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AS DIFICULDADES E OS DESAFIOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA FRENTE AOS ALUNOS COM AUTISMO

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Academic year: 2021

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AS DIFICULDADES E OS DESAFIOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA FRENTE AOS ALUNOS COM AUTISMO

Cristiane Cardoso da Silva

Professora da UNESC, Especialista em Educação Especial Inclusiva pela AVM do Rio de Janeiro.

Ana Lúcia Lara, Gesiele Santana Soriano Rodrigues, Mônica Moreira Gregório.

Acadêmicas do 8º Período do Curso de Pedagogia da UNESC.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa descrever as práticas pedagógicas desenvolvidas com crianças autistas no ensino regular. Assim é de suma importância que os professores tenham formação adequada para suprir a necessidade de aprendizagem e possa refletir a futura prática docente identificando o autismo através de características, facilita o trabalho, respeitando as especificidades de cada criança.

Diante disso, o acesso dos alunos autistas ao ensino regular tem colocado os profissionais da escola uma série de desafios, tanto na sala de ensino regular quanto nos trabalhos educativos para atender as necessidades especiais dessas crianças e, assim é necessário possibilitar a eles o acesso e a permanência frente uma aprendizagem significativa.

Dessa forma, o estudo indaga: quais as dificuldades e os desafios que os professores enfrentam na sua prática pedagógica com os alunos autistas?

MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia adotada para o desenvolvimento do presente trabalho foi o estudo de caso, pesquisa de enfoque qualitativo. Diante disso, abordamos a pesquisa de campo que foi realizada em uma escola de ensino regular no município de Cacoal, Rondônia, por meio de observação em sala de aula no período de estágio, onde havia aluno autista.

Logo, na disciplina de prática pedagógica da educação inclusiva proporcionou-nos a elaboração de questionários estruturados para compreendermos a temática proposta. Já que tínhamos conhecimentos teóricos buscamos entrevistar professores do ensino regular frente à prática pedagógica com criança autista.

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Posteriormente, com os dados coletados; realizamos as discussões sobre o assunto. Nesse sentido, segundo José Filho (2006, p.64) complementa que “o ato de pesquisar traz em si a necessidade do diálogo com a realidade a qual se pretende investigar e com o diferente, um diálogo dotado de crítica, canalizador de momentos criativos”.

AUTISMO NO CONTEXTO ESCOLAR

Ao abordamos a temática do autismo se faz necessário conhecer um pouco sobre esse transtorno, suas causas e alguns de seus sintomas. Segundo Léo Kanner (1943) transtorno do Espectro Autista ou Autismo é um transtorno global no desenvolvimento que tem influência genética e é causado por alterações em parte do cérebro, as crianças com autismos costumam apresentar alguns sintomas como: não respondem quando chamados pelo seu nome, ficam isoladas, não gostam de contato físico e visual, movimentos repetitivos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada e apresentam uma sensibilidade alterada. Todos esses sintomas costumam aparecer antes dos 3 anos de idade em sua maioria em crianças do sexo masculino. Assim Santos (2008, p.19) complementa:

Distúrbios no ritmo de desenvolvimento: O ritmo mais comum é uma descontinuidade na sequência normal do desenvolvimento. Distúrbios da motilidade: São os maneirismos, complexos e ritualísticos: exame dos dedos, borboleta- "flapping", caminhar na ponta dos pés, jogar-se para frente e para trás, ninar-se, balançar (acompanhado de rolar ou balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a cabeça contra a parede), rolar ou girar objetos. Distúrbio da percepção: Há falhas na modulação de estímulos com distorções na hierarquia normal, nas preferências dos receptores e uma incapacidade na habilidade de usar estímulos sensoriais para discriminar o que é importante ou não, ou seja, ocorre um erro de seletividade. Há alternância em procurar ou fugir de estímulos. Assim, certos estímulos o apavoram, como o barulho do liquidificador, ou rasgar papel, enquanto outros sons, que seriam desagradáveis para crianças normais, como o arranhar da unha em um quadro negro ou em uma lixa, são procurados com insistência.

No espaço educacional, para facilitar o convívio social dos alunos autistas, em sala de aula é necessária uma prática pedagógica de inclusão, criando situações de respeito. O

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professor deve ser objetivo em suas propostas, avisar os alunos autistas as mudanças nas suas rotinas antecipadamente para não gerar transtornos, e ter paciência é fundamental para um bom convívio em sala de aula sempre respeitando os limites dos alunos autistas.

Sendo assim ensinar um aluno autista é um grande desafio, mais também é um grande privilégio, pois segundo Bereohff (1994, p.11) “é uma experiência que leva o professor a rever e questionar suas ideias sobre desenvolvimento, educação [...] e competência profissional”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO.

Há grande carência de profissionais qualificados para receber alunos especiais, especificamente, crianças autistas. Durante a pesquisa constamos que a escola apresenta várias dificuldades, onde a inclusão dos alunos autistas é algo recente para os professores, os quais observamos ainda, que não possuem um conhecimento aprofundado sobre como alfabetizar e lidar com os alunos autistas em sala de aula no ensino regular. Notamos que a maior dificuldade é a superlotação da sala com alunos sem necessidades educativas especiais, sendo assim o aluno autista não recebe o suporte necessário pela professora, tendo em vista que as práticas desenvolvidas por muitos dos profissionais em educação tem como base um tendência tradicional, ou seja, os professores são apenas transmissores do conhecimento. Assim, Santos (2008, p. 9) afirma que:

A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras e se adaptara ao novo ambiente. Esse comportamento é algo confundido com a falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não estão preparados para lidar coma s crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso a informação na área.

Outro ponto observado é a dificuldade do professor na elaboração dos planejamentos, pois, a preocupação maior é alfabetizar os alunos do ensino regular e muita das vezes é necessário, a elaboração de dois planejamentos pela necessidade de atender as especificidades do aluno autista.

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Assim, ainda durante a observação foi constatado a interação dos alunos sem deficiência com o aluno autista; todos já entendem a necessidade do silêncio para a aprendizagem do aluno com necessidades educativas especiais. Evidentemente, Santos (2008, p.30) diz: “É de responsabilidade do professor a atenção especial e a sensibilidade dos alunos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas”. É importante destacar que o convívio do aluno autista na sala de ensino regular favorece sua socialização, o seu contato social e, não apenas, o seu desenvolvimento, mas o de seus colegas que a partir do contato com uma criança especial passam respeitar e aprendem a conviver com as diferenças.

Quanto ao professor, também precisa estar atento às necessidades desses alunos adaptando suas práticas pedagógicas, incluindo atividades de interação social, criando rotinas usando os jogos lúdicos como meio para o desenvolvimento dos alunos autistas, pois segundo Almeida (1999) “a educação lúdica leva o professor a transformar as circunstâncias que seus alunos estão inseridos, pois a ludicidade restitui a esse profissional a função de mediador no crescimento do educando, e assim estimula o interesse das crianças pelo conhecimento.” A atividade lúdica provoca e estimula a aprendizagem e o desenvolvimento de qualquer indivíduo, adultos ou crianças, deficientes ou não.

No entanto, a escola hoje tem é capaz de oferecer oportunidades para que crianças autistas tenham um avanço em seu desenvolvimento, e de acordo com o Congresso Nacional, no que diz respeito à educação, a legislação 12.764, de 27 de dezembro de 2012 que institui uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante perante o Art. 2º, Parágrafo VII –“o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis” por tanto é necessário que os professores busquem uma capacitação uma formação que renovem suas práticas pedagógicas, busquem conhecer as especificidades de seus alunos para suprir as suas necessidades e estejam abertos a mudanças, visto que esses alunos tem todo o direito de aprender e serem incluídos em sala de aula com uma educação de qualidade assegurada por lei, conforme o Art. 3º, parágrafo IV - que “todo autista tem direito à educação e ao ensino profissionalizante”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação inclusiva é um desafio constante na prática docente tanto daqueles que já estão em salas de aula quanto a nós, futuros professores. Certo que, não temos uma receita ou um

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método próprio para atuarmos frente aos alunos com e sem necessidades educativas especiais. Mas, temos que atentarmos para incluir todos nos processos educacionais.

Sendo assim, não podemos concluir esse assunto, porque ele não se esgota para as discussões e propostas que possam surgir em prol de melhorias com as crianças autistas.

Mas, possamos acreditar que as crianças com autismo podem estar inseridas em salas de aulas de ensino regular desde que acolhemos esse aluno e que o ambiente seja otimizado para a aprendizagem, pois assim podemos criar condições que possibilitem a criança autista um nível de conforto maior, interatividade social e concentração; fatores que colaboram para aprendizagem dos autistas.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, P. N. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 6. ed. São Paulo: Loyola, 1999.

BRASIL, Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/281/na-duvida-autismo-inclusao>. Acesso em 17 de agosto de 2017.

Disponível em : < http://www.pedagogia.com.br/artigos/autismo/index.> Acesso em 15 de agosto de 2017.

JOSÉ FILHO, Mario. A família como espaço privilegiado para a construção da cidadania. Franca: Unesp – FHDSS, 2006, (Dissertações e Teses, n.5).

SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: um desafio na alfabetização e no convívio escolar. São Paulo: CRDA, 2008.

Referências

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