• Nenhum resultado encontrado

Adriana Chebar Lozinsky Residente de 4 Ano Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Adriana Chebar Lozinsky Residente de 4 Ano Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica Escola Paulista de Medicina - UNIFESP"

Copied!
31
0
0

Texto

(1)

Adriana Chebar Lozinsky

Residente de 4° Ano

Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

(2)
(3)

Galactosemia

 Erro inato do metabolismo (da galactose)

 Doença autossômica recessiva

 Incidência: 1 a cada 50.000 nascidos vivos

www.unifesp.br∕centros∕creim www.pubmed.com-OMIM

(4)

Galactosemia

 Galactose é um monossacarídeo derivado da hidrólise da lactose (leite)

 A Lactose é convertida em glicose e galactose pela enzima lactase presente na borda em escova dos enterócitos

 Transportada pelo transportador sódio-glicose∕galactose

Galactose é metabolizada em glicose pela via Leloir do metabolismo

(5)

Galactosemia

(6)

Galactosemia- classificação

Galactosemia clássica ou tipo I:

 doença autossômica recessiva do metabolismo da galactose causada pela deficiência de galactose-1-fosfato uridil-transferase (GALT)

 Forma mais comum da doença

As deficiências das outras enzimas da via de Leloir também causam quadro de galactosemia, sendo mais raras. São doenças autossômicas recessivas: deficiência de Galactoquinase (GALK)(tipoII) e deficiência de uridil-difosfafo galactose-4-epimerase (GALE) (tipoIII)

(7)

Galactosemia clássica

 O gene que codifica GALT está presente no cromossomo 9p13

 São mais de 200 mutações, sendo a mais comum a pQ188R (troca da glutamina por arginina na posição 118)

 Esta é a mutação mais prevalente na população caucasiana, com frequência de 65% na Europa Ocidental Bosch AM. Classical Galactosemia revisited. J Inherit Metab Dis. 2006, 29: 516-525

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799) www.pubmed.com-OMIM

(8)

Galactosemia clássica

Sinais e sintomas com início precoce, no período neonatal:

 Após início da dieta com lactose, os pacientes apresentam perda de peso, vômitos e diarréia, além de dificuldades para alimentação

 Hipoglicemia e encefalopatia nos primeiros dias de vida

 Letargia e hipotonia

 Icterícia prolongada

 Hepatomegalia e esplenomegalia

 Sangramentos ou hematomas

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799) www.pubmed.com-OMIM

(9)

Galactosemia clássica

 Alterações hepáticas: hiperbilirrubinemia direta, aumento das transaminases, alterações nos testes de função hepática, coagulopatia e aumento dos aminoácidos plasmáticos (metionina, fenilalanina e tirosina)

 Anemia hemolítica

 Disfunção tubular renal: acidose metabólica, glicosúria, galactosúria, aminoacidúria e albuminúria)

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799) www.pubmed.com-OMIM

(10)

Galactosemia clássica

 Catarata: pode estar presente desde o nascimento. Ocorre pelo aumento da pressão oncótica exercida pelo acúmulo de galactitol no cristalino

Sepse no período neonatal, por E. coli. Nesses casos deve ser pensado em galactosemia

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799) Henderson H. BMC Ped. 2002 Walter JH e cols. Arch Dis Child 1999

(11)

Galactosemia – diagnóstico

Considerar como hipótese diagnóstica quando apresentar sinais e sintomas sugestivos de galactosemia:

vômitos, diarréia, failure to thrive, hipoglicemia persistente, dificuldades para alimentação, icterícia prolongada, hepatoesplenomegalia, letargia, hipotonia, catarata e sepse por E. coli

 Melhora clínica com pausa alimentar e administração de fluidos IV

CREIM www.unifesp.br Henderson H. BMC Ped. 2002 Bosch AM. J Inherit Metab Dis. 2006

(12)

Galactosemia -diagnóstico

 Exames laboratoriais inespecíficos para triagem de erro inato do metabolismo (gasometria venosa, lactato, amônia, ácido úrico, função e enzimas hepáticas, U, Cr, glicemia, HMG)

 Determinação de substâncias redutoras na urina (galactose): pode ser utilizada como primeiro rastreamento, mas não confirma ou descarta o diagnóstico, pois pode não haver galactosúria se o paciente estiver em pausa alimentar. Outras doenças hepáticas também podem levar a galactosúria

CREIM www.unifesp.br Henderson H. BMC Ped. 2002 Bosch AM. J Inherit Metab Dis. 2006

(13)

Galactosemia - diagnóstico

 Mais específico é a cromatografia urinária de aminoácidos e açúcares: presença de galactose e galactodil na urina

 Cromatografia plasmática qualitativa de aminoácidos

 Teste genético – identifica as mutações mais prevalentes, como a Q188R

 Padrão ouro para galactosemia clássica: análise quantitativa da atividade da GALT nos eritrócitos

Henderson H. BMC Ped. 2002 Bosch AM. J Inherit Metab Dis. 2006 Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

(14)

Galactosemia - diagnóstico

 Rastreamento neonatal:

Parte do teste do pezinho em vários países

 Baseado na análise quantitativa de galactose, galactose-1-fosfato e atividade de GALT

 Deve ser realizado até o quinto dia de vida e o RN deve estar sendo alimentado com leite materno ou fórmulas que contenham galactose

 Realizado através da análise dos eritrócitos do sangue

 Pode ser complementado com análise quantitativa das enzimas GALK e GALE

Celia I e cols. Pediatrics 2006 Bosch AM. J Inherit Metab Dis. 2006

(15)

Galactosemia - tratamento

 A galactose deve ser excluída da dieta assim que é levantada a suspeita diagnóstica :

 Nos lactentes pode ser substituída por fórmula a base de soja ou fórmulas hidrolisadas a base de caseína

 Com a introdução da alimentação complementar deve ser seguida dieta com exclusão total de leite e derivados (lactose-free). Na Europa também está indicada a exclusão de frutas e vegetais que contenham traços de galactose

(16)

Galactose -tratamento

 Suplementação de cálcio

 Dosagem de galactose-1-fosfato nos eritrócitos é realizada para avaliar as transgressões à dieta

 Em casos de crise de intoxicação aguda ou descompensação metabólica:

 Hidratação intravenosa, vitamina K se há coagulopatia, plasma fresco se necessário, antibiótico de amplo espectro

 Nos RN fototerapia

(17)

Complicações

 Mesmo com restrição de galactose, ocorrem as complicações a longo prazo

 Acredita-se que ocorram por existir síntese endógena de galactose

 Não está claro se o dano é causado intra-útero ou ao longo da vida. A via enzimática da galactose está desenvolvida a partir de 10 semanas de gestação e concentrações anormais de seus metabólitos já podem ser vistas com 20 semanas de gestação

 Deve haver dano intra-útero, porém também intoxicação contínua ao longo da vida

(18)

Complicações

 Neurológicas: QI baixo, alterações na fala, alterações cognitivas, ataxia, tremores, degeneração neuronal

 Crescimento: atraso no crescimento, baixa estatura na infância, porém altura normal na idade adulta

 Endocrinológico: mulheres normalmente apresentam hipogonadismo, hipergonadotrófico, com disfunção ovariana e amenorréia

 Densidade mineral óssea baixa: deve ser reposta

vitamina D e cálcio e monitoração com DMO a partir dos 6 anos

(19)
(20)

Frutosemia

 Erro inato do metabolismo também conhecido por intolerância hereditária à frutose

 Doença autossômica recessiva causada pela deficiência da enzima aldolase B ou frutose-1,6-difosfato aldolase (uma das enzimas da via glicogênica-gliconeogênica)

 Incidência: 1 a cada 20000 nascidos vivos

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7 www.pubmed.com - OMIM

(21)

Frutosemia

 Aldolase B é codificada no cromossomo 9q22.3

 Mais de 20 mutações já foram identificadas, sendo as mais comuns A149P (norte Europa), A174D (centro e sul Europa) e N334K (leste Europeu)

 É expressa no fígado, rim e intestino delgado

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7 www.pubmed.com - OMIM CREIM – www. unifesp.br

(22)

Frutosemia

A enzima Aldolase B é responsável pela clivagem da 1-fosfato em frutose-1-6-difosfato que irá atuar na

via

glicogênica-gliconeogênica.

O tracejado pontilhado

indica os pontos de

interrupção na via

encontrados na deficiência da aldolase B

(23)

Frutosemia

 Pacientes portadores deste transtorno permanecem assintomáticos até que consumam alimentos que contenham frutose

 Recém nascidos alimentados com leite materno não irão apresentar sintomas (lactose= glicose+galactose)

 Lactentes que estão recebendo fórmulas com sacarose ou alimentação complementar irão apresentar os sintomas (sacarose, sorbitol, frutose)

(24)

Frutosemia

Sinais e sintomas precoces:

 Vômitos e diarréia

 Dificuldade na alimentação

 Hipoglicemia com sudorese

 Tremores, palidez, acidose metabólica

 Irritabilidade e apatia

 Convulsão e coma

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7 Sánchez-Gutiérrez. J Med Genet. 2002; 39: e56-64

(25)

Frutosemia

 Sinais de toxicidade crônica (síndrome da toxicidade crônica):

 Baixo ganho pôndero-estatural

 Sinais de doença hepática: hepatoesplenomegalia, ascite, icterícia, coagulopatia, evolui com cirrose

 Acidose tubular renal, hipofosfatemia, insuficiência renal crônica

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7 Sánchez-Gutiérrez. J Med Genet. 2002; 39: e56-64

(26)

Frutosemia

 Indivíduos com frutosemia geralmente após a descompensação causada pela ingestão de frutose desenvolvem comportamento de aversão permanente a alimentos que contenham frutose (frutas, doces e alguns legumes) – este comportamento é conhecido como efeito Pavlov

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7 Sánchez-Gutiérrez. J Med Genet. 2002; 39: e56-64

(27)

Frutosemia - diagnóstico

 Suspeitar se o paciente refere na história:

 Ausência de sintomas durante aleitamento materno exclusivo

 Sintomas concomitantes com introdução de alimentação complementar (frutas)

 Comportamento de aversão com alimentos que contenham frutose

 Hipoglicemia sintomática recorrente

 Alteração hepática, renal e baixo ganho pôndero-estatural

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

(28)

Frutosemia - diagnóstico

 Exames laboratoriais inespecíficos para triagem de erro inato do metabolismo (gasometria venosa, lactato, amônia, ácido úrico, função e enzimas hepáticas, U, Cr, glicemia, HMG)

 Cromatografia urinária de aminoácidos e açúcares (frutosúria e hiperaminoacidúria)

 Teste sanguíneo de tolerância a frutose (cuidado com a hipoglicemia!) Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

(29)

Frutosemia - diagnóstico

 Biópsia intestinal ou hepática: análise quantitativa da atividade de frutose-1-fosfato aldolase e da frutose-1,6-bifosfato aldolase

 Histologia hepática: esteatose, fibrose periportal e alteração intralobular com perda de hepatócitos

 Teste genético – principais mutações (A149P, A174D e N334K)

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

(30)

Frutosemia - Tratamento

 Deve ser retirado permanentemente da dieta todos os alimentos que contenham frutose, sacarose e sorbitol

 É importante o acompanhamento nutricional especializado, já que um número grande de alimentos contém frutose na sua composição

 Deve-se dar atenção também aos medicamentos, pois na composição de muitos destes há sorbitol ou sacarose Ali M. E cols. J Med Genet. 1998; 35: 352-65

Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

(31)

Frutosemia - Tratamento

 Com o tratamento correto e permanente o paciente apresenta inteligência normal, recuperação do peso e da estatura e reversão das disfunções orgânicas (na sua maioria)

 Em caso de descompensação aguda, deve-se garantir suporte respiratório e cardiovascular, correção da hipoglicemia e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos

Ali M. E cols. J Med Genet. 1998; 35: 352-65 Wong D. IEM Digest – Molecular Genetics and Metabolism.2005; 85: 165-7

Wyllie R e cols. Pediatric Gastrointestinal and Liver Disease. Cap73 (795-799)

Referências

Documentos relacionados

Os métodos classificadores Support Vector Machine (SVM) e Análise de Componentes Principais (ACP), foram avaliados mediante análise visual, destacando as

Nos animais em que o fundo e as laterais da falha osteocondral eram constituídos por osso subcondral compacto, contendo poucos vasos sangüíneos, não foi observada remodelação óssea e

Para fins de vistoria e recebimento das chaves da unidade ora compromissada, a Operadora Hoteleira, a Mandatária ou a pessoa física ou jurídica por ela

Introdução: A caracterização de suspensão cirúrgicas eletivas em um centro cirúrgico, contribui para melhorias no gerenciamento da política de agendamentos

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

Contudo, a obtenção desses dados experimentais por técnicas convencionais é, em alguns casos, inviável economicamente, principalmente devido ao alto custo das

Este trabalho teve como objetivo desenvolver antioxidantes naturais de Achyrocline satureioides marcela e de Ilex paraguariensis erva mate, para adição em lingüiça toscana e