença (1880-1946) no artigo intitulado ―Linguagem nas classes adiantadas‖, veiculado na

Revista Educação no período em que esta estava sob a responsabilidade da Diretoria da

Instrução e da Sociedade de Educação.

Trata-se de pesquisa histórica, centrada em pesquisa documental e bibliográfica e desenvolvida mediante procedimentos de localização, recuperação, reunião e ordenação de fontes documentais de e sobre A. F. de Proença assim como de bibliografia especializada sobre o tema.

Após leitura dos 13 artigos de autoria desse professor, publicados na Revista

Educação observei que, recorrentemente, seus artigos apresentavam planos de aulas para as

quatro séries iniciais de escolarização4. Para análise, neste texto, elegi, dentre esses 13 artigos, o intitulado ―Linguagem nas classes adiantadas‖, como representativo dos demais.

O critério para a escolha do mencionado artigo decorre do fato desse ser o único no qual A. F. Proença apresenta um plano de aula sobre ―[...] o estudo de um trecho literário como preparação para composição.‖ (PROENÇA, 1929, p. 153) e de que pesquisei, por três anos, a produção escrita de e sobre esse professor os quais se apresentam, no âmbito das ―concretizações‖, do método analítico para o ensino da leitura.

Para a análise do artigo mencionado, utilizo o método de análise da configuração textual proposto por Mortatti (2000, p. 31), que consiste em analisar:

[...] o conjunto de aspectos constitutivos de determinado texto, os quais se referem: às opções temático-conteudísticas (o quê?) e estruturais formais (como?), projetadas por um determinado sujeito (quem?), que se apresenta como autor de um discurso produzido de determinado ponto de vista e lugar social (de onde?) e momento histórico (quando?), movido por certas necessidades (por quê?) e propósitos (para quê), visando a determinado efeito em determinado tipo de leitor (para quem?) e logrando determinado tipo de circulação, utilização e repercussão, que vem ocorrendo por meio do método de análise da configuração textual.

1. Apresentação de A. F. de Proença 1.1 Dados biográficos5

A. F. de Proença, filho de Francisco de Proença e de Francisca Amelia de Proença, nasceu na cidade paulista de Sorocaba, em 26 de julho de 1880. Teve quatro filhos: Alaor de Proença, Aristofanes6 de Proença, Cleofanes de Proença e Fátima de Proença Nogueira da Silva.

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3 Demonstrou interesse por assuntos políticos e literários desde a juventude. Entre os anos de 1896 a 1990, foi membro do Grêmio Literário ―13 de Março‖, em Sorocaba, e do Centro Sorocabano de Letras.

Estudou na Escola Normal da cidade de São Paulo de 1901 a 1904, e foi considerado por seus amigos excelente aluno e brilhante autodidata. Por seu destaque como estudante nessa escola, seu diretor o apresentou ao Presidente do Estado, cargo ocupado no período por Domingos de Morais, que lhe teceu muitos elogios.

A. F. de Proença iniciou no magistério em 13 de fevereiro de 1905 e exerceu cargos em várias escolas públicas paulistas7, dentre elas a Escola Normal Complementar de Guaratinguetá e a Escola Normal Complementar de Piracicaba, tendo sido professor na Escola Normal Primária de Piracicaba e diretor na Escola Normal de Pirassununga e no Ginásio do Estado de Campinas. Ocupou a 13ª. Cadeira da Escola Normal Secundária de São Carlos, tendo sido diretor nessa escola entre os anos de 1916 a 1927, alternando na direção com o professor Mariano de Oliveira; exonerou-se desse cargo, em 1927, para exercer o cargo de Inspetor Geral do Ensino Secundário, na cidade de São Paulo.

Em 1939, após 35 anos de atuação no magistério público paulista, A. F. Proença se aposentou e ajudou a fundar o Ginásio ―Caetano de Campos‖, na cidade de São Paulo, onde foi professor e diretor. Após um período atuando como diretor desse ginásio, voltou a Sorocaba, com problemas de saúde. Todavia, viajou para a cidade de São Paulo, onde faleceu no dia 4 de abril de 1946, vítima de hipertensão arterial e edema pulmonar.

Após sua morte recebeu várias homenagens: contemporâneos escreveram textos em jornais e revistas; ruas na cidade de São Paulo e Sorocaba receberam seu nome; e foi eleito patrono de uma escola estadual, na cidade de São Paulo.

1.2 Aspectos da produção escrita de A. F. de Proença8

Ao longo de sua atuação profissional, A. F. de Proença escreveu livros didáticos que foram publicados pela Companhia Melhoramentos de São Paulo (Weiszflog Irmãos Incorporada), atualmente Editora Melhoramentos. Sua produção didática é composta por uma cartilha, Cartilha Proença9 (1926), e cinco livros de leitura: Leitura do principiante (1926);

1º. Livro de leitura (1926); 2º. Livro de leitura (1927); 3º. Livro de leitura (1928); e 4º. Livro de leitura (1928). A cartilha e os cinco livros de leitura compõem a ―Série de Leitura

Proença‖. Escreveu ainda um livro sobre geografia, intitulado Como se ensina Geographia (1928), que integra a Coleção ―Biblioteca de Educação‖, organizada por Lourenço Filho em 1927, também editado pela citada editora.

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4 Dois livros de sua autoria foram publicados por outras editoras: Escreva certo! (1939?), pela Atena Editora, cujo prefaciador é Dácio Pires Corrêa10; e Palestras pedagogicas (1930), pela Diretoria Geral da Instrução Publica do Estado de São Paulo.

Os artigos de A. F. de Proença foram publicados em quatro revistas educacionais, assim distribuídos: 12, na Revista da Escola Normal de São Carlos11; 2, na revista

Excelsior!12; 13, na revista Educação; e 4, na Revista do Professor13. Nesses artigos, aborda temas variados, tais como: metodologia do ensino de geografia, matemática, ciências e língua portuguesa, homenagem póstuma, dentre outros.

2. Apresentação de aspectos gerais dos artigos de Proença veiculados na Revista Educação

No período compreendido entre 1928 e 1930, A. F. de Proença, como já mencionei, teve 13 artigos veiculados na Revista Educação, nos quais aborda temáticas diversas, como se pode observar no Quadro 1, no qual apresento, respectivamente, o título de cada um dos artigos desse professor publicados nessa revista, a seção na qual foi publicado e a data de publicação.

Quadro 1: Relação de títulos de artigos de A. F. de Proença publicados na Revista Educação e respectiva seção e data de publicação

Título dos artigos Seção de publicação Data de publicação

―Crustaceos‖ Sciencias naturais jul.1928

―Insectos‖ Sciencias naturais ago./set. 1928

―Propriedades do álcool‖ Ensino primario nov./dez. 1928

―Linguagem nas classes adiantadas‖ Planos de lições primarias jan./fev. 1929

―Não intitulado‖ Planos de lições primarias mar. 1929

―Lepido‘pteros‖ Planos de aulas primarias jul. 1929

―A mosca domestica‖ Estudo da natureza ago. 1929

―Planos de lições‖ Não intitulada out. 1929

―Colleccionação de insectos‖ Não intitulada out. 1929

―O milho‖ Ensino primario jan. 1930

―Erros no ensino da arithmetica‖ Ensino primario mai. 1930 ―Primeiras lições de botanica‖ Ensino primario ago. 1930 ―Questões de mathematica elementar‖ Não intitulada set. 1930

Fonte: Gazoli (2008); Nery (1999)

No Quadro 1, pode-se observar que dentre os 13 artigos de A. F. de Proença publicados na Revista Educação se tem a seguinte quantidade por seção: ―Ensino primario‖: 4; ―Plano de lições primarias‖: 3; não intitulada: 3; ―Sciencias naturais‖: 2; ―Plano de lições‖: 1; ―Estudos da natureza‖: 1. Isso permite afirmar que a maior parte dos artigos desse professor, publicados na mencionada revista estão na seção ―Ensino primário‖, 4 artigos, seguidos da seção ―Plano de lições pimarias‖, 3 artigos. Pode-se observar, também, por meio

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5 da observação dos títulos dos artigos, que esse professor abordou, quase invariavelmente, temas relacionados às ciências naturais (nove artigos). O Quadro 1 permite observar também que 1929 foi o ano em que o referido professor mais teve seus artigos publicados na Revista

Educação, sendo dois deles publicados no mesmo número da revista. 2.1 Apresentação de “Linguagem nas classes adiantadas”

No artigo intitulado ―Linguagem nas classes adiantadas‖ A. F. de Proença apresenta quatro lições como sugestão para professores tendo como ―Fim especial: Estudo de um trecho literario como preparativo para composição.‖ (PROENÇA, 1929, p. 153, grifos do autor).

Na primeira lição, que compreende as páginas 153 e 154, A. F. de Proença propõe que a professora escreva no quadro negro uma citação intitulada ―O sitio‖, extraída do livro

Sertões, de Coelho Netto, na qual o autor descreve, com riqueza de detalhes, uma paisagem

campestre. Na seqüência Proença propõe os passos a serem seguidos pela professora:

1. Leitura silenciosa pela classe.

2. Leitura, em voz alta, de palavras apontadas pela professora: calamada,

alto, aberta, cercado, paiol, alpendre, esfarpados, erguia-se, forno, dormia.

Insistir sobre a pronuncia de taes vocábulos, pois está muito generalizado o vicio da confusão entre os phonemas ‗l e ‗r.

3. Leitura expressiva por um ou mais alumnos. 4. Exercicio de visualização;

a) do conjuncto; b) das partes.

Por suas palavras e gestos, e por outros meios adequados formará a professora, em um espaço imaginario, o quadro completo, tal qual o autor o descreveu. As phrases, e bem assim os vocabulos, serão explicados de modo a evocarem imagens chromaticas, estereoscopicas, cinéticas e emotivas. Evitar a explicação por meio de definições e synonymia. O essencial é que o educando veja e sinta o que o autor viu e sentiu.

5. Situação [...] 6. Ponto de vista [...] 7. Ordem [...] 8. Detalhes [...] 9. Vocabulario [...]

Recomendar aos alunos que observem uma qualquer habitação rustica nos arrabaldes da cidade, para servir de thema na proxima aula de composição.

(PROENÇA, 1929, p.153-154, grifos do autor)

Centralizado na folha e abaixo da sequência de ações propostas encontra-se escrito ―2. Lição‖ e abaixo ―Critica‖. Nessa lição o autor transcreve o que sugere ser a fala de uma professora sobre a lição anterior.

Professora: Eu lhes havia recommendado que observassem o exterior de

qualquer habitação rustica nos arrabaldes da cidade. O presente trabalho seria, então, a leitura do quadro que tivessem observado.

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Noto, porem, que, com poucas excepções, vocês não attenderam aos meus conselhos. Em vez de pintarem cada um o seu quadro, limitaram-se a reproduzir a descripção que eu lhes apresentara como simples modelo. [...]

A falta de verdade é visivel e, portanto esses trabalhos não podem ser tomados em consideração.

Dentre as poucas composições que apresentam um certo cunho de originalidade e que, porisso, devem ser o resultado de observação propria dos autores, eu destaco para nosso exame a de F. Maria Izabel. (Escreve no quadro negro com as devidas correcções orthographicas). (PROENÇA, 1929, p. 154-155, grifo do autor)

Abaixo dessa transcrição encontra-se, centralizado na página, o título ―Uma chacara‖, seguido da composição elaborada por uma aluna. Na sequência se encontra a transcrição de uma diálogo entre a professora, a classe e a aluna (F. Maria Izabel). Seguida da transcrição da fala da professora na qual ressalta que, ainda que ―A scena está bem apanhada e descripta em estylo de certa sobriedade [...] mediante alguns retoques, o trabalho poderá apresentar forma ainda mais agradavel.‖ (PROENÇA, 1929, p. 156). A. F. de Proença apresenta, em seguida, um texto composto por diálogos diretos entre a professora, a autora da composição escolhida para a análise e os demais alunos da classe. Nesses diálogos o autor apresenta as sugestões dos alunos quanto a cada frase ou períodos constitutivos da composição e as intervenções e provocações da professora, assim como as modificações realizadas por ela considerando tais sugestões. Ele apresenta, também, a transcrição da composição após ser realizadas as alterações propostas pelos alunos e pela professora.

Na sequência encontra-se o título ―3. Lição‖ seguido de seu ―Fim especial: Estudo de um trecho literario, como preparativo para composição‖ (PROENÇA, 1929, p. 160). A. F. de Proença sugere que seja transcrito no quadro negro outra citação extraída de Sertões, intitulada ―A cabana‖, na qual Coelho Netto descreve o interior de uma casa.

O plano de estudo será approximadamente o mesmo q [sic] foi estabelecido para a 1. lição. A leitura de palavras isoladas, com o fim de exercitar as alumnas na pronuncia de certos phonemas, poder-se-á substituir pela leitura de phrases, com o fim de exercita-las nas elisões e ligações.

Terminado o estudo desse trecho, a professora recommendará ás suas alimnas que observem um determinado aposento da casa onde moram, ou, então, lhes apresentará uma estampa que represente o interior de habitação. Ahi estará o assumpto para a composição, cuja critica constituirá o objectivo da 4. Lição.‖ (PROENÇA, 1929, p. 161)

Em seguida, o autor apresenta considerações quanto aos benefícios de se utilizar o modelo proposto em seu artigo, que, segundo ele, segue um ―novo rumo‖. Afirma, finamente, que:

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A arte de compor, como todas as artes, se adquire pela imitação de bons modelos. Desta pratica, feita intelligentemente sob a direção dos mestres, é que hão de nascer as regras insdispensaveis para escrever com acerto e com belleza a nossa lingua.

Precisamos abandonar a rotina. A composição ainda é aquelle velho exercicio que se faz para corrigir erros de portugues. Façamos della um instrumento de cultura mental, apurador dos mais nobres sentimentos, creador de vontade, e sob o ponto de vista formal não tenha outro objetivo que não seja a formação do estylo.

O planos [sic] que apresentamos indica um novo rumo. É simples e tem a vantagem de ser economico. Resume-se no seguinte: examinar e sentir a obra artistica; compor sob a inspiração da obra examinada; analysar e corrigir a propria obra.

[...]

O plano é economico, dissemos. De fato, simultaneamente cultiva-se á expressão oral, desenvolvendo-se os sentimentos, permite-se a manisfestação da individualidade e põem-se em actividade as funcções mentaes de perceber, recordar, julgar, imaginar... (PROENÇA, 1929, p. 161-162)

3. Momento histórico de publicação de “Linguagem nas classes adiantadas” 3.1 Método intuitivo e lições de coisas

Como informei, o artigo ―Linguagem nas classes adiantadas‖, de A. F. de Proença, apresenta quatro sugestões de lições, cuja aplicação prática pressupõe que os alunos observem diferentes tipos de ambientes ou que o professor apresente ―[...] uma estampa que represente o interior de habitação. Ahi estará o assumpto para a composição [...]‖ (PROENÇA, 1929, p. 161).

A utilização de objetos ou estampas como preparativo para as lições decorre dos pressupostos do método intuitivo, o qual consiste no ―[...] ensino baseado na intuição, envolvendo o estudo das coisas e dos fenômenos do ambiente e da vida dos alunos; ‗lições de coisas‘.‖ (MORTATTI, 2004, p. 123). Esse método, desde a ―[...] segunda metade do século XIX [...], generalizou-se como o mais adequado à instrução das classes populares.‖ (SCHELBAUER, 2005, p. 132).

Segundo Schelbauer, o século XIX é marcado

[...] pelo fato de ter sistematizado e generalizado o ensino inicial, sem dependência de culto e atribuído ao Estado a função de difundir entre o povo as primeiras letras, desencadeando um amplo movimento em prol da difusão da educação popular, que culminou com a intervenção do Estado na criação da escola primária de ensino obrigatório, laica e gratuita e na conseqüente organização dos Sistemas Nacionais de Ensino, em diversos países (Schelbauer, 1998). Este século, por sua vez, viu proliferar as escolas normais, desencadeando um período de profissionalização do magistério (Nóvoa, 1987) e atribuiu um destaque especial à questão dos métodos.

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8 A ênfase na formação dos mestres e nos métodos, vinculados à educação popular, tornou esse período bastante propício ao debate sobre o método de ensino intuitivo. (SCHELBAUER, 2005, p. 133)

Ainda segundo Schelbauer (2005, p. 134), ―[...] se era unânime o reconhecimento do método [intuitivo] como o mais adequado à escolarização inicial, sua apropriação percorreu uma trajetória menos consensual.‖ Centravam-se, as discussões, entre outras questões, na compreensão em relação às ―lições de coisas‖, que para alguns, como para Leôncio de Carvalho, deveriam constituir-se como exercício a parte no programa de ensino, para outros, como Rui Barbosa, entretanto, elas deveriam estar inseridas em todo programa de ensino

(SCHELBAUER, 2005).

No caso específico do estado de São Paulo, a implantação do método intuitivo ocorreu oficialmente em 1887 em decorrência da publicação do Regulamento da Instrução Pública Provincial, aprovado em 22 de agosto do mencionado ano (SCHELBAUER, 2005, p. 143). ―Cria-se, a partir de então, o Conselho Superior de Instrução Pública (Ordem 1162) e inaugura-se a entrada oficial do ensino intuitivo na instrução pública provincial [...].‖

(SCHELBAUER, 2005, p. 144).

Segundo afirma Carvalho (2000 apud SCHELBAUER, 2005, p. 145)

[...] as modelares reformas republicanas implantadas nesse período em São Paulo revelam que a montagem do sistema público de ensino dependia, além dos novos métodos e processos intuitivos, do domínio desses métodos e processos através da experiência, do aprender vendo fazer, mostrando uma interdependência entre reforma, método e experiência. Esse é o momento, como argumentou Vidal (2000), em que se aprofunda a ―viragem‖ iniciada pelo ensino intuitivo no fim do século XIX, na organização das práticas escolares, que antes haviam deslocado a ênfase do ―ouvir‖ para o ―ver‖ e agora passam a associar o ―ver‖ ao ―fazer‖. O período republicano é considerado pela autora como o momento de consegração do método intuitivo. As mudanças destacadas como novidades pelo ―escolanovismo‖, nos anos 1920, estavam presentes desde o final do século XIX no imaginário da escola.

3.2 A Revista Educação

A Revista Educação foi fundada em 1927 pela fusão de duas outras revistas pedagógicas: a Revista da Sociedade de Educação, fundada em São Paulo, em 1922, por M. B. Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Renato Jardim; e a Revista Escolar, fundada também em São Paulo, em 1925, e dirigida pelo professor João Pinto da Silva, de responsabilidade da Diretoria Geral da Instrução Pública (MORTATTI, 2000a, p. 180-181).

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9 A Revista Educação, portanto, era, nos anos iniciais de sua publicação, de responsabilidade tanto da Sociedade Brasileira de Educação quanto da Diretoria Geral da Instrução Pública.

Dessa fusão, resulta vitorioso o grupo de dissidentes, ‗modernistas estremados, que transformaram a revista em um órgão de cultura bastante elevado, o que desagradou o professorado primario‘ e gerou oposição à revista, determinando uma fase de baixas tiragens. Editada por Irmãos Ferraz, com periodicidade mensal e ‗Commissão de Redacção‘ compostas, até 1930, por: Dr. Amadeu Mendes, Dr. Roldão de Barros, Prof. João Toledo, Dr. Carlos da Silveira, Prof. M. B. Lourenço Filho, Prof. Pinto e Silva, Dr. A. Sampaio Dória e Dr. Mário S. Lima [...]. (MORTATTI, 2000, p. 181).

Catani (1994) divide o ―ciclo de vida‖ da Revista Educação em quatro fases assim caracterizadas:

1. Outubro de 1927 a Agosto de 1930: período em que a revista tem a responsabilidade dupla da Diretoria Geral da Instrução e da Sociedade de Educação. 2. Outubro de 1930 a Julho de 1931: corresponde à ‗2ª Fase da Revista Educação‘, tal como aparece escrito, o periódico é editado como com o nome de Escola Nova. 3. Agosto de 1931 a Dezembro de 1947: período marcado por atrasos e dificuldades, a publicação ressurgiu com o nome original Educação e sem a participação da Sociedade de Educação. De dezembro de 1947 a março de 1951 dá-se a interrupção das edições. 4. Março de 1951 a Dezembro de 1952: a publicação ressurge, para novamente ser interrompida até 1961, quando dois últimos números marcam um esforço de retomar o empreendimento. (CATANI, 1994, p. 122, grifos da autora).

Para Mortatti (2000, p. 182) as diferentes orientações às quais a Revista Educação é submetida ―[...] resultam em diferentes revistas, cujo traço comum advém do fato de se apresentarem como ‗órgão‘ da Diretoria (Geral) do Ensino do Estado de São Paulo ou do Departamento de Educação.‖.

3.3 “Linguagem nas classes adiantadas” e o “segundo momento” da história da alfabetização no Brasil

―Linguagem nas classes adiantadas‖, de A. F. de Proença, foi elaborado, como afirmei, segundo a proposição do método intuitivo ou ―lições de coisas‖. O método analítico, decorrente do método intuitivo, foi proposto para todas as matérias escolares, inclusive o ensino da leitura. Em ―Linguagem nas classes adiantadas‖, seu autor apresenta como sugestão para os professores primários dois planos de aulas elaborados segundo os pressupostos do mencionado método. Em outro texto de sua autoria, esse professor afirma que ―[...] o método intuitivo é propriamente o chamado analytico-synthetico.‖ (PROENÇA, 1930, p. 18).

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10 Esse método foi ―institucionalizado‖ por Oscar Thompson (MORTATTI, 2000)14

e ocorreu por meio da publicação, principalmente, de dois documentos oficiais: Como ensinar

leitura e linguagem nos diversos annos do curso preliminar (DIRECTORIA..., 1911)15, assinado pelos inspetores escolares Miguel Carneiro, J. Pinto e Silva, Mariano de Oliveira e Theodoro de Moraes; e Instrucções praticas para o ensino da leitura pelo methodo analytico

– modelos de lições (DIRECTORIA...,1915), assinado por Mariano de Oliveira, Ramon Roca

Dordal e Arnaldo de Oliveira Barreto.

Esses documentos orientavam os professores a ensinar a ler por meio do método analítico, uma vez que esse método era considerado, por seus defensores, o mais científico, portanto mais eficaz para o ensino da leitura. Segundo os autores de Como ensinar leitura e

linguagem nos diversos annos do curso preliminar,

A leitura analytica partirá, pois, da sentença como expressão sensivel do pensamento. Sentenças curtas, feitas de preferencia pelo alunno, escritas no

quadro negro, SERÃO VISTAS E LIDAS COMO UM TODO. Depois que

o alumno se familiarizar e dominar um certo numero de sentenças, lendo-as facilmente por terem ligação lógica, serão ellas decompostas em palavras e estas em phonemas e letras. Assim será o processo do ensino:-

1º ver para entender; 2º entender para ver;

3º ler, por haver entendido. (DIRECTORIA..., 1911, p. 5, grifos dos autores)

Observe que, apesar de os passos propostos no documento Como ensinar leitura e

linguagem nos diversos annos do curso preliminar (DIRECTORIA..., 1911) referirem-se ao

ensino da leitura, A. F. de Proença, em ―Linguagem nas classes adiantas‖, utiliza passos muito semelhantes para elaborar dois planos de aula para o exercício da composição de ―textos‖. Esse professor, no referido artigo, sugere que o primeiro passo a ser seguido pelo professor seja a apresentação de um ―modelo‖ de texto, o que corresponde ao primeiro passo proposto no documento oficial Como ensinar leitura e linguagem nos diversos annos do

curso preliminar (DIRECTORIA..., 1911, p. 5), ou seja, ―[...] ver para entender [...]‖; o passo

seguinte proposto por A. F. de Proença é que os alunos leiam o modelo de texto para compreenderem-no, por meio do auxílio da professora, esse corresponde ao segundo e terceiro passos apresentado no documento Como ensinar leitura e linguagem nos diversos

annos do curso preliminar (DIRECTORIA..., 1911, p. 5), ou seja, ―[...] entender para ver

[...]‖ e ―[...] ler por haver entendido.‖. A. F. Proença (1929) propõe que após esses passos os alunos elaborem uma composição própria, utilizando a citação apresentada pela professora como modelo.

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11 A. F. de Proença, em ―Linguagem nas classes adiantas‖, destaca a importância dos ―bons modelos‖ e da ação direta do professor para ensinar, afirmando que ―A arte de compor, como todas as artes, se adquire pela imitação de bons modelos. Desta pratica, feita intelligentemente sob a direção dos mestres, é que hão de nascer as regras insdispensaveis para escrever com acerto e com belleza a nossa lingua.‖ (PROENÇA, 1929, p. 161).

Ele afirma ainda que ―O plano que apresentamos indica um novo rumo.‖ (PROENÇA, 1929, p. 161-162), essa afirmação parece indicar que nesse artigo ele atendeu aos ideais da

Revista Educação no período nomeado por Catani como ―1ª. fase‖ da revista, ou seja, A. F. de

Proença parece ter atingido o objetivo de

[...] contribuir de maneira prática e eficaz [...] para o progresso científico do ensino, animando a renovação de seus progressos e obstando a rotina. Propunha-se ainda a reproduzir a orientação oficial do ensino e os debates de maior importância travados na Sociedade de Educação, além de artigos e estudos dos mais adiantados pedagogistas do país. (CATANI, 1994, p. 123)

O cargo de Inspetor Geral do Ensino ocupado por A. F. de Proença quando seus artigos foram publicados na Revista Educação indica que o objetivo dessa revista em ―[...] reproduzir a orientação oficial do ensino [...]‖, como afirma Catani (1994, p. 123), foi atingido.

O autor do artigo analisado é bastante enfático nos planos de aulas apresentados em ―Linguagem nas classes adiantadas‖ no que se refere ao papel do professor, ele inclusive apresenta supostos diálogos entre professora e alunos, os quais evidenciam possíveis atitudes dos alunos que impediriam a aplicação do método proposto. Como réplica a essas atitudes ele apresenta as respostas adequadas a serem dadas pela professora e as providências que ela deveria tomar.

Destaco que A. F. de Proença não evidenciou para qual ano os planos de aula apresentados em ―Linguagem nas classes adiantas‖ são destinados. Essa omissão pode ser indicativa de que o autor objetivou que as sugestões apresentadas nesse artigo fossem úteis a todos os anos escolares, visto que para que os passos propostos no referido artigo fossem seguidos bastaria que os alunos soubessem ler e escrever.

As considerações de A. F. de Proença (1929) no que se refere à defesa de cientificidade da educação considerando o método intuitivo e analítico como meios para alcançá-la não destoam do que as autoridades educacionais prescreviam no momento histórico de publicação de ―Linguagem nas classes adiantadas‖, cujo conteúdo está em sintonia com os ideais educacionais defendidos por seus contemporâneos.

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12 Considerações finais

Por meio da análise realizada concluo que as considerações de A. F. de Proença em relação ao ensino da leitura e da escrita a crianças vêm ao encontro da defesa de cientificidade da educação considerando o método intuitivo e analítico como meios para alcançá-la. Tais considerações não destoam do que as autoridades educacionais prescreviam no momento histórico de publicação do artigo analisado, cujo conteúdo está em sintonia com os ideais educacionais defendidos por seus contemporâneos.

Referências

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______. Os sentidos da alfabetização: São Paulo 1876/1994. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

(13)

13 NERY, Ana Clara Bortoleto. A sociedade de educação de São Paulo: embates no campo educacional (1922-1931). 1999. 377f. Tese (Doutorado)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

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______. Palestras pedagogicas. São Paulo: Directoria Geral da Instrucção Publica — Departamento de Publicidade, 1930.

(14)

14 POLIANTEIA comemorativa do 1°. centenário do Ensino Normal de São Paulo. São Paulo: Gráfica Brescia, 1946.

SCHELBAUER, Analete Regina. O método intuitivo e lições de coisas no Brasil do século XIX. In. STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara (Org.). História e memória

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VULTO SOROCABANO. Net, São Paulo. Disponível em: <http://wwww.exfirmino.com/ Dariofotos.htm>. Acesso em: 09 mai. 2007, 18:59:01.

Notas

1 Da pesquisa de mestrado desenvolvida resultou o livro intitulado Série de leitura Proença (1926-1928) e o

ensino da leitura no estado de São Paulo (GAZOLI, 2011), disponível em:

<http://www.culturaacademica.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=205>.

2

A pesquisa, da qual resulta este texto, contou com auxílio da CAPES (período de vigência da bolsa 01/03/2008 a 31/08/2008) e da FAPESP (período de vigência da bolsa de 01/09/2008 a 28/02/2010).

3 Cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil – CNPq; certificado pela UNESP – Universidade

Estadual Paulista. Informações disponíveis em: <http://www.marilia.unesp.br/gphellb>.

4

Localizei, ainda, na Revista Educação 12 artigos de outros autores que mencionam a produção escrita e atuação profissional de Antonio Firmino de Proença. Os autores desses artigos são: Sud Mennucci, 3 artigos; Renato Jardim, 2 artigos; Antonio d‘Ávila, 2 artigos; autor não identificado, 2 artigos; Álvaro Soares, 1 artigo; Amadeu Mendes, 1 artigo; Auduino Estrada, 1 artigo.

5As informações sobre a vida e atuação profissional de Proença foram extraídas de: ―Vulto Sorocabano...‖ (19--),

Poliantéia... (1946), Melo (1954) e D‘Ávila (1946).

6 Por se tratar de pesquisa histórica, nesta e nas demais citações de títulos e trechos de documentos, mantive a

ortografia de época.

7

Até o momento não foi possível localizar o período em que esse professor atuou em cada uma das escolas nas quais lecionou ou dirigiu.

8 As informações sobre a produção escrita de A. F. de Proença foram extraídas de: Gazoli (2010).

9 Como integrante do GPHELLB e sob orientação de Maria do Rosário Longo Mortatti, escolhi esse livro como

corpus de análise, decorrente das atividades de iniciação científica (Bolsa PIBIC/CNPq/UNESP), da qual

resultou, em dezembro de 2007, o trabalho de conclusão de curso de Pedagogia (GAZOLI, 2007), no qual se encontram resultados de pesquisa derivada das reflexões apresentadas por Mortatti (2000).

10 Dácio Pires Corrêa nasceu em Tietê em 26 de outubro de 1895 e exerceu diversos cargos no magistério

nacional, dentre eles o de diretor geral da Instrução Pública do estado de São Paulo (MELO, 1954, p. 161).

11 A Revista da Escola Normal de São Carlos foi publicada entre 1916 e 1923, tendo ao todo 13 fascículos. Foi

um projeto desenvolvido pelos docentes da Escola Normal de São Carlos, poucos anos após a inauguração da instituição, em 1911. Nela foram publicados somente artigos inéditos escritos por docentes e diretores de escolas normais. (OZELIN, 2006, p. 35).

12 Sobre a criação e circulação desse periódico, ver: Silva (2007).

13 Periódico educacional fundado por Sud Mennucci e publicado pelo Centro do Professorado Paulista pela

primeira vez em março de 1934.

14

Foram muitas as discussões que culminou na ―institucionalização do método analítico‖ para o ensino da leitura. Apesar de relevantes elas não serão aqui discutidas devido aos objetivos propostos para este texto. Para um esclarecimento maior sobre essa questão conferir Mortatti (2000), especialmente o capítulo 2.

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