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10611/12 an/sr/jcc 1 DG D 2A

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CONSELHO DA

UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 1 de junho de 2012 (05.06) (OR. en)

Dossiê interinstitucional: 2011/0284 (COD) 10611/12 JUSTCIV 210 CONSOM 85 CODEC 1496 NOTA de: Presidência para: Conselho

n.º doc. ant.: 9688/12 JUSTCIV 169 CONSOM 67 CODEC 1241 n.º prop. Com: 15429/11 JUSTCIV 265 CONSOM 158 CODEC 1667

Assunto: Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo a um direito europeu comum da compra e venda – Primeira leitura

– Debate de orientação/Determinados assuntos

I. Introdução e ponto da situação das negociações

1. Por carta datada de 12 de outubro de 2011, a Comissão enviou ao Conselho a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo a um direito europeu comum da compra e venda. Como tem por base o artigo 114.º do TFUE, a proposta da Comissão é abordada através do processo legislativo ordinário. A proposta da Comissão tem por objetivo melhorar o funcionamento do mercado interno através da disponibilização de um conjunto uniforme de normas de direito dos contratos que permita obviar aos obstáculos decorrentes da diversidade dos direitos nacionais dos contratos.

2. Na sequência da apresentação da proposta no Conselho JAI de outubro de 2011, o Grupo das Questões de Direito Civil (Direito Europeu Comum da Compra e Venda) realizou uma série de reuniões e procedeu a uma troca de opiniões preliminar sobre diversos aspetos da proposta, nomeadamente questões relacionadas com a natureza do instrumento e modo como se articula com a legislação nacional e outros instrumentos internacionais em vigor, tais como o

Regulamento Roma I e a Convenção das Nações Unidas sobre os Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias.

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3. O Grupo abordou também a avaliação de impacto e a questão da base jurídica da proposta. O Serviço Jurídico do Conselho deu um parecer 1 segundo o qual, à luz da avaliação de impacto, o artigo 114.º do TFUE constitui base jurídica correta para a proposta.

4. Na reunião do Conselho JAI de 13-14 de dezembro de 2011, foi apresentado o ponto da situação dos trabalhos. Nessa ocasião, vários Estados-Membros solicitaram que fosse realizado um debate de orientação a nível do Conselho antes de iniciar um debate técnico pormenorizado sobre a proposta.

5. À luz deste pedido, a Presidência apresentou ao Grupo um documento de debate 2 centrado em várias questões gerais relativas ao direito europeu comum da compra e venda. O

documento tinha por objetivo preparar uma base para o debate de orientação a realizar no Conselho JAI de junho de 2012. As questões apontadas no documento prendem-se sobretudo com o tipo de instrumento (vinculativo, não vinculativo ou combinação de ambos), a sua natureza (facultativo ou não) e o seu alcance (material, pessoal e territorial). Estas questões foram analisadas pelo Grupo em 23 de março e 18 de abril de 2012.

6. Além das questões apontadas no documento da Presidência, várias delegações solicitaram que fossem encetados debates sobre a base jurídica, bem como sobre a necessidade efetiva de semelhante instrumento. Alguns Estados-Membros consideraram que se impunha clarificar melhor a questão da efetiva necessidade antes de se poder entrar num debate de fundo sobre a proposta e sobre determinadas questões enunciadas no documento da Presidência. No entanto, alguns Estados-Membros afirmaram preferir que se começasse primeiro por analisar o Anexo da proposta.

7. À luz das observações formuladas pelas delegações nos debates realizados até à data, a Presidência solicita ao Conselho que proceda a um debate geral de orientação sobre o direito europeu comum da compra e venda, com particular realce para a forma de aprofundar a questão.

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II. Considerações acerca da necessidade de um instrumento europeu sobre o direito da venda e acerca da base jurídica, com base nos debates realizados

8. No domínio do direito dos contratos, em geral, e do direito da venda, em especial, a

autonomia das partes é um princípio fulcral. Todo o trabalho empreendido na matéria a nível da União Europeia deverá naturalmente responder às necessidades efetivas das partes e proporcionar-lhes os instrumentos de que precisam para participar de modo mais eficaz no comércio transfronteiras e para beneficiar do mercado interno.

9. A proposta da Comissão pretende melhorar o mercado interno, disponibilizando um conjunto vasto e uniforme de regras de direito contratual. A proposta tem por objetivo vencer

obstáculos decorrentes das diferenças entre legislações nacionais sobre contratos, obstáculos esses que são encarados como entraves atuais ao bom funcionamento do mercado interno. 10. A Comissão tem realçado, em várias ocasiões, o importante papel de um direito europeu

comum da compra e venda em prol do crescimento na Europa. Neste contexto, a Comissão assinalou que devia haver ações específicas da UE para tornar mais fáceis e baratas as compras e vendas transfronteiras no mercado interno, mediante abolição dos entraves ao comércio.

11. Alguns Estados-Membros deram o seu total apoio à abordagem escolhida na proposta da Comissão e ao seu potencial para abolir os entraves relacionados com o direito dos contratos no mercado interno. Alegou-se, a este propósito, que as graves condições económicas na Europa tornam essencial permitir que os consumidores e os comerciantes beneficiem mais efetivamente das oportunidades oferecidas pelo mercado interno.

12. No entanto, vários Estados-Membros criticaram a proposta da Comissão, por entenderem que criaria um sistema desnecessariamente complicado e suscetível de dissuadir os interessados de recorrerem ao conjunto de regras em causa. Houve também delegações que se perguntaram se seria necessário um instrumento abrangente, como aquele que é proposto pela Comissão, para vencer os obstáculos existentes ao comércio transfronteiras e se, não obstante a sua natureza facultativa, uma abordagem menos intrusiva não seria mais indicada para alcançar esse objetivo.

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13. Neste contexto, alguns Estados-Membros assinalaram que, no Programa de Estocolmo, o Conselho Europeu havia reafirmado que o quadro de referência comum para o direito

contratual europeu deveria ser um conjunto não vinculativo de princípios, definições e regras--padrão a utilizar pelos legisladores a nível da União, a fim de assegurar maior coerência e qualidade na legislação.

14. Alguns Estados-Membros também argumentaram que, face ao grande ceticismo com que a proposta havia sido acolhida por empresas e organizações de consumidores, bem como por outras partes interessadas, não é provável – pela sua natureza facultativa – que o instrumento venha a ser utilizado na prática.

15. Vários Estados-Membros referiram que a escolha da base jurídica está estreitamente

relacionada com a questão da capacidade do instrumento para melhorar o funcionamento do mercado interno.

16. Segundo a avaliação de impacto da Comissão, a criação de um regime de direito dos contratos uniforme e facultativo é a solução mais adequada e proporcionada para superar os obstáculos ao funcionamento do mercado interno, decorrentes das diferenças entre as legislações

nacionais em matéria de contratos. A avaliação de impacto indica assim que um regime facultativo desse género reduzirá os custos de transação e oferecerá aos consumidores maior escolha de produtos, a preço inferior, e apenas trará custos pontuais para os comerciantes que quiserem utilizar o regime.

17. Diversos Estados-Membros perguntaram-se, todavia, se as diferenças entre as legislações nacionais sobre contratos constituem verdadeiramente obstáculos ao funcionamento do mercado interno, como se afirma na avaliação de impacto. Alguns Estados-Membros alegaram ainda que, pela sua natureza geral, a avaliação de impacto não proporciona uma base razoável para determinar de que modo a regulamentação detalhada de cada uma das múltiplas questões abrangidas pela proposta da Comissão ajudará na realidade a melhorar o funcionamento do mercado interno. Segundo esses Estados-Membros, coloca-se nesta fase – apesar da avaliação de impacto da Comissão – a questão de saber se o artigo 114.º do TFUE constituirá de facto a base jurídica correta.

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18. Além das preocupações manifestadas no Grupo acerca da proposta da Comissão, afigurou-se haver apoio ao estabelecimento de um modelo de cláusulas contratuais. No entender de várias delegações, semelhante modelo, se facultado em todas as línguas da UE, pode constituir um meio utilíssimo, capaz de superar os obstáculos práticos no comércio transfronteiras.

III. Pontos principais para posterior debate

19. Os debates até agora realizados no Grupo revelaram que há determinadas questões gerais a analisar em estreita relação com os futuros debates sobre a proposta da Comissão.

20. Em primeiro lugar, cabe aprofundar a questão do alcance material e pessoal do

instrumento. Quanto ao alcance material, alguns Estados-Membros foram de opinião que se

podia encarar a hipótese de basear as futuras reflexões no alcance material proposto pela Comissão (contratos de compra e venda de bens, fornecimento de conteúdos digitais e outros serviços conexos), mas limitando o instrumento aos contratos concluídos em linha e, assim, centrando as negociações nas disposições necessárias para um instrumento que abranja esses contratos. Os debates sobre o alcance pessoal indicaram que merecia algum apoio a ideia de conferir particular destaque ao segmento empresa a consumidor (B2C). A questão ainda tem, todavia, de continuar a ser debatida, em especial se o instrumento ficar limitado aos contratos em linha.

21. Em segundo lugar, parece haver apoio suficiente à prossecução dos debates sobre a adoção de um instrumento vinculativo, como um regulamento, desde que seja respeitado o princípio da autonomia das partes e contanto que o instrumento se limite ao que é estritamente necessário para melhorar o funcionamento do mercado interno.

22. Em terceiro lugar, sugere-se que sejam prosseguidos os debates sobre um instrumento

facultativo que se torna vinculativo para as partes quando estas optarem por ele. No entanto,

antes de se aceitar um instrumento com semelhante perfil, há que resolver as questões respeitantes à sua relação com o direito nacional e o direito internacional privado e com as regras de proteção dos consumidores.

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IV. Perguntas ao Conselho

23. Neste contexto, e com base nos debates já realizados pelo Conselho JAI e pelo Grupo das Questões de Direito Civil, o Conselho é convidado a debater a via a seguir no que respeita ao direito europeu comum da compra e venda.

24. Assim, solicita-se aos Ministros que se pronunciem sobre o modo de levar por diante as negociações acerca da proposta da Comissão, em especial no que se refere aos seguintes pontos:

a) À luz dos debates realizados até à data no Conselho JAI e no Grupo das Questões de Direito Civil, e apesar da clara conclusão da avaliação de impacto da Comissão, consideram os Ministros que se impõe uma maior clarificação quanto à necessidade da proposta da Comissão e, na afirmativa, de que modo pode tal clarificação ser facultada? b) Concordam os Ministros que a determinação definitiva da base jurídica pode aguardar

até que haja mais clarificações sobre o conteúdo e a forma do instrumento?

c) Concordam os Ministros que o Grupo das Questões de Direito Civil deverá analisar a proposta de regulamento relativo a um direito europeu comum da compra e venda i. prestando especial atenção às questões descritas nas rubricas II e III do presente

documento,

ii. assegurando que seja consagrado tempo suficiente a uma avaliação cuidadosa de todas as questões a ponderar, e

iii. atendendo devidamente a cada uma das preocupações dos Estados-Membros? d) Deve a Comissão ser convidada a apresentar um projeto de modelo de cláusulas

contratuais para futuros debates a breve trecho e, na afirmativa, deve isso influir na estruturação da análise da proposta da Comissão a nível do Grupo das Questões de Direito Civil?

Referências

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