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Palavras-chave: Carl Gustav Jung. Psicologia Analítica. Arquétipos. Persona.

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Academic year: 2021

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INCONSCIENTE COLETIVO E O ARQUÉTIPO DA PERSONA: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS1

Fernanda Batista de Almeida2

Patrick Nascimento¹ Rosangela de Souza Ramos¹ Dayla Rocha Duarte Fiusa3

RESUMO: Carl Gustav Jung foi discípulo de Sigmund Freud e um dos mais proeminentes teóricos da chamada abordagem neo-psicanalítica. Designou conceitos importantes e muito difundidos na ciência da Psicologia contemporânea, como por exemplo, o inconsciente coletivo e os arquétipos. Portanto, o presente estudo far-se-á de forma introdutória, buscando identificar e analisar tais conceitos, articulando uma analogia, primordialmente, ao arquétipo da persona. Para tanto, o estudo prevalecerá de uma revisão bibliográfica de obras acadêmicas conceituadas nos derradeiros cinco anos, bem como em obras do próprio autor.

Palavras-chave: Carl Gustav Jung. Psicologia Analítica. Arquétipos. Persona. INTRODUÇÃO

Carl Jung formou-se médico e se especializou em psiquiatria. Ao conhecer o trabalho de Sigmund Freud, através da conhecida obra “A Interpretação dos

sonhos”, logo se comprometeu com o sistema da psicanálise, começando assim o

relacionamento conturbado de ambos.

Apesar de ter sido designado por Freud como herdeiro da psicanálise, Jung era um discípulo crítico, começando assim a criar seus próprios conceitos, a aprimorar os já existentes, divergindo da psicanálise ortodoxa e elaborando uma nova teoria da personalidade humana, a qual chamou de Psicologia Analítica. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, pg. 85-87)

11 Artigo premiado em 3º lugar no 2º Ciclo Científico da Unijipa.

2 Acadêmica (o) do 2º Período do Curso de Psicologia da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná –

UNIJIPA.

3 Pós-Graduada em Saúde Mental e em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Faculdade

de Rolim de Moura – RO, FAROL, Pós-Graduada pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió – AL, Professora do Curso de Psicologia da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA.

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Dentre os principais pontos de divergência, pode-se citar a com relação ao conceito de inconsciente. Ao contrário dos outros neopsicanalistas, Jung enfatizou o inconsciente ainda mais que o próprio Freud, investigando-o mais profundamente e acrescentando-o uma nova dimensão, mais profunda, onde conteria as experiências herdadas da espécie humana e além. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, pg. 85)

Trata-se do notório conceito do inconsciente coletivo, repositório de experiências humanas e pré-humanas universais herdadas, conhecidas também como arquétipos, o que se buscará analisar e identificar de forma mais detalhada a seguir.

1 O INCONSCIENTE COLETIVO

A parte mais profunda e inacessível da psique, o inconsciente coletivo é um dos conceitos junguianos mais controversos. Assim Jung o define, “um depósito dos processos mundiais encravados na estrutura do cérebro e no sistema nervoso simpático [que] constitui, na sua totalidade, um tipo de imagem mundial atemporal e eterna que contrabalanceia a nossa imagem consciente momentânea do mundo”. (apud RYCKMAN, 2008, p. 81, tradução nossa)

Destarte, tem-se que o inconsciente coletivo é um repositório de experiências universais, que se repetem a cada geração e, consequentemente, são herdadas pelas gerações subsequentes, mas não diretamente, mas sim são herdadas as potencialidades ou predisposições, as quais influenciam o comportamento atual. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, p. 93)

Para justificar metodologicamente seu conceito, Jung se apoiou em evidências coletadas em seus estudos sobre mitologia e história humana. Assim, quando se analisa a existência de elementos e temas comuns em civilizações ao longo do tempo e espaço, percebe-se a aparência repetitiva dos mesmos, sem que as mesmas tivessem contato. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, p. 94)

Jung (2000, p.51), ao buscar delibera-lo, diferencia-o do inconsciente pessoal da seguinte forma:

Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e, no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do

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inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e portanto não foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas à hereditariedade. Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos.

Aparece, assim, o conceito de arquétipo, intrinsicamente ligado ao do inconsciente coletivo, temas ou modelos recorrentes que se manifestam no mesmo, os quais serão fruto de melhor exame a seguir.

2 ARQUÉTIPOS

Segundo o próprio Jung (2000, p. 54), “o conceito de arquétipo, que constitui um correlato indispensável da ideia do inconsciente coletivo, indica a existência de determinadas formas na psique, que estão presentes em todo tempo e em todo lugar”.

Percebe-se assim, claramente, a inter-relação entre esses dois conceitos basilares em sua teoria. Mas o que viria a ser tal conceito? Assim elucida Ryckman (2008, p. 82, tradução nossa), “arquétipos são temas que existiram em todas as culturas através da história [...] a natureza de tais memórias são universais por causa de nossa evolução e estrutura cerebral comum”.

Desta maneira, esses temas ou imagens primordiais, como Jung também os chama, são experiências universais, existindo tantos quantos são as experiências humanas comuns a todos, gravados em nossa psique e expressos através de nossos sonhos. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, p. 94)

Em toda sua obra e, principalmente, em seu livro Die Archetypen und das

kollektive Unbewusste, Jung propôs os mais diversos arquétipos, como por exemplo,

a mãe, Deus, morte, nascimento (experiências básicas que ocorrem em todas as gerações), e outros distintos, entre eles, o self, a sombra e a persona, a qual se dará destaque em frente.

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Segundo Jacobi (apud RYCKMAN, 2008, p. 83, tradução nossa), o arquétipo da persona é “o compromisso [...] entre as demandas do ambiente e as necessidades da constituição interior do indivíduo”, ou seja, são máscaras que os indivíduos utilizam para melhor relacionar-se com as pessoas das quais convivem”.

Corrobora esse entendimento Schultz & Schultz (2011, p. 94), “o arquétipo da

persona é uma máscara, a face pública que usamos para nos darmos bem com uma

série de pessoas [...] Jung achava que a persona é necessária porque somos forçados a representar vários papéis na vida”.

Ao conceitua-lo, Jung (2000, p. 30) utiliza-se de sua conhecida linguagem culta,

Verdadeiramente, aquele que olha o espelho da água vê em primeiro lugar sua própria imagem. Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque a encobrimos com a persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por detrás da máscara e mostra a face verdadeira.

Destarte, concebe-se que o arquétipo da persona é uma dimensão exterior do indivíduo, aspecto relacional da personalidade, uma máscara adotada para relacionar-se no dia-a-dia com as diversas pessoas que compõe a sociedade. (DALGALARRONDO, 2008, p. 261)

Todavia, Jung nos adverte dos aspectos negativos da persona, no tocante ao indivíduo acreditar que ela reflete sua verdadeira natureza ou identidade, tornando-se aquele papel, assim, este não detornando-senvolveria sua personalidade por inteiro. Estornando-se processo ocorreria quando o ego se identificasse com a persona. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2011, P. 94)

Portanto, o pressuposto teórico de Jung (2000, p. 128) descreve o referido processo como:

O mundo exige um certo tipo de comportamento e os profissionais se esforçam por corresponder a tal expectativa. O único perigo é identificar-se com a persona, como por exemplo, o professor com o seu manual, o tenor com sua voz; dai a desgraça. É que, então, se vive apenas em sua própria biografia, não se é mais capaz de executar uma atividade simples de modo natural.

Nessa explanação, Jung pretende demonstrar que o arquétipo da persona pode ser prejudicial, no sentido de que quando essa “máscara” (quer ela seja profissional, social, etc.) se confunde com o próprio aspecto consciente da

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personalidade da pessoa, esta não mais representa um papel, mas sim se torna aquele papel.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depreende-se do estudo em tela que C. G. Jung foi um dos teóricos mais brilhantes da teoria da personalidade, porém, possui uma linguagem técnica que dificulta o acesso da população leiga. Faz-se necessário ao profissional da Psicologia adquirir tal conhecimento, identificando-o de forma acertada e analisando-o, para assim aplicar em sua vida profissional de forma satisfatória.

REFERÊNCIAS

JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

RYCKMAN, Richard M. Theories of Personality. 9.ed. Belmont: Thomson Wadsworth, 2008.

SCHULTZ, Duane P. SCHULTZ, Sydney Ellen. Teorias da Personalidade. 2.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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