IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação
PUCRS
O papel das Memórias dissonantes na Comunicação Coletiva:
Estudo de Caso do Holocausto Judeu durante a Segunda Guerra
Mundial
Nome do Aluno: Fernando Cibelli de Castro. Nome do Orientador: Jacques Alkalai Wainberg Programa de Pós-Graduação em Comunicação-Faculdades dos Meios de Comunicação Social/ PUCRS,
Resumo
O presente estudo tem como proposta apontar a conexão entre história, memória e comunicação a partir de dois objetos de estudo, a Memória Traumática do Holocausto e da Ditadura Militar no Brasil. A memória tem dois campos de estudos básicos: sua vertente biológica é objeto de pesquisa no panorama das neurociências. No terreno das humanidades é motivo de preocupação da psicologia, da filosofia e das ciências sociais. Entretanto, o termo memória coletiva, a partir do começo do século XX foi apropriado pelas Ciências Sociais da Psicologia Social. Com efeito, grupos antagônicos tiram proveito dos meios de comunicação, sejam os mass media, seja a mídia segmentada, para travarem suas batalhas pelas versões dos fatos. Em suma pelo controle da memória coletiva.
Em decorrência de um evento traumático a comunicação se converte numa guerra de versões entre as partes envolvidas, porque através das narrativas espelhadas os atores lutam pelo monopólio da memória. Esse ambiente belicoso acirra-se com frequência, pois envolve duas ocorrências. Tal disputa de idéias ocorre todo o dia e a cada momento nas páginas dos jornais, nas emissoras de rádio, na televisão, na Internet, na produção de livros e na cinematografia, entre outros meios de comunicação. Acabam envolvidos na polêmica grupos interessados em fazer prevalecer esta ou aquela interpretação dos fatos. Aparentemente, o que está em jogo é a identidade das novas gerações fustigadas e atormentadas pelo passado. À medida que o tempo decorre, e se distancia dos eventos históricos, cresce o choque entre as imagens dissonantes. A memória já não é fruto do testemunho, mas da pregação e da persuasão que criam margem a todo o tipo de interpretações. Dessa maneira, memória e comunicação formam um binômio estratégico. Dito de outra forma, os eventos dolorosos da História costumam produzir uma batalha pelo controle da memória e seus intérpretes travam tal embate por meio de discursos em que o teatro de guerra são as mídias.
O que está em jogo é a maneira como os vivos cultivam e reproduzem os fatos sobre a vida dos mortos. Nos casos mais graves predominam as memórias dissonantes. Elas produzem culpa e dor, o que explica o engajamento de grupos na sua descrição. A luta sobre o significado do passado converte-se num evento político com finalidade persuasiva. Tal disputa cresce com o tempo, à medida que a experiência lúdica da ocorrência se apaga com o desaparecimento do testemunho dos atores, das vítimas, dos responsáveis. Restam documentos, relatos, palavras. Como as ideias sob exame não morrem, a minoritária, sufocada pela versão triunfante, espera por melhores dias. Com o passar do tempo ressurge alimentada por contestações e pregações. Os atores animam-se para fazer valer as velhas ideias e concepções.
Procedimentos metodologia Inspirado no método dedutivo
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