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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA

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Academic year: 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA

Ementa: Representação. Ação Civil Pública. Uso irregular de vôos da Força Aérea Brasileira por Ministros de Estado. Violações: art. 37 da CF; art. 10 e 11 Lei 8.429/1992; art. 1º do decreto 8.432/2015.

HUMBERTO SÉRGIO COSTA LIMA, brasileiro, casado,

Senador da República (PT/PE)portador da carteira de identidade RG nº 1167257, inscrito no CPF/MF 152.884.554-49, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Bloco A, Ala Teotônio Vilela, Gabinete 25, CEP 70.165-900, Brasília, DF;

LUIZ LINDBERGH FARIAS FILHO, brasileiro, casado,

Senador da República (PT/RJ), portador de cédula de identidade RG 13.449.272-7 - IFP/RJ, inscrito no CPF 690.493.514-68, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado

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Federal, Anexo II, Bloco A Ala Teotônio Vilela, Gabinete 11, CEP 70.165-900, Brasília, DF;

MARIA DE FÁTIMA BEZERRA, Senadora da República

(PT/RN), portadora de cédula de identidade RG n.º 285.404 SSP/RN, inscrita no CPF n.º 160.257.334.49, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Bloco A Ala Teotônio Vilela, Gabinete 03, CEP 70.165-900, Brasília, DF;

ROBERTO REQUIÃO DE MELLO E SILVA, brasileiro,

casado, advogado, jornalista e Senador da República (PMDB/PR), portador da Cédula de Identidade Civil RG nº 258.890-0 SSP/PR, inscrito no CPF/MF nº 056.608.909-20, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Bloco A, Ala Teotônio Vilela, Gabinete 18, CEP 70.165-900, Brasília, DF;

RANDOLPH FREDERICH RODRIGUES, brasileiro,

Senador da República (Rede/AC), portador de cédula de identidade RG nº 050360 SSP/AP, inscrito no CPF 431879432-68, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal Anexo II Bloco A Ala Teotônio Vilela Gabinete 07 CEP 70.165-900, Brasília, DF;

VANESSA GRAZZIOTIN, brasileira, casada, Senadora da

República (PC do B/AM), portadora de cédula de identidade RG nº 8/R472659 SEG/SC, inscrita no CPF nº 161.146.202.91, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Bloco A Subsolo, Ala Alexandre Costa, Gabinete 03, CEP 70.165-900, Brasília, DF;

PAULO ROBERTO GALVÃO DA ROCHA, brasileiro, em

união estável, Senador da República (PT/PA), portador da carteira de identidade RG nº 2313776, inscrito no CPF nº 023.660.102-49, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado

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Federal, Anexo II, Bloco A, Ala Teotônio Vilela Gabinete 08, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

PAULO RENATO PAIM, brasileiro, casado, Senador da

República (PT/RS), portador de cédula de identidade RG nº 2587611, inscrito no CPF nº 110.629.750-49, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo I, 22º Andar, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

JORGE NEY VIANA MACEDO NEVES, brasileiro,

casado, Senador da República, portador da carteira de identidade nº 64331 SSP/AC, inscrito no CPF nº 969.804.868-53, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Bloco B, Ala Ruy Carneiro Gabinete 01, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

LÍDICE DA MATA E SOUZA, brasileira, divorciada,

Senadora da República, portadora da carteira de identidade nº 01.083.952 e inscrita no CPF nº 146.720.495-15, com endereço funcional na Praça dos Três Poderes, Senado Federal Anexo II Bloco A Ala Teotônio Vilela Gabinete 15, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

MARIA REGINA SOUSA, brasileira, solteira, Senadora da

República, portadora da carteira de identidade nº 113867, inscrita no CPF nº 053.54733-34, com endereço funcional na Praça dos Três Poderes, Senado Federal Anexo II Bloco A Térreo Ala Afonso Arinos Gabinete 06, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

GLEISI HELENA HOFFMANN, brasileira, casada,

Senadora da República (PT/PR), portadora de cédula de identidade RG nº 3996866-5 SSP/PR, inscrita no CPF sob nº 676.770.619-15, com endereço funcional na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Ala Teotônio Vilela, gabinete 04, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

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ÂNGELA MARIA GOMES PORTELA, brasileira, casada,

Senadora da República, portadora da carteira de identidade nº 1.499.828-0 e inscrita no Cadastro das Pessoas Físicas sob nº 199.653.032-15, com endereço funcional na Praça dos Três Poderes, Senado Federal Anexo II Bloco A Térreo Ala Afonso Arinos Gabinete 10, CEP 70.165-900, Brasília/DF;

AFONSO BANDEIRA FLORENCE, brasileiro, casado,

deputado federal, portador da cédula de identidade nº 15.127.532-7, inscrito no CPF nº 177.341.505-00, com endereço funcional na Câmara dos Deputados – Anexo IV – Gabinete nº 317 – Brasília/DF

LUIZ PAULO TEIXEIRA FERREIRA, brasileiro, casado,

deputado federal, portador da cédula de identidade nº 8172235, inscrito no CPF sob o nº 024.413.698-06, com endereço, nesta Capital à Praça dos Três Poderes, Câmara dos Deputados, Anexo III, gabinete 381, Brasília/DF, vêm, por seus advogados abaixo subscritos, com fundamento no artigo 5º, XXXIV, letra "a", e artS. 3º, 17 e 18 do Código de Conduta da Alta Administração Federal, apresentar,

REPRESENTAÇÃO

Contra Elizeu Lemos Padilha, brasileiro, casado, no exercício do cargo de Ministro Chefe da Casa Civil, com endereço no Palácio do Planalto – Praça dos Três Poderes – 4º Andar – CEP 70.150-900 – Brasília/DF;

Alexandre Moraes, Ministro de Estado da Justiça e Cidadania, com endereço

profissional Esplanada dos Ministérios, Palácio da Justiça, Bloco T, Edifício Sede, CEP: 70064-900, Brasília-DF; Raul Belens Jungmann Pinto, Ministro de Estado da Defesa, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios Bl. Q - Ed. Sede - 6º andar, Brasília – DF; José Serra, Ministro de Estado das Relações Exteriores, com endereço profissional no Palácio Itamaraty, Esplanada dos Ministérios - Bloco H, CEP 70.170-900; Brasília/DF, Henrique Meirelles, Ministro de Estado da Fazenda, com

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endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco P, 5º andar – Gabinete, CEP 70.048-900, Brasília/DF; Maurício Quintella Malta Lessa, Ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil; com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco R, 6º Andar 70.044-900 Brasília/DF; Blairo Borges Maggi, Ministro de Estado da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 8° Andar – Gabinete, CEP 70.043-900 Brasília/DF; José Mendonça Bezerra Filho, Ministro de Estado da Educação, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco "L" 8º Andar – Gabinete, CEP 70.047-900 Brasília/DF; Marcelo Calero

Faria Garcia, Ministro de Estado da Cultura, com endereço profissional na

Esplanada dos Ministérios, Bloco "B", 4º andar – Gabinete, CEP 70.068-900 Brasília/DF; Osmar Gasparini Terra, Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 8° Andar, CEP 70.050-902, Brasília/DF; Ricardo

José Magalhães Barros, Ministro de Estado da Saúde, com endereço

profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco "G", 5° Andar, Sala 510, CEP 70.058-900, Brasília/DF; Marcos Antônio Pereira, Ministro de Estado da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco J, Sala 600, CEP 70.053-900, Brasília/DF;

Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho, Ministro de Estado de Minas e

Energia, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco "U", 8° Andar, CEP 70.065-900, Brasília/DF; Dyogo Henrique de Oliveira, Minitro de Estado interino do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco K, 7º Andar, CEP 70.040-906 Brasília/DF; Gilberto Kassab, Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco E, Sala 400, CEP 70.067-900 Brasília/DF; José Sarney Filho, Ministro de Estado do Meio Ambiente, com

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endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 5º Andar, CEP 70.068-900 Brasília/DF; Leonardo Carneiro Monteiro Picciani, Ministro de Estado do Esporte, com endereço profissional na SIG, Quadra 4, Lote 83 - Centro Empresarial Capital Financial Center, Bloco C, CEP 70.610-440 Brasília/DF; Marx Beltrão Lima Siqueira, Ministro de Estado do Turismo, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco U, 3º Andar, CEP 70.065-900 Brasília/DF; Helder Zahluth Barbalho, Ministro de Estado da Integração Nacional, com endereço profissional na Esplanada dos Ministérios, Bloco E, 8º Andar, Sala 801, CEP 70.067-901 Brasília/DF;

Bruno Cavalcanti de Araújo, Ministro de Estado das Cidades, com

endereço profissional em SAUS Qd. 1, Lotes 1/6, Bloco H - Ed. Telemundi II, CEP 70.070-010 Brasília/DF; Geddel Vieira Lima, Ministro de Estado da Secretaria de Governo da Presidência da República, com endereço profissional na Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto, 4ºandar, CEP: 70.150-900, Brasília-DF, tendo em vista a prática de condutas lesivas ao erário, violadoras de normas constitucionais e legais dispostas no art. 37 da Constituição Federal; art. 10 e 11 da Lei 8.429/1992; e art. 11 da Lei 12.813/2013, pelas razões a seguir expostas:

1. No último dia 7 de Novembro de 2016, foi revelado em reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, sob o título: “Ministros

ignoram normas em 238 viagens pela FAB ”.(doc. Anexo), que, em cinco

meses da gestão de Michel Temer, os Ministro de Estado, aqui indicados, utilizaram por 781 (setecentos e oitenta e uma) vezes aviões da Força Aérea Brasileira para deslocamentos pelo país, sendo que em 238 (duzentos e trinta e oito) deles tiveram como destino ou origem a respecitva cidade de residência, sem justificativa adequada divulgada nas agendas oficiais.

2. Segundo a reportagem:

“Os dados analisados compreendem o período de 12 de maio a 31 de outubro. O cruzamento das viagens dos

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titulares do primeiro escalão com as respectivas agendas oficiais, realizado ao longo de três semanas, mostra que uma prática comum adotada por alguns ministros é cumprir agendas nas cidades de origem às sextas ou segundas-feiras, tendo, assim, a sua partida ou retorno para Brasília devidamente justificado à FAB. O levantamento também localizou ministros que utilizam as aeronaves oficiais para voltar a Brasília na segunda-feira, após passar o fim de semana em casa, com a justificativa de que teriam compromissos cedo na capital federal e não haveria tempo hábil para chegar se usassem voos de carreira.”

3. Dentre os casos apontados pela reportagem destaca-se o do Ministro de Estado da Justiça, Alexandre de Moraes, maior utilizador das aeronaves. Segundo afirmam as jornalistas Isadora Peron e Carla Araújo:

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é o campeão de viagens e o recordista de translados entre Brasília e sua cidade de origem, São Paulo. O ministro viajou 85 vezes de avião da FAB nesses cinco meses de governo Michel Temer, sendo que 64 delas tinham como destino ou origem a capital paulista. Em 46 ocasiões, não há justificativa na sua agenda para as viagens nem compromissos oficiais que expliquem por que em dias de semana o ministro opta por sair de São Paulo para um evento em outro Estado, e não de Brasília. Ao menos 14 vezes Moraes fez o trajeto Brasília-São Paulo numa segunda-feira.

4. Ao tratar das principais distorções praticadas pelas autoridades objeto da presente representação a reportagem traz as seguintes informações:

“Rota. O segundo colocado do ranking de viagens para a

cidade de seu domicílio é o ministro das Relações Exteriores, José Serra. É raro o ministro divulgar sua agenda oficial na internet. O chanceler voou com a FAB 52 vezes, sendo que em 85% dos casos está a rota entre a capital e

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São Paulo. Nessas 44 viagens, apenas uma, a do dia 25 de outubro, tem uma justificativa: o ministro participou de um Fórum de Comércio Exterior, organizado pela CNI. O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, que também é de São Paulo, é o terceiro a fazer mais vezes o trajeto entre a capital paulista e Brasília, ou vice-versa. Dos 65 trechos que o ministro fez nos cinco meses, 44 deles, ou seja, em 68% das vezes, o destino ou a origem dos aviões foi São Paulo. Em quase metade desses voos – 21 – não há explicação na agenda para os deslocamentos. Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, usou aviões da FAB 48 vezes, sendo que 33 delas foi para ir ou voltar de São Paulo. Em pelo menos 19 casos não havia agenda divulgada na internet que justifique a viagem. Dessas 19, em quatro ocasiões a assessoria argumentou que foram agendas internas e uma dessas foi para o Rio, num sábado. Um comportamento identificado no caso de Meirelles é ele ir no fim de semana para a capital paulista, mas ter agenda só na segunda. Após informado do teor da reportagem, a assessoria do ministro apresentou justificativas com agendas oficiais de todas as viagens. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também figura na ponta do ranking. Das 42 viagens feitas em cinco meses, 23 têm como destino ou origem Porto Alegre, sendo que em 16 não há explicações em sua agenda. Ao menos dez vezes Padilha viajou às segundas e outras cinco usou aeronaves da FAB na sexta-feira. Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, também usou aviões FAB para retornar à sua cidade: Salvador. Das 24 viagens em cinco meses, quase 80% delas tiveram como destino a capital baiana. Em todos os casos, nada consta na agenda.

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5. O gráfico da abaixo sintetiza os principais dados do farto levantamento feito pela reportagem:

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6. A presente representação visa assegurar a tutela de interesses de natureza difusa materializados em flagrante lesão aos princípios que regem a administração pública e a normas que regem o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira, faltas éticas que ensejam tomada de providências desta Comissão, sem embargo das demais sanções por meio das esferas judiciais competentes.

7. Não se pode deixar de destacar que o descumprimento das normas mencionadas ocorre em momento especialmente restritivo, de acordo com a política implementada pelo próprio Governo Federal e que impõe desmedidos sacrifícios às classes sociais que mais necessitam da atuação estatal e dos instrumentos orçamentários para garantia de políticas públicas voltadas à inclusão social.

8. Enquanto para os setores socialmente mais vulneráveis a gestão do governo federal implementa agenda austera não legitimada pelas urnas e representada por iniciativas como a famigerada “PEC dos Gastos”, o anúncio da Reforma da Previdência, a extinção, sucateamento ou rebaixamento de estruturas públicas responsáveis por importantes políticas voltadas à cultura, promoção dos direitos de pessoas com deficiência, dos direitos humanos, etc., gestores públicos ocupantes de cargos estratégicos, como as autoridades representadas impõem irregularmente grave lesão ao erário, por meio de gastos desmedidos com o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira.

9. Com efeito, a flagrante irregularidade praticada pelos representados é verificada pelo descumprimento do decreto nº 8.432, de 9 de Abril de 2.015 que assim dispõe:

Art. 1o Fica suspensa a utilização de aeronaves do

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domicílio, na forma do inciso III do caput do art. 4o do Decreto

no 4.244, de 22 de maio de 20021, para as autoridades de que

tratam os incisos III e IV do caput do art. 1o desse

Decreto.

10. Como aponta a reportagem do Jornal “O Estado de São Paulo”de forma direta os representados descumpriram sistematicamente a norma, o que se demonstra pela ausência de compromissos que justificassem viagens a serviço, na forma preconizada pelo art. 11, da lei 12.813, de 20132,

ou razões de segurança.

11. Ainda de acordo com a reportagem o descumprimento da norma ocorreu também de forma oblíqua quando os representados, igualmente de forma sistemática, passaram a artificializar rotina de compromissos em suas cidades de origem para assegurar a aparente regularidade do uso das aeronaves da FAB.

12. Neste particular, fica patente a violação ao que preceitua o art. 37 da Constituição Federal e o princípio da moralidade administrativa3, por

meio do claro desvio de finalidade que marca o agendamento de compromissos em real desconexão com o interesse público, e o gasto potencialmente mais vultoso e lesivo ao erário do que o despendido por meio do pagamento de bilhetes comerciais.

1 Art. 4º As solicitações de transporte serão atendidas nas situações abaixo relacionadas, observada a

seguinte ordem de prioridade:

I - por motivo de segurança e emergência médica; II - em viagens a serviço; e

III - deslocamentos para o local de residência permanente.

2 Art. 11. Os agentes públicos mencionados nos incisos I a IV do art. 2o deverão, ainda, divulgar,

diariamente, por meio da rede mundial de computadores - internet, sua agenda de compromissos públicos.

3 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

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13. Referidas condutas ceifadas pelo gravíssimo vício do desvio de finalidade ou de poder, além de afrontar gravemente o princípio da moralidade administrativa protegido pelo art. 37 da Constituição, violam claramente a lei de improbidade administrativa:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou

regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de

competência;

14. Ora, conforme demonstrado o decreto nº 8.432, de 9 de Abril de 2.015 suspendeu taxativamente a autorização para que viagens para o local de residência dos representados fossem feitas com o uso de aviões da Força Aérea Brasileira, sendo inapelável o descumprimento de referida norma regulamentar.

15. Agrava-se a caracterização das irregularidades apontadas pelo fato de terem transcorrido, em parte, durante período eleitoral, tornando ainda mais lesivas as condutas das autoridades representadas.

16. E, ainda, há que se apurar qual a extensão da lesão ao erário, pois sabidamente o custo do vôo em aeronave da FAB é superior a preços operados pela aviação comercial, de tal modo que se evidencia de antemão o descumprimento do art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,

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malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

17. Por todo o exposto, requer-se, por meio da presente representação para a instauração do competente procedimento administrativo com o fulcro de aplicar a necessária sanção às autoridades representadas, e, ainda, subsidiar a recomendação por parte desta Comissão da demissão de referidas autoridades pelo Presidente da República.

Brasília, 08 de Novembro de 2016.

GABRIEL DE CARVALHO SAMPAIO

OAB/SP nº 252.259

SAMUEL GOMES DOS SANTOS

OAB-PR n.º 15121

ROMEU OLMAR KLICH

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