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FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE o mapa eleitoral da UDR. Terrorismo na Celesc. do Mirad. Traição. Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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(1)

FLORIANÓPOLIS,

NOVEMBRO

DE 1988

o mapa eleitoral

da

UDR

Terrorismo

na

Celesc

(2)

Sadlavski

EXPEDIENTE

Jornal Laboratório do

Cursode

Comunicação

Social da Universidade

Federal deSanta Cata­

rina.

Esta

edição

foi elabo­ rada nas

madrugadas

de 10e3de novembro de

1988.

MelhorPeçaGráfica

10 Set

Universitário

Maio 88

ZERO

Texto: Ana Cristina

Lavratti, Ana Luiza

Coelho, Arley Macha­

do, CarlosAugustoLo­

catelli, CláudiaFinar­

di, Daniela

Aguiar,

Dauro Veras, Denise

Bezerra,ElaineTava­ res, Evaldo Neto, Ge­

raldo Hoffmann, Ival­

do Brasil Jr.,

Jacques

Mick, João Carlos

Grando, Mara Schus­

ter, Marques Casara,

Ozias AlvesJr.,Rafael

Maseli, Renata Rosa,

Rosângela

Bion, Ru­

bensVargas, RuteEn­

riconi, Silvia Regina Pavesi, Zulmar Borto­

lotto.

Diagramação: Fabia­

no Melato, Graziela

Nunes, Ivaldo Brasil

Jr.,Ivan Giovanni Rau

Flores, Julio Cesar

Pompeo,

NilvaBianco,

RenataRosa,Roseme­

riLaurindo,SilviaPa­ vesL

Fotografia: Geraldo

Hoffmann, Jacques

Mick, JulioCesarPom­ peo,

Philippe

Arruda,

Fabiano Melato

Laboratório

Fotográfi­

co: Ana LuizaCoelho,

Graziela Nunes, Jac­

quesMick,Julio Cesar

Pompeo, Nilva Bian­

co.

Capa:Frank Maia

Ilustrações:

Frank

Maia e Ruchelle Zan­

davalle

Edição:

Dauro Veras,

Geraldo Hoffmann,

IvaldoBrasilJr., Ivan

Giovanni Rau Flores,

Jacques Mick, Renata

Rosa.

Supervisão:

Ayrton

Kanitz, FranciscoKa­ ram, Henrique FincO,

Nella Bianchin. Convidado

Especial:

Jornalista Jakzam Kaiser.

CorresPondência:

Cai­ xaPostal 472,

Departa­

mentodeComunicação

e

Expressão,

Cursode Jornalismo, Florianó­

polis,

BC. Telefone: (0t82) 33-9215 Telex: (0t82)240 BR Acabamentoe

Impres­

são:Diário Catarinen­ se

Distribuição

Gratuita

Circulação D1r1gida

3000

exemplares

Açricuitores

pagam terra

duas

vezes

o dia 29 de outubro de 1988

vai entrar para a história da

Linha Varaneira, em Ibirama,

como uma

grande

farsa. Asqua­

rentaeduasfamlliasde

agrícul­

toresque povoamoarraialfize­

ram uma festa para receber do Ministérioda Reforma

Agrária,

os"titulosde

autorização

deocu­

pação"

de 1.257hectaresdoimó­

velConcessãoSimões,masaca­

baram assinando uma nota

promissória

queosobrigaapagar

pela segunda

vez umaterraem

quevivemhámais de meiosêcu­

lo.

A história começa em 1924. O governo do Estado de Santa

Catarina concedeu o titulo de

8 mil e 400 hectares para Ma­

noelSimões,quedividiuoimóvel em

quatro partes

e nomeou o

padre

João Kamineckparaven­

dê-lo

parceladamente,

sem

qual­

querplanodeloteamento. Parte

dasterras foiadquIridapordiver­

sasfamllias, a maioria de imi­

grantes

poloneses,

queseestabe­

leceramnaregião

àquela

época.

É

aversãodoMirad.

As "babuxas" e os "hadeck"

(avós

polacos)

contam outrahis­

tória.O

governador

HercilioLuz

deu as terras ao Simões para

colonização,

porque "andavade

rolo"com amulher dolatifundiá­

rio.Simõesmorava emMafrae

suamulher "transava"comHer­

cilio LuzemCuritiba. "E quem

diz que isso não é verdade?",

desafiaumvelhinho,lembrando

um ditado: "Terra e mulher é

donoquem estáemcima".

Trintaanosdepois,em1957,os

herdeiros de ManoelSimõescon­

testamatransferência dostitulos

aoscolonos.Dizem que o

padre

Kamineck vendeumais terra do

queoautorizado. O

julgamento

do

processo em Ibirama, em 1964,

decide cancelaros

registros

imo­

biliários da

parte

excedente. O Tribunalde

Justiça

de SC,

logo

depois, reformulaa

sentença

e

anula todasasescrituras. Os

agri­

cultores recorrem ao

Supremo

Tribunal Federal que, por

"ques­

tão de técnica processual", um

erroburocrático,nãoreconheceo

apelo.

A

ação

de

anulação

de

escrítu-TERRA

EM

TRANSA

ZERO

premia

seus

leitores

rasécumulada, em1981,com a

reivindicação

deposse, por

parte

dos Simões.Os

juizes

dacomarca

de Ibirama decidem

pelo despejo

de todasasfamilias.Houve

pâni­

co. Os colonos reagem e, em

82, conseguemaprovarno mesmo fórum

"embargo

do

despejo",

com oqueganham tempo para

pleitear

junto ao Ministério da

Reforma

Agrária

a

desapropria­

ção

daárea.No dia 13 demarçode

1985,dois dias antes dedeixaro

governo,o

presidente Figueiredo

declaraagleba"áreadeutilidade

pública, prioritariamente

para

fins de reformaagrária".

ENGODO

Os colonos da Linha Varaneira

lutaram durante 28 anos para

reconquistar

aterra que haviam

pagocomzloty, marcos e suor.

PedroSadiavski,58anos,lembra

os

primeiros

dias nos barracos

feitos detábuarachada de

pinhei­

ro etapadoscom

"papão"

(folha

depalmeira),o

"picadão

decar­

gueiro",

oito dias decarroça para ira

Itaiópolis,

o

imposto

decarro­

çaebicicleta,omutirão decon­

servação

da estrada.

"Enquanto

o povo trabalhava na

agrícultura, plantando trigo,

milho,fumoelinho, algunscana­

lhas residentesno

municipio

nos

traiam por trás das cortinas",

lembra AlbertoSadiavskl,

presi­

dente da comissão comunitária

queencabeçoualuta

pela

reínte­

gração de posse. Gente do

tipo

de

alguns

dos

politicos

que, no

dia28,comtoda

demagogia,

toca­

ramnasraizesdosimigrantes.As

lágrimas

de

emoção

rolavampe­

losrostos sofridosdaquela

gente

iludida e manipulada, inclusive

pelos"seus"advogadosEstêvão eSantino Ruchinski

-que

pen­ sam emcandidatar-seà

prefeitu­

ra de Ibirama em 1992,

pelo

PMOB.

A

autorização

de

ocupação

é

expediente

burocrático que tem

validade de

quatro

anos, prazo

pelo qualoagricultordeve per­

manecercultivandoaterra, de­

monstrando sem merecedor do

titulo de

propriedade

definitivo.

Junto com as

autorizações,

as

familias de Ibiramareceberam uma"cartadeanuência",queas

permite

efetuarfinanciamentos

embancos.Atéagora, eles

preci­

savamde avalistapara

qualquer

empréstimo.

Quando "seu" Leonardo

Sa-Foiprecisoadiarapromoção

"Zero e WEA dão 50 discos"

pela, resposta insuficiente de

cartas que chegaram à reda­

ção.Aprorrogação atingiuseus objetivos, embora não total­

mente.Comogarantiaocupom,

temos dezdiscos de cadaumdos

intérpretescitadosparaserem

entregues.Mas aconteceuoim­

previsto, algunsforamfrancos

favoritos: os Titãs e Rod Ste­

warttiveramescolhassuperio­

resaosdez discosdtsponiveis.

Assim, perdeuquemdemorou

pm escrever ounão foimuito

criativo. Comisso,osrepresen-.

tantesdo Zeroedagravadora

WEAforamforçadosaescolher

concorrentes para discos que

nãoelegeram.Restaramquin­

Zediscos(totais)dePrince,do

BarãoVennelhoedo triofor­

madoporRobertCray,Albert

Collins e JOhnny Coopeland.

Paraestes,vale quemchegar

primeiro.

Eleitosemprimeiraescolha

oupendentesna"regra três",

devem buscarseusdiscosem

As "babuxas" e os "hadeck" acreditaramnabondade doMirad

diavski,61anos,umdos

pioneiros

dacomunidade,recebeuotitulo

de

autorização

de

ocupação,

não

se conteve: duasgrossas

lágri­

mas escorrem pelos sulcos do

rosto. "Me sinto melhorumpou­

co, masnãomulto, porquenão veio a escrituradefinitiva. Val

rolar muita

água,

vamoster que

batalhar muito aindaatéconse­

guir

o titulo definitivo", disse.

Depois,

pediu

quelessemodocu­

mento: ficouindignadoaoouvir,

noreversoda medalha, que "o

outorgado

se obrigaa pagaras

despesas relativas ao valor da

terra nua, à

demarcação,

bem

comoquaisquerbenfeitoriaseri­

gidas com o concurso do

poder

público".

Nósvamosbatalharpa­ ranãopagar nada,avisou.

JacóAnderle tentou

tranqüili­

zá-lo: "O valor que vocês vão

pagar é simbólicoetemcarência

de dois anos". Não disse quan­

to.

O

foguetório

e as marchinhas

polonesas

do alto-falantesilencia­

ram.Afesta acaboue ostratores

voltaram paraaroça. Ficouum

cartazsolitárionaparededosalão

daIgrejinha: "Nãoseavaliaas

pedras pelo brilho,massim

pelo

seuvalor".

Geraldo hoffmann

qualquer quarta-feiraàtarde,

munidos deidentidade,noCur­

SO de Jornalismo, prédio do

Centro de OomunicaçãoeEx­

pressão,CampusUniversitário

comoprofessorRicardoBarre­ to.Depoisétocar,ouvirecur­

tir.

Ganharamodisco GoBack,dos

Titãs, os seguintes leitores:

GrazielaS. Nunes,AchillesS.

SUvaJr.,TadeuCésar Medei­

rosCardoso,DkaGoldschmidt,

Ademir Demarchi, Gerson

Eduardo Macedo, José Luis

Schuier,Luiz Adriano E.Fran­

co,RafaelMaselieElsaMárcia

Pereira. LevamRodStewart:

GersonE.Macedo,Fábio Sche­

rerVentura;SUvanaBortolon,.

Anna M.F.daCunha,Rute En­

riconi, MarcosSérgio Macha­ do,SidneyadeOliveira,Valter Ralf Noebauer, Dalva Luiza

Macedo e Hamar Perini. Os

seguintes leitores podem con­

tarcomseuexemplarde Show­

down,discodotrio infernal de

guitarristas negros liderados porRobertCray:Fábio

Lavrat-ti, JulioCésarCampos,Sandro

Shiguefuzzi,RomirRocha, Jo­

sé LuisSchuler,RuteEnriconi,

Elsa M. PereiraellkaGoldsch­

midt.

Surpreendentemente,

apenas os seguintes leitores

"encomendaram"odiscocar­

naval, do Barão Vennelho

(Jansondos S. Filgueiras Jr.,

André Luiz ZeneRute Enrico­

ni)eLovesexyde Prince- Re­

nataRosa,ElisabethSatkamp

eMarta Moura Moritz. Assim

osorgaxdzadores sãoforçadosa

estimular além dapromoção,

um "rally": levam os discos

restantesdo trio deguitarristas

(2),Prince(7)edoBarão Ver­

melho(7),osseguintesleitores

quechegarem primeiro,

poden-.

do fazersuas�scolhasalterna­

Uvas. Não perca tempo, mas

traga seu documento - todos

deverãoseidentificar.O Zero

nãofraudaseusleitores.

LorisvaldoSUva,Eliane Alves

Barreto, TomazLima,Vanessa

Schultz, Luis carlos BrasU,

FernandaC.C.Lima,Dalmir A.

SUva, Rafael MaseU, Moacir

Haverroth,IvaldoBrasU Jr. e

Marcos Antonio SUva.

Mirad

trapaceia

polacos

A turma daregra três: Jef­

fersonProêncio,Dalton Barre­

to,JoséLuisSchuler,Angelita

(3)

Caiado quer

500/0

das

Câmaras

e

.

prefeituras

AUnião Democrática Ruralista

(UDR)nãoéumpartido politico, masgaranteque vaieleger50%de

todososcandidatosàsprefeituras

eCâmara deVereadores do

pais,

com oapoiodas pessoasquepartí­ cipamda entidade. O Presidente

daUDR,RonaldoCaiado,quees­

teve em Chapecó no dia 22 de

Outubro,acreditaque''a entidade

temomaior nível deconscíentíza­

ção

politica

do

país,

e está em

condiçõesdeelegeraté mesmo o

PresidentedaRepública".

Caiado,apostandonavitória que

tevesobreaReformaAgráriana

Constituinte, onde contou com o

apoiode295parlamentares,acha

que vaiserfácilelegervereadores

eprefeitosque sãosimpatizantes

da UDR. Entre os partidos na

- Constituintequeapoiaramaenti­

dadeestavam, PFL, PDS, PMDB,

PTB,PDT,PDCePTR,esãoesses

partidos que a UDR pretende apoiar.

OCapítuloIII,da rtova Constitui­

ção,que tratada ReformaAgrá­

ria, foiconsideradoprogressista,

na análise deCaiado,

que foi

garantidoque só serão desapro­

priados os imóveis sem função

social. Caiado afirmaque o

"go-TOCAIA GRANDE

ç OI E:>ca.Ju.l1 :E P.eq'or"-<I'; 23Con.stIO;_':II"(�S is.ocn 'S'XI';S

14 leilÕe'5 - �5::.I)(lOO;t.i'S

CS 1'tunic:iodi$ 21 (oostiti..ln..tes �O.!)OO Socic s 1 v tejIões -:'-3.000 O�.! 01 ReçiO"'iI C3 Constituint.es SOO sécios 01 Leiião- 15S.DaOOiNs verno é corrupto, inorgânico, e

incapazde fazeras distribuições

deterra, permitindoque oscolo­

nosseapossemdenossas

propríe-.

dades,eé dessa forma queaUDR

pretendeconquistarvotosnaspró­

ximaseleições".

A UDR formou uma verdadeira

"IlhanaConstituinte",disseCaia­

do, assim ficou provado que o

produtor rural tem força para

garantirseusobjetivos. "O setor

industrial urbanoseomitiucom­

pletamente",orgulho-seCaiado. As críticasfeitasàIgrejaCatóli­ ca,porRonaldoCaiado,refletema distânciadeumentendimentoen­

treasduasentidades."Pregamos

a evangelização entre

o�

ho­

mens",e acusou aIgrejade

"Bi­

vulgaridéiasmarxistas,alémde

pregaralutadeclasses".

RonaldoCaiadoestápercorrendo

todoopais,parafalaraoscompa­

nheirosdaentidade para que este­

jam preparadosparaserem ver­

dadeiros caboseleitorais.

Agradecendoem nomedetodosas

condiçõesdotempoquemelhora­

ramparaosagricultores

depois

de

umperiodode seca,ele disseque

"Deus não é apenas brasileiro,

mas também produtor rural".

Talvez Deusnãosaiba,maspare­

ce que até ele está filiado à UDR.

Rute

Enriconi

OI Esucu.' I 16�.e':J;Q('I.ilo :acC�s!;t>;intes

'I

8.500Sé�ios OI leilão -i7.00G OT�s 03 �(:alcn"'$ üd "<J�IC!OõIS 05 Co..s:"�\J,ntes· 1,500 Sõc :05 4leol�s -50.000O�S :z �egjonaj, ;:;i ('''.Ioudl ':: ConstitUintes .fI.:C':j sce.tes OI Estadual 08 ;�egionajs ILL :-- ... nlcip.aj50 Il, CcnHituintes I leilào - '".5�'J on:'i �� A�oiona,s �T CC�s[jtu!n(es :3.500 SOCIOS

it l.1'ilces]�.;,OO OTNs

('

(i'0

05 g;e�i(.:nais ',j�"'tuniCl::;'.lis i.SOC Sõcios .5 If'·I�s - :C:).C0:J OTN, I"':: CO"S:H:ui,ltes

o mapa da UDR,seusnúmerosesua

articulação política.

Fazendeiros

demarcam

Por onde passaumboi,passauma

boiada. A UDR decidiu aplicar di­

nheironascampanhasdoPDS,PMDB,

PDT,PFLePL,naspróximas eleições,

além decontinuarafinanciar295par­

lamentares que votaram contraa re­

formaagrárianaConstituinte. AAgên­

cia Ecumênica De Noticias (AGEN),

deSãoPaulo,eaComissão Pastoral da

Terrade Santa Catarinadesmascaram

todaa estrutura que alimentaossonhos

de Caiado, de infiltrar uderristasem

todosos

espaços

possíveis.

AAGEN,no seuboletim n°120,denun­

cia que,jácomtrês ministérios "alia­

dos" nogovernoSarney (Indústriae

Comércio,ReformaAgráriaeAgricul­

tura),aUDRreivindica, agora, repre­

sentação próprianoministério da Fa­

zenda, Banco Central e Conselho

Monetário Nacional. Entreospartidos,

está excluídaqualquer ajudaaoPT,

PSB,PCB,PC do BePSDB.

JáojornalCheiro deTerra,daCPT,

revela,nasuaediçãodeoutubro,que

a UDR está estruturadaem 186 dos

4.500municípios brasileiros.

Comumdiuscursode "defesaesegu­

rança" das pequenas propriedades,

Caiado reúnenaentidade 134 mil só­

cios.Amaioria,uns70mil,nosestados

de SãoPaulo,MatoGrosso,Paranáe

SantaCatarina,são médiosepequenos

agricultores,iludidos poressediscur­

so, multo semelhante ao da TFP

-Tradíção,

FamlliaePropriedade-bra­

ço conservador daIgrejaCatólica. Os

60 mil restantes sãofazendeiros, que

representam15% do total de 400 mil

latifundiários existentesnoPais.

A CPT questionatambém a origem

do dinheiro que é investido contra li

reformaagrária,em armase,agora,

no financiamento das eleiçõesmuni­

cipais."Odinheirodos leilõesé rura-:

do. Muitos dos 49leilões(35milbois)

relacionadossão apenaspubliçidade.

Se osleilões tivessem rendido tanto

quantosedivulgaaUDRteriareco­

lhido 890 mil OTNsouUS$6 milhões",

dizojornal.

PARTIDO DO BOI?

A UDR não pensa em tornar-se um

partidopolitico.Satisfeitacom aatua­

çãodos295parlamentares(PFL, PDS,

PL,PMDB,PTB,PDT,PDCePTR)na

Constituinte,apostaagoranosfuturos

prefeitosevereadores.

Critica0 governoeacorrupção,pregao

resgatedaintegridade,da moraleda

competênciapara mudaroBrasil.

Segundo a AGEN,' a UDR está cui­

dando também de organizar o seu­

primeiro estadonaRepública Fede­

rativa do Brasil - o do

-Tocantins,

definindo os seus candidatos a pre­

feitos, este ano, ea governador, em

1990.

No próximo ano,a UDR terá igual­

mente, uma atuação decisiva no fi­

nanciamento dos candidatos de di­

reita paraaPresidência daRepública.

Osprincipaisaliados daentidade,nes­

saofensivapolitica,

são

oMovimento

Democrático Urbano(MDU),asenti­

dadesdos fazendeirosepecuaristase a

AçãoCívica deRecuperação Nacional,

dirigidapor HerbertLevy.Caiado diz

que não é candidato àpresidência,mas

quea.UDRapoiaráumcandidato.Já

manteve contatosreservadoscomofa­

zendeirogaúcho-uruguaio-australiano

.

O

poder

da

República

LeonelBrizola.

Outras prioridadesdaUDR, apartir

de agora, serãoasconstituintes esta­

duaíse oprocesso de.elaboraçãodas leisorgânicas municipais. Em Santa

Catarina, os partidos burgueses não

mostram aversão à união dos lati­

fundiários. Basta folhear os jornais

para encontrarexpressõesdotipo''não

tenho razão para apreço'ou desprezo

em relação à UDR" (Wilmar Dalla­

nhol-PFL),"aUDR defendeosinteres­

ses dos donos das terras" (Moacir

Marques-PDC)...A conclusão é uma

só:aRepúblicaaindaé dos fazendei­

ros.

NOV-88

ZERO

P

3

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,,::{ti';,;!.i)J.',!

"1f'�'{1'1'll�'Ii�l.."ltJ:�)

(4)

ILUSTRE DESCONHECIDA

dos

poderes",

lembra. A Carta

permite,

segundo

ele, que Santa Catarina adote, por exemplo, o

sistema

parlamentarista

de go­

verno.Outramedida, esclarece, é

a criaçãode varas distritais (de

pequenascausas) para queospro­

blemas de cadalocal

sejam

resol­

vidosnointeriorda

própria

cornu­

'nídade.

As

interpretações

sobreaautono­

miados estados são muitasedão

margemadiscussões. Oartigo25

danovaCarta, porexemplo, diz

queos estadossão

regidos

pelas

Constituições

eleisque adotarem,

observando, contudo, os príncí­ piosconstitucionais federais.

A

'quem

serve-

a

Constituinte?

Faz

um

mêsque

ela existe. Poucos

sabem.

Em andamento háum mês, a Constituinte Estadual ainda não

atraiu a

população

catarinense.

Trabalhadores,estudantes, popu­

lação

emgeral,não sabemquase

nada sobre elaesequerque exis­

te.

Masafinal,oqueéaConstituinte

Estadual em andamento na As­

sembléia

Legislativa?

Para que

serve,qualseusignificado?Oque

podeounão fazer?Atéondeseus

poderes chegam?

Estassão

algu­

mas das dúvidas que continuam

ummês

após

aaberturadostraba­

lhos.

Iraci NunesMartins,42anos,me­

cãnico,nãosabequeSantaCatari­

na tem uma Constituição a ser

alterada pelaConstituinteem an­ dàmento. Suapreocupaçãoécom a sobrevivência imediata. "Não

sei nada do queée oquesignificaa

palavra

Constituição.

Já ouvi fa­

lar sobre elanatelevisão,maseu'

só queroumacoisa: umaleique

encha os

pratos

de comida dos

meusfilhos,porqueacoisaassim

comoestánãodá",desabafa Ira­ ci.

Marinete

Siqueira,

24 anos, em­

pregada

doméstica, reafirma as

palavras

de Iraci. Além denada

saber, também, sobre a Consti­

tuinte Estadual, Marinete argu­

mentaque

precisa

trabalhareque

"nãovouesperaruma coisa que

nãoencheobolsoe nem

garante

comida". Mas ressalvasuatorci­

dapara queaConstituinte dê certo eascoisas"melhorem".

Por sua vez, LuisCarlos Morti­

mer,23anos,funcionário

público,

arriscavôosmaisaltos.Opinaque

a Constituinte Estadual é uma

adaptação

da

Federal

em cada

estado. Particularmente, Luis

Carlos espera que a nova carta

catarinense contenha leis com o

objetivo

de assegurar melhores

reajustes

salartaisparaosservi­ dores.

Separaamaiorta dopovoaConsti­

tuinteEstadualéuma

incógnita,

para seu presidente, o

deputado

Aloisio Piazza (sem

partido)

ela

existeefazpartedeseudia-a-dia. Comumlevesorriso, Piazzamos­

trafotosdeposseda Mesa

Direto-ra"da maioria"quevai conduzir

ostrabalhos(existeoutraconsti­

tuinte, fantasma, presidida por

JuarezFurtado-videbox)

eculpa oatrasonapromulgaçãoda Carta

Federal como

responsável

pelo desânimodos parlamentaresca­ tarinensesparaoiniciodostraba­

lhos.

Atores

do

espetáculo

Passadoum mêsdainstalação

da Constituinte Estadual, o co­

mandante supremo da Assem­

bléiaainda não abandonoua em­

barcação.

O circo

pegou

fogo

e

desmoronou,mas odeputadoJua­

rezFurtado(PMDB)continua fir­

me no seu

propósito

de fazera nova Carta Constitucionalcatarinense.

O mal amado daAssembléiamon­

touumcenárioonde eleéoúnico

figurante

e espectador. Como os convidados nunca foram à sua

festa, ele ameaçalevaro caso à

Justiça.

A�minoria"de39depu­

tados

-aotodosão 40- é contra

a

encenação

teatral de Furtado e

escolheuoutramesapara

dirigir

ostrabalhosconstituintes-Aloizio

Piazza é o

presidente

e Paulo

Afonso(PMDB),relator

geral.

IMPRENSA

Nemtodos pensamcomoFurtado

etratamaConstituinteEstadual

iguala umapiada.NikãoDuarte,

editor de

politica

do Diário Catari­

nense(DC),afirmaqueapesarde

a nova Carta concorrer com as

eleições

presidenciais

de 89, ela

vIlÃ,terumespaçoprivilegiadono

DC. "A

divulgação

delavaidepen­

der muito da qualidade do seu

conteúdo", concluiu

Níkão,

LudmilaSousa,editorade

politica

dojornalOEstado,também apon­

tacomo

prioridade

em seujornala Constituinte,Estadual.

"Este é o momento de vermos

quem sãoosbons

profissionais

na

área.

Vamos realizar muitasmatérias

de

serviço,

para acabar com as dúvidas da população", esclare­

ceuLudmila.

Aassessería deimprensada As­

sembléiaLegislativatambémes­ tá

.procurando

fórmulas para di­

vulgar

aConstituinteEstadual. O

jornalista Sergio

Lopez revelou

que será feitoumboletim diário

dosacontecimentos.

"Agoraa realização de um pro­ gramaderádioeTVvai

depender

de'umacordo entreaUniãoParla­

mentar Interestadual (U�I) e a

AssociaçãoBrasileira deRAdioe Televisão (ABERT)", finalizou

Sergio Lopes.

-

LOBBIES-Aimprensaalémderesponderas

questões

que estãobemà vistade

nossosolhos,

ten{

a

obrigação

de

mostrar

aquelas

quepassam de­

trásdas

galerias

do

plenário.

Os famosos lobbies. AUniãoDemo­ crática Ruralista

(UDR) já

se

prepara para lotaraAssembléia

Legislativa

nosmomentos dedeci­

são danovaCarta.O

presidente

da

UDR,regionaldeLages,Roberto

de AndradeLopes,40anos,garan­

te queaprincipalpressãoemcima

dosdeputadosserá

para'

adefini­

çãodeumapolitica

agricola

esta­

dual. Aprincipal

preocupação

de­

le,como adetodoolatifundiário,é

definir

qual

a função social da

terraequandoumapropriedadeé

considerada

produtiva.

Baseadosnumaemenda dodepu­

tado Florestan Fernandes

(PT/SP)quegaranteaosestados

o direito de constituir

fundações

para o sustento à investigação

cientifica,os cientistasvãopres­

sionarosdeputadosparaa

criação

de uma fundação nestes termos em nossoestado.

Jáocoordenadorestadualda Co­

missão Pastoral da Terra(CPT),

CarlosBellé,confirmou queaenti­

dadevai lutarpela

formação

de

umjuizado,com

competência

úni­

cade decisãona

questão

doscon­

flitosagrários.Alémdisso,a

C?T

pretende

queoestado

garanta

ao

produtor

ruralumseguro

agricola

de sua plantação. Para Carlos

Bellé,"este éomomento de

sensí-Mesmocomodesconhecimentoda

populaçãosobreoassunto,opresi­

dente da Constituinte Estadual

não

perdeoentusiasmo paracon­

tar os poderes da nova Carta.

.,

Agora,teremosautonomiapara

legislar tributos, meioambiente,

sistema judiciário,

organização

Mussolini sentiria

orgulho

bilizaraopinião

pública

sobre a

batalha dos sem-terra, e não os

deputados,quena suamaiorianão

defendemosinteressesdos traba­

lhadores.',

AespecialistaemDireito Consti­

tucional, RegínaIara

Régís,

expli­

ca que os atuais

deputados

têm

apenas poderes constitucionais,

masnão são constituintes. "O Le­

gislativo

possuiumpoderconsti­

tuinte derivado da Constituição

Federal, que limitou,

inclusive,

atéonde osestados

podem

legis-.

lar", assegura.

Apesar dasdúvidas existentes,o

deputadoPiazzalêcomsatisfação

algunstrechos da

Constituição

Fe­

deral. "Agoratemosumaverda­

deiraFederação", confia,"eaLei

Orgãníca

do

municipio

seráelabo­ rada

pela

Câmara de Vereado­

res", esclarece. Mesmo com as criticas à lentidãodos trabalhose

dasconfusõesemtornodapresi­

dência damesa,Piazza nãoacha

queaConstituinte estácaminhan­

do."Aprimeira etapaé

aprovar

o

regimento interno até o fim de

novembro e, depois, formar as

cíncocomissõestemáticase uma

de

sistematização

paraentãoace­

lerarostrabalhos",finaliza,

João

Grando

João

Grando

"

P 4

_ .

ZERO

'

NOV_88

(5)

Corrupção

em

alta

voltagem

A

Constituição

brasileira,versão88,

nãoconseguiuficarummês invicta. Atéaprimeirasemanadenovembro,

mais de 60 trabalhadores de

quatro

indústrias de

fiação

e

tecelagem

de

Brusqueforamdemitidosporse recu­ sarem a

cumprir

uma

jornada

detra­

balhosuperioràs44horas semanais

agora

regulamentadas

por leI. Sem

justa

causa, asempresas

despendem

atémesmo

empregados

commais de30

anos de

serviço.

O Sindicato entrou com

quatro

cautelaresna

Justiça,

exi­

gindo

o

cumprimento

do item XllI do

Artigo

7°danovaCarta.

Os

operários

demitidosafirmamque

as fábricas Buettner, Schõsser e do

conglomerado

Renaux estão

coagindo

ostrabalhadoresaassinarumtermo

individual de acordo, aceitando um

regime

de trabalhode"onze porum",

ameaçando-os

da

despensa

caso recuo sem.Na

prática,

ostrabalhadoreste­

riam uma semanade 48 horas - de

'I

Pressões

internas,

suspen­

sões,

·demissões,

contratos de idoneidade

duvidosa,

persegui­

ção politica, destituição

defun­ cíonáríos que ocupavam cargos

de

confiança, coação

deempre­

gados.

Este éoclimaque

predo­

minanasCentrais Elétricas de Santa Catarina desde que No­

gert

Wiestassumiua

presídên­

cia.

Agora

em

outubro,

por

exemplo,

Walter José

Ouriques,

empregado

da CELESC hã mais

devinte anos, foi suspenso por

trinta dias. Motivo: revelou o

surgimento

delistasqueosfun­ cíonáríos foram

coagidos

aassi­

nar, sob pena de demissão. As listas, na

verdade,

sugerem a

negociação paralela

indireta,

desconsiderandoo

papel

dosín­ dicato.

Mas as

irregularidades

não param poraí. Nomesmo

mês,

o secretário do Sindicato dos

Eletricítãrios,

Delman Ferrei­

ra, denunciou a existência de sete contratos

suspeitos

feitos

pelo

presidente

com firmas de

locação

e

prestação

de

serviços.

O caráterde

suspeíção,

deacor­

docom odiretordoSindicato de

Base da

CELESC,

está no fato

dessas firmas receberem em

OTNs (uma delas em OTN

/ho­

ra) e não

prestarem

nenhum

serviço

realmente necessãrio.

Pelos

documentos,

ascontrata­ dasestãoincumbidasde apenas

supervisionar

otrabalhoexecu­

tado

pelos

funcionãriosdacon­

tratante. Além

disso,

JoãoPaulo de Souza acha "muita coinci­

dência"queamaior

parte

des­ tas firmas

sejam

de

Joinville,

terranatalde

Nogert,

ede quem

umadascontratadas

pertença

a um

parente

desuaesposa.Para João

Paulo,

isso é um

"típico

casode

nepotismo".

O assessor de

imprensa

do

SindicatodosEletricitãrioscon­

corda com ele. Gastão Cassel

/

acrescentaque

"aomesmotem­ poemqueaempresasenegaa

pagarmaiores salários paraos

funcionãrios,

não se abala em

efetuar contratos

desh1!cessã­

rios ede custos tão

altos"�

Um

ponto importante

men­

cionado

pelo jornalista

respon-seqOêntemente,

olucro da em­

presa. Masconformaa

opinião

de Maria

Margarida

Dantas

-profissional

de recursoshuma­

nosdaELETROSUL que

par­

ticipou

de um treinamento em

CCQs

- "essascomissõesvisam

desestabilizarossindicatos". Comissõesmistas sãogrupos de

empregados

com

respaldo

da

direção,

diretamente subordi­

nadoà

presidência,

que dizem

representar

os funcionãrios.

Tem sempre um

padrinho,

ge­

ralmente um diretor.

para

causar

simpatia",

ironizaela.

Teoricamente,

os emprega­

dos são estimulados a

partící­

paratravés de

jogos,

reuniões

e outras atividades.

Quem

pro­ duz maiséo

recompensado

com

bonés,

chaveiros,

medalhas,

churrascadasou,em

alguns

ca­

sos,

comprêmiosmaiores,

como

eletrodomésticose

relógios.

SACANAGEM

sável

pelo

"Linha Viva"

(o

jor­

nal dos

eletricitãrios),

é aluta que o sindicato travou com a

empresa

para

tentar mantera

cláusuladeestabilidadedeem­

prego. Sem

esta, explica,

onú­ merodedemissões

pode

aumen­

tar.De acordocom

Gastão,

ano

passadoaempresademitiumui­

tosfuncionãrios,

mas osindicato

conseguiu

a

reintegração

da

maioria atravésda

Justiça.

"Sema

estabilidade,

isso não

será

possivel",

adverte.

GESTÃO

PARTICIPATIVA? O Sr.

Nogert

Wiest trouxe

uma

inovação

paraaCELESC:

achamada' 'Gestão

Partícípatí­

va",

ou "Comissão

Mista",

ou

ainda"Circulos de Controle de

Qualidade". Apesar

de tantos nomes, a Gestão

Participativa

tem apenas uma

função:

au­

mentara

produtividade

e,

con-ACelesc teve que

engolir

a

reintegração

de muitos demitidos

segunda.asábado .,intercaladacom outrade 40 horas- de

segunda

asexta-e um adicionalde salário de 10%. As

quatro

horasextras da

primeira

sema­ nanão seriampagas como tal, mas

seriam"descontadas"nasemanase­

guinte.O Sindicato dos Trabalhadores nasIndústriasde

Fiação

e

Tecelagem

de

Brusque

dizque92%dos

operários

sãoafavordocumprimentoda Consti­

tuição

e da

manutenção

das

folgas

como deveriam ser,

segundo

dados de uma

pesquisa

realizadapelo

pró­

príoSindicato.Issoficou claronosába­

do,22deoutubro,na

primeira

semana emque deveria funcionaroesquema,

quandoamaioriados

empregados

se recusou air alémdas

quatro

horasde

trabalho. Entãovieramas

dispensas

e

intimações,

e o clima de tensão se instaurounasfábricas.

Háuma "tentativa deliberada das

indústrias de desmoralizar o

Sindi-cato,

lançando

nomeiodos

operários

a notícia de que a Diretoria teria

concordado com o 'onze por um"",

diz João Decker, tesoureiro da enti­

dade. Confundirostrabalhadorestemo

objetivo

de facilitar a concordância com otermo,atravésda

desunificação

dacategoria.

Alémdisso,asquatro

grandes

índús-"'_,abaho...I...dO&,••pr.ptlo. ti. tELUt,louo"."o c.OM ti.

rlorh..op<llh.rau"tcl"altOtlh!l/lO/aa para•.,near••pro"".t..

apr•••nUda. ,..10 GTn �...".l ..ortloC"htho ali".tI.cldl....Qua'

1•.l..dU_ ...eli".ot..apru..nhdupar.Un.deAcOrdO Cohlhod.tral>Oolbo8a"9nlC!!LI!.SC."on.oUo... I�no.

2·.utclon•..,.p.rICln.401.. c ..4ocqu...,

•C�LItSC "oooeh".uiUhnl...nto Soh..hlnooi. 4.

0"tll,""011l3_"."""l,,.14.21,391(indlc.d...OJ,),

lindo 00." 41IIlr ..pc;rcd••4.6,6�,IdI411114..

d..rll' V.,·.),,0...4.r...II'O,....;oe Das,O fl..ldoUII"...."looiioIHo.r"':.oul.rl0p.n

"."h fdtol ••al,1".... 1..o13",.1,;...10,P'QT,.otc. 3•0.. 0nUlilUl-*.10 1..4hu.."t •....t.4.lO'1".I"Uo dOln.,..lelürlol 4.norll"ôpoll.,.nqu.to ....

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Patrões

jogam

a

Carta

no

lixo

';

NOV-88

, ' ,

ZERO

P

5

...,011 > \ , _ I

Coagidos

aassinar

"Na realidade os

CCQs

são

uma forma de

apelar

emocio­

nalmente para obter mais lu­

cro.Cursosembons

hotéis,

elo­

gios,

bajulações, distribuição

de.

balinhas,

joguinhos, prêmios;

tudoisso

atinge

aspessoasenfa­ dadasda

rotina",

enfatizaMar­

garida.

Acrescenta que, alémde

menosprezar

a

capacidade

dos

funcionãrios,

oferecendo

prê­

mios

insignificantes

seconsíde­

rarmosolucro que estes

podem

dar às empresas, essas condi­

ções

tentam desestabilizaro-sin­

dícato,

pois

é ele quem represen­ ta os trabalhadores

perante

a

lei. "Os

CCQs.

não tem peso

legal",

finaliza.

Procurada

pela

reportagem

do

ZERO,

a

direção

daempre­

sa limitou-se a

três.

palavras:

"nadaa declarar".

Alíás,

uma

resposta

que

lembra'

as

evâsí­

vas utilizadas

pelo

regime

mi­ litar no tratamento com aim­

prensa.

Ana

Luiza Miliotti

Coelho.

trias têm

pressionado

aspequenas e médias empresasa adotaremo mesmo

sistema, ameaçandocomapossíbílída­

de decortedospedidos.Noentanto,o

Sindicato

dosTrabalhadores

mante­ ve um acordocom as

empresas

não'

ligadas

à

associação

das

indústrias,

no sentido da não

aceitação

da

"propos-ta", .

Nas demais fábricas de

fiação

e

tecelagem

do Vale do

Itajaf

a sítua-:

ção está

legal.

Em

Brusque,

há a

expectativa

de mais demissões, que

seriam

retaliações

aomovimento de

22 deoutubro. Os maisvisados conti­

nuam a ser as

lideranças

sindicais, masnãosesabe

qual

vaiser o

próximo

golpe.

"Estamos

esperando

osresulta­

dos das cautelares", diz João Dec­

ker.

(6)

Vida

ADOR

,

Bandida

Gravidez

indesejada.

Dias de

angústia.

Decisão

tomada:

aborto.

Escolhido

o

local

entre

os

inúmeros

na

cidade

que

fazem

do

aborto

o

seu

ganha-pão,

é só

submeter-se

aos

métodos

usados

e

correr

o

risco

de morte por

infecção.

A

situação

doabortonoBrasil

virou calamidade

pública.

São realizados 4 milhões de abortos clandestinos porano.

Quatrocen­

tas dessas mulheresmorrem.

Estas mortesresultamde abor­ tos realizados sem as núnimas

condições

de

higiene,

àsvezespor

médicos,

às vezes por pessoas

totalmente

desqualificadas.

A maioria das vitimas são adoles­ centessem

qualquer noção

doque

significa

planejamento

famillar.

Elasrecorremàschamadas "cu­

randeiras" que utuizam sondas,

injeção

de elementos tóxicoscomo

acreolinae oformol,ou aintrodu­

ção

de

agulhas

de tricôecabides. .As

conseqüências

sãoagangrena, o

tétano, perfurações,

roturas,le­

sõe,

nocoloe noútero.

E!m

Florianópolis,

uma destas

curandeíras?"está deixando de

exercero seuoficio por estar tra­

zendo

complicações

ao seu fUho

queédaPolicia Mllitar. Ela está

atendendoapenas

asclientesanti- ,

gas'ou por

recomendação

delas.

Por um preço bem mais alto, a

gravidez

indesejada

poderia

ser

resolvidanaclinlcadoDr.Onori,

se ele não estivesse com o seu

diploma

cassado

pela

morte de

umadeseus

pacientes.

Ambosos

casos foram relatados por uma

prostítuta

que também reaiiza abortos

pelo

preço simbólico de5

mil cruzadose acompradasonda

pela paciente.

As

prostitutas

da cidadeconsí­

derama

gravidez

como"acidente de trabalho".Amaioria

fez de 3

a8abortos

por

elasmesmas com remédios caseirosea

introdução

de

objetos pontiagudos,

ou nas curandeirascomsondade

borra­

cha.Elas avisamque sondadeve

ser retirada

logo depois

que a "bola" descer, e

depois

irdireto

paraumamaternidade tomarso­ ro e fazer a

curetagem.

Todas

preferem

aMaternidade Carmela

Dutrapornão

pedir

a

autorização

do maridoou

responsável,

ao con­

trário do que faz a Carlos Cor­

rêa.

O diretor daMaternidadeCar­ melaDutra,

Jorge

AbiSaadNeto,

conta que são realizadoscercade

30

curetagens

emabortos infecta­ dos por mês, e os óbitos são de

cincoaoito porano.Eleconsidera a

situação

do aborto no Brasil

lamentável,

mas não concorda

com a sua

legalização:

"As

mu-lheres continuariamafazerabor­

tosàs ocultasmesmoque elefosse

legalizado;

este não éum

proble­

ma

legal

esim

psico-social".

Jor­ ge acha que deveriamser

amplia­

das as

possibllidades

do aborto

terapêutico.

Istoserianocasoda

gestante adquirir

uma

doença

grave durante a

gestação,

com

risco de vida paraambos, oude deformidade para o feto. Neste

caso,oaborto ainda é consíderado

crlminosonoBrasil. -' COXAS JUNTAS

A

posição

da

Igreja quanto

ao aborto é radicalmente contra. O

teólogo

Orlando Brand declara

quea

religião

católica defendea vida "emsua

plenitude",

equeo aborto é um "assassinatocamu­ flado". Paraa

Igreja,

oabortosóé aceitávelemcasoderiscode vida paraamãe.

Quanto

a

questão

doabortoem

caso de

estupro,

o

padre

Brand

disse queo

catolicismo

nãoaprova

Ele

éo

centro

da

S

diS-CllSsões

"pois

a natureza

deu

à mulher uma

proteção

natural. Ofatodela

terassuasduascoxasmuito

jun­

tastorna

impossivel

oato sexual seela não

quíser",

Provavelmen­ te ele nunca

passou

por

situação

semelhante...

A

psicóloga

Angela

Schillinafir­

maque a

prática

do aborto não traz só danos f1sicos: "Com o passar do

tempo

amulher

adquire

umasérie de

traumas,

entre os

quais,

abortos feitosno

passado.

Issovemadificultarasua

relação

comoutras pessoas,eatécomos fUhos queeladeixou nascer" .Este

éocasode

A.M.L.,

32 anos,mãede

umfilho deoito,que fezumaborto

doisanosantes delenascer.Ainda

hoje

ela teme

pela

vida do menino numa

represAlia

de Deus

pelo

que fezcomooutro fUho.

Ângela

disse que

este tipo

deneuroseé resulta­

do de

umaherançareligiosa

"onde

amulher é vistacomo

aquela

que gerou todosos

pecados

do mundoe a

gente

paga por issoaté

hoje".

A.E.R.de 21anosfezumaborto naClinica Condeixa de Joinville há pouco mais de doismeses.Ela conta quenãoteria

condições

de criarofUho

pois

elaeonamorado

aindaestão estudandoenão têm

uma

relação

muito firme. Sobrea

experiência,

A.E.R. disse que "é ummal necessário.

É preciso

que oaborto

seja legalizado

para que

asmulheressem

condições

finan­ ceiras possam ira umaboa clinlca

enãomorrampor faltadeassis­

tência". Eladisse ainda que não

faria o aborto de novo porque

"seriamuita burrice.

Agora,

de-pois

doqueaconteceu,eu

passei

a

tomar

pilula anticoncepcional"

.

P

6

"

',ZERO'

NOV-88

OABORTOEALEI

Nas

legislações

de antesdocris­

tianismo, a mulher tinha

plenos

poderes

sobreoseu

corpo; poden­

do

optarou

nãopelonascimento

de

seusfUhos.Em

Esparta,

naGré­

cia

antiga,

era o Estado quem

determinava os abortos. Isto acontecia

quando

a

criança

não tinha

condições

desetornar guer­ reira.

Pelo

atual

Código

Penal Brasí­

leiro,o aborto só é

permitido

em

casode

estupro

ouderisco de vida paraa mãe. No

segundo

caso, o aborto seria

legal

se a mulher

estuprada

estivercomumagran­

de

dilatação

no canal cervical e hematomas

pelo

corpo, eviden­ ciando sua resistência. Nos de­

maiscasos,aleipuneamãeeos

cúmplices

com um atrêsanosde

prisão,

e na nova

Constituição,

o tema abortofoi

relegado

àsleis

ordinárias que ainda não foram votadas.

SôniaMaluf,

professora

docur­ sodeJornalismo da UFSCemílí­

tantenalutada

libertação

femini­

na, deixabem claraa sua

opinião:

..

As mulheresesperamquea sua saúde fisicaemental

seja

levada

em conta da

próxima

vez que

debateremoassunto aborto.Tal­ veza

pílula

francesa RU486 possa ser a

solução

emúltimocaso. O

importante

é que a

geradora

da

humanidade volte novamente a ter autonomia

sobre

si

própria".

(7)

-J w:ZZ::=

- -_,.

Maconha é

permitida

do

outro

Segurança

no

Oampus

faz

a

cabeça

do

procurador

Marco

Aurélio

Desde que um carro

preto

e

amarelocomeçouacircular pe­

las ruas da

Universidade,

quaseumano,osconsumidores

demaconha passaramaterdifi­ culdades na área do

Campus.

Coma

preocupação

da reitoria em diminuiresse

tipo

de com­

portamento, implantou-se

uma

mini

delegacia perto

do

RU,

con­

tratou-se uma

equipe

de segu­

ranças pararealizarrondasa

e

adquiriu-se

doiscarros com o

objetivo

de

vigiar

as ruas epres­

tarauxilioaos

vigilantes.

Conse­

guiram

diminuir os arromba­ mentosem

veículos,

oconsumo

de tóxicos e não se teve mais

notícias de tentativas de estu­

pro, como as duas

registradas

ano

passado.

Mas acabaram

surgindo

criticasdo modocomo

éfeitoessecontrole.

Hoje,

o aluno encontrado fu­ mando élevadoâmini

delega­

cia, onde estáo chefe da segu­

rança,

João.

Ceccatto,

e este o

encaminha à sala do procura­ dor

geral

da

universidade,

Mar­

coAurélio

Moreira,

queafirma

darumtratamentodiferenciado

aosalunos consumidores. "Não

os

entregamos

à

polícia,

massão liberados somente

depois

deeu

conversar com seus

pais",

diz

ele,

alertando que esse

tipo

de

procedimento

visa educaroalu­

no. "Nosso

objetivo

não é re­

primir

e sim conscientizar o

usuário para os malefícios da

droga",

anuncia. Se a aula de

orientação

educacionale aati­ tude

paternalista

do procura­

dor convence, é difícil saber.

lado da

rua

De

concreto,"

somente que ele não faz nada além disso na sua

política

de

conscientização

e, de

quebra,

os alunos denun­ ciambarbaridadesda

parte

dos

seguranças.Um

exemplo

acon­

teceumês

passado,

quando

um

casalacabou

agredido

pelo

des­

preparodeum

guarda.

Eles não

estavam fumandoa ervamaldi­

ta,

mas osegurançaachou obs­

ceno ofato dorapazestar senta­

do sobrea

barriga

da namorada

num

gramado.

perto

da mini

delegacia.

Ele foi

Wtido

e a

garota

levou um

saf�ão

na

boca. Esse

guarda

foi chama­ do de

ignorante pelo

seu

pró­

prio

chefe.

DEPOIS DA CERCA Indiscutíveis os benefícios ad­

quiridos

pelos

uníversítáríosem se tratando de

proteção

contra

furtos e

agressões

a

partir

da

implantação

do sistema.

Mas,

nooutro

extremo,

são

gritantes

asfalhasna

politica

de conscien­

tização

anunciada

pelo

procura­

dor. Marco Aurélioafirma que nãoécontrao consumodemaco­

nha. Pelo

contrário,

elepoucose

preocupa com o que combate

aqui

dentro,

caso

seja

feito fora daáreadocampus. "Seoaluno que fumarláforao

problema

é

dele,

queroéfazer

cumprir

alei enaUniversidade

ninguém

deve

consumir", afirma,

anunciando

a transferência dos fumantes

parafora desua

administração:

"Estão fumandoetraficandoali

napraçaSantos

Dumont,

aolado do

Comper"

.

Apesar

das boas

intenções

em

entregar

a bomba diretamen­ tenas mãos da

familia,

Marco

Aurélio driblou bem e passou

adiante oabacaxi. A conscien­

tização

opreocupa somenteen­

quanto

o casoestivernoâmbito

da universidade.

Entretanto,

pouco resolveo aluno dar três passos, fumar um baseado e

o comércio do baseado é

tranqüilo

napraça

voltar para a aula de

cabeça

são?

feita,

certodequenão vai passar Para não passar em

branco,

pelo

pito

do segurança.

Afinal,

Marco Aurélio anuncia a Im­ não seria melhorse o casofosse

plantação

deumgrupode oríen­ vistosemtantos

preconceitos

e tadores que ministrarão

pales­

tratadoabertamente entre alu- tras para alunosefuncionários

nos ereitoria? Além

disso,

sindi- sobreo

problema

da

droga.

Cer

-cãncias como a instaurada no tamenteosassistentesnãoserão

---­

cursode

Arquitetura (veja

ma- os mesmos que

freqüentam

a

Marques

Indio

Casa­

térianessa

edição)

nãoé repres- praça Santo

Dumont,

mas

pode

ra

serquepor aí

esteja

oiniciode

um

diálogo

entreosconsumido­

res e orientadores. E até

pode

serqueosalunosseconvençam

de queparardefumarmaconha

é a

solução.

(' c <"

(8)

CLICHÊS

COli

sumo

de

drogas

na

UFSC ainda

é

discutido

sob cortina

de

fumaça

"Drogas

são

alternativas

à

utopia"

ousode

drogas

podeserescolha

pessoal,reflexode

desajustes,

ca­ sode

policia,

ou

problema

de saú­

de

pública, dependendo

de quem

examinara

questão.

Paraadire­

toradoCentro

Tecnológico,

Hele­

na Amélia Stemmer, parece se tratarde atoasercoibido, tanto

que solicitou à Reitoria

providê­

cias sobre denúncias de que os

alunos do. curso de

Arquitetura

estariamfumandomaconhaden­

tro da sala de aula. Resultado:

umaCcomissãodesindicância foi instalada para

investigar

o caso. Nestamesmalinhao

procurador­

geral da UFSC, Marco Aurélio

Moreira,

propôs

queo

Serviço

de

Segurança

do

Campus

passassea

atuarnarepressão

dos usuáriosde

drogas.

Mais flexivel, mas nem por issomenos

preocupado,

oche­ fedo

Departamento

de

Arquitetu­

ra,

professor

NelsonVaz,diznão

concordarquesetrateoassunto

comoatitudecriminosa,a ser re­

primida

por autoridade

policial.

Para eleedemais

professores

do

Departamento,

o

episódio desper­

tou várias dúvidas sobre

qual

a

melhor maneira de lidar com a

questão,

porém

descartaramme­ didas repressoras. Ele diz que o caso suscitaum

questionamento

sobreaautonomiadaUniversida­

dee sua

função

educadoraeadmi­

te, contraditoriamente,comosai­ da parao

impasse,

a

aplicação

da

Adroga hojenão

pode

maisser

pensada de uma forma isolada.

Sua

partícípação

como um ele­

mentodasociedade

contemporâ­

neanos

obriga

a veramaconha,a

cocaina,dentrode

concepções

so­

ciológicas.

A

opinião

édasociólo­

ga Ilde SchererWarren, ao ver

como

principal

causadoconsumo de

drogas

a

desmotivação

e

apatia

emquevivemosjovens

hoje.

"O estudante

precisa

deumauto­

pia,

construir sonhos, para em

cima dessas

paixões

acreditarnu­

ma

perspectiva

defuturo",anali­ sa a

professora.

Doutoraemsocio­

logia

pela

Universidade de

Sorbonne(França),Ilseacredita

que"a ditaduramilitar,a

repres-leique

proíbe

ofumonas

reparti­

ções

públicas.

Assim, diz, seria

evitado

"qualquer tipo

de fuma­

ça".

REPRIMIROU TRATAR?

Se

reprimir

nãoé o verbo mais

adequado, qual

seria'?

Tratar?

Quemusadrogaséum doente a

precisardecuidadosespeciais?O

professor

do

Departamento

de

Psicologia,

Mário Ferreira, não

acha.Elevê

repressão

eprecon­ ceitoemqualqueratitudeemrela­

ção

aousuáriode

drogas

desdeas

propostas

de tratamento, "coisa

que elenão procuraenão

preci­

sa",até, emuitomais,nas

ações

com

.conotação policial

como a

lembrada

pelo procurador geral

daUFSC.Para

Mário, drogar-se

ounão,éumaescolhapessoal.Não

deveserencarada comalarmee

espanto.

Fumarmaconhaoutaba­ coé

equivalente,

na sua

opinião.

Clél1aSchultz,

professora

de Psi­

cologia

Social, entretanto,diz que

oconsumode

drogas "nãopode

ser

vistocomoalgoinofensivo".

A

maconha, lembra,

pode

setor­

nar um

trampolim

para outras

drogas,eacrescentasernecessá­

riauma

avaliação

mais concreta

sobre as

proporções

do assunto,

quedentro daUniversidadecomo

do

pais.

"No Brasil, o governo

deveriapropor

ações

articuladas

para tratarcomseriedadeopro­

blema",dizClélia. E constata que

são,acomplexidadedasociedade

atual,noBrasilenomundo,tira­ ram apossibilidade deos

jovens

construirem

-ao menos mental­

mente - um

projeto

de futuro".

Diantedisso,acrescenta,adroga

secolocoucomoalternativamais

próxima

para a

construção

dos

sonhosda

juventude.

De acordo com a

socióloga,

"o

jovem,

porém, poderia

expressar suapaixãodeumaforma

positiva,

tendo

em vista uma sociedade

melhor,

atravésdaluta

politica".

Portanto, paraIlse, adroganão

deixa de ser um mecanismo de

fuga.

Ummeioparaconstruçãode

uma falsa realidade. "A droga

comprova

apenas anecessidade

o assunto não é considerado na área Saúde Pública.

Contraa

repressão

eduvidandode

quea

questão

tenhanaUniversi­

dade as

proporções imaginadas

pelo

procurador-geral,

o

professor

Sérgio

Scotti, supervisordeestá­

gio

doCurso de

Psicologia,

admite que, em

alguns

casos, o uso de

drogas possa trazer

conseqüên­

cias mais sérias para a pessoa.

Entretanto,ressalva: "tudo é muito relativo". Vêahistóriade

vida de cada um,ascaracterístí­

casde

personalidade,

comodeter­

minantes paraa

droga

se trans­ formarnumaforma de

preencher

outras carênciasou serconsumi­

da porprazer.

O SAPSI

(Serviçode

Atendimento

Psicológico),

criado pelo Depar­ tamento de

Psicologia,

nãoéuma alternativa para auxiliar

possí­

veis casos de

dependência.

Ele

servede campode

estágio, explica

Sérgio.

Alémde nãoterem expe­

riêcia,osalunos atendem durante

umsemestreapenas,

tempo

insu­

ficienteparacuidardecasos com­

plexos.

A

criação

deumaclínica­

escola, idéia que começa a se

esboçar

no

Departamento,

talvez

pudesseexercerestatarefa, mas'

antesseria

preciso diagnosticar

a

demanda,

Rosângela

Bion

do ser humano

possuir

sonhos e

paixões",reafirma.

"Usarmecanismosde

repressão,

para combatero consumode dro­

gas, nãoadianta. Poreste cami­

nho os

jovens

vão continuar a

usá-las. Precisamos encontrar

um substituto para as

drogas"

reage a

socióloga

à

proposta

da

reitoriaemaumentarasegurança

docampusnosentidodecombater o uso da maconha & cia. "

A

Universidade temquesepreocu­ paremtransformaroprocessode

educação. Temosquecriarfórmu­

laseducacionais com vistasa

envolvero

jovem

de umaforma

mais

subjetiva.

Uma

educação

que

proporcione

aoestudante

esti-o

procurador

MarcoAurélio

muloe a

oportunidade

de ter uto­

pia",

concluiIlse.

ESTUDANTES

Eo

próprio jovem,

seráqueenxer­

ga o

problema

da droga sob o

mesmo

ângulo?

O universitário

F.G., 22 anos, concorda com a

opinião

da

socióloga.

Consumidor habitual de maconha, F.G. acha que,sobretudo,oshomens dehoje

sãoinstrumentosdosistema."As

pessoas buscam alternativas para umaliberdade inexistente.Ama­ conha

pode

serfugapara

alguns,

status paraoutros,

porém

não é

empecilho

paraselutar poruma sociedademelhor", desabafa.Já

outro estudante, D.L, 23 anos,

-nãofumante- diz

queo marasmo ocasionado

pelo

usode drogas

servede alavanca de

sustentação

do sistema

capitalista

vigente.

As

diferenças

continuam. Uns fa­ zem

distinção

entredrogamoder­

na, da sociedade capitalista

-a cocaina - e a droga dos

"pés

de chinelo" -a maconha, conforme

definiçãodeC.G.,20anos.

"Maco­

nha é que nem

cachaça,

ela foi endeusadapelo

capítalísmo,

libe­

ra e

ninguém

mais quer.

Droga

hoje

é cocaina", enfatiza. C.G. achatambém,queosusuáriosde

maconha,"nãosabemda necessi­

dadedotrabalhoedalutaparase mudara

estrutura

das coisas".

João

Carlos

Grando

SEdA.

PAI

DE SEU

FILII

P 8

.

ZERO

.

Referências

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