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Venda centralizada faz Espanha
faturar 38% a mais com TV
O F E R E C I M E N T O
S E G U N D A - F E I R A , 1 3 D E J U L H O D E 2 0 1 5
R$ 1,33 mi
arrecadou o São Paulo contra
o Coritiba, no maior público do
Brasileirão: 59.612 pessoas
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 2 9 4
A Liga BBVA venceu a queda de braço pelo modelo de venda centralizada dos direitos de mídia do Campeonato Espanhol.
A entidade fechou com a Tele-fónica pelos direitos domésticos do torneio nos canais fechados por € 600 milhões para a tempo-rada 2015/16, valor 38% superior ao arrecadado pelos clubes na comercialização individual no ano passado: € 230 milhões no total.
A cifra coloca o certame es-pahol na quarta colocação entre as ligas mais valorizadas do mun-do, superando a badalada Bunde-lisga (€ 485,5 milhões), mas ainda muito atrás da inglesa Premier League (€ 6,9 bilhões), da italiana Serie A (€ 915 milhões), e da fran-cesa Ligue 1 (€ 748,5 milhões).
Os números são da venda local dos direitos. Com a negociação internacional, liderada pela Me-diaPro, a Liga BBVA espera arre-cadar outros € 600 milhões. Ainda resta saber se a empresa de telefonia estenderá o acordo para
a TV aberta, elevando a classifica-ção dos espanhóis no ranking dos mais valorizados na Europa.
A Telefónica, dona dos direitos audiovisuais de Barcelona, Celta, Espanyol e Real Sociedad, terá ainda exclusividade sobre a Liga Adelante e a Copa do Rei.
O fim do impasse ajudou a de-finir a data de início do Espanhol: 22 de agosto. Com o calendário acertado, as negociações devem ganhar força no Brasil na próxima semana. Segundo a Máquina do Esporte apurou, a briga está
pola-rizada entre ESPN e Esporte Inte-rativo. Fox e SporTV aguardam a aquisição para iniciar as tratativas para sublicenciar o torneio.
Até a última edição, o Espanhol era transmitido por SKY e ESPN, com prioridade alternada na exi-bição dos jogos, por cerca de US$ 15 milhões anuais. O torneio era um dos protagonistas da grade do Sports+, que confirmou em junho o encerramento de suas ati-vidades no Brasil. Os valores para a nova rodada de negociações ainda são desconhecidos.
POR PRISCILA BERTOZZI
gerente de novos negócios da Máquina do Esporte
POR DUDA LOPES
O fato é bastante conhecido e já
vi-rou um clichê entre aqueles que
tra-balham com marketing esportivo: a
grande vantagem desse segmento
é transformar um fã do esporte em
um fã da marca. Na prática, isso não
é tão simples. E uma boa
demons-tração disso é que os modernos
es-tádios brasileiros ainda carecem de
parceiros com esse objetivo.
Com a Copa do Mundo e as
no-vas estruturas, as empresas já têm
mais noção do quão importante são
os eventos esportivos para os
negó-cios, tanto em camarotes quanto em
plataforma de produtos e serviços.
No entanto, quando se trata do
con-sumidor final, sentado ali na
arqui-bancada, ainda há uma dificuldade.
A chave desse objetivo, claro, é
li-gar a marca ao momento de prazer.
Mas, para isso, não basta aparecer
como uma simples mídia. A Allianz,
por exemplo, pode ter ganhado uma
grande visibilidade e um grande
co-nhecimento de marca com o estádio
palmeirense, mas não há, por ora,
ações que criem um real
engajamen-to da marca com o público presente.
Na Arena Corinthians, uma
mar-ca fora do meio e sem ligação com
o clube deu um passo mais firme
nessa direção. A Natura conseguiu,
de alguma forma, criar ligação com
o público presente. Nenhuma outra
marca que tenha comprado
publici-dade no local conseguiu fazer algo
próximo à Natura (leia na página 4).
Hoje, ações do tipo são rara, mas
isso deve mudar. Com o
incremen-to das novas arenas, incremen-tornou-se mais
fácil fazer ações. Faltam, no
entan-to, bons exemplos e ideias no país.
Nada que uma espiada em território
americano não dê umas boas ideias.
Brasil ainda não vê estádio
como plataforma de marketing
D A R E D A Ç Ã O
A Maratona do Rio de Janeiro celebra recorde no público feminino na edição deste ano. Quase metade dos participantes será formada por mu-lheres na distância de 21 quilômetros. No percur-so principal, a porcentagem chega a 30%.
Os números surpreenderam até os organiza-dores. Em 2013, a porcentagem de mulheres na meia maratona era de 38,5%. No ano passado, impulsionado por outras provas dessa distância feitas só para mulheres, o número foi para 45%.
No trajeto de 42 quilômetros, os homens ainda são ampla maioria, mas a diferença também já foi maior. Em 2013, as mulheres eram só 21%.
Já no trajeto mais simples, de seis quilômetros, chamado de Family Run, as mulheres mantêm outro status. Nesse caso, são maioria. Neste ano, 63% dos participantes são do público feminino.
A organização da prova dá três hipóteses para
esse aumento de interesse: “busca pelo peso ideal, desejo de melhor qualidade de vida e dis-ciplina na conquista dos objetivos e resultados”.
Além do públi-co feminino, a or-ganização da Ma-ratona divulgou outros números da prova deste ano, que contará com 26 mil parti-cipantes. Um dos dados
apresenta-dos se refere ao número de turistas que correrão no percurso carioca. Entre os inscritos, mil são de fora do Brasil. Ao todo, 61 países estarão envolvi-dos. A maioria dos estrangeiros é argentina, com 300 atletas. Chile e EUA vêm a seguir.
Maratona do Rio celebra recorde de
inscrições femininas em prova
4 A relação entre franqueados da
Poderoso Timão, rede de lojas oficiais do Corinthians, com o clu-be e com a franqueadora SPR não está nada boa. Com a economia do país em crise, algumas lojas lidam com problemas financeiros e, nos últimos meses, o número de unidades caiu de 130 para 80.
Falta de produtos, artigos caros, e poucas opções de pagamento para o cliente são algumas das reclamações dos lojistas, que se sentem pouco atendidos pelo clube e pela SPR, responsável por gerir a rede de franquias. Além disso, as franquias alegam não ter benefícios para promover a rede.
O caso se tornou público após a página do Facebook da loja lo-calizada no Shopping Frei Caneca
explicitar a insatisfação. “Fun-do de propaganda sen“Fun-do des-viado, sem contar mais de 200 milhões que foram investidos na SPR em 2013 e o dinheiro sumiu”, dizia a publicação.
Segundo a mensagem, a associação dos franqueados se reuniu com Andrés Sanchez, ex-presidente do clube, e com Luiz Felipe Santoro, advogado do Corinthians, mas o encontro não teria surtido nenhum efeito. A ESPN teve acesso à lista de exigências feita pela Associação de Franqueados da Poderoso Ti-mão (AFPT), que reúne 11 lojistas. Entre os pedidos, estão ingressos para relacionamento, venda de entradas em todos os estabele-cimentos, multa para atrasos e
prestações de contas da SPR. A SPR alegou que as quedas das vendas aconteceram por cau-sa da Copa do Mundo e da crise econômica. E disse que renego-ciaria as dívidas com as lojas.
Até 2013, a Poderoso Timão era vista como exemplo de lojas oficiais de clubes. Eram mais de cem unidades franqueadas, além de algumas lojas próprias.
POR REDAÇÃO
A Natura resolveu usar os torcedores do Corin-thians para fazer um vídeo em homenagem ao Dia dos Pais, em agosto. Na última quinta-feira, no jogo contra o Atlético-PR, a empresa fechou mídia no telão e nos painéis de LED da arena do time para fazer uma surpresa a alguns torcedores.
Sem anúncio prévio, a marca de cosméticos gra-vou um filme com filhos fazendo declarações de amor aos pais. Na Arena Corinthians, com a marca da Natura, os vídeos foram exibidos nos telões.
Em seguida, a câmera filmava nas arquibancadas cada um que havia gravado o filme ao lado do próprio pai, que não sabia da ação realizada.
Cada imagem exibida sensibilizou os 32 mil pa-gantes na arena, que aplaudiram as declarações. Os vídeos foram antes da partida e no intervalo.
A Natura confirmou que a ação foi só no jogo, mas agora o plano entra em nova fase: ser trans-formado em um vídeo para a internet. A ideia é viralizar as filmagens, que serão colocadas no ar semanas antes do Dia dos Pais.
A empresa usou a arena para criar o clima de surpresa e tocar o público presente, mas não hou-ve nenhum acordo específico com o Corinthians. Por isso, a marca e nome do clube não deverão ser usados na campanha que irá para a internet.
Natura busca vídeo viral com ação na Arena Corinthians
Em crise, franqueados do
1 - BANCO: BRADESCO
Enquanto a concorrência buscou a exposição do futebol, foi o único que olhou para as Olimpiadas, ao apoiar a candidatura do Rio para 2016. 2 - MONTADORA: CHEVROLET
Adotou estratégia pesada nos últimos três anos, apoiando primeiro mais de 20 campeonatos estaduais e, depois, fechando com o Brasileirão e a CBF.
3 - BENS DE CONSUMO: HYPERMARCAS
Mexeu com o mercado de patrocínio em 2009, ao investir em Ronaldo no Corinthians. Assim, tornou a empresa popular pouco após ter sido criada. 4 - ALIMENTOS: NESTLÉ
Em 2005, apostou na volta da família aos estádios de futebol. Depois, salvou o time de Osasco de vôlei da falência e agora guia a marca pelo esporte.
5 - BEBIDA NÃO-ALCÓOLICA: RED BULL
Montou um time de futebol da marca que agora chega à Série A-1 do Paulista e Série D do Brasileiro. E promove a marca com eventos pelo país. 6 - BEBIDA ALCÓOLICA: AMBEV
Foi a primeira marca brasileira a patrocinar a Copa do Mundo, em 2010. Ago-ra, é a líder do projeto de sócio-torcedor que atingiu 1 milhão de pessoas.
7 - ELETRÔNICOS: SAMSUNG
Patrocinou o Corinthians em 2005, depois o Palmeiras e, tirada dos dois clubes, decidiu investir na CBF. Hoje, é a única do segmento no futebol. 8 - VAREJO: NETSHOES
Uma loja online de esporte era certeza de fracasso em 2005. Hoje, a Netsho-es é referência no e-commerce e ainda invNetsho-este em patrocínio no país.
9 - TELEFONIA: VIVO
Em 2005, decidiu apostar no futebol, vôlei e basquete. Com isso, abriu o caminho para que todas as concorrentes investissem no esporte no Brasil. 10 - MATERIAL ESPORTIVO: NIKE
Marca que mais presença teve na década. Primeiro com CBF, Corinthians e Flamengo. Depois, na corrida. Hoje, consolidou a marca no futebol.
Na penúltima série dos 10 Mais da Máquina do Esporte, destacamos as dez marcas, em dez diferentes segmentos que tiveram destaque na última década por investir no esporte brasileiro. Confira a lista
6
SPORTV
10h • Brasil x Nicarágua (vôlei praia fem.)
13h • Brasil x Aruba (vôlei praia masc.)
16h • Judô
19h50 • Ginástica Artística (medalha)
SPORTV 2
11h • Vôlei de praia
13h45 • Ginástica Artística (medalha)
16h35 • Vôlei de praia
21h • Judô (medalha)
O PAN NA T V
SPORTV 3
14h • Saltos Ornamentais
21h • Vôlei de praia
RECORD
14h25 • Gin. Artística e Salto Ornamental
RECORD NEWS
10h • Brasil x Nicarágua (vôlei praia fem.)
13h • Brasil x Aruba (vôlei praia masc.)
14h • Saltos Ornamentais (medalha)
17h • Judô
18h30 • Trinidad e Tobago x Uruguai (fut)
POR REDAÇÃOApós o final do Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, os organizadores de Toronto prometiam reali-zar uma edição ainda mais econômica do evento. A cidade mexicana gastou 28% a menos do que o Rio de Janeiro-2007. Os canadenses, por sua vez, proje-tavam investimentos, à época, em R$ 2,4 bilhões, o que tornaria o Pan do Canadá mais de 30% mais ba-rato do que o Brasil, recordista de gastos até então.
Quatro anos depois, a promessa não foi cumprida. Toronto-2015 estourou em mais de 150% sua previ-são de gastos inicial, a maior parte deles pagos pela prefeitura ou pelo governo de Ontário, atingindo um montante de R$ 6,5 bilhões. Patrocinadores privados bancaram 30% desse custo, provocando insatisfação.
Alguns fatores ajudaram para que o orçamento sofresse contínuos aumentos. Inicialmente, estava prevista a construção de cinco novas arenas. No fi-nal, foram inauguradas dez instalações. O histórico do Canadá em estouro de orçamento vem de
Mon-treal-1976, quando os gastos se tornaram estratosfé-ricos, gerando prejuízo de US$ 2 bilhões que só foi quitado pela prefeitura da cidade 30 anos depois.
Quase 40 anos após a malfadada experiência, o es-touro orçamentário de Toronto também tem “razão olímpica”. A maior cidade canadense quer usar o Pan para catapultar a candidatura aos Jogos Olímpicos de 2024. As cidades têm até 15 de setembro para postular à sede no Comitê Olímpico Internacional.