1- Breve historial do Hotel
A Exposição “Hotel da Praia do Sol – História de um Tempo e de uma Praia”, assinala o septuagésimo quinto aniversário deste hotel e não poderíamos deixar passar esta data tão importante em branco e sem a companhia daqueles que nos estimam e nos apoiam.
No âmbito da apresentação aos organismos competentes de um projecto de reabilitação arquitectónica, o Hotel da Praia do Sol promove uma exposição, produto de uma equipa de investigação composta por historiadores, mas também por arquitectos e designers.
Esta exposição tem como objectivo apresentar uma imagem do que era a Costa da Caparica nos anos 30 e da construção do Hotel, que constituiu o primeiro acto deliberado para a criação de um plano turístico para o concelho de Almada, a partir de um ideal defendido e perseguido pelo seu fundador, Manuel de Agro Ferreira.
O trabalho que agora se apresenta é o primeiro destino duma “viagem” que se inciou em 2006 e que nos ensinou algumas lições:
- A importância do Hotel no turismo da margem do Sul do Tejo, com o seu funcionamento ininterrupto, durante 75 anos e até aos dias de hoje;
- A importância da Gerência e liderança do Hotel, que teve o início com o Sr. Manuel de Agro Ferreira, depois com o Sr. João Agostinho Mouriz de Campos e, posteriormente, com o Grupo Vip Hotels.
A Visão, o Empreendedorismo, o Empenho, a Dedicação, o Sacrifício e a íntima ligação ao projecto, conforme nos testemunham os livros de hóspedes que datam desde 1934, bem como comentários de muitos clientes, têm sido uma fonte de inspiração para a actual gerência desde Janeiro de 2006.
A história do Hotel, do seu fundador, da Costa da Caparica e do Concelho de Almada, é um alicerce para o projecto de reabilitação arquitectónica, e é nosso objectivo que esteja sempre presente, hoje e no futuro.
2- Descrição do Hotel
2.1. A perspectiva da exploração hoteleira
O Hotel da Praia do Sol dispõe de 54 quartos, com casa de banho privativa, ar condicionado e TV por satélite, decorados de forma a proporcionar o máximo conforto em estadias de lazer e de trabalho. Pode ainda desfrutar de um gabinete de massagens terapêuticas, bar com mesa de snooker, spots de internet e salas de reuniões.
Encontra-se localizado numa rua pedonal, na principal zona comercial e de serviços da Costa da Caparica, a cerca de 200 metros da praia e a 15 minutos do centro de Lisboa, permitindo aliar as férias de touring cultural e urbano às férias de sol e mar.
A sul do rio Tejo e integrada numa área protegida, entre a montanha e o mar, a Costa da Caparica prolonga-se por quase 30 km de praia, constituindo uma das principais estâncias balneares de Portugal.
2.2. A perspectiva da Arquitectura e Engenharia
Trata-se de um edifício com cave e quatro pisos acima da cota de soleira, localizado em tecido urbano consolidado no centro histórico da vila da Costa da Caparica.
Sendo a primeira unidade hoteleira da Costa da Caparica e uma referência incontornável do turismo da margem sul, o edifício apresenta hoje uma configuração que resulta de diversas alterações e acrescentos desde o seu projecto original.
Da autoria do Arq.º Moreira Lemos, o Hotel da Praia do Sol ocupava inicialmente apenas parte da sua área actual, desenvolvendo-se já em três pisos, contando com 40 quartos e com um salão de chá e terraço ao nível do piso superior, apresentando uma linguagem arquitectónica modernista consentânea com a sua época.
Em 1947, o edifício sofre uma remodelação com a sua ampliação para a Rua dos Pescadores e o encerramento de todo o piso superior, aumentando a sua
capacidade de alojamento, tendo resultado numa configuração muito próxima da actual, ainda que do ponto de vista arquitectónico resultasse num empobrecimento da linguagem inicial.
Posteriormente, já em 1965, sofre nova alteração com o projecto da autoria do Arq.º Trindade Chagas que, no entanto, por razões que desconhecemos, é apenas executado parcialmente no tocante à remodelação interior, não tendo sido efectuada a intervenção prevista para as fachadas, que pretendia uniformizar e actualizar a sua linguagem exterior.
Do ponto de vista construtivo, o Edifício do Hotel da Praia do Sol caracteriza-se por uma construção onde coexistem e se combinam, fundamentalmente,
elementos de alvenaria de pedra e tijolo resistente, com estruturas e revestimentos de pavimentos em madeira. Na época da sua edificação, eram estes, essencialmente, os materiais que melhor combinavam com as necessidades duma construção que se pretendia rápida e o mais económica possível.
As alvenarias, quer de pedra quer de tijolo cerâmico resistente, tanto no exterior como no interior, são predominantes na construção dos elementos de suporte vertical que sustentam as cargas relativas aos pesos próprios dos pisos, dos seus revestimentos e das cargas de uso correspondentes à actividade de alojamento desenvolvida pelo Hotel. Os pavimentos são resolvidos com recurso ao vigamento de madeira de pinho, revestido a soalho igualmente de pinho. Como acabamentos, predominam como solução geral os rebocos e pinturas nas paredes e o recurso a azulejo vitrificado nas zonas húmidas de casas de banho e cozinha/zonas de serviço do Hotel. Nos pavimentos, destaca-se a solução antes referida de soalho de pinho, complementada com o recurso a revestimentos de mosaico hidráulico nas mesmas zonas húmidas que se enunciaram para as paredes. Os tectos são acabados com soluções de estafe e pintura. Realçam-se poucos elementos de acabamento que não sejam de construção simples e singela, o que combinado com o que se descreveu para a estrutura, nos remete para soluções de construção essencialmente económica, de execução rápida e onde se destacam questões de funcionalidade própria dum edifício de serviços direccionado para as suas funções de Hotel. Também no que concerne às
instalações das redes técnicas, pontificam soluções simples e sem elementos de destaque, ou seja, mantém-se a coerência antes referida de estarmos na presença duma construção simples e económica.
3- Ao longo dos 75 anos de existência do Hotel, como têm
encarado a evolução do mercado?
Há coisas que não mudaram nestes 75 anos. O bom atendimento, a valorização do contacto humano e o desafio de ultrapassar sempre a expectativa dos clientes, são práticas que não mudaram e que demonstram a importância dos recursos humanos, na sua motivação, competência, e no trabalho em equipa.
Por outro lado, houve uma grande evolução tecnológica, novas tendências de mercado e despertaram-se outras necessidades nos hóspedes. Pretendemos ajustar as instalações e o equipamento do Hotel para irmos ao encontro desta evolução, com maior eficiência na exploração hoteleira, que permitam que o Hotel da Praia do Sol continue a ser uma referência.
4- Realizaram obras no hotel neste último ano? Têm projectos
para tal?
As obras realizadas no último ano correspondem a intervenções no âmbito da manutenção e reparação, de modo a manter ao melhor nível possível a qualidade de serviços prestado aos nossos clientes. Note-se que a Gerência do Hotel tem feito, ao longo da vida do edifício, um notável esforço de manutenção do mesmo e só isso permite hoje perspectivar uma remodelação de fundo, em que se manterá o essencial do projecto inicial.
5- Como decorreu esta época estival na vossa unidade
hoteleira?
A Costa da Caparica não foi uma excepção à quebra verificada noutros destinos; assim, o Hotel da Praia do Sol sentiu igualmente um decréscimo,
ainda que ligeiro. Também à semelhança de muitos outros “players”, esta performance só foi possível devido a decréscimos de preços, uma vez qua as unidades de categorias superiores têm estado a praticar preços de 1, e às vezes 2 estrelas abaixo da sua categoria, o que arrasta para baixo os preços das unidades de categorias inferiores, por forma a serem competitivas.
A nossa opinião é que devemos acrescentar valor ao produto e não apenas baixar preços, como são exemplo os programas que criámos este ano, nos quais aliámos a oferta da Costa da Caparica à nossa unidade Hoteleira: programas de alojamento com aulas de surf, passeios de bicicleta e talassoterapia, só para citar alguns.
6- Quais as perspectivas para os próximos tempos?
Cada vez mais, é difícil dar tiros certeiros no futuro, mas julgamos que a primavera de 2010 vai ser o ponto de viragem desta época de “vacas magras”. A nossa principal aposta para fazermos a travessia da Época Baixa reside no mercado “Corporate” e de Grupos. Vai ser um Inverno onde deveremos estar ainda mais atentos, pois quem este ano “perdeu o comboio”, irá certamente ser mais agressivo em termos comerciais (leia-se “preços baixos”).
Estamos no mercado de uma forma positiva e a nossa meta é a renovação do Hotel da Praia do Sol, projecto no qual estamos muito empenhados. É nosso objectivo continuar a dotar de história e importância a primeira unidade hoteleira da margem sul do Tejo. Vamos certamente valorizar a Costa da Caparica e o seu Polis.
7- Prevêem novas unidades / remodelações?
7.1.Trabalhos de projecto em curso.
Actualmente, procede-se à execução de novo projecto de alterações visando a sua adequação aos diferentes programas e legislações em vigor, permitindo que, para lá da remodelação do edificado, se potenciem as relações sociais entre o objecto e as pessoas, visitantes e hóspedes, devolvendo-lhe o seu papel social e dinamizador.
Procurou-se intervir nas áreas públicas, privadas e de serviços do Hotel, incluindo as coberturas, articulando a arquitectura com as restantes especialidades envolvidas, respondendo às normas legais em vigor, especificas de cada uma delas, dotando assim o edifício de todas as condições necessárias ao seu bom funcionamento.
Paralelamente à reorganização espacial projectada, procurou-se implementar todas as infra-estruturas e redes de acesso necessárias, de forma a melhorar substancialmente a resposta do edifício às necessidades actuais e futuras de funcionamento, nomeadamente nas áreas da acessibilidade, segurança contra riscos de incêndio, instalações mecânicas e de segurança estrutural.
7.2. Outras unidades
A actual gestão do Hotel da Praia do Sol detém também a gestão da “Residencial Jardim da Amadora”, com 85 quartos, 1 restaurante e 6 salas de festas e eventos, que actua no mesmo segmento de mercado, bem como do restaurante “Pleasures”, no Parque das Nações, e está atenta a novas oportunidades de negócio de aquisição ou exploração de unidades hoteleiras na área geográfica da Grande Lisboa.
