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O Professor do Ensino Superior

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Academic year: 2021

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V.7,N.1(2018) Página 13

Linha Editorial: Pesquisa Científica

O Professor do Ensino Superior

Celiane Aparecida Caovilla (FCSGN)1

Humbelina Silva Siqueira Lopes2 Hidelvani Nunes Silva 3

Sueli Sanches4 Arlete Tavares Buchardt5 Lilian Christian Domingues de Souza6

Robson Cavalin Rodrigues7

Resumo: Este artigo resulta de uma pesquisa bibliográfica sobre a docência no ensino superior, que tem por objetivo fornecer elementos para a reflexão sobre a ação dos docentes do ensino superior. Para a realização desse trabalho, foram selecionados reflexões teóricas que pudessem contribuir para a definição do ser docente do ensino superior. Levantamos informações sobre a constituição desse grupo, que deve possuir conhecimentos sobre a área em que atua e procurar uma formação pedagógica que o auxilie no desenvolvimento das atividades educativas junto aos estudantes, para formar novos profissionais com a competência que se exige deles.

Palavras-chave: Ensino superior; docência; profissional.

Abstract: This article is the result of a bibliographical research on non - higher education documentation, which has as objective, elements for a reflection on an action of higher education teachers. For the accomplishment of work, were selected theoretical reflections that contribute to the definition of a professor of higher education. We gather information about the constitution of this group, which must have knowledge about an area in which it operates and look for a pedagogical training that is not a development of educational activities with students, to train new professionals with a competence that demands their own.

Keywords: higher education; teaching; professional. 1. INTRODUÇÃO

1Licenciada em História (UNIC/MT), especialista em Sociologia da Educação (UNEMAT/MT), Psicopedagogia (UNIL) e Tecnologias na Educação (UFMT/UAB/MT). E-mail: celiane_01@hotmail.com.

2

Doutora em Ciência do Solo, Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Email: humbelinasiqueira@gmail.com

3

Graduação em fisioterapia. Faculdade de ciências Sociais Aplicadas de Sinop, FACISAS, Brasil.nego_hidel@hotmail.com

4

Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas - Paraná (1984), mestrado em Química pela Universidade Estadual de Maringá (1997) e doutorado em Química pela Universidade Estadual de Maringá ssanches.quimica@hotmail.com

5

Mestra em Crítica Textual pela Universidade Federal da Bahia. atbuchardt@gmail.com

6 Doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011)

lilianagronomia90@hotmail.com

7

Mestre em Física pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL, Pelotas-RS, 2014). E-mail: robsonufpel@gmail.com.

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V.7,N.1(2018) Página 14 Ao pensarmos na educação superior, além do acadêmico, outro ponto no centro dessa discussão é o profissional que atua nela, pois a educação se dá na relação entre estes dois elementos. Daí a necessidade de olharmos com atenção para esses dois sujeitos. Nesse caso, nos propomos a um olhar sobre o docente, ao buscarmos reconhecer quais são os pilares em que se assentam as características desse profissional, que além de trabalhar conteúdos específicos nas disciplinas em que atua, deve ter um perfil de pesquisador, relacionando o saber sistematizado e o contexto em que está inserido.

Como podemos caracterizar o professor que atua no ensino superior é o foco desse trabalho que procura compilar alguns elementos já abordados por diversos autores sobre o tema. Para isso, partimos de uma pesquisa teórica a respeito do tema, com o objetivo de colaborar com aqueles que atuam nessa etapa de ensino a reconhecerem-se como profissionais docentes.

2. O DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR

Como podemos reconhecer o professor que atua no ensino superior? Há características que o definem como um professor que atua numa etapa específica da formação dos educandos. Essa é uma representação elaborada socialmente. Trata-se de uma elaboração que relaciona a docência com o ato de ensinar, que acontece na sala de aula. Porém, o que o caracteriza como a ação pedagógica é tornar esse um espaço de aprendizagem.

Essa representação tem na escola um lugar de transmissão dessa concepção, segundo Cavalcanti (2001). Assim, essa é uma ideia que também é transmitida nos locais onde acontece o ensino superior, fazendo com que hajam falas, gestos, pensamentos e modos de ser e fazer do professor do ensino superior (LEFEBVRE, 1991).

Porém, segundo Zabalza (2004), há três funções a serem desempenhadas pelos professores universitários, sendo o ensino, a pesquisa e administração em setores da universidade. No entanto, não se resumem a ela, ainda segundo a autora, havendo a necessidade de orientar trabalhos de conclusão de curso, além de propor e desenvolver projetos.

Por sua vez, em termos de legislação, temos outras funções a serem desempenhadas, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº9394/96 (BRASIL,1996), que em seu Artigo 13 coloca como incumbências docentes:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

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IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Para o ensino superior, são funções básicas da docência, o ensino, a pesquisa e a extensão, que objetiva integrar e socializar o conhecimento, ao articular os componentes curriculares com a pesquisa e, posteriormente, sua disseminação na comunidade que está inserida.

Porém, não há uma formação específica para preparar esse profissional, apesar de que a LDBEN (BRASIL,1996) estabelecer que essa formação aconteça, preferencialmente, em programas de mestrado e doutorado. No entanto, esses cursos estão mais focados na formação de pesquisadores e não na formação pedagógica desses que se constituirão em docentes, como esclarece Bazzo, 2006.

Essa ação se caracteriza por ter de unir o conhecimento teórico e prático, relativo à disciplina na qual vai atuar e ainda, necessita de conhecimentos sobre didática, para poder transmitir esse conhecimento aos acadêmicos.

Essa atuação, por sua vez, é transpassada por três dimensões, descritas por Zabalza (2004) como sendo a dimensão profissional, dimensão pessoal e dimensão administrativa. Na primeira, temos os elementos essenciais, como a identidade profissional, os conhecimentos necessários, as necessidades formativas e as experiências necessárias. A dimensão pessoal refere-se aos aspectos iniciação e permanência na atividade, como o grau de satisfação e envolvimento, a situação pessoal do profissional, relativo a idade, sexo e condição social do profissional, bem como as dificuldades e dilemas vividos por eles. Na dimensão administrativa, temos os dados referentes às condições de trabalho, de ingresso na instituição, de progressão e de incentivos.

Não se tratam de dimensões dissociadas, mas de fatores que tecem a trama da atuação profissional desses docentes. Por outro lado, não se separam de dimensões externas, como políticas públicas nacionais e institucionais.

Assim, trata-se de uma profissão em que a dimensão pessoal ganha destaque, por não haver uma formação pedagógica que os prepare totalmente para a ação de preparar os profissionais que atuarão no mercado (CUNHA, 1997): ele necessita de conhecimentos, de atuação e experiência profissional e de exercer uma práxis, com a reflexão sobre sua atuação docente. Mas, como propõe Tardif (2000), o que o professor sabe foi construído socialmente, na sua formação inicial e continuada, por suas experiências pessoais e profissionais e pelas relações

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V.7,N.1(2018) Página 16 estabelecidas com seus companheiros.

Em Pimenta e Anastasiou (2002), temos que a identidade profissional desses docentes se constitui na formação docente e na reelaboração do conhecimento através da atividade profissional e das relações sociais que se estabelecem ao longo de relação com os estudantes e com os colegas, ao longo de sua trajetória como estudante e docente.

Essa construção da identidade profissional desse docente necessita o domínio da área pedagógica, como esclarece Masetto (2009), como condição básica para o desenvolvimento profissional docente, sendo, o elemento fundante dessa atividade, para o qual todos os outros aspectos se voltam. Assim, torna-se necessário que os professores que atuam no ensino superior busquem esse domínio, como forma de exercerem plenamente seu ofício.

Ocorre, por parte dos professores, um posicionamento de que são especialistas em sua área de conhecimento, imaginando que a formação didático-pedagógica será adquirida de forma natural ao longo de sua atuação docente (AZZI, 2000).

Esse posicionamento esbarra no fato de que a atividade docente no processo ensino-aprendizagem necessita da compreensão desse processo em que acontece a construção do conhecimento pelos estudantes, pois sem essa compreensão a atuação do professor fica prejudicada, segundo Caldeira (1995). Esta concepção está em sintonia com Pimenta e Anastasiou (2002), para quem a atividade docente possui uma natureza pedagógica, estando vinculada aos objetivos de formação humana e aos aspectos metodológicos e organizacionais da apropriação e construção de novos saberes e de modos de atuação. Percebe-se, assim, que para ensinar esse professor necessita de conhecimentos, mas também de práticas que vão além de sua especialidade.

3. CONCLUSÃO

A caracterização dos professores que atuam no ensino superior possui alguns elementos básicos, como o conhecimento a respeito dos temas a serem trabalhados e deveria haver um profundo conhecimento das práticas pedagógicas para poder desempenhar sua função docente. Além disso, deve aliar essa questão ao desenvolvimento de pesquisa e atividades de extensão, como forma de contribuir para o desenvolvimento e ampliação de técnicas relativas a sua atividade. Porém, o que não pode faltar é a percepção de seu envolvimento pessoal, como forma de procurar aprimorar-se, partilhar com seus pares e manter-se em

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V.7,N.1(2018) Página 17 desenvolvimento profissional constante.

REFERÊNCIAS

AZZI, Sandra. Trabalho docente: autonomia didática e construção do saber pedagógico. In: PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2000.

BAZZO, Vera Lúcia. Algumas reflexões sobre a profissionalidade docente no contexto das políticas para a Educação Superior. In: RISTOFF, Dilvo; SEVEGNANI, Palmira (Org.). Docência na Educação Superior. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. (Coleção Educação Superior em Debate; v. 5)

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 23/05/2011.

CALDEIRA, M. S. A apropriação e a construção do saber docente e a prática cotidiana. Cadernos de pesquisa, São Paulo, nº 95, p.5-12, novembro de 1995.

CAVALCANTI, L.S. Geografia e Prática de Ensino. Goiânia: Alternativa, 2001. CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1989.

__________ Aula universitária: educação e pesquisa. In: LEITE, D.B.C.; MOROSINI, M. (Org). Universidade futurante. Campinas: Papirus, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LEFEBVRE, Henri. A vida cotidiana do mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.

MASETTO M. T. Formação Pedagógica dos Docentes do Ensino Superior. In: Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração – Edição Especial - Vol. 1, n. 2, Julho/2009

PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.

PIMENTA, S.; ANASTASIOU, L. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Docência em Formação, v. I).

TARDIF, M. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários: elementos para uma epistemologia da prática profissional dos professores e suas consequências em relação para a formação para o magistério. Revista Brasileira de Educação. Anped, n. 13, jan/ fev/ mar/ abr. 2000.

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