FLORIANÓPOLIS,
NOVEMBRO
DE 1988
o mapa eleitoral
da
UDR
Terrorismo
na
Celesc
Sadlavski
EXPEDIENTE
Jornal Laboratório do
Cursode
Comunicação
Social da UniversidadeFederal deSanta Cata
rina.
Esta
edição
foi elabo rada nasmadrugadas
de 10e3de novembro de
1988.
MelhorPeçaGráfica
10 Set
Universitário
Maio 88
ZERO
Texto: Ana Cristina
Lavratti, Ana Luiza
Coelho, Arley Macha
do, CarlosAugustoLo
catelli, CláudiaFinar
di, Daniela
Aguiar,
Dauro Veras, Denise
Bezerra,ElaineTava res, Evaldo Neto, Ge
raldo Hoffmann, Ival
do Brasil Jr.,
Jacques
Mick, João Carlos
Grando, Mara Schus
ter, Marques Casara,
Ozias AlvesJr.,Rafael
Maseli, Renata Rosa,
Rosângela
Bion, RubensVargas, RuteEn
riconi, Silvia Regina Pavesi, Zulmar Borto
lotto.
Diagramação: Fabia
no Melato, Graziela
Nunes, Ivaldo Brasil
Jr.,Ivan Giovanni Rau
Flores, Julio Cesar
Pompeo,
NilvaBianco,RenataRosa,Roseme
riLaurindo,SilviaPa vesL
Fotografia: Geraldo
Hoffmann, Jacques
Mick, JulioCesarPom peo,
Philippe
Arruda,Fabiano Melato
Laboratório
Fotográfi
co: Ana LuizaCoelho,
Graziela Nunes, Jac
quesMick,Julio Cesar
Pompeo, Nilva Bian
co.
Capa:Frank Maia
Ilustrações:
FrankMaia e Ruchelle Zan
davalle
Edição:
Dauro Veras,Geraldo Hoffmann,
IvaldoBrasilJr., Ivan
Giovanni Rau Flores,
Jacques Mick, Renata
Rosa.
Supervisão:
Ayrton
Kanitz, FranciscoKa ram, Henrique FincO,
Nella Bianchin. Convidado
Especial:
Jornalista Jakzam Kaiser.CorresPondência:
Cai xaPostal 472,Departa
mentodeComunicação
eExpressão,
Cursode Jornalismo, Florianópolis,
BC. Telefone: (0t82) 33-9215 Telex: (0t82)240 BR AcabamentoeImpres
são:Diário Catarinen seDistribuição
GratuitaCirculação D1r1gida
3000exemplares
Açricuitores
pagam terra
duas
vezes
o dia 29 de outubro de 1988vai entrar para a história da
Linha Varaneira, em Ibirama,
como uma
grande
farsa. Asquarentaeduasfamlliasde
agrícul
toresque povoamoarraialfize
ram uma festa para receber do Ministérioda Reforma
Agrária,
os"titulosde
autorização
deocupação"
de 1.257hectaresdoimóvelConcessãoSimões,masaca
baram assinando uma nota
promissória
queosobrigaapagarpela segunda
vez umaterraemquevivemhámais de meiosêcu
lo.
A história começa em 1924. O governo do Estado de Santa
Catarina concedeu o titulo de
8 mil e 400 hectares para Ma
noelSimões,quedividiuoimóvel em
quatro partes
e nomeou opadre
João Kamineckparavendê-lo
parceladamente,
semqual
querplanodeloteamento. Parte
dasterras foiadquIridapordiver
sasfamllias, a maioria de imi
grantes
poloneses,
queseestabeleceramnaregião
àquela
época.
É
aversãodoMirad.As "babuxas" e os "hadeck"
(avós
polacos)
contam outrahistória.O
governador
HercilioLuzdeu as terras ao Simões para
colonização,
porque "andavaderolo"com amulher dolatifundiá
rio.Simõesmorava emMafrae
suamulher "transava"comHer
cilio LuzemCuritiba. "E quem
diz que isso não é verdade?",
desafiaumvelhinho,lembrando
um ditado: "Terra e mulher é
donoquem estáemcima".
Trintaanosdepois,em1957,os
herdeiros de ManoelSimõescon
testamatransferência dostitulos
aoscolonos.Dizem que o
padre
Kamineck vendeumais terra do
queoautorizado. O
julgamento
doprocesso em Ibirama, em 1964,
decide cancelaros
registros
imobiliários da
parte
excedente. O TribunaldeJustiça
de SC,logo
depois, reformulaasentença
eanula todasasescrituras. Os
agri
cultores recorrem ao
Supremo
Tribunal Federal que, por
"ques
tão de técnica processual", um
erroburocrático,nãoreconheceo
apelo.
A
ação
deanulação
deescrítu-TERRA
EM
TRANSA
ZERO
premia
seus
leitores
rasécumulada, em1981,com a
reivindicação
deposse, porparte
dos Simões.Os
juizes
dacomarcade Ibirama decidem
pelo despejo
de todasasfamilias.Houve
pâni
co. Os colonos reagem e, em
82, conseguemaprovarno mesmo fórum
"embargo
dodespejo",
com oqueganham tempo para
pleitear
junto ao Ministério daReforma
Agrária
adesapropria
ção
daárea.No dia 13 demarçode1985,dois dias antes dedeixaro
governo,o
presidente Figueiredo
declaraagleba"áreadeutilidade
pública, prioritariamente
parafins de reformaagrária".
ENGODO
Os colonos da Linha Varaneira
lutaram durante 28 anos para
reconquistar
aterra que haviampagocomzloty, marcos e suor.
PedroSadiavski,58anos,lembra
os
primeiros
dias nos barracosfeitos detábuarachada de
pinhei
ro etapadoscom
"papão"
(folhadepalmeira),o
"picadão
decargueiro",
oito dias decarroça para iraItaiópolis,
oimposto
decarroçaebicicleta,omutirão decon
servação
da estrada."Enquanto
o povo trabalhava naagrícultura, plantando trigo,
milho,fumoelinho, algunscana
lhas residentesno
municipio
nostraiam por trás das cortinas",
lembra AlbertoSadiavskl,
presi
dente da comissão comunitária
queencabeçoualuta
pela
reíntegração de posse. Gente do
tipo
dealguns
dospoliticos
que, nodia28,comtoda
demagogia,
tocaramnasraizesdosimigrantes.As
lágrimas
deemoção
rolavampelosrostos sofridosdaquela
gente
iludida e manipulada, inclusive
pelos"seus"advogadosEstêvão eSantino Ruchinski
-que
já
pen sam emcandidatar-seàprefeitu
ra de Ibirama em 1992,pelo
PMOB.A
autorização
deocupação
éexpediente
burocrático que temvalidade de
quatro
anos, prazopelo qualoagricultordeve per
manecercultivandoaterra, de
monstrando sem merecedor do
titulo de
propriedade
definitivo.Junto com as
autorizações,
asfamilias de Ibiramareceberam uma"cartadeanuência",queas
permite
efetuarfinanciamentosembancos.Atéagora, eles
preci
savamde avalistapara
qualquer
empréstimo.
Quando "seu" Leonardo
Sa-Foiprecisoadiarapromoção
"Zero e WEA dão 50 discos"
pela, resposta insuficiente de
cartas que chegaram à reda
ção.Aprorrogação atingiuseus objetivos, embora não total
mente.Comogarantiaocupom,
temos dezdiscos de cadaumdos
intérpretescitadosparaserem
entregues.Mas aconteceuoim
previsto, algunsforamfrancos
favoritos: os Titãs e Rod Ste
warttiveramescolhassuperio
resaosdez discosdtsponiveis.
Assim, perdeuquemdemorou
pm escrever ounão foimuito
criativo. Comisso,osrepresen-.
tantesdo Zeroedagravadora
WEAforamforçadosaescolher
concorrentes para discos que
nãoelegeram.Restaramquin
Zediscos(totais)dePrince,do
BarãoVennelhoedo triofor
madoporRobertCray,Albert
Collins e JOhnny Coopeland.
Paraestes,vale quemchegar
primeiro.
Eleitosemprimeiraescolha
oupendentesna"regra três",
devem buscarseusdiscosem
As "babuxas" e os "hadeck" acreditaramnabondade doMirad
diavski,61anos,umdos
pioneiros
dacomunidade,recebeuotitulode
autorização
deocupação,
nãose conteve: duasgrossas
lágri
mas escorrem pelos sulcos do
rosto. "Me sinto melhorumpou
co, masnãomulto, porquenão veio a escrituradefinitiva. Val
rolar muita
água,
vamoster quebatalhar muito aindaatéconse
guir
o titulo definitivo", disse.Depois,
pediu
quelessemodocumento: ficouindignadoaoouvir,
noreversoda medalha, que "o
outorgado
se obrigaa pagarasdespesas relativas ao valor da
terra nua, à
demarcação,
bemcomoquaisquerbenfeitoriaseri
gidas com o concurso do
poder
público".
Nósvamosbatalharpa ranãopagar nada,avisou.JacóAnderle tentou
tranqüili
zá-lo: "O valor que vocês vão
pagar é simbólicoetemcarência
de dois anos". Não disse quan
to.
O
foguetório
e as marchinhaspolonesas
do alto-falantesilenciaram.Afesta acaboue ostratores
voltaram paraaroça. Ficouum
cartazsolitárionaparededosalão
daIgrejinha: "Nãoseavaliaas
pedras pelo brilho,massim
pelo
seuvalor".
Geraldo hoffmann
qualquer quarta-feiraàtarde,
munidos deidentidade,noCur
SO de Jornalismo, prédio do
Centro de OomunicaçãoeEx
pressão,CampusUniversitário
comoprofessorRicardoBarre to.Depoisétocar,ouvirecur
tir.
Ganharamodisco GoBack,dos
Titãs, os seguintes leitores:
GrazielaS. Nunes,AchillesS.
SUvaJr.,TadeuCésar Medei
rosCardoso,DkaGoldschmidt,
Ademir Demarchi, Gerson
Eduardo Macedo, José Luis
Schuier,Luiz Adriano E.Fran
co,RafaelMaselieElsaMárcia
Pereira. LevamRodStewart:
GersonE.Macedo,Fábio Sche
rerVentura;SUvanaBortolon,.
Anna M.F.daCunha,Rute En
riconi, MarcosSérgio Macha do,SidneyadeOliveira,Valter Ralf Noebauer, Dalva Luiza
Macedo e Hamar Perini. Os
seguintes leitores podem con
tarcomseuexemplarde Show
down,discodotrio infernal de
guitarristas negros liderados porRobertCray:Fábio
Lavrat-ti, JulioCésarCampos,Sandro
Shiguefuzzi,RomirRocha, Jo
sé LuisSchuler,RuteEnriconi,
Elsa M. PereiraellkaGoldsch
midt.
Surpreendentemente,
apenas os seguintes leitores
"encomendaram"odiscocar
naval, do Barão Vennelho
(Jansondos S. Filgueiras Jr.,
André Luiz ZeneRute Enrico
ni)eLovesexyde Prince- Re
nataRosa,ElisabethSatkamp
eMarta Moura Moritz. Assim
osorgaxdzadores sãoforçadosa
estimular além dapromoção,
um "rally": levam os discos
restantesdo trio deguitarristas
(2),Prince(7)edoBarão Ver
melho(7),osseguintesleitores
quechegarem primeiro,
poden-.
do fazersuas�scolhasalterna
Uvas. Não perca tempo, mas
traga seu documento - todos
deverãoseidentificar.O Zero
nãofraudaseusleitores.
LorisvaldoSUva,Eliane Alves
Barreto, TomazLima,Vanessa
Schultz, Luis carlos BrasU,
FernandaC.C.Lima,Dalmir A.
SUva, Rafael MaseU, Moacir
Haverroth,IvaldoBrasU Jr. e
Marcos Antonio SUva.
Mirad
trapaceia
polacos
A turma daregra três: Jef
fersonProêncio,Dalton Barre
to,JoséLuisSchuler,Angelita
Caiado quer
500/0
das
Câmaras
e.
prefeituras
AUnião Democrática Ruralista
(UDR)nãoéumpartido politico, masgaranteque vaieleger50%de
todososcandidatosàsprefeituras
eCâmara deVereadores do
pais,
com oapoiodas pessoasquepartí cipamda entidade. O Presidente
daUDR,RonaldoCaiado,quees
teve em Chapecó no dia 22 de
Outubro,acreditaque''a entidade
temomaior nível deconscíentíza
ção
politica
dopaís,
e está emcondiçõesdeelegeraté mesmo o
PresidentedaRepública".
Caiado,apostandonavitória que
tevesobreaReformaAgráriana
Constituinte, onde contou com o
apoiode295parlamentares,acha
que vaiserfácilelegervereadores
eprefeitosque sãosimpatizantes
da UDR. Entre os partidos na
- Constituintequeapoiaramaenti
dadeestavam, PFL, PDS, PMDB,
PTB,PDT,PDCePTR,esãoesses
partidos que a UDR pretende apoiar.
OCapítuloIII,da rtova Constitui
ção,que tratada ReformaAgrá
ria, foiconsideradoprogressista,
na análise deCaiado,
já
que foigarantidoque só serão desapro
priados os imóveis sem função
social. Caiado afirmaque o
"go-TOCAIA GRANDE
ç OI E:>ca.Ju.l1 :E P.eq'or"-<I'; 23Con.stIO;_':II"(�S is.ocn 'S'XI';S14 leilÕe'5 - �5::.I)(lOO;t.i'S
CS 1'tunic:iodi$ 21 (oostiti..ln..tes �O.!)OO Socic s 1 v tejIões -:'-3.000 O�.! 01 ReçiO"'iI C3 Constituint.es SOO sécios 01 Leiião- 15S.DaOOiNs verno é corrupto, inorgânico, e
incapazde fazeras distribuições
deterra, permitindoque oscolo
nosseapossemdenossas
propríe-.
dades,eé dessa forma queaUDR
pretendeconquistarvotosnaspró
ximaseleições".
A UDR formou uma verdadeira
"IlhanaConstituinte",disseCaia
do, assim ficou provado que o
produtor rural tem força para
garantirseusobjetivos. "O setor
industrial urbanoseomitiucom
pletamente",orgulho-seCaiado. As críticasfeitasàIgrejaCatóli ca,porRonaldoCaiado,refletema distânciadeumentendimentoen
treasduasentidades."Pregamos
a evangelização entre
o�
homens",e acusou aIgrejade
"Bi
vulgaridéiasmarxistas,alémde
pregaralutadeclasses".
RonaldoCaiadoestápercorrendo
todoopais,parafalaraoscompa
nheirosdaentidade para que este
jam preparadosparaserem ver
dadeiros caboseleitorais.
Agradecendoem nomedetodosas
condiçõesdotempoquemelhora
ramparaosagricultores
depois
deumperiodode seca,ele disseque
"Deus não é apenas brasileiro,
mas também produtor rural".
Talvez Deusnãosaiba,maspare
ce que até ele está filiado à UDR.
Rute
Enriconi
OI Esucu.' I 16�.e':J;Q('I.ilo :acC�s!;t>;intes'I
8.500Sé�ios OI leilão -i7.00G OT�s 03 �(:alcn"'$ üd "<J�IC!OõIS 05 Co..s:"�\J,ntes· 1,500 Sõc :05 4leol�s -50.000O�S :z �egjonaj, ;:;i ('''.Ioudl ':: ConstitUintes .fI.:C':j sce.tes OI Estadual 08 ;�egionajs ILL :-- ... nlcip.aj50 Il, CcnHituintes I leilào - '".5�'J on:'i �� A�oiona,s �T CC�s[jtu!n(es :3.500 SOCIOSit l.1'ilces• ]�.;,OO OTNs
('
(i'0
05 g;e�i(.:nais ',j�"'tuniCl::;'.lis i.SOC Sõcios .5 If'·I�s - :C:).C0:J OTN, I"':: CO"S:H:ui,lteso mapa da UDR,seusnúmerosesua
articulação política.
Fazendeiros
demarcam
Por onde passaumboi,passauma
boiada. A UDR decidiu aplicar di
nheironascampanhasdoPDS,PMDB,
PDT,PFLePL,naspróximas eleições,
além decontinuarafinanciar295par
lamentares que votaram contraa re
formaagrárianaConstituinte. AAgên
cia Ecumênica De Noticias (AGEN),
deSãoPaulo,eaComissão Pastoral da
Terrade Santa Catarinadesmascaram
todaa estrutura que alimentaossonhos
de Caiado, de infiltrar uderristasem
todosos
espaços
possíveis.AAGEN,no seuboletim n°120,denun
cia que,jácomtrês ministérios "alia
dos" nogovernoSarney (Indústriae
Comércio,ReformaAgráriaeAgricul
tura),aUDRreivindica, agora, repre
sentação próprianoministério da Fa
zenda, Banco Central e Conselho
Monetário Nacional. Entreospartidos,
está excluídaqualquer ajudaaoPT,
PSB,PCB,PC do BePSDB.
JáojornalCheiro deTerra,daCPT,
revela,nasuaediçãodeoutubro,que
a UDR está estruturadaem 186 dos
4.500municípios brasileiros.
Comumdiuscursode "defesaesegu
rança" das pequenas propriedades,
Caiado reúnenaentidade 134 mil só
cios.Amaioria,uns70mil,nosestados
de SãoPaulo,MatoGrosso,Paranáe
SantaCatarina,são médiosepequenos
agricultores,iludidos poressediscur
so, multo semelhante ao da TFP
-Tradíção,
FamlliaePropriedade-braço conservador daIgrejaCatólica. Os
60 mil restantes sãofazendeiros, que
representam15% do total de 400 mil
latifundiários existentesnoPais.
A CPT questionatambém a origem
do dinheiro que é investido contra li
reformaagrária,em armase,agora,
no financiamento das eleiçõesmuni
cipais."Odinheirodos leilõesé rura-:
do. Muitos dos 49leilões(35milbois)
relacionadossão apenaspubliçidade.
Se osleilões tivessem rendido tanto
quantosedivulgaaUDRjáteriareco
lhido 890 mil OTNsouUS$6 milhões",
dizojornal.
PARTIDO DO BOI?
A UDR não pensa em tornar-se um
partidopolitico.Satisfeitacom aatua
çãodos295parlamentares(PFL, PDS,
PL,PMDB,PTB,PDT,PDCePTR)na
Constituinte,apostaagoranosfuturos
prefeitosevereadores.
Critica0 governoeacorrupção,pregao
resgatedaintegridade,da moraleda
competênciapara mudaroBrasil.
Segundo a AGEN,' a UDR está cui
dando também de organizar o seu
primeiro estadonaRepública Fede
rativa do Brasil - o do
-Tocantins,
definindo os seus candidatos a pre
feitos, este ano, ea governador, em
1990.
No próximo ano,a UDR terá igual
mente, uma atuação decisiva no fi
nanciamento dos candidatos de di
reita paraaPresidência daRepública.
Osprincipaisaliados daentidade,nes
saofensivapolitica,
são
oMovimentoDemocrático Urbano(MDU),asenti
dadesdos fazendeirosepecuaristase a
AçãoCívica deRecuperação Nacional,
dirigidapor HerbertLevy.Caiado diz
que não é candidato àpresidência,mas
quea.UDRapoiaráumcandidato.Já
manteve contatosreservadoscomofa
zendeirogaúcho-uruguaio-australiano
.
O
poder
da
República
LeonelBrizola.
Outras prioridadesdaUDR, apartir
de agora, serãoasconstituintes esta
duaíse oprocesso de.elaboraçãodas leisorgânicas municipais. Em Santa
Catarina, os partidos burgueses não
mostram aversão à união dos lati
fundiários. Basta folhear os jornais
para encontrarexpressõesdotipo''não
tenho razão para apreço'ou desprezo
em relação à UDR" (Wilmar Dalla
nhol-PFL),"aUDR defendeosinteres
ses dos donos das terras" (Moacir
Marques-PDC)...A conclusão é uma
só:aRepúblicaaindaé dos fazendei
ros.
NOV-88
ZERO
P
3
'i t;, , ;-.
t-• 'Hi_
l
..'f1.l�. ,.-��'n�f
1i'., • , ,',•A'>�'
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• i",,"-t-!., , .t>�,,�,�}";t�,'"
'i'�/'f.�T-A{j.i,.l.lj''1
iy
.,'",'..' ti'PI,,::{ti';,;!.i)J.',!
"1f'�'{1'1'll�'Ii�l.."ltJ:�)
ILUSTRE DESCONHECIDA
dos
poderes",
lembra. A Cartapermite,
segundo
ele, que Santa Catarina adote, por exemplo, osistema
parlamentarista
de governo.Outramedida, esclarece, é
a criaçãode varas distritais (de
pequenascausas) para queospro
blemas de cadalocal
sejam
resolvidosnointeriorda
própria
cornu'nídade.
As
interpretações
sobreaautonomiados estados são muitasedão
margemadiscussões. Oartigo25
danovaCarta, porexemplo, diz
queos estadossão
regidos
pelasConstituições
eleisque adotarem,observando, contudo, os príncí piosconstitucionais federais.
A
'quem
serve-
a
Constituinte?
Faz
um
mêsque
ela existe. Poucos
sabem.
Em andamento háum mês, a Constituinte Estadual ainda não
atraiu a
população
catarinense.Trabalhadores,estudantes, popu
lação
emgeral,não sabemquasenada sobre elaesequerque exis
te.
Masafinal,oqueéaConstituinte
Estadual em andamento na As
sembléia
Legislativa?
Para queserve,qualseusignificado?Oque
podeounão fazer?Atéondeseus
poderes chegam?
Estassãoalgu
mas das dúvidas que continuam
ummês
após
aaberturadostrabalhos.
Iraci NunesMartins,42anos,me
cãnico,nãosabequeSantaCatari
na tem uma Constituição a ser
alterada pelaConstituinteem an dàmento. Suapreocupaçãoécom a sobrevivência imediata. "Não
sei nada do queée oquesignificaa
palavra
Constituição.
Já ouvi falar sobre elanatelevisão,maseu'
só queroumacoisa: umaleique
encha os
pratos
de comida dosmeusfilhos,porqueacoisaassim
comoestánãodá",desabafa Ira ci.
Marinete
Siqueira,
24 anos, empregada
doméstica, reafirma aspalavras
de Iraci. Além denadasaber, também, sobre a Consti
tuinte Estadual, Marinete argu
mentaque
precisa
trabalhareque"nãovouesperaruma coisa que
nãoencheobolsoe nem
garante
comida". Mas ressalvasuatorci
dapara queaConstituinte dê certo eascoisas"melhorem".
Por sua vez, LuisCarlos Morti
mer,23anos,funcionário
público,
arriscavôosmaisaltos.Opinaque
a Constituinte Estadual é uma
adaptação
daFederal
em cadaestado. Particularmente, Luis
Carlos espera que a nova carta
catarinense contenha leis com o
objetivo
de assegurar melhoresreajustes
salartaisparaosservi dores.Separaamaiorta dopovoaConsti
tuinteEstadualéuma
incógnita,
para seu presidente, odeputado
Aloisio Piazza (sempartido)
elaexisteefazpartedeseudia-a-dia. Comumlevesorriso, Piazzamos
trafotosdeposseda Mesa
Direto-ra"da maioria"quevai conduzir
ostrabalhos(existeoutraconsti
tuinte, fantasma, presidida por
JuarezFurtado-videbox)
eculpa oatrasonapromulgaçãoda Carta
Federal como
responsável
pelo desânimodos parlamentaresca tarinensesparaoiniciodostrabalhos.
Atores
do
espetáculo
Passadoum mêsdainstalação
da Constituinte Estadual, o co
mandante supremo da Assem
bléiaainda não abandonoua em
barcação.
O circojá
pegoufogo
edesmoronou,mas odeputadoJua
rezFurtado(PMDB)continua fir
me no seu
propósito
de fazera nova Carta Constitucionalcatarinense.O mal amado daAssembléiamon
touumcenárioonde eleéoúnico
figurante
e espectador. Como os convidados nunca foram à suafesta, ele ameaçalevaro caso à
Justiça.
A�minoria"de39deputados
-aotodosão 40- é contra
a
encenação
teatral de Furtado eescolheuoutramesapara
dirigir
ostrabalhosconstituintes-Aloizio
Piazza é o
presidente
e PauloAfonso(PMDB),relator
geral.
IMPRENSA
Nemtodos pensamcomoFurtado
etratamaConstituinteEstadual
iguala umapiada.NikãoDuarte,
editor de
politica
do Diário Catarinense(DC),afirmaqueapesarde
a nova Carta concorrer com as
eleições
presidenciais
de 89, elavIlÃ,terumespaçoprivilegiadono
DC. "A
divulgação
delavaidepender muito da qualidade do seu
conteúdo", concluiu
Níkão,
JáLudmilaSousa,editorade
politica
dojornalOEstado,também apon
tacomo
prioridade
em seujornala Constituinte,Estadual."Este é o momento de vermos
quem sãoosbons
profissionais
naárea.
Vamos realizar muitasmatérias
de
serviço,
para acabar com as dúvidas da população", esclareceuLudmila.
Aassessería deimprensada As
sembléiaLegislativatambémes tá
.procurando
fórmulas para divulgar
aConstituinteEstadual. Ojornalista Sergio
Lopez revelouque será feitoumboletim diário
dosacontecimentos.
"Agoraa realização de um pro gramaderádioeTVvai
depender
de'umacordo entreaUniãoParla
mentar Interestadual (U�I) e a
AssociaçãoBrasileira deRAdioe Televisão (ABERT)", finalizou
Sergio Lopes.
-
LOBBIES-Aimprensaalémderesponderas
questões
que estãobemà vistadenossosolhos,
ten{
aobrigação
demostrar
aquelas
quepassam detrásdas
galerias
doplenário.
Os famosos lobbies. AUniãoDemo crática Ruralista(UDR) já
seprepara para lotaraAssembléia
Legislativa
nosmomentos dedecisão danovaCarta.O
presidente
daUDR,regionaldeLages,Roberto
de AndradeLopes,40anos,garan
te queaprincipalpressãoemcima
dosdeputadosserá
para'
adefiniçãodeumapolitica
agricola
estadual. Aprincipal
preocupação
dele,como adetodoolatifundiário,é
definir
qual
a função social daterraequandoumapropriedadeé
considerada
produtiva.
Baseadosnumaemenda dodepu
tado Florestan Fernandes
(PT/SP)quegaranteaosestados
o direito de constituir
fundações
para o sustento à investigação
cientifica,os cientistasvãopres
sionarosdeputadosparaa
criação
de uma fundação nestes termos em nossoestado.
Jáocoordenadorestadualda Co
missão Pastoral da Terra(CPT),
CarlosBellé,confirmou queaenti
dadevai lutarpela
formação
deumjuizado,com
competência
únicade decisãona
questão
dosconflitosagrários.Alémdisso,a
C?T
pretende
queoestadogaranta
aoprodutor
ruralumseguroagricola
de sua plantação. Para CarlosBellé,"este éomomento de
sensí-Mesmocomodesconhecimentoda
populaçãosobreoassunto,opresi
dente da Constituinte Estadual
não
perdeoentusiasmo paracontar os poderes da nova Carta.
.,
Agora,teremosautonomiapara
legislar tributos, meioambiente,
sistema judiciário,
organização
Mussolini sentiria
orgulho
bilizaraopinião
pública
sobre abatalha dos sem-terra, e não os
deputados,quena suamaiorianão
defendemosinteressesdos traba
lhadores.',
AespecialistaemDireito Consti
tucional, RegínaIara
Régís,
explica que os atuais
deputados
têmapenas poderes constitucionais,
masnão são constituintes. "O Le
gislativo
possuiumpoderconstituinte derivado da Constituição
Federal, que limitou,
inclusive,
atéonde osestados
podem
legis-.
lar", assegura.
Apesar dasdúvidas existentes,o
deputadoPiazzalêcomsatisfação
algunstrechos da
Constituição
Federal. "Agoratemosumaverda
deiraFederação", confia,"eaLei
Orgãníca
domunicipio
seráelabo radapela
Câmara de Vereadores", esclarece. Mesmo com as criticas à lentidãodos trabalhose
dasconfusõesemtornodapresi
dência damesa,Piazza nãoacha
queaConstituinte estácaminhan
do."Aprimeira etapaé
aprovar
oregimento interno até o fim de
novembro e, depois, formar as
cíncocomissõestemáticase uma
de
sistematização
paraentãoacelerarostrabalhos",finaliza,
João
Grando
João
Grando
"P 4
_ .ZERO
'NOV_88
Corrupção
em
alta
voltagem
A
Constituição
brasileira,versão88,nãoconseguiuficarummês invicta. Atéaprimeirasemanadenovembro,
mais de 60 trabalhadores de
quatro
indústrias de
fiação
etecelagem
deBrusqueforamdemitidosporse recu sarem a
cumprir
umajornada
detrabalhosuperioràs44horas semanais
agora
regulamentadas
por leI. Semjusta
causa, asempresasdespendem
atémesmoempregados
commais de30anos de
serviço.
O Sindicato entrou comquatro
cautelaresnaJustiça,
exigindo
ocumprimento
do item XllI doArtigo
7°danovaCarta.Os
operários
demitidosafirmamqueas fábricas Buettner, Schõsser e do
conglomerado
Renaux estãocoagindo
ostrabalhadoresaassinarumtermoindividual de acordo, aceitando um
regime
de trabalhode"onze porum",ameaçando-os
dadespensa
caso recuo sem.Naprática,
ostrabalhadoresteriam uma semanade 48 horas - de
'I
Pressões
internas,
suspen
sões,
·demissões,
contratos de idoneidadeduvidosa,
persegui
ção politica, destituição
defun cíonáríos que ocupavam cargosde
confiança, coação
deempregados.
Este éoclimaquepredo
minanasCentrais Elétricas de Santa Catarina desde que Nogert
Wiestassumiuapresídên
cia.
Agora
emoutubro,
porexemplo,
Walter JoséOuriques,
empregado
da CELESC hã maisdevinte anos, foi suspenso por
trinta dias. Motivo: revelou o
surgimento
delistasqueosfun cíonáríos foramcoagidos
aassinar, sob pena de demissão. As listas, na
verdade,
sugerem anegociação paralela
indireta,
desconsiderandoo
papel
dosín dicato.Mas as
irregularidades
não param poraí. Nomesmomês,
o secretário do Sindicato dosEletricítãrios,
Delman Ferreira, denunciou a existência de sete contratos
suspeitos
feitospelo
presidente
com firmas delocação
eprestação
deserviços.
O caráterde
suspeíção,
deacordocom odiretordoSindicato de
Base da
CELESC,
está no fatodessas firmas receberem em
OTNs (uma delas em OTN
/ho
ra) e não
prestarem
nenhumserviço
realmente necessãrio.Pelos
documentos,
ascontrata dasestãoincumbidasde apenassupervisionar
otrabalhoexecutado
pelos
funcionãriosdacontratante. Além
disso,
JoãoPaulo de Souza acha "muita coincidência"queamaior
parte
des tas firmassejam
deJoinville,
terranatalde
Nogert,
ede quemumadascontratadas
pertença
a umparente
desuaesposa.Para JoãoPaulo,
isso é um"típico
casodenepotismo".
O assessor de
imprensa
doSindicatodosEletricitãrioscon
corda com ele. Gastão Cassel
/
acrescentaque
"aomesmotem poemqueaempresasenegaapagarmaiores salários paraos
funcionãrios,
não se abala emefetuar contratos
desh1!cessã
rios ede custos tão
altos"�
Um
ponto importante
mencionado
pelo jornalista
respon-seqOêntemente,
olucro da empresa. Masconformaa
opinião
de Maria
Margarida
Dantas-profissional
de recursoshumanosdaELETROSUL que
jã
participou
de um treinamento emCCQs
- "essascomissõesvisamdesestabilizarossindicatos". Comissõesmistas sãogrupos de
empregados
comrespaldo
dadireção,
diretamente subordinadoà
presidência,
que dizemrepresentar
os funcionãrios.Tem sempre um
padrinho,
geralmente um diretor.
"É
paracausar
simpatia",
ironizaela.Teoricamente,
os empregados são estimulados a
partící
paratravés de
jogos,
reuniõese outras atividades.
Quem
pro duz maiséorecompensado
combonés,
chaveiros,
medalhas,
churrascadasou,em
alguns
casos,
comprêmiosmaiores,
comoeletrodomésticose
relógios.
SACANAGEM
sável
pelo
"Linha Viva"(o
jor
nal dos
eletricitãrios),
é aluta que o sindicato travou com aempresa
para
tentar manteracláusuladeestabilidadedeem
prego. Sem
esta, explica,
onú merodedemissõespode
aumentar.De acordocom
Gastão,
anopassadoaempresademitiumui
tosfuncionãrios,
mas osindicatoconseguiu
areintegração
damaioria atravésda
Justiça.
"Semaestabilidade,
isso nãoserá
possivel",
adverte.GESTÃO
PARTICIPATIVA? O Sr.Nogert
Wiest trouxeuma
inovação
paraaCELESC:achamada' 'Gestão
Partícípatí
va",
ou "ComissãoMista",
ouainda"Circulos de Controle de
Qualidade". Apesar
de tantos nomes, a GestãoParticipativa
tem apenas umafunção:
aumentara
produtividade
e,con-ACelesc teve que
engolir
areintegração
de muitos demitidossegunda.asábado .,intercaladacom outrade 40 horas- de
segunda
asexta-e um adicionalde salário de 10%. Asquatro
horasextras daprimeira
sema nanão seriampagas como tal, masseriam"descontadas"nasemanase
guinte.O Sindicato dos Trabalhadores nasIndústriasde
Fiação
eTecelagem
de
Brusque
dizque92%dosoperários
sãoafavordocumprimentoda Constituição
e damanutenção
dasfolgas
como deveriam ser,segundo
dados de umapesquisa
realizadapelopró
príoSindicato.Issoficou claronosába
do,22deoutubro,na
primeira
semana emque deveria funcionaroesquema,quandoamaioriados
empregados
se recusou air alémdasquatro
horasdetrabalho. Entãovieramas
dispensas
eintimações,
e o clima de tensão se instaurounasfábricas.Háuma "tentativa deliberada das
indústrias de desmoralizar o
Sindi-cato,
lançando
nomeiodosoperários
a notícia de que a Diretoria teria
concordado com o 'onze por um"",
diz João Decker, tesoureiro da enti
dade. Confundirostrabalhadorestemo
objetivo
de facilitar a concordância com otermo,atravésdadesunificação
dacategoria.Alémdisso,asquatro
grandes
índús-"'_,abaho...I...dO&,••pr.ptlo. ti. tELUt,louo"."o c.OM ti.
rlorh..op<llh.rau"tcl"altOtlh!l/lO/aa para•.,near••pro"".t..
apr•••nUda. ,..10 GTn �...".l ..ortloC"htho ali".tI.cldl....Qua'
1•.l..dU_ ...eli".ot..apru..nhdupar.Un.deAcOrdO Cohlhod.tral>Oolbo8a"9nlC!!LI!.SC."on.oUo... I�no.
2·.utclon•..,.p.rICln.401.. c ..4ocqu...,
•C�LItSC "oooeh".uiUhnl...nto Soh..hlnooi. 4.
0"tll,""011l3_"."""l,,.14.21,391(indlc.d...OJ,),
lindo 00." 41IIlr ..pc;rcd••4.6,6�,IdI411114..
d..rll' V.,·.),,0...4.r...II'O,....;oe Das,O fl..ldoUII"...."looiioIHo.r"':.oul.rl0p.n
"."h fdtol ••al,1".... 1..o13",.1,;...10,P'QT,.otc. 3•0.. 0nUlilUl-*.10 1..4hu.."t •....t.4.lO'1".I"Uo dOln.,..lelürlol 4.norll"ôpoll.,.nqu.to ....
p,-0.14;;,,0Iul.,.11plr.finohbo.olo..ç;;oUn.l.
...w.u Jjoss_ .uzu: !iL.!IL .L..!:.l!.._ � c...l..£:L_ L..!..:__ � _l_:::L � c.2..2L
Patrões
jogam
a
Carta
no
lixo
';
NOV-88
, ' ,ZERO
P
5
...,011 > \ , _ ICoagidos
aassinar"Na realidade os
CCQs
sãouma forma de
apelar
emocionalmente para obter mais lu
cro.Cursosembons
hotéis,
elogios,
bajulações, distribuição
de.balinhas,
joguinhos, prêmios;
tudoisso
atinge
aspessoasenfa dadasdarotina",
enfatizaMargarida.
Acrescenta que, alémdemenosprezar
acapacidade
dosfuncionãrios,
oferecendoprê
mios
insignificantes
seconsíderarmosolucro que estes
podem
dar às empresas, essas condi
ções
tentam desestabilizaro-sindícato,
pois
é ele quem represen ta os trabalhadoresperante
alei. "Os
CCQs.
não tem pesolegal",
finaliza.Procurada
pela
reportagem
do
ZERO,
adireção
daempresa limitou-se a
três.
palavras:
"nadaa declarar".
Alíás,
umaresposta
quelembra'
asevâsí
vas utilizadaspelo
regime
mi litar no tratamento com aimprensa.
Ana
Luiza Miliotti
Coelho.
trias têm
pressionado
aspequenas e médias empresasa adotaremo mesmosistema, ameaçandocomapossíbílída
de decortedospedidos.Noentanto,o
Sindicato
dosTrabalhadoresjá
mante ve um acordocom asempresas
não'ligadas
àassociação
dasindústrias,
no sentido da nãoaceitação
da"propos-ta", .
Nas demais fábricas de
fiação
etecelagem
do Vale doItajaf
a sítua-:ção está
legal.
EmBrusque,
há aexpectativa
de mais demissões, queseriam
retaliações
aomovimento de22 deoutubro. Os maisvisados conti
nuam a ser as
lideranças
sindicais, masnãosesabequal
vaiser opróximo
golpe.
"Estamosesperando
osresultados das cautelares", diz João Dec
ker.
Vida
ADOR
,
Bandida
Gravidez
indesejada.
Dias de
angústia.
Decisão
tomada:
aborto.
Escolhido
o
local
entre
os
inúmeros
na
cidade
que
fazem
do
aborto
oseu
ganha-pão,
é só
submeter-se
aos
métodos
usados
e
correr
o
risco
de morte por
infecção.
A
situação
doabortonoBrasiljá
virou calamidadepública.
São realizados 4 milhões de abortos clandestinos porano.Quatrocen
tas dessas mulheresmorrem.Estas mortesresultamde abor tos realizados sem as núnimas
condições
dehigiene,
àsvezespormédicos,
às vezes por pessoastotalmente
desqualificadas.
A maioria das vitimas são adoles centessemqualquer noção
doquesignifica
planejamento
famillar.Elasrecorremàschamadas "cu
randeiras" que utuizam sondas,
injeção
de elementos tóxicoscomoacreolinae oformol,ou aintrodu
ção
deagulhas
de tricôecabides. .Asconseqüências
sãoagangrena, otétano, perfurações,
roturas,lesõe,
nocoloe noútero.E!m
Florianópolis,
uma destascurandeíras?"está deixando de
exercero seuoficio por estar tra
zendo
complicações
ao seu fUhoqueédaPolicia Mllitar. Ela está
atendendoapenas
asclientesanti- ,gas'ou por
recomendação
delas.Por um preço bem mais alto, a
gravidez
indesejada
poderia
serresolvidanaclinlcadoDr.Onori,
se ele não estivesse com o seu
diploma
cassadopela
morte deumadeseus
pacientes.
Ambososcasos foram relatados por uma
prostítuta
que também reaiiza abortospelo
preço simbólico de5mil cruzadose acompradasonda
pela paciente.
As
prostitutas
da cidadeconsíderama
gravidez
como"acidente de trabalho".Amaioriajá
fez de 3a8abortos
por
elasmesmas com remédios caseiroseaintrodução
de
objetos pontiagudos,
ou nas curandeirascomsondadeborra
cha.Elas avisamque sondadeve
ser retirada
logo depois
que a "bola" descer, edepois
irdiretoparaumamaternidade tomarso ro e fazer a
curetagem.
Todaspreferem
aMaternidade CarmelaDutrapornão
pedir
aautorização
do maridoou
responsável,
ao contrário do que faz a Carlos Cor
rêa.
O diretor daMaternidadeCar melaDutra,
Jorge
AbiSaadNeto,conta que são realizadoscercade
30
curetagens
emabortos infecta dos por mês, e os óbitos são decincoaoito porano.Eleconsidera a
situação
do aborto no Brasillamentável,
mas não concordacom a sua
legalização:
"Asmu-lheres continuariamafazerabor
tosàs ocultasmesmoque elefosse
legalizado;
este não éumproble
malegal
esimpsico-social".
Jor ge acha que deveriamseramplia
das as
possibllidades
do abortoterapêutico.
Istoserianocasodagestante adquirir
umadoença
grave durante a
gestação,
comrisco de vida paraambos, oude deformidade para o feto. Neste
caso,oaborto ainda é consíderado
crlminosonoBrasil. -' COXAS JUNTAS
A
posição
daIgreja quanto
ao aborto é radicalmente contra. Oteólogo
Orlando Brand declaraquea
religião
católica defendea vida "emsuaplenitude",
equeo aborto é um "assassinatocamu flado". ParaaIgreja,
oabortosóé aceitávelemcasoderiscode vida paraamãe.Quanto
aquestão
doabortoemcaso de
estupro,
opadre
Branddisse queo
catolicismo
nãoaprovaEle
éocentro
da
SdiS-CllSsões
"pois
a naturezadeu
à mulher umaproteção
natural. Ofatodelaterassuasduascoxasmuito
jun
tastorna
impossivel
oato sexual seela nãoquíser",
Provavelmen te ele nuncapassou
porsituação
semelhante...A
psicóloga
Angela
Schillinafirmaque a
prática
do aborto não traz só danos f1sicos: "Com o passar dotempo
amulheradquire
umasérie detraumas,
entre osquais,
abortos feitosnopassado.
Issovemadificultarasuarelação
comoutras pessoas,eatécomos fUhos queeladeixou nascer" .Esteéocasode
A.M.L.,
32 anos,mãedeumfilho deoito,que fezumaborto
doisanosantes delenascer.Ainda
hoje
ela temepela
vida do menino numarepresAlia
de Deuspelo
que fezcomooutro fUho.
Ângela
disse queeste tipo
deneuroseé resultado de
umaherançareligiosa
"ondeamulher é vistacomo
aquela
que gerou todosospecados
do mundoe agente
paga por issoatéhoje".
A.E.R.de 21anosfezumaborto naClinica Condeixa de Joinville há pouco mais de doismeses.Ela conta quenãoteria
condições
de criarofUhopois
elaeonamoradoaindaestão estudandoenão têm
uma
relação
muito firme. Sobreaexperiência,
A.E.R. disse que "é ummal necessário.É preciso
que oabortoseja legalizado
para queasmulheressem
condições
finan ceiras possam ira umaboa clinlcaenãomorrampor faltadeassis
tência". Eladisse ainda que não
faria o aborto de novo porque
"seriamuita burrice.
Agora,
de-pois
doqueaconteceu,eupassei
atomar
pilula anticoncepcional"
.P
6
"',ZERO'
NOV-88
OABORTOEALEI
Nas
legislações
de antesdocristianismo, a mulher tinha
plenos
poderes
sobreoseucorpo; poden
do
optarou
nãopelonascimento
deseusfUhos.Em
Esparta,
naGrécia
antiga,
era o Estado quemdeterminava os abortos. Isto acontecia
quando
acriança
não tinhacondições
desetornar guer reira.Pelo
atual
Código
Penal Brasíleiro,o aborto só é
permitido
emcasode
estupro
ouderisco de vida paraa mãe. Nosegundo
caso, o aborto serialegal
se a mulherestuprada
estivercomumagrande
dilatação
no canal cervical e hematomaspelo
corpo, eviden ciando sua resistência. Nos demaiscasos,aleipuneamãeeos
cúmplices
com um atrêsanosdeprisão,
e na novaConstituição,
o tema abortofoirelegado
àsleisordinárias que ainda não foram votadas.
SôniaMaluf,
professora
docur sodeJornalismo da UFSCemílítantenalutada
libertação
feminina, deixabem claraa sua
opinião:
..
As mulheresesperamquea sua saúde fisicaemental
seja
levadaem conta da
próxima
vez quedebateremoassunto aborto.Tal veza
pílula
francesa RU486 possa ser asolução
emúltimocaso. Oimportante
é que ageradora
dahumanidade volte novamente a ter autonomia
sobre
siprópria".
-J w:ZZ::=
- -_,.
Maconha é
permitida
do
outro
Segurança
noOampus
faz
acabeça
do
procurador
Marco
Aurélio
Desde que um carro
preto
eamarelocomeçouacircular pe
las ruas da
Universidade,
háquaseumano,osconsumidores
demaconha passaramaterdifi culdades na área do
Campus.
Comapreocupação
da reitoria em diminuiressetipo
de comportamento, implantou-se
umamini
delegacia perto
doRU,
contratou-se uma
equipe
de seguranças pararealizarrondasa
pé
eadquiriu-se
doiscarros com oobjetivo
devigiar
as ruas eprestarauxilioaos
vigilantes.
Conseguiram
diminuir os arromba mentosemveículos,
oconsumode tóxicos e não se teve mais
notícias de tentativas de estu
pro, como as duas
registradas
ano
passado.
Mas acabaramsurgindo
criticasdo modocomoéfeitoessecontrole.
Hoje,
o aluno encontrado fu mando élevadoâminidelega
cia, onde estáo chefe da segu
rança,
João.
Ceccatto,
e este oencaminha à sala do procura dor
geral
dauniversidade,
MarcoAurélio
Moreira,
queafirmadarumtratamentodiferenciado
aosalunos consumidores. "Não
os
entregamos
àpolícia,
massão liberados somentedepois
deeuconversar com seus
pais",
dizele,
alertando que essetipo
deprocedimento
visa educaroaluno. "Nosso
objetivo
não é reprimir
e sim conscientizar ousuário para os malefícios da
droga",
anuncia. Se a aula deorientação
educacionale aati tudepaternalista
do procurador convence, é difícil saber.
lado da
rua
De
concreto,"
somente que ele não faz nada além disso na suapolítica
deconscientização
e, dequebra,
os alunos denun ciambarbaridadesdaparte
dosseguranças.Um
exemplo
aconteceumês
passado,
quando
umcasalacabou
agredido
pelo
despreparodeum
guarda.
Eles nãoestavam fumandoa ervamaldi
ta,
mas osegurançaachou obsceno ofato dorapazestar senta
do sobrea
barriga
da namoradanum
gramado.
perto
da minidelegacia.
Ele foiWtido
e agarota
levou umsaf�ão
naboca. Esse
guarda
foi chama do deignorante pelo
seupró
prio
chefe.SÓ
DEPOIS DA CERCA Indiscutíveis os benefícios adquiridos
pelos
uníversítáríosem se tratando deproteção
contrafurtos e
agressões
apartir
daimplantação
do sistema.Mas,
nooutroextremo,
sãogritantes
asfalhasna
politica
de conscientização
anunciadapelo
procurador. Marco Aurélioafirma que nãoécontrao consumodemaco
nha. Pelo
contrário,
elepoucosepreocupa com o que combate
aqui
dentro,
casoseja
feito fora daáreadocampus. "Seoaluno que fumarláforaoproblema
édele,
queroéfazercumprir
alei enaUniversidadeninguém
deveconsumir", afirma,
anunciandoa transferência dos fumantes
parafora desua
administração:
"Estão fumandoetraficandoali
napraçaSantos
Dumont,
aolado doComper"
.Apesar
das boasintenções
ementregar
a bomba diretamen tenas mãos dafamilia,
MarcoAurélio driblou bem e passou
adiante oabacaxi. A conscien
tização
opreocupa somenteenquanto
o casoestivernoâmbitoda universidade.
Entretanto,
pouco resolveo aluno dar três passos, fumar um baseado e
o comércio do baseado é
tranqüilo
napraçavoltar para a aula de
cabeça
são?feita,
certodequenão vai passar Para não passar embranco,
pelo
pito
do segurança.Afinal,
Marco Aurélio anuncia a Im não seria melhorse o casofosseplantação
deumgrupode oríen vistosemtantospreconceitos
e tadores que ministrarãopales
tratadoabertamente entre alu- tras para alunosefuncionários
nos ereitoria? Além
disso,
sindi- sobreoproblema
dadroga.
Cer
-cãncias como a instaurada no tamenteosassistentesnãoserão
---
cursode
Arquitetura (veja
ma- os mesmos quefreqüentam
aMarques
Indio
Casa
térianessa
edição)
nãoé repres- praça SantoDumont,
maspode
raserquepor aí
esteja
oiniciodeum
diálogo
entreosconsumidores e orientadores. E até
pode
serqueosalunosseconvençam
de queparardefumarmaconha
é a
solução.
(' c <"
CLICHÊS
COli
sumo
de
drogas
na
UFSC ainda
é
discutido
sob cortina
de
fumaça
"Drogas
são
alternativas
à
utopia"
ousode
drogas
podeserescolhapessoal,reflexode
desajustes,
ca sodepolicia,
ouproblema
de saúde
pública, dependendo
de quemexaminara
questão.
ParaadiretoradoCentro
Tecnológico,
Helena Amélia Stemmer, parece se tratarde atoasercoibido, tanto
que solicitou à Reitoria
providê
cias sobre denúncias de que os
alunos do. curso de
Arquitetura
estariamfumandomaconhaden
tro da sala de aula. Resultado:
umaCcomissãodesindicância foi instalada para
investigar
o caso. Nestamesmalinhaoprocurador
geral da UFSC, Marco Aurélio
Moreira,
propôs
queoServiço
deSegurança
doCampus
passasseaatuarnarepressão
dos usuáriosdedrogas.
Mais flexivel, mas nem por issomenospreocupado,
oche fedoDepartamento
deArquitetu
ra,professor
NelsonVaz,diznãoconcordarquesetrateoassunto
comoatitudecriminosa,a ser re
primida
por autoridadepolicial.
Para eleedemais
professores
doDepartamento,
oepisódio desper
tou várias dúvidas sobrequal
amelhor maneira de lidar com a
questão,
porém
descartaramme didas repressoras. Ele diz que o caso suscitaumquestionamento
sobreaautonomiadaUniversidadee sua
função
educadoraeadmite, contraditoriamente,comosai da parao
impasse,
aaplicação
daAdroga hojenão
pode
maisserpensada de uma forma isolada.
Sua
partícípação
como um elementodasociedade
contemporâ
neanosobriga
a veramaconha,acocaina,dentrode
concepções
sociológicas.
Aopinião
édasocióloga Ilde SchererWarren, ao ver
como
principal
causadoconsumo dedrogas
adesmotivação
eapatia
emquevivemosjovens
hoje.
"O estudante
precisa
deumautopia,
construir sonhos, para emcima dessas
paixões
acreditarnuma
perspectiva
defuturo",anali sa aprofessora.
Doutoraemsociologia
pela
Universidade deSorbonne(França),Ilseacredita
que"a ditaduramilitar,a
repres-leique
proíbe
ofumonasreparti
ções
públicas.
Assim, diz, seriaevitado
"qualquer tipo
de fumaça".
REPRIMIROU TRATAR?
Se
reprimir
nãoé o verbo maisadequado, qual
seria'?
Tratar?Quemusadrogaséum doente a
precisardecuidadosespeciais?O
professor
doDepartamento
dePsicologia,
Mário Ferreira, nãoacha.Elevê
repressão
eprecon ceitoemqualqueratitudeemrelação
aousuáriodedrogas
desdeaspropostas
de tratamento, "coisaque elenão procuraenão
preci
sa",até, emuitomais,nas
ações
com.conotação policial
como alembrada
pelo procurador geral
daUFSC.Para
Mário, drogar-se
ounão,éumaescolhapessoal.Não
deveserencarada comalarmee
espanto.
Fumarmaconhaoutaba coéequivalente,
na suaopinião.
Clél1aSchultz,professora
de Psicologia
Social, entretanto,diz queoconsumode
drogas "nãopode
servistocomoalgoinofensivo".
A
maconha, lembra,pode
setornar um
trampolim
para outrasdrogas,eacrescentasernecessá
riauma
avaliação
mais concretasobre as
proporções
do assunto,quedentro daUniversidadecomo
do
pais.
"No Brasil, o governodeveriapropor
ações
articuladaspara tratarcomseriedadeopro
blema",dizClélia. E constata que
são,acomplexidadedasociedade
atual,noBrasilenomundo,tira ram apossibilidade deos
jovens
construirem-ao menos mental
mente - um
projeto
de futuro".Diantedisso,acrescenta,adroga
secolocoucomoalternativamais
próxima
para aconstrução
dossonhosda
juventude.
De acordo com a
socióloga,
"ojovem,
porém, poderia
expressar suapaixãodeumaformapositiva,
tendo
em vista uma sociedademelhor,
atravésdalutapolitica".
Portanto, paraIlse, adroganão
deixa de ser um mecanismo de
fuga.
Ummeioparaconstruçãode
uma falsa realidade. "A droga
comprova
apenas anecessidadeo assunto não é considerado na área Saúde Pública.
Contraa
repressão
eduvidandodequea
questão
tenhanaUniversidade as
proporções imaginadas
pelo
procurador-geral,
oprofessor
Sérgio
Scotti, supervisordeestágio
doCurso dePsicologia,
admite que, emalguns
casos, o uso dedrogas possa trazer
conseqüên
cias mais sérias para a pessoa.
Entretanto,ressalva: "tudo é muito relativo". Vêahistóriade
vida de cada um,ascaracterístí
casde
personalidade,
comodeterminantes paraa
droga
se trans formarnumaforma depreencher
outras carênciasou serconsumi
da porprazer.
O SAPSI
(Serviçode
AtendimentoPsicológico),
criado pelo Depar tamento dePsicologia,
nãoéuma alternativa para auxiliarpossí
veis casos dedependência.
Eleservede campode
estágio, explica
Sérgio.
Alémde nãoterem experiêcia,osalunos atendem durante
umsemestreapenas,
tempo
insuficienteparacuidardecasos com
plexos.
Acriação
deumaclínicaescola, idéia que começa a se
esboçar
noDepartamento,
talvezpudesseexercerestatarefa, mas'
antesseria
preciso diagnosticar
ademanda,
Rosângela
Bion
do ser humano
possuir
sonhos epaixões",reafirma.
"Usarmecanismosde
repressão,
para combatero consumode dro
gas, nãoadianta. Poreste cami
nho os
jovens
vão continuar ausá-las. Precisamos encontrar
um substituto para as
drogas"
reage a
socióloga
àproposta
dareitoriaemaumentarasegurança
docampusnosentidodecombater o uso da maconha & cia. "
A
Universidade temquesepreocu paremtransformaroprocessode
educação. Temosquecriarfórmu
laseducacionais com vistasaenvolvero
jovem
de umaformamais
subjetiva.
Umaeducação
que
proporcione
aoestudanteesti-o
procurador
MarcoAuréliomuloe a
oportunidade
de ter utopia",
concluiIlse.ESTUDANTES
Eo
próprio jovem,
seráqueenxerga o
problema
da droga sob omesmo
ângulo?
O universitárioF.G., 22 anos, concorda com a
opinião
dasocióloga.
Consumidor habitual de maconha, F.G. acha que,sobretudo,oshomens dehojesãoinstrumentosdosistema."As
pessoas buscam alternativas para umaliberdade inexistente.Ama conha
pode
serfugaparaalguns,
status paraoutros,porém
não éempecilho
paraselutar poruma sociedademelhor", desabafa.Jáoutro estudante, D.L, 23 anos,
-nãofumante- diz
queo marasmo ocasionado
pelo
usode drogasservede alavanca de
sustentação
do sistema
capitalista
vigente.As
diferenças
continuam. Uns fa zemdistinção
entredrogamoderna, da sociedade capitalista
-a cocaina - e a droga dos
"pés
de chinelo" -a maconha, conformedefiniçãodeC.G.,20anos.
"Maconha é que nem
cachaça,
ela foi endeusadapelocapítalísmo,
libera e
ninguém
mais quer.Droga
hoje
é cocaina", enfatiza. C.G. achatambém,queosusuáriosdemaconha,"nãosabemda necessi
dadedotrabalhoedalutaparase mudara
estrutura
das coisas".João
Carlos
Grando
SEdA.
PAI
DE SEU
FILII
P 8
.ZERO
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