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EMENTA: Inexigibilidade de Licitação n° 6/2017-006 GABIN.
Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviços postais e telemáticos convencionais, adicionais nas modalidades nacional e internacional, para execução de serviços essenciais à Administração Pública do Município de Parauapebas, Estado do Pará. Interessados: A própria Administração e ECT - Empresa de Correios e Telegráfos.
Trata-se de pedido de contratação requerido pelo GABIN, na modalidade de Inexigibilidade de Licitação, que visa a contratação de empresa para prestação de serviços postais e telemáticos convencionais, adicionais nas modalidades nacional
e
internacional, para execução de serviços essenciais à Administração Pública do Município de Parauapebas, Estado do Pará, com fulcro no art. 25, capta, da Lei 8.666/93.Vieram os presentes autos para a devida análise quanto à possibilidade jurídica de se processar a presente Inexigibilidade de Licitação
n
6/2017-006 GABIN, bem como da homologação de seu julgamento.Consta dos autos:
1- Memorando n° 2085/2017-GABIN (fl. 01) solicitando a contratação, identificando o objeto, apresentando a justificativa e o valor estimado; demanda da Procuradoria Geral do Município (memorando n° 613/2017 - fl. 03); tabela expositiva de consumo entre os anos de 2014 a 2016 (fls. 06-08); indicação de dotação orçamentária (fis. 09); declaração de adequação orçamentária (fls. 10-11); autorização da autoridade competente (fl. 12); decreto de designação da Comissão Permanente de Licitação (fl. 13); autuação (fl. 14); documento pessoal do prefeito (fl. 15), diploma (fl. 16) e termo de posse (fis. 18-18v); Decreto-Lei n° 509/1969 (fis. 19-25), Lei n° 12.490/2011 (fls. 26-32), Decreto n° 8.016/2013 e respectiva publicação (fis. 33-51); previsão para execução do objeto; responsável pelo acompanhamento da execução; vigência-e eficácia; a indicação e autorização
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de uso de dotação orçamentária; bem como tabela de emolumentos dos serviços notariais e de registros 2015 e Indicação de Dotação Orçamentária;
2- que a Autoridade Competente, verificando a conveniência e oportunidade da requisição, autorizou a inexigibifidade do processo referente à contratação do Cartório de 2° Ofício de Registro de Imóveis, do Município de Parauapebas; 3- que o processo foi devidamente autuado;
5- que o processo foi encaminhado para a Comissão Permanente de Licitação para as providências necessárias;
6- que a Comissão Permanente de Licitação se manifestou favorável à contratação pleiteada, tendo em vista que evidente a necessidade dos serviços, visando a contratação obedecer ao princípio da continuidade do serviço público, vez que
visa "manter o controle efetivo das áreas públicas a que faz jus e zelar pela efetivação registra] buscando evitar situações de registro indevido ou "perdido" ao longo do tempo, bem como pela necessidade de transferência de titularida4e dos imóveis citados". Além disso, quanto a escolha do CONTRATADO, verificou e analisou a referida requisição e atestou que o valor estimado, no presente caso, é equiparado aos praticados no mercado em geral e a contratação do Cartório do 2 9 Oficio de Registro de Imóveis de Parauapebas obedece o princípio da territorialidade; 7- que foi juntado aos autos a documentação que se refere ao artigo 26 da Lei 8666/93, com suas alterações posteriores;
8- e, por fim, foram juntados ao processo os documentos que comprovam a regularidade com as Fazendas Federal, Estadual e Municipal, FGTS, INSS e Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, bem como documentos pessoais do Sr. Carlos José de Souza e Portaria no 1008/2009 GP, que o designa como Oficial Titular da Serventia do Cartório de
2°
Ofício de Registro de Imóveis, do Município de Parauapebas, com a devida publicação;Após estes procedimentos, a Comissão Permanente de Licitação enviou o presente processo a esta Assessoria Jurídica para a devida análise.
Cumpre observar que o exame dos presentes autos restringe-se aos aspectos jurídicos, excluídos aqueles de natureza técnica. Em relação a estes, partiremos da premissa de que a autoridade competente municiou-se dos conhecimentos específicos imprescindíveis
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para a sua adequação ao interesse público, tendo observado todos os requisitos legalmente
impostos.
Quanto à justificativa, esclarecemos que não compete ao Órgão jurídico
adentraro
mérito -oportunidade e conveniência
-das opções do Administrador, exceto em
casode
afrontaaos preceitos legais.
O papel do Órgão jurídico é recomendar que.a
justificativaseja a mais completa
possível,
orientandoo Órgão assistido, se for o caso, pelo seu aperfeiçoamento ou reforço, na
hipótesede
elase revelar insuficiente, desproporcional ou desarrazoada, de forma a
nãodeixar margem para
eventuaisquestionamentos.
Pois bem. Excluindo-se os elementos técnicos e econômicos que
consubstanciaram todo o procedimento, passemos, estritamente,
a análisedos
elementos/requisitos jurídicos do presente processo.
Observa-se que a contratação de empresa
paraprestação de serviços postais e
telemáticos convencionais, adicionais nas modalidades
nacionale internacional, é de
fundamental importância para atender a
demandado município.
Inicialmente, mister observarmos que as contratações efetuadas pelo Poder
Público devem, em regra,
serprecedidas de
licitação.Nesse sentido,
dispõeo art. 2° da Lein°
8.666/93. E a Constituição Federal de 1988, em
seu incisoXXI do art. 37, delineou e fixou a
licitação como princípio básico a ser observado por toda Administração Pública, in verbis:
"Art.
37.
A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e também ao seguinte:omissis
xxi
- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras ealienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, nian tidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações".
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Assim, regra geral, é que todas as Unidades da Federação Brasileira e seus Poderes sujeitem-se à obrigatoriedade de licitar, salvo nos casos/exceções previstos pela Lei de licitações (Lei no 8.666/93), estabelecidos, por exemplo, no caso do art. 25, onde a Administração Pública está autorizada a celebrar, de forma discricionária, contratações diretas, com o fornecedor, sem a concretização de certame licitatório.
In casu,
a possibilidade de contratação direta por inexigibifidade de licitação em razão da inviabilidade de competição por se tratar de monopólio dos serviços postais e telemáticos, é perfeitamente legal, conforme preconiza o art. 25 da Lei n.° 8.666/93, itt verbis:"Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
1 - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser frita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública." (Grifamos).
Nesse passo, verifica-se a subsunção da previsão legal acima transcrita ao objeto da contratação em comento, tendo em vista que o instituto da inexigibilidade do procedimento licitatório tem como premissa básica a inviabilidade de competição. A ausência de competidores autoriza a contratação direta afrávés da inexigibilidade.
Portanto, de fato e de direito, o presente caso posto sob análise desta Procuradoria, trata-se de inexigibilidade, pois a ECT - Empresa de Correios e Telégrafos, conforme apurado, é a única empresa que presta serviços postais e telemáticos convencionais (regime de monopólio), conforme dispõe o Decreto n° 8.016, de 17 de maio de 2013.
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E por derradeiro, observamos que ainda que se trate de contratação direta, é necessária a formalização de um procedimento que culmine na celebração do contrato. E isto de fato foi feito pela Administração. Assim, vejamos o ensinamento de Marçal Justen Filho:
colitnando selecionar a melhor proposta e o contratante mais adequado.
'Ausência de licitação' não significa desnecessidade de observar formalidades prévias (tais corno verificação da necessidade e conveniência da contratação, disponibilidade recursos etc.). Devem ser observados os princípios fundamentais da atividade administrativa, buscando selecionar a melhor contração possível, segundo os princípios da licitação".
omissis
"a Administração deverá definir o objeto a ser contratado e as condições contratuais a serem observadas. A maior diferença residirá em que os atos internos conduzirão à contrata cão direta, em vez de propiciar prévia licitação. Na etapa externa, a Administração deverá formalizar a contrata cão". (Grifamos).
O procedimento licitatório, nesse caso, restará inócuo diante da impossibilidade de competição, circunstância essa que inviabiliza a licitação, seja pelo desperdício de tempo, seja por dispêndio desnecessário ao erário.
Assim, patente está configurada a necessidade de contratação da ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para prestação de serviços postais e telemáticos convencionais, adicionais nas modalidades nacional e internacional, para execução de serviços essenciais à Administração Pública do Município de Parauapebas, Estado do Pará, devendo-se proceder mediante inexigibiidade de licitação pela impossibilidade de se conseguir tais serviços através de outra empresa em razão do regime de monopólio adotado para os referidos serviços.
Verifica-se que a certidão de débitos trabalhistas encontra-se positiva. Todavia, havendo pendência com relação à referida certidão, sugerimos que seja seguida a Orientação Normativa n° 09/2009 da Advocacia Geral da União e Decisão n° 431/97 do Tribunal de Contas da União, cujos órgãos orientam a dispensa de certidões comprobatórias por parte da maior autoridade contratante, desde que devidamente justificada. Vejamos:
Justen Filho, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 7' ed. Pág. 2951297. São
Paulo: Dialética, 2000,)
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Orientação Normativa n°9, de 01.04.2009:
"COMPROVAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL NA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO OU NO PAGAMENTO DE SERVIÇOS JÁ PRESTADOS, NO
CASO DE EMPRESAS QUE DETENHAM O MONOPÓLIO DE SERVIÇO
PÚBLICO, PODE SER DISPENSADA EM CARÁTER EXCEPCIONAL, DESDE QUE PREVIAMENTE AUTORIZADA PELA AUTORIDADE MAIOR DO ÓRGÃO CONTRATANTE E CONCOMIrANTEMENTE, A
SITUAÇÃO DE IRREGULARIDADE SEJA COMUNICADA AO AGENTE
ARRECADADOR E AGÊNCIA REGULADORA."
A decisão no 431/97 orienta na mesma linha e também chama a atenção da autoridade contratante para que tome as devidas providências quanto à exigência da regularização de sua situação. Eis excerto do decisum:
"O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 2. conhecer da consulta fonnulada pelc Sr. Secretário de Controle interno do Co lendo Superior Tribunal de Justiça;
2. responder ao responsúvël que as empresas estatais prestadoras de serviço público essencial sob o regime de monopólio, ainda que inadimulentes junto ao INSS e ao FGTS, poderão ser contratadas pela Administração Pública, ou, se já prestadas os serviços, poderão receber o respectivo pagamento, desde que com autorização prévia da autoridade máxima do ótydo, acompanhada das devidas justificativas;
3. informar, ainda, ao consistente que, diante da hipótese acima, a
administração deve exigir da contratada a regularização de sua situação,
informando, indusive, o INSS e a FGTS a respeito dos/atos;
4. enviar cópia desta Decisão, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, ao responsável;
S. após a adoção das medidas supra, determinar o arquivamento dos presentes autos."
Recomenda-se que seja anexada aos autos a Manilha de Quantitativos e Valores constando a estimativa dos quantitativos, bem como o valor unitário e o valor total dos serviços, visto que o Quadro de Quantidades e Preços defi. 159 apresenta apenas os serviços a serem contratados sem, contudo, detalhar a quantidade e o valor de cada serviço.
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Recomenda-se, também, que seja anexado o projeto básico, pois mesmo a contratação por inexigibilidade de licitação requer a elaboração do referido instrumento, em obediência ao disposto nos art. 14 e 15, § 7°, inciso II, da Lei n. 8.666/1993.
Recomenda-se, ainda, que seja juntada nova Certidão Negativa de Débitos Federais e novo Certificado de Regularidade do FGTS, visto que as certidões de fls. 167 e Vi estão vencidas.
Ademais, recomenda-se que seja confirmada a autenticidade de todas as certidões juntadas aos autos.
Ex positis, verificando que foram adotadas as providências necessárias e apreciados os aspectos inerentes à conveniência e à oportunidade, bem como por não haver impedimento de ordem legal para o acolhimento da postulação, OPINA-SE pela contratação
da ECT - Empresa de Correios e Telégrafos para prestação de serviços postais e telemáticos convencionais, adicionais nas modalidades nacional e internacional, para execução de serviços essenciais à Administração Pública do Município de Parauapebas, Estado do Pará, nos termos já descritos no presente processo, desde que cumpridas as recomendações desta Procuradoria Geral.
É o parecer que submetemos à consideração superior, S.M.J.
Parauapebas/ PA, 22 de Junho de 2017.
a
CÂNDIDA DA SILVA LOPES NETA DIOG LVE ORAES
Assessora Jurídica de Procurador Procura o
Dec. 743 r 001A . G 2017 do Município OAB/MA n° 10.091 OAB/P Dec. 752/2017
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