História
Prof. Gerardo Neto
TEORIA E QUESTÕES
A construção do espaço territorial
brasileiro
Durante o século XVI, a ocupação portuguesa esteve limitada a trechos do litoral com o cultivo da cana de açúcar. Entre os séculos XVII e XVIII, a expansão da colonização portuguesa anulou, na prática, o Tratado de Tordesilhas, e as fronteiras do Brasil começaram a ser delineadas.
A EXPANSÃO DOS DOMÍNIOS PORTUGUESES NA AMÉRICA
A CONQUISTA DO LITORAL NORTE E DA AMAZÔNIA
No processo, vários fortes foram fundados, dando origem a várias cidades.
O litoral norte (da Paraíba até a foz do Amazonas), disputado por outros povos, foi conquistado por militares luso-espanhóis, durante a União Ibérica (1580-1640), expulsando os que ameaçavam o domínio ibérico na região.
Colonização portuguesa
Sec. XVI Limitada ao litoral
Sec. XVII e XVIII
Expansão
Superação de Tordesilhas Celebração de Tratados Sec. XIX Fixação das fronteiras
Os movimentos expansionistas: a) A expansão oficial e jesuítica b) A expansão bandeirante c) A expansão da pecuária
A CONQUISTA DO LITORAL NORTE E DA AMAZÔNIA
A atividade das ordens religiosas (jesuítas, carmelitas, franciscanos) foi fundamental na ocupação da região. A catequese, realizada nas Missões ou Reduções, assegurava a submissão dos indígenas que, cristianizados, tornavam-se súditos do rei.
Por outro lado, a extração das drogas do sertão e a escravização dos índios converteram-se em empreendimentos econômicos na ocupação da região.
A EXPANSÃO OFICIAL E JESUÍTICA
Visava ocupar áreas, principalmente ao norte de Pernambuco, ameaçadas por estrangeiros.
Resultou na conquista e incorporação do litoral norte e vale amazônico aos domínios portugueses.
Missões, fortes, extração das “drogas do sertão” e escravização de índios desempenharam papéis importantes na penetração portuguesa naquele território, disputado por outros povos. A EXPANSÃO BANDEIRANTE
1) Entradas Expedições oficiais.
Procuravam respeitar os limites de Tordesilhas.
Visavam explorar o interior, expulsar estrangeiros, atacar índios ou procurar riquezas.
2) Bandeiras
Expedições particulares.
Não respeitaram o meridiano de Tordesilhas.
Partiam de São Paulo para escravizar índios (bandeiras de apresamento), busca de metais e pedras preciosas (bandeiras de prospecção) ou destruir quilombos ou aldeamentos indígenas (sertanismo de contrato).
3) Monções
Expedições comerciais e fluviais → abastecer as áreas mineradoras
BANDEIRAS DE APRESAMENTO
BANDEIRAS DE PROSPECÇÃO
Entradas, bandeirasemonçõesforam os nomes dados as expedições ao interior da colônia nos séculos XVI, XVII e XVIII
exportações do açúcar, a Coroa portuguesa procurou estimular o bandeirismo prospector, voltado para a busca de pedras ou metais preciosos.
Com a experiência adquirida, os paulistas passaram a percorrer a região de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
No fim do século XVII, esses esforços resultaram na descoberta das primeiras regiões ricas em minérios.
A novidade espalhou-se rapidamente e, logo, uma grande quantidade de aventureiros dirigiu-se para a região. MONÇÕES
Bandeiras de comércio, que levavam mercadorias para as zonas mineradoras.
BANDEIRISMO
Diversos autores construíram uma imagem heroica e romantizada dos bandeirantes.
Mestiços rudes, vagavam pelos sertões, apresando índios, buscando ouro ou atacando quilombos.
Indiscutivelmente, foram um dos agentes da expansão territorial, mas cometeram inúmeros crimes, principalmente contra as populações indígenas, invadidas em seu habitat, caçadas, escravizadas e mortas. Sua contribuição para o
“alargamento das fronteiras”, que deu ao Brasil sua configuração geográfica atual, foi uma consequência inconsciente da luta desses “paulistas” pela sobrevivência.
A EXPANSÃO PARA O SUL
Por volta do século XVII, sobre a região Sul, convergiu um triplo
movimento colonizador:
• Os jesuítas fundaram Sete Povos das Missões.
• Os paulistas se estabeleceram no território, visando os rebanhos de gado, abandonados após a destruição das missões pelas bandeiras de apresamento.
• Em 1680, o governador do Rio de Janeiro, D. Manuel Lobo, fundou, a Colônia do Santíssimo Sacramento (Uruguai) Além de não considerar as demarcações do Tratado de Tordesilhas, a Colônia do Sacramento localizava-se em frente a Buenos Aires (no estuário da Prata), por onde eram escoadas as riquezas minerais da América espanhola.
ROTA DOS PERULEIROS DAS MINAS DE POTOSI
A presença portuguesa na região era devida a expansão da pecuária e as pretensões lusitanas no Prata.
A EXPANSÃO DA PECUÁRIA
Responsável pela ocupação e incorporação de duas áreas: Sertões nordestinos e Campos do Sul
Atividade complementar das economias açucareira e mineradora.
No sul, foi atividade econômica responsável pela incorporação de áreas antes pertencentes à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas.
A EXPANSÃO DA PECUÁRIA
• FATORES A União Ibérica.
Os avanços do bandeirantismo pelo interior. O trabalho missionário,
A coleta das “drogas do sertão”. A expansão da área mineradora e A expansão da pecuária,
tornaram sem efeito o Tratado de Tordesilhas.
Visando redefinir os domínios de Portugueses e espanhóis na América, foram feitos vários de tratados.
A Colônia do Sacramento no estuário do Prata, foi alvo de conflitos e disputas entre Portugal e Espanha, resultando na celebração de diversos tratados que acabaram redefinindo os domínios ibéricos na América.
O TRATADO DE MADRI (1750)
Diplomata a serviço da Coroa portuguesa, o paulista Alexandre de Gusmão foi responsável pelo Tratado de Madri (1750), o mais importante dos acordos de limites entre Portugal e Espanha que definiu o mapa do Brasil.
“A substância do Tratado [de Madri, 1750] consiste em concessões mútuas e na partilha de um imenso território
despovoado.
Nós cedemos a Portugal o que não nos serve e para eles será de grande utilidade; e Portugal nos cede a Colônia e o rio da
Prata que não os beneficia e nos destrói”.
(Francisco de Auzmendi, oficial maior da Secretaria dos Negócios Estrangeiros da Espanha e partícipe do Tratado)
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
01) Antes mesmo da chegada de Cabral ao litoral do atual Brasil, os “limites” da nova colônia portuguesa, haviam sido estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Todavia, até fins do século XVI a colonização portuguesa no Brasil tinha se limitado ao litoral. Foi entre os séculos XVII e XVIII que as fronteiras do Brasil começaram a ser delineadas. Ao começar o século XIX, o Brasil possuía, com algumas exceções, seus atuais contornos e dimensões territoriais.
Foram fatores que contribuíram para expansão dos domínios portugueses na América e a configuração territorial do Brasil, durante o período colonial:
I. a União Ibérica (1580-1640)
II. o extrativismo de drogas do sertão na Amazônia III. a instalação de fortes
IV. a ação de jesuítas com a criação de missões
V. as bandeiras paulistas em busca de índios, para escravizar, e metais
VI. a mineração com a expansão da colonização para o centro da colônia
VII. o desenvolvimento da cafeicultura na região sudeste Estão corretas as afirmações:
a) I, II, III, IV, V e VI apenas. b) I, II, VI e VII apenas. c) II, IV, e VII apenas. d) I, II, III, IV, V e VI apenas. e) todas as afirmações 02) (Unesp) Analise o mapa.
A partir do mapa, são feitas as seguintes afirmações: I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território do Brasil colonial foi resultado da partilha de 1494 entre as duas potências ibéricas.
II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma vez que as capitanias, relativamente independentes umas das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.
III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas pelos jesuítas estavam distribuídas na fronteira dos territórios portugueses e espanhóis.
IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto do lado Atlântico como do Pacífico, o que evitou, na região central do continente, vazios demográficos desde 1650.
Estão corretas as afirmações: a) I e II, apenas.
b) I, II e III apenas. c) III e IV, apenas. d) II, III e IV apenas. e) I, II, III e IV
03) O processo de expansão e conquista territorial que culminou com a incorporação da Amazônia ao domínio português esteve vinculado a diferentes situações.
a) iniciativa de colonos que se aventuravam na coleta de recursos naturais da região, como as “drogas do sertão”, ou formavam as “tropas de resgate”.
b) implantação da grande lavoura canavieira com base no latifúndio e no trabalho escravo negro, voltada para o mercado externo.
c) conflito entre colonos e missionários, que tinham, a respeito da população indígena, interesses diversificados.
d) prática de uma política oficial adotada pela Coroa, que incentivava o movimento expansionista e fazia realizar expedições para o reconhecimento da área.
e) ação das Ordens Religiosas que buscavam os indígenas para nucleá-los e catequizá-los, estabelecendo missões ou reduções. 04) A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da colônia.
As afirmações a seguir relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas atividades dominantes.
Estão corretas
a) apenas as afirmações I, III e IV b) Todas as afirmações
c) apenas a afirmação I d)apenas a afirmação II. e) apenas. as afirmações III e IV
05) (Covest) A ação das Bandeiras, no Sudeste e Sul do Brasil, se choca com as missões jesuíticas sendo frequentes, no século XVII, os conflitos entre bandeirantes e jesuítas porque:
a) as duas categorias disputavam o controle das minas de ouro já descobertas no Brasil.
b) os jesuítas impediram a importação de escravos negros no Sudeste e Sul do Brasil.
c) havia disputa entre latifundiários bandeirantes e missões jesuítas pela exportação de produtos agrícolas para a Metrópole. d) queriam os bandeirantes a plena liberdade dos indígenas. e) os bandeirantes capturavam e escravizavam o “gentio da terra”, valioso como mão-de-obra.
06) “Muitas bandeiras atuaram com o incentivo e a permissão do rei de Portugal. (...) Um dos meios para formar-se a bandeira, largamente usado em São Paulo, era a ‘armação’. O ‘armador’ entregava aos bandeirantes armas, mantimentos, utensílios variados e até escravos. Quando a expedição voltava, o lucro era dividido com ele, o financiador. (...) Era um negócio rendoso, mas de alto risco. Se alguns bandeirantes e financiadores ficavam ricos, outros perdiam a vida e o dinheiro. Mas a ambição do lucro era tamanha que, às vezes, a vila de São Paulo despovoava-se, ‘despejada pelos moradores terem ido ao sertão’, segundo uma ata da Câmara, em 1602.” (Júlio José Chiavenato, Bandeirismo – Dominação e violência)
A atividade bandeirante marcou a atuação dos habitantes da capitania de São Vicente entre os séculos XVI e XVIII. Sobre esta atividade podemos afirmar
1. As bandeiras partiam principalmente de São Paulo devido a falta de recursos da vila. Os paulista iam procurar, no sertão, soluções para a pobreza em que viviam
2. O ciclo do sertanismo de contrato visava combater os índios, que lutavam contra aqueles que lhes roubavam as terras e destruíam sua vida comunitária e, negros foragidos, que se aldeavam em quilombos.
3. A ação do bandeirismo contribuiu para a implantação de uma nova política colonizadora, aproximando índios e colonos.
4. Organizadas por particulares, as bandeiras eram formadas exclusivamente por homens brancos equipados com armas de fogo, botas e coletes.
Assinale alternativa correta. a) 1 e 3
b) 2 e 4 c) 1 e 2 d) 1, 2 e 3 e) 1, 2, 3 e 4
07) (Covest) “Construtores épicos do Brasil”, “raça de gigantes” são algumas das expressões usadas para identificar os bandeirantes, em virtude dos desbravamentos de terras que empreenderam no interior.
Analise o que se afirma em relação a eles:
1. atuaram como heróis civilizadores no sertão bruto onde disputavam a terra com indígenas selvagens e incultos; 2. provinham de uma região economicamente secundária da colônia e buscavam, nas Bandeiras, uma alternativa de sobrevivência; não respeitando os valores culturais dos indígenas;
3. destruíram as missões fundadas pelos jesuítas, alegando que os religiosos não respeitavam a cultura dos nativos. 4. eram oriundos de regiões fornecedores de grandes riquezas para a metrópole, podendo por esta razão, dedicar-se à conquista de territórios para Portugal;
5. foram sempre violentos no trato com os índios, mas seus defensores argumentavam que a violência era própria da época.
Estão corretas as afirmativas: a) 1 e 3
b) 2 e 5 c) 4 e 3 d)1 e 2 e) 4 e 5
08)(Covest) São considerados fatores decisivos para a expansão territorial brasileira no período colonial:
0 0. Bandeiras de preação que resgatavam índios e expedições fluviais, com as quais era feito o reconhecimento do terreno, com relação às riquezas a serem exploradas.
1 1. Monções de caráter comercial que partiam, na sua maioria, de São Paulo para o interior usando os rios como principais rotas.
2 2. O movimento de expansão das fazendas de gado do sertão pernambucano rumo ao sul: Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
3 3. A instalação de fazendas de gado e a exploração da borracha, por iniciativa de colonos paulistas na região do vale
amazônico durante o século XVII.
4 4. O trabalho missionário jesuíta e carmelita no vale amazônico, iniciado, no século XVII com a instalação de missões e exploração de produtos da mata.
09) (Enem) As terras brasileiras foram divididas por meio de tratados entre Portugal e Espanha. De acordo com esses tratados, identificados no mapa, conclui-se que:
Assinale a opção correta:
a) Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da foz do rio Amazonas.
b) o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico da América portuguesa.
c) o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa além da linha de Tordesilhas.
d) Portugal, pelo Tratado de Santo Ildefonso, perdia territórios na América em relação ao de Tordesilhas. e) o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental. 10) (Covest) A definição das fronteiras dos territórios da América, ocupados por portugueses e espanhóis, foi alvo de disputas. Neste sentido, é correto afirmar o que segue.
0 0. O tratado de Madri, assinado entre Portugal e Espanha, em 1750, garantiu aos portugueses o atual território do Rio Grande do Sul.
1 1. O tratado de Madri (1750) possibilitou mudanças na posse do território brasileiro; entretanto, não anulou o tratado de Tordesilhas.
2 2. O Tratado de Madri (1750), com base no principio romano do uti possidetis, reconheceu o domínio de Portugal sobre os vastos territórios espanhóis ocupados por aquele pais a oeste do Meridiano de Tordesilhas.
3 3. Deve-se ao tratado de Madri o estabelecimento das fronteiras entre terras espanholas e portuguesas na Amazônia, em Mato Grosso e na região sul do Brasil.
4 4. Em 1801, Portugal, que continuava com a posse dos Sete Povos das Missões, assinou com a Espanha o tratado de Badajós. Por este acordo, a Espanha renunciava às suas pretensões a este território.
