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A OCUPAÇÃO MUÇULMANA DA PENÍNSULA IBÉRICA

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A OCUPAÇÃO MUÇULMANA DA PENÍNSULA IBÉRICA

SUMÁRIO

0 - INTRODUÇÃO

1 – A INVASÃO MUÇULMANA

1.1 - A península governada por muçulmanos 2– O DOMÍNIO MUÇULMANO

2.1 – Os Califas 2.2 – As Taifas

2.3 – Os Almorávidas

3 – AS RECONQUISTAS DE D. AFONSO HENRIQUES 4 – A ÚLTIMA INVASÃO

5 – A RECONQUISTA DE ÉVORA E BADAJOZ 6 – A RECONQUISTA MUÇULMANA

7 – A CONQUISTA DE SILVES E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS 8 – A RECONQUISTA CRISTÃ PARA SUL ATÉ AO ALGARVE 9 – A EXPULSÃO TOTAL DOS MUÇULMANOS DA PENÍNSULA 10 – CONCLUSÃO

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0 – INTRODUÇÃO

É importante dizer que, na época da entrada dos Muçulmanos na Península Ibérica, o tempo necessário para um grupo de pessoas se deslocar era imenso. Por exemplo: entre Lisboa e Sintra (cerca de 30 Km) demorava-se dois dias de viagem, entre Almada e Alcácer do Sal eram necessários três dias e entre Almada e Faro (cerca de 320 Km) eram necessários nove dias de viagem. Sempre que era necessário pedir reforços para socorrer um castelo em risco, o tempo necessário era como que uma eternidade.

As conquistas que se faziam eram, muitas vezes, obtidas na altura em que havia problemas internos de sucessão, de novos invasores, revoltas, etc. o que mostra que, mesmo sem vias de comunicação suficientes, os observadores e os mensageiros existiam no campo inimigo. As condições do tempo também tornavam as conquistas difíceis. Basta lembrar que as zonas alagadas eram intransponíveis e o calor do verão era uma ameaça à saúde das tropas devido à falta de água. Quase sempre as vias romanas era o melhor meio de ligação entre as

localidades.

1 - A INVASÃO MUÇULMANA

Quando o rei visigodo Vitiza morreu em 710, os notáveis do reino queriam que o seu sucessor fosse o seu filho Áquila e a nobreza queria que fosse Rodrigo o seu rei. Os dois grupos

defrontaram-se e Rodrigo venceu.

Os partidários de Áquila derrotados pediram ajuda militar aos chefes muçulmanos do norte de África e prometeram em troca o tesouro do reino. Em 27 de Abril de 711 desembarcaram em Gibraltar 12.000 berberes comandados por Tarik.

Rodrigo defrontou o invasor com o seu exército nas margens do rio Guadalete de 19 a 26 de Julho de 711 e foi derrotado pelo exército muçulmano ajudados pelos partidários de Áquila. Estes pretendiam apenas tomar o poder na península e esperavam que os seus aliados muçulmanos regressassem ao norte de África.

Rodrigo, ferido na batalha, refugiou-se nas montanhas a norte do Tejo e os muçulmanos em vez de regressarem, avançaram para norte graças às facilidades do partidários de Áquila, conquistando Córdova e Toledo que eram duas das cidades melhor defendidas por muralhas e homens.

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Musa, que era a autoridade islâmica em Tanger, ao receber de presente os tesouros obtidos nos saques que os berberes fizeram na península, decidiu então atravessar o estreito de Gibraltar com um poderoso exército e atacou Sevilha e Mérida (próximo de Badajoz). O seu filho Abdalaziz conquista definitivamente Sevilha, assim como Beja, Mértola, Ossónoba (Faro), e Niebla (Huelva) controlando assim todo o sul da península.

Musa e Tarik continuam a marchar para norte tendo conquistado a poderosa cidade de Saragoça assim como Lérida, Tarragona e toda a região a sul dos Pirinéus.

Estávamos no ano de 714. Já estavam na península cerca de 35.000 homens do exército muçulmano e as conquistas prosseguiam em todas as frentes com a queda, nas mãos dos invasores, de Santarém, Coimbra e Viseu. Logo que Viseu foi conquistada, renderam-se Portucale (Porto), Braga, Tui e Lugo. Quanto a Lisboa o trabalho foi facilitado pois as portas da cidade foram abertas ao exército invasor comandado por Abdalaziz.

1.1 - A PENÍNSULA GOVERNADA PELOS MUÇULMANOS

Em 715 Abdalaziz é o governador da península tendo-se instalado em Córdova onde casou com a viuva de Rodrigo. Porém foi assassinado nesse mesmo ano. Sucedeu-lhe Al-Hurr que tentou invadir o sul de França mas foi aí derrotado e teve de voltar para a península a que chamaram Al-Andalus.

Cinco anos depois (em 716) da queda do último rei visigodo toda a península estava em poder dos muçulmanos. Venceram todas as batalhas e cercos principalmente porque os exércitos visigodos não tinham um comandante que lhes fizesse frente pois estavam desunidos, fracos e mal armados.

2 - O DOMÍNIO MUÇULMANO

Era permitido aos cristãos que habitavam Al-Andaluz manter os seus costumes, praticar a sua religião e conservar os seus templos. Esses cristãos passaram a chamar-se moçárabes e não se converteram ao islamismo. Aqueles cristãos que se converteram ao islamismo (chamados malados) tinham uma melhor situação económica e social e pagavam menos impostos. O domínio muçulmano da península não foi pacífico. A primeira revolta contra a ocupação

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aconteceu por volta de 722 quando um grupo de refugiados cristãos, escondidos nas

montanhas das Astúrias (norte da península), venceu a batalha de Covadonga comandados por Pelágio.

Eram várias as etnias muçulmanas a ocupar a península o que provocava desentendimentos entre elas. A revolta dos cristãos contra a ocupação tomou assim mais força agora

comandados pelo sucessor de Pelágio, Afonso I que foi o seu genro. Foram por ele

reconquistadas as cidades de Porto, Astorga, Leão e Salamanca entre 741 e 756, alargando as fronteiras da reconquista até ao rio Douro. Braga e Chaves ficaram também sob o seu

domínio. Para os muçulmanos o norte da península era desprezada como um país inóspito e miserável.

Al-Andalus reorganiza-se pondo fim a pequenas revoltas internas contra os governantes. Uma das mais importantes foi efectuada por um malado poderoso em 868 quando dirigiu duas revoltas da cidade de Mérida contra o emir de Córdoba mas foi derrotado. Dirigiu ainda uma terceira revolta em 876 contra este emir mas, para isso, pediu a ajuda do exército do rei das Astúrias Afonso III tendo vencido desta vez.

No norte da península, nos territórios ocupados pelos cristãos, em 909 é atribuído pela

primeira vez a Garcia o título de rei de Leão. Mais tarde surgem também os reinos de Castela (1033) e Aragão (1035).

2.1 - OS CALIFAS

Al-Andalus é dividido em 23 reinos governados por califas. A eficácia do exército califal de Córdova foi melhorada, sob o comando de Al-Mansur, que dirigiu várias campanhas contra o território dos cristãos. Em 981 chega ao reino de Leão mas não consegue tomar a cidade. Volta lá novamente em 988 tendo passado por Coimbra em 987, que deixou praticamente arrasada, e Lamego. Em 997 saqueou a cidade de Santiago de Compostela. Porém numa outra campanha no reino de Castela perdeu a vida tendo, com isso, dado início ao fim dos califas.

2.2 - AS TAIFAS

O período das califas durou, com muitas guerras internas pelo domínio do poder, até cerca do ano 1030 quando Al-Andalus passou a ser completamente dominado pelas taifas, reinos

independentes ou partidários, o que já acontecia em muitas outras cidades. As mais

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1022, Mérida, Évora, Lisboa, Santarém e Coimbra. Os seus dirigentes eram elementos da nobreza muçulmana.

Havia boas relações entre as taifas tanto económicas como sociais, porém curtos períodos de guerra também ocorriam. A primeira a revoltar-se foi Huelva em 1012 ficando independente de Sevilha durante 50 anos. As taifas de Silves, Mértola e Faro também ficaram autónomas. Faro foi a primeira destas três tendo dirigido a cidade a família Harum de onde provém hoje o seu nome: Faro.

As lutas entre as duas maiores taifas do ocidente peninsular, Sevilha e Badajoz, tornou-as enfraquecidas o que foi aproveitado pelos cristãos para continuarem a reconquista. Assim D. Fernando I, rei de Castela e Leão conquistou facilmente ao muçulmanos as cidades de

Lamego (1057), Viseu (1058) e Coimbra (1064).

A taifa de Sevilha englobou entre 1023 e 1091 todas as taifas vizinhas desde Toledo e

Córdoba até ao Atlântico: Mértola em 1044, Faro e Huelva em 1052, Silves em 1063. Como se tornou bastante grande passou a ser mais difícil a sua defesa. Por isso a reconquista cristã avançava para sul.

Após a reconquista de Toledo em 1085 por D. Afonso VI de Castela, as taifas de Badajoz e Sevilha pediram ajuda aos Almorávidas que tinham acabado de chegar ao norte de África dominando a território de Marrocos.

2.3 - OS ALMORÁVIDAS

Estes foram recebidos em Sevilha como salvadores pois eram a última esperança para os muçulmanos da península perante o avanço dos cristãos. Em Outubro de 1086 vencem os cristãos próximo de Badajoz mas não conseguem conquistar Toledo após um cerco.

Os Almorávidas começam então a tomar conta das taifas. Ficam em seu poder as de Córdova e Sevilha em 1091. A taifa de Badajoz para evitar a conquista pelos Almorávidas pediu o

auxílio de Afonso VI de Leão e ao conde Raimundo oferecendo-lhes Lisboa, Santarém e Sintra em 1093. Porém os Almorávidas conquistaram logo Lisboa (1095) mas Santarém esteve em poder dos cristãos entre 1093 e 1111. O governador da taifa de Badajoz foi assassinado pelos invasores.

Mas a chegada dos Almorávidas, fanáticos religiosos, depressa mostraram a diferença que os separava de outros grupos muçulmanos que tinham ocupado a península: eram menos

tolerantes, tinham um grande ódio aos inimigos, eram mais selvagens no campo de batalha, intransigentes para com as diferenças religiosas dos cristãos. Assim muitas igrejas foram

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demolidas ou encerradas, os moçárabes foram perseguidos, perderam os privilégios que tinham e muitos foram deportados para o norte de África. Foi uma época pintada de negro. Devido a esta situação começa então a fuga de moçárabes para os reinos cristãos do norte onde eram bem aceites. Os que ficaram passaram a auxiliar os cristãos na reconquista das terras tentando expulsar os ocupantes cruéis.

3 - AS RECONQUISTAS DE D. AFONSO HENRIQUES

No norte da península Afonso Henriques venceu as tropas de sua mãe, D. Teresa e dos condes de Trava, na batalha de S. Mamede perto de Guimarães em 24 de Junho de 1128. A partir daqui a sua valentia estava demonstrada e foi-lhe cedido o governo do Condado

Portucalense.

Em 1134 iniciou a ofensiva contra os Muçulmanos tendo-se instalado em Coimbra. No ano seguinte manda construir um castelo em Leiria a fim de manter Coimbra bem defendida das investidas dos Almorávidas que ocupavam Santarém.

Em 25 de Julho de 1139 Afonso Henriques venceu os Muçulmanos na famosa batalha de

Ourique. Não se sabe o local exacto desta batalha havendo historiadores que afirmam que era perto de Leiria, outros que era no Baixo Alentejo.

Consta que Jesus Cristo apareceu na véspera da batalha perante este para o glorificar na luta contra os inimigos da fé: os Muçulmanos. A partir dessa altura Afonso Henriques passa a ser considerado Rei. Em carta datada de 13 de Dezembro de 1143 presta vassalagem como

cavaleiro de São Paulo à Santa Sé o que o distancia de Afonso VII e significa a independência do reino de Portugal.

4 - A ÚLTIMA INVASÃO

Em Maio de 1146 desembarcaram em Algeciras no sul da península os Almoadas outro grupo de muçulmanos religiosos idênticos aos Almorávidas que os vieram substituir nas terras que ocuparam. Em 1151 já se tinham apoderado de quase todos os reinos Muçulmanos criados anteriormente na península.

Aproveitando as perturbações e os problemas internos em Al-Andalus com uma nova chegada de invasores, Afonso Henriques conquistou aos Muçulmanos a cidade de Santarém, com

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facilidade, em 15 de Março de 1147. Dali partiu em direcção a Lisboa que cercou durante 17 semanas e, com a ajuda de Cruzados, armadas militares de nórdicos, entrou na cidade em 24 de Outubro.

Como era necessário defender Lisboa contra as investidas dos muçulmanos de Évora e Badajoz, foram conquistados pouco tempo depois os castelos de Sintra, Almada e Palmela. Ainda chegou a Alcácer do Sal mas como o castelo estava bem defendido foi ferido numa perna e teve de regressar.

Os primeiros problemas contra os novos invasores muçulmanos de Al-Andalus começam em Silves em 1150 quando os governantes locais expulsam os Almoadas e pedem o auxílio do rei português D. Afonso Henriques que apenas faz com eles uma aliança.

Nessa altura o rei de Castela e Leão, Afonso VII, ajudou nos ataques a Córdova e conquistou o porto de Almeria no Mediterrâneo aos Muçulmanos o que foi um feito notável, embora o tenha perdido em 1157. Quando morreu, em 1157 Afonso VII entregou o reino de Leão ao seu filho Fernando II e o de Castela ao seu filho Sancho III.

5 - A RECONQUISTA DE ÉVORA E BADAJOZ

Évora e Badajoz eram duas cidades muito importantes para os Almoadas pois aí se cultivava trigo, se produzia azeite e havia boas pastagens para o gado. Porém um bravo cavaleiro

cristão chamado Geraldo, "o Sem Pavor" comandando um grupo de cavaleiros e aventureiros, conquistou Beja em 1162, Évora, Moura e Serpa em 1166 entre outros castelos, que

entregaram a D. Afonso Henriques e atacam Badajoz em 1169. Os Almoadas pediram o apoio de Fernando II rei de Leão para impedir que os portugueses conquistassem esta cidade.

O ataque dos portugueses a Badajoz era um perigo para os Almoadas pois era a fronteira norte de Al-Andalus assim como eram também Toledo ao centro e Saragoça a leste. Isso também era para o reino de Leão que impediria a reconquista do seu reino para sul. Assim Fernando II fez uma aliança com os Almoadas e juntos impediram o avanço dos guerreiros portugueses.

6 – A RECONQUISTA MUÇULMANA

Em 1174 os muçulmanos avançaram para norte tendo conquistado Cáceres no reino de Leão. Assim Badajoz estava melhor defendida das investidas cristãs. Por isso Afonso Henriques

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uma força militar para sul comandada por seu filho D. Sancho I, que chegou e destruiu os arredores de Sevilha.

Badajoz só caiu em poder dos cristãos de Castela em 1229.

7 – A CONQUISTA DE SILVES E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

De passagem pela costa portuguesa os cruzados, em 1189, ajudaram D. Sancho I numa

viagem ao Algarve a cercar Silves depois de destruírem o castelo de Alvor. Entraram na cidade em 3 de Setembro.

Porém os seus defensores tiveram de a abandonar em Julho de 1191 devida a uma forte ofensiva Muçulmana que chegou às portas de Lisboa e Santarém e atacou Évora pondo em perigo os territórios cristãos a sul do Tejo. Era uma represália à provocação que tinha sido a conquista de Silves.

Outra expedição de tropas muçulmanas partiu de Córdova em 1190, atacou Torres Novas onde obrigou o alcaide a render-se, cercou Tomar durante 6 dias e Leiria e chegou perto de Coimbra. Foi um perigo enorme para as cidades do sul do território devido às pilhagens que eles faziam e à incerteza do que poderia vir a acontecer ao reino de Portugal.

Mas a fome e as doenças provocados pelo calor e pela falta de abastecimentos, fez com que as tropas muçulmanas regressassem a Sevilha deixando uma única cidade a sul do Tejo nas mãos dos portugueses: Évora.

8 - A RECONQUISTA CRISTÃ PARA SUL ATÉ AO ALGARVE

O castelo de Alcácer do Sal era muito importante para os Almoadas pois servia para controlar as ofensivas Muçulmanas em direcção a Lisboa assim como impedia o avanço cristão em direcção ao sul.

Para Lisboa era um perigo ter os inimigos ali tão perto. Assim foi decidido no reinado de D. Afonso II reconquistar Alcácer e abrir caminho para o Algarve.

No fim de Julho de 1217 iniciou-se o cerco ao castelo pelas forças portuguesas e alguns cruzados. Os muçulmanos resistiram como valentes, pediram reforços que chegaram de Badajoz, Sevilha e Códoba mas em 18 de Outubro tiveram que se render. Para atacar o

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Algarve só restavam os castelos de Beja e Mértola.

O rei de Leão Afonso IX em 1224 recomeçou a luta contra os Almoadas e atacou e conquistou a fortaleza de Cáceres em 1227 e Mérida pouco depois. Badajoz perdeu assim o apoio e em 3 de Junho de 1229 caiu em poder do reino de Leão. Após a morte de Afonso IX as coroas de Castela e Leão foram unidas e isso deu-lhes mais força na luta contra os invasores da

península.

D. Sancho II em Portugal também deu forças às suas tropas pois era a altura de expulsar os muçulmanos e apoderou-se de Elvas em 1229. Entre outros caíram em poder dos portugueses os castelos de Moura, Serpa e Beja (1232), Aljustrel (1234), Mértola (1238), Ayamonte e

Cacela (1239) Tavira e Paderne (1242). Uma boa parte destas vitórias são atribuídas aos militares da Ordem de Santiago chefiados pelo mestre D. Paio Peres Correia.

A rapidez destas conquistas deveu-se ao facto de as tropas do rei Fernando III de Castela e Leão também estarem a derrotar os muçulmanos tendo conquistado as cidades de Córdova (1236), Múrcia (1243) e Jaen (1245) entre outras. A partir de 1243 D. Paio Peres Correia também ajuda o rei de Castela, Fernando III, nas conquistas destas cidades assim como no cerco a Sevilha que tomam em 1248.

Não se sabe ao certo se D. Paio Peres Correia também conquistou Silves mas era pouco provável que tenha ido para Castela sem deixar esta cidade segura nas mãos dos cristãos. Quando o novo rei português D. Afonso III entrou no Algarve, logo em 1249 no início do seu reinado, ainda se encontravam alguns lugares por conquistar. Como se renderam ao rei português, este deu a possibilidade aos povos que aí se encontravam de ficarem nas suas terras.

Assim, com a conquista total do Algarve aos muçulmanos, Portugal ficou aproximadamente com as fronteiras actuais.

9 - A EXPULSÃO TOTAL DOS MUÇULMANOS DA PENÍNSULA

Após a conquista total do Algarve aos muçulmanos e da conquista de Sevilha pelo rei de

Castela, estes refugiaram-se numa pequena região da Andaluzia com a capital em Granada. Aí formaram o Núcleo Muçulmano do Reino de Granada.

Fizeram alianças com o reino de Castela e construíram a Alhambra entre 1248 e 1354. É um conjunto de palácios de várias épocas defendido por torres e muralhas.

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Só em 2 de Janeiro de 1492, mais de 250 anos depois da queda de Sevilha, é que se renderam aos reis católicos Fernando e Isabel e deixam a península para sempre.

Os Muçulmanos que preferiram ficar em Granada revoltaram-se, pela última vez, em 1568 naquela que ficou conhecida como a "Revolta dos mouriscos das Alpujarras" mas foram violentamente dominados.

10 - CONCLUSÃO

Os vestígios deixados pelos Muçulmanos na península são imensos, desde o nome de muitas localidades como Algarve, Odeceixe, Alcácer, Faro, o nome de utensílios como alcatruz,

alambique, de pessoas como alcaide, almirante, de rios como Odeleite, na arquitectura como as casas de adobe pintadas com cal, os azulejos, o arco em ferradura, etc.

Na agricultura ainda hoje se podem encontrar noras para regar as hortas que sendo de origem romana, os muçulmanos implantaram-nas para desenvolver o regadio, os pomares de

laranjeiras, de limoeiros, o arroz, etc. O grão de bico, a fava, o feijão foram introduzidos na península pelos muçulmanos. A apicultura também foi bastante desenvolvida sendo muito famoso o mel produzido no Baixo Alentejo e Alcácer.

O fabrico de papel na península é digno de nota, tanto o papel grosso como o acetinado que era feito em Valência já no século X.

Graças à ocupação muçulmana de cerca de 500 anos, uma parte dos nossos usos e costumes actuais estão ainda ligados àquela época.

11 - BIBLIOGRAFIA

Araújo, Luís; "os Muçulmanos no Ocidente Peninsular" in "História de Portugal" direcção de José Hermano Saraiva; ed. Selecções do Reader’s Digest, 1983;

CRUZ, António; "Do início da Reconquista à Fundação do Condado Portucalense" in

"História de Portugal" direcção de José Hermano Saraiva; ed. Selecções do Reader’s Digest, 1983;

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