PEDAGÓGICA – O LIVRO DIDÁTICO, DESENVOLVIDA NA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS TENDO AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM Marília Bezerra de Santana Macedo – UNINORTE Solange Maria Chalub Bandeira Teixeira – UNINORTE RESUMO O pôster aqui apresentado tem como objetivo compartilhar um breve relato do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), enquanto estratégia de ensino e de aprendizagem no desenvolvimento da Disciplina de Projeto Interdisciplinar de Prática Pedagógica – O Livro Didático, integrante do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade do Acre – FAC, que tem como Mantenedora a União Educacional do Norte – UNINORTE, numa Turma do 1º Período. Sabese que um dos desafios enfrentados pelos educadores em sua prática docente diz respeito ao distanciamento de tempo que há entre os avanços tecnológicos e o uso das TICs no cotidiano do processo de ensino e de aprendizagem. Na tentativa de usar as TICs enquanto estratégia de ensino e de aprendizagem no desenvolvimento da disciplina tevese referenciada na metodologia do arco da problematização, a própria prática pedagógica, auxiliada por pesquisas bibliográficas como método de estudo e investigação e os resultados alcançados na referida experiência, embora num período de tempo de apenas um semestre, trazem resultados considerados significativos quanto à superação de desafios, bem como quanto à construção de aprendizagens significativas tanto por parte do professor quanto por parte dos alunos, promotoras de mudanças na realidade de onde se partiu.
Palavraschave: Prática Pedagógica, Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), Aprendizagens Significativas.
INTRODUÇÃO
A ação docente, manifesta especialmente pelo ato de ensinar, apresenta como uma de suas necessidades no que se refere à consecução de seus fins, a atitude de se comunicar.
A comunicação entre os diferentes pares, especialmente entre professor e aluno apresentase como requisito fundamental, uma vez que a essência da palavra comunicar está associada à ideia de convivência, relação de grupo, sociedade, etc. (KINPARA, 2006).
Buscar caminhos considerados adequados ao desenvolvimento da disciplina de Projeto Interdisciplinar de Prática Pedagógica, o Livro Didático, gerou a necessidade de uma aproximação do que representava o livro didático dentro das Políticas Públicas Educacionais, chegandose ao estudo do Programa Nacional do Livro Didático, o
PNLD, bem como do conjunto de ações no seu desdobramento, a exemplo das Campanhas Educativas de uso e conservação do livro didático, promovidas pelo Ministério da Educação (MEC). De forma paralela refletiase sobre o ensino de Ciências e Biologia e o quanto a experiência mostra a necessidade da promoção de ações interdisciplinares quase sempre frustradas pela incompreensão do que é a interdisciplinaridade e o quanto seria efetiva e proveitosa nas ações de integração dos elementos formadores de um currículo no âmbito das instituições de ensino.
A busca de um referencial teórico que permitisse a ampliação de um olhar foi premente e, na caminhada fezse consulta a Carvalho (2010) para quem é visível que as práticas que se realizam no interior da escola respondem a diferentes lógicas que funcionam como princípios geradores das práticas e correspondem a um sistema de disposição geral.
Para o autor no processo de reprodução cultural a relação decisiva que se impõe é a relação estabelecida entre transmissores e aquisidores a partir de determinados princípios da transmissão, entendidos como regras de hierarquia, regras de sequencia e critérios.
Trabalhar a prática pedagógica, seja como professor, seja como aluno, seja isolada ou seja como parte de um projeto interdisciplinar requer comunicação e para Kinpara (2006) é consenso entre os teóricos da área que não existe uma única atividade desenvolvida pelo ser humano que não seja, ou que não dependa, de alguma forma, de comunicação.
Segundo o autor, a comunicação é tão relevante no mundo moderno que seu estudo deveria merecer atenção especial, só que a necessidade de estudar as múltiplas formas de comunicação e, principalmente, seu papel nas relações interpessoais no âmbito escolar só recentemente vem sendo reconhecida.
O que se vive no cotidiano atual da sala de aula evidencia a premente necessidade que se tem de uma nova forma de diálogo. A relação professor x aluno tem sido fortemente influenciada pelas tecnologias da informação e da comunicação, as TICs.
potencializado pela explosão tecnológica tem alterado de forma significativa o contexto do processo de trabalho e de vida das pessoas. Com isso, segundo Gomes (2004) as instituições educativas precisam reorganizar seus espaços e tempos referenciadas pelas mudanças culturais e educacionais, criando possibilidades de maior comunicação e construção de conhecimentos de formas diferenciadas das convencionalmente experimentadas até aqui.
Compreendese, a partir do que aqui se põe que a prática pedagógica é influenciada pelo agir do professor e pelo agir do aluno, pois a relação existente entre ambos é interdependente, ou seja, o comportamento de um, influencia o agir do outro.
A prática pedagógica na ação docente requer a associação entre teoria e prática, espaço de articulação em que aluno e professor aprendem juntos a partir da seleção de escolhas, alternativas, teste a limites, questionamento de valores e atitudes, uso de métodos e tendências, (CAMPOS, 1999).
Ensinar e aprender são processos distintos, porém, articulados entre si e a prática pedagógica pode favorecer a autonomia e a criatividade do aluno, bem como contribuir no fortalecimento das relações de interação entre ele e o professor, uma vez que possui um caráter essencialmente comunicativo, (SENAC, 1997).
O USO DAS TICS NA AÇÃO DOCENTE: TEM INÍCIO A COMUNICAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO POR MEIO DAS TICS
A partir de questões problematizadoras como, as TICs poderiam contribuir na aproximação entre os atores participantes do desenvolvimento da disciplina e de que forma envolver os alunos com vistas a tornálos protagonistas da construção de aprendizagens significativas no seu processo de ensino e de aprendizagem referenciou se na Metodologia do Arco da Problematização defendida por Bordenave & Pereira (2004) como ponto de partida para a investigação da prática pedagógica.
A ação desenvolvida, sobretudo por ser uma ação experimental e inovadora dentro da relação posta, sinalizou a necessidade um acompanhamento individual e a partir dessa tomada de decisão teve inicio o desenvolvimento da tarefa de elaboração de um plano de aula dentro de um conteúdo de Ciências ou de Biologia de livre escolha por cada um deles.
A AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA NO OLHAR DO ALUNO
As atividades desenvolvidas na execução da disciplina com o uso das TICs trouxeram diferenciais ao processo de ensino e aprendizagem experimentados e, considerase que embora tenham surgido muitas dificuldades, houve, na mesma medida, a superação de cada uma delas.
Depoimentos dão conta de que a experiência foi inovadora, ampliando o horizonte do aluno para um mundo distante para muitos deles, o mundo das tecnologias:
“Considero que foi uma coisa inovadora, pois nunca tinha usado esse recurso como uma forma de avaliação. Só utilizava a internet para desenvolver pesquisas diversas e com isso até me ajuda a me interessar mais por este acessório que nunca tinha utilizado para nada. De fato, foi uma experiência até legal em questão de email. Não sabia nem para onde ia, só sabia que existia”. (Aluno A).
Observase nos depoimentos abaixo que, mesmo alunos que tinham alguma familiaridade com o uso das TICs, apresentaram limitações quanto ao domínio operacional do computador:
“Para mim foi um desafio por não conhecer muito a tecnologia do computador. Com esse trabalho tive mais experiência de aprender a usar o computador e elaborar um projeto e estudar mais. Foi muito difícil para mim, mas valeu à pena, pois ganhei muita experiência e concluo que tudo nessa vida é preciso correr atrás, em especial, dos nossos objetivos.” (Aluno X).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência foi marcada por forte aproximação entre professor e aluno, expressa não apenas pelo uso do computador e internet, mas pelo uso do telefone, bem como pelo atendimento presencial no decorrer das atividades.
A aproximação entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem requereu ações organizadas, uma vez que uma característica da aprendizagem evidenciada em dispositivos midiáticos foi a efetiva comunicação.
Nesse sentido, o acompanhamento individual a cada aluno foi um ponto tido como fundamental ao sucesso do trabalho. Acreditase, inclusive, que se assim não fosse os resultados coletivos e individuais não poderiam ser mensurados na perspectiva
Destacase, também que, embora o tema Livro Didático pareça longe ou nem ser mencionado no decorrer das atividades, dele, do seu estudo e da sua utilização partiu a escolha dos temas de aulas a serem estruturadas na forma de um Plano de Aula.
Trabalhar as TICs foi uma experimentação única no sentido de se ver o quanto é possível inovar no ato de ensinar e no ato de aprender. Professor e alunos foram desafiados a experimentar uma nova forma de trabalhar a disciplina e os resultados demonstram que dificuldades foram superadas, aprendizados novos surgiram, relações foram fortalecidas e sementes de inovação e motivação foram lançadas no fértil solo do fazer educativo.
Expressase, assim, a gratificação pela tarefa realizada e a motivação de continuidade com vistas ao alcance de maiores e melhores resultados.
REFERÊNCIAS
1) BORDENAVE, Juan Diaz e Adair Martins Pereira. Estratégias de Ensino Aprendizagem. 25ª Edição. Petrópolis. RJ: Editora Vozes Ltda, 2004.
2) CAMPOS, Maria Cristina da Cunha. Didática de Ciências: o ensino aprendizagem como investigação. Maria Cristina da Cunha Campos, Rogério Gonçalves Nigro. Ilustrações de Mário Pitta. São Paulo: FTD, 1999;
3) CARVALHO, Mark Clark Assen de Carvalho. Práticas, rituais de avaliação e cultura da Escola. Rio Branco: Edufac, 2010;
4) GOMES, Heloisa Maria. A ação docente na Educação Profissional. Heloisa Maria Gomes, Hiloko Ogihara Marins. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2004;
5) KINPARA, Minoru Martins. Comunicação Educativa na relação professor aluno. Minoru Martins Kinpara. João Pessoa: Edufac, 2006;
6) SENAC. Departamento Nacional. Pinheiro; Maria Helena B. Gonçalves. Rio de Janeiro: Ed. SENAC Nacional, 1997.