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AVALIAÇÃO TEMPORAL DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS NO BRASIL

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

AVALIAÇÃO TEMPORAL DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM

DE GRÃOS NO BRASIL

GÉSSICA MARIA TEODORO CABRAL

SINOP

MATO GROSSO – BRASIL

2018

(2)

GÉSSICA MARIA TEODORO CABRAL

AVALIAÇÃO TEMPORAL DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM

DE GRÃOS NO BRASIL

Orientadora: Prof

a

. Dr

a

. Solenir Ruffato

Trabalho

de

Conclusão

de

Curso

apresentado à Universidade Federal de

Mato

Grosso

-

UFMT

-

Campus

Universitário de Sinop, como parte das

exigências para obtenção do Título de

Engenheiro Agrícola.

SINOP

2018

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Dedicatória

Dedico este trabalho ao incentivador Deste sonho, meu Avô João da Silva Martins “In Memorian”.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a Deus por ter me ajudado a superar as dificuldades e a tornar possível a realização de um sonho muito importante para mim.

Às pessoas mais importantes da minha vida, meus pais, Angelina T. Severino e Marcos C. Martins sempre apoiaram as minhas decisões, sem nunca me deixar desistir dos meus sonhos. Ao meu irmão Alex por me ajudar sempre que possível, e a minha eterna companheira minha irmã Ana Caroline por esta ao meu lado em todos os momentos que precisei.

Aos meus grandes amigos, mas em especial minhas irmãs de coração Daniele Norberto, Fernanda Norberto, por estarem comigo desde o início desta jornada sempre nos apoiando. Jéssica Brito, Isis Angeli, Juliana Dürks, Julia Pruinelli, Ana Claudia Canan, Claudio Canan, Ademir Hidalgo, por eles terem tornado este período descontraído e sempre estarem ao meu lado. E a todos que passaram pela minha vida, que de alguma forma contribuíram para que eu chegasse até aqui.

A minha orientadora professora doutora Solenir Ruffato pela oportunidade е apoio, paciência nа elaboração deste trabalho.

Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto quе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender.

Foi graças a todo incentivo que recebi durante estes anos que hoje posso celebrar mais uma conquista. Gratidão a todos!

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SUMÁRIO

RESUMO ... 8 ABSTRACT ... 9 1. INTRODUÇÃO ...10 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...12 2.1. Agronegócio no Brasil ...12

2.2. Expansão do cultivo de grãos no Mato Grosso ...13

2.3. Capacidade estática e produção nacional de grãos ...14

2.4. Caracterização das unidades armazenadoras ...15

2.5. Certificação de unidades armazenadoras ...17

3. MATERIAL E MÉTODOS ...18

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...22

4.1. Avaliação temporal do sistema de armazenagem no Brasil ...22

4.2. Avaliações do setor de produção e armazenagem de grãos em macrorregiões no Estado de Mato Grosso ...29

5. CONCLUSÕES ...33

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RESUMO

Devido a grandes números de produção de grãos, principalmente soja e milho, o Brasil se encontra em posição de destaque no mercado internacional, principalmente soja e milho. Apesar do grande avanço do sistema produtivo, o Brasil apresenta grandes problemas logísticos, principalmente pela insuficiência de infraestruturas de armazenagem que tem sido registrada nas últimas décadas. Assim, objetivou-se avaliar evolução da produção de grãos comparada a capacidade estática de armazenagem entre 2008 e 2018. O estudo foi desenvolvido por meio de um levantamento de dados publicados por órgãos oficiais com relação a produção de grãos, e no Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (SICARM) que se refere a uma plataforma controlada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para obtenção da capacidade estática. As avaliações foram realizadas em vários cenários, a saber: situação geral do Brasil; avaliação por regiões do país, sendo que neste caso a produção foi em relação a soja e milho; análise da situação do estado de Mato Grosso e suas macrorregiões. No período compreendido entre 2008 e 2018 o Brasil apresentou crescimento na produção de grãos de aproximadamente 84,56 milhões de toneladas e de capacidade estática de armazenagem (CE) de apenas 34,46 milhões de toneladas, culminando em um déficit de CE em 2018 de 29,06%. O Sul possui melhor condição de infraestrutura de armazenagem comparada a produção de soja e milho. As regiões Norte e Nordeste apresentam elevado percentual de déficit de CE, 46,28 e 43,31%, respectivamente, o que corresponde a 3,86 e 8,1 milhões de toneladas. A região Centro-Oeste é a que possui a situação mais crítica, com déficit de 38,66 milhões de toneladas estimado para 2018. Considerado como maior produtor de grãos do país, o estado de Mato Grosso, apresenta déficit de armazenagem de 38,57%. Os municípios de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum que fazem parte da macrorregião Médio-Norte, representam 26,4% da capacidade estática do Mato Grosso, 63,08% da região Médio-Norte, e 6% da CE do país.

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ABSTRACT

Due to large numbers of grain production, mainly soybeans and corn, Brazil is in a prominent position in the international market, mainly soybeans and corn. Despite the great advance of the productive system, Brazil presents major logistical problems, mainly due to the lack of storage infrastructures that have been registered in the last decades. The objective of this study was to evaluate the evolution of grain production compared to the static storage capacity between 2008 and 2018. The study was carried out by means of a survey of data published by official bodies regarding grain production, and in the System of National Register of Storage Units (SICARM) which refers to a platform controlled by the National Supply Company (CONAB) to obtain static capacity. The evaluations were carried out in several scenarios, namely: general situation of Brazil; evaluation by regions of the country, in which case the production was in relation to soybean and corn; analysis of the state of Mato Grosso and its macro regions. In the period between 2008 and 2018, Brazil presented growth in grain production of approximately 84,56 million tons and static storage capacity (CE) of only 34,46 million tons, culminating in an CE deficit in 2018 of 29,06%. The South has a better condition of storage infrastructure compared to the production of soy and corn. The South has a better infrastructure condition compared to soybean and corn production. The North and Northeast regions present a high percentage of CE deficits, 46,28 and 43,31% respectively, which corresponds to 3,86 and 8,1 million of tons. The Central-West region has the most critical situation, with a deficit of 38,66 million tons estimated for 2018. Considered to be the largest grain producer in the country, the state of Mato Grosso, has a storage deficit of 38,57%. The cities of Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde and Nova Mutum that are part of the Middle-North macro region, represent 26,4% of the static capacity of Mato Grosso, 63,08% of the Mid-North region, and 6% of the country's CE.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta-se como um dos maiores produtores mundiais de grãos tendo como principais commodities as culturas de soja e milho, onde grande parte produzida é destinada a exportação. Em relação a logística e armazenagem da produção apresenta um quadro deficitário, dificultando a competitividade tanto no mercado interno quanto externo (AZEVEDO et. al., 2008).

A competitividade configura no fato de que a importância das unidades armazenadoras é prezar pela qualidade dos grãos e redução de perdas no sistema produtivo, tornando-o mais competitivo. Para a redução do custo na movimentação dos grãos as unidades armazenadoras devem ser projetadas de modo que a localização seja favorável a logística. Uma vez que, manter a produção estocada, melhora a eficiência na comercialização, fazendo com que o produtor consiga evitar pressões do mercado por preços mais baixos na época de colheita (LACERDA FILHO et al., 2008). Oliveira (2014) enfatiza que, comercializar a produção de grãos em épocas mais adequadas, tem-se preços de venda de produtos mais interessantes e custos de transporte menores, com possibilidade de evitar, em épocas de safra, vendas menos lucrativas e grande volume de produto em escoamento, porém, para que isso ocorra de forma desejável deve-se priorizar por uma rede de armazenamento apropriada.

Com uma capacidade estática compatível com o volume de produção, tem-se a possibilidade de valer-se do tempo, reduzindo as variações nos preços das commodities e aumentando as margens de lucro do produtor (OLIVEIRA, 2014).

O estado de Mato Grosso é considerado como principal produtor de grãos do país,e segundo dados do IBGE (2017) o estado liderou a produção nacional de grãos, com 25,8% de participação na safra 2016/17. Porém, entre os estados com maior produção, o Mato Grosso é o que apresenta maiores problemas de logística.

A produção de grãos do Brasil na safra de 2016/17 chegou a 238,7 milhões de toneladas e sua capacidade estática de armazenamento foi de 159,9 milhões de toneladas tendo um déficit de armazenagem de 33,0% (CONAB, 2017). E no mesmo período constatou-se um déficit de armazenagem de 28,17 milhões de toneladas no estado de Mato Grosso. A estimativa do IMEA (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária) aponta um grande potencial produtivo, que proporcionará um aumento significativo até o ano de 2025, tornando a situação de déficit de armazenagem ainda mais crítica no estado (IMEA, 2016).

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Diante do exposto, objetivou-se realizar uma avaliação temporal do sistema de armazenagem e de produção de grãos do Brasil e por regiões, no período compreendido entre 2008 e 2018. E ainda, avaliou-se a atual situação da capacidade estática de armazenagem de grãos no estado de Mato Grosso em suas macrorregiões.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Agronegócio no Brasil

A expansão agrícola brasileira teve início na região Sul do país, consequentemente adentrando em outras regiões, até chegar no Norte e Nordeste como Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Pará e Amazonas (GASQUES et al., 2015).

Devido a grandes números na produção de grãos, principalmente soja e milho, o Brasil se encontra em posição de destaque no mercado internacional. Segundo o levantamento da safra mundial de soja e milho realizado pelo USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil destaca-se como segundo maior produtor mundial de soja, com uma produção de 118,98 milhões de toneladas, em primeiro vem o Estados Unidos que produziu 119,52 milhões de toneladas, sendo que a produção mundial é estimada em 334,81 milhões de toneladas. Na produção de milho o Brasil é o terceiro maior produtor, com produção de 96,0 milhões de toneladas, atrás dos Estados Unidos e da China com produção, respectivamente, de 356,6 e 225,0 milhões de toneladas (CONAB, 2018a; CONAB, 2018b).

O agronegócio é de grande importância para o equilíbrio da economia no país. Em 2017 foi pressuposto ascensão no produto interno bruto (PIB) do agronegócio de 2%, representando 23% do total produto interno nacional. Similar ao ocorrido em 2016, onde o agronegócio apresentou acréscimo em torno de 3% (CNA, 2017).

O agronegócio é um sistema, que envolve um conjunto de procedimentos desde a produção, armazenamento e transporte (BERNINI, 2014). Pelo aumento do volume da produção de grãos no Brasil, a armazenagem tem sido um ponto preocupante dentro da cadeia produtiva, isto em virtude da escassez e problemas de infraestrutura das unidades existentes (EMBRAPA, 2013).

O transporte tem mostrado ser um grande desafio ao agronegócio. Com o crescimento da produção e as grandes distâncias percorridas, houve um aumento na demanda de transporte, associado ao déficit de capacidade estática de armazenamento em regiões produtoras e nos portos, decorre em grandes variações nos valores de fretes, e problemas logísticos devido a espera para carregar e descarregar (MARTINS et al., 2005).

Para o Brasil se manter no setor, deveria ser investido mais em todas as fases da produção, sendo o sistema de armazenagem um dos principais, pois as operações comerciais são realizadas em tempo real, assim, requerem uma logística, cada vez mais planejada (AZEVEDO, et al., 2008).

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Para amenizar os problemas, o Governo Federal lançou o Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sendo o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), estimulando a construção de unidades armazenadoras sendo liberado R$ 1,4 bilhão em crédito, com juros anuais de 8,5%, com três anos de carência e prazo de pagamento de 15 anos (PORTA BRASIL, 2017).

2.2. Expansão do cultivo de grãos no Mato Grosso

Com o elevado número do volume da produção, o estado de Mato Grosso é considerado como maior produtor de grãos do país, comparando as safras de 2016/17 com a safra 2015/16, a soja teve um acréscimo de 14,9 % na produtividade, 17,2% na produção e 2% a mais em área plantada. Em relação ao milho, considerando as duas safras citadas, houve acréscimo de 54,8; 89,0 e 22,1% de produtividade, produção e área plantada, respectivamente (CONAB, 2017a). Por outro lado, variações entre as safras 2016/17 e 2017/18 tem-se estimativa de decréscimo de 3,0; 7,5; 4,6% de produtividade, produção e área plantada para o milho, respectivamente. No caso da soja são estimados aumentos de 2,1% em produtividade, 4,5% de produção e 2,4% em área plantada (CONAB, 2018c). O total de produção de soja e milho nas últimas safras foi de 46,91; 61,99 e, 61,59 milhões de toneladas, em 2015/16, 2016/17 e 2017/18 (estimado), respectivamente (CONAB, 2017a; CONAB, 2018d).

O volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil produzido na safra 2016/17 foi de 238,7 milhões de toneladas, o Mato Grosso liderou a produção nacional de grãos com 26% de participação (CONAB, 2017a). Pelas estimativas da safra 2017/18 apresentadas pelos órgãos oficiais, existe a tendência de manutenção desta participação do estado em relação a produção de grãos.

O Centro-Oeste vem se destacando na produção de grãos, desde 1980. Hoje considerado como o maior produtor de soja do país, e o estado de Mato Grosso se destaca, sendo o principal pólo de produção agrícola. A expansão agrícola de Mato Grosso se deu pelos municípios que margeiam a rodovia BR – 163 (BRUM et al., 2009).

Devido ao ponto de vista agroeconômico, o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA) desenvolveu um estudo para segmentar o estado, com intenção de facilitar a verificação de dados para economia agropecuária. Sendo assim, o estado foi dividido em sete macrorregiões: Sudeste, Centro-Sul, Oeste, Médio-Norte, Nordeste, Norte, e Noroeste (IMEA, 2017).

A região Médio-Norte dispõe de condições como clima, relevo e solo propício para a agricultura, e se encontra sobre o Planalto dos Parecis. Os municípios Lucas do

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Rio Verde, Sinop e Sorriso são os polos econômicos da região, que é composta por mais treze municípios que são: Vera; União do Sul; Tapurah; São José do Rio Claro; Santa Rita do Trivelato; Santa Carmem; Nova Ubiratã; Nova Mutum; Nova Maringá; Itanhangá; Ipiranga do Norte; Feliz Natal e Claudia. Apenas as regiões Centro-Sul e Norte fazem ligações por meio de estradas, a exemplo da BR-163, sendo a rodovia de maior importância no escoamento das safras. Os municípios que integram a região Médio-Norte são responsáveis por 39,6% do volume de soja e milho produzido no estado de Mato Grosso (IMEA, 2017).

2.3. Capacidade estática e produção nacional de grãos

A produção de grãos tem aumentado a cada safra, entretanto em relação a estruturas de armazenamento não é verificado crescimento na mesma ordem. Para que o Brasil possa atender a demanda interna e continuar aumentando as exportações, será necessário investir não só nas etapas de produção, mas principalmente na pós-colheita, prezando pelo armazenamento de qualidade (AZEVEDO et al., 2008).

De acordo com o levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) na safra 2016/17, em que o país produziu cerca de 231,65 milhões de toneladas, foi constatado o maior déficit de armazenagem da história. O Brasil tinha capacidade de armazenamento de 159,92 milhões de toneladas, neste sentido, o déficit, na safra mencionada foi de 30,96%.

A Companhia Brasileira de Armazenamento (CIBRAZEM), realizou o primeiro cadastro dos armazéns no período de 1970. Naquela época ocorreu crescimento da armazenagem por todo país (FERRARI, 2006). Foi de grande importância este levantamento realizado pela CIBRAZEM, com contribuições para o estudo da comercialização de produtos agropecuários, apontando o nível tecnológico e a infraestrutura do transporte nas regiões Centro-Oeste e Sul, além de analisar a infraestrutura do armazenamento nestas regiões (PUZZI, 2013).

Houve também no ano de 1970 a criação do Programa Nacional de Armazenagem (PRONAZEM) que teve como objetivo ampliar o número da capacidade estática das unidades armazenadoras (PUZZI, 2013).

Na transição da década de 1980 para 1990 ocorreram grandes mudanças na agricultura brasileira. Sendo que políticas agrícolas estatais sofreram com o esmorecimento e a atuação cada vez maior da intromissão de grandes companhias na regularização dos trajetos produtivos agrícolas (CASTILLO; FREDERICO, 2004). Até meados da década de 1980 o principal financiador e armazenador foi o Estado, a partir deste período ocorreu a “Transição da política agrícola estatal para regulação privada”.

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Em 1990, a maioria dos investimentos foram realizados pelas tradings (empresas comerciais que atuam como intermediárias entre empresas fabricantes e empresas

compradoras) principalmente nas fronteiras agrícolas. No período de 1990, a

capacidade estática de armazenamento se encontrou estacionada, quando comparada a produção agrícola que prosseguiu crescendo (FREDERICO, 2010).

Na década de 2000 o estado de Mato Grosso apresentou grande crescimento tanto da capacidade estática de armazenamento de grãos quanto de produção, porém, a capacidade estática sendo menor AZEVEDO et al., 2008).

A situação que o estado de Mato Grosso se encontra é diferenciada em relação aos demais estados brasileiros devido ao grande volume de grãos, deficiência de estocagem e distância dos terminais de comércio. Com o constante aumento de produção têm sido verificado que os problemas logísticos tem aumentado (TAVARES; MELONI, 2013).

A armazenagem tem grande aporte para comercialização de grãos, pois como a produção apresenta sazonalidade que pode modificar ao longo do tempo, um sistema de armazenamento adequadamente instalado, em quantidade e localização, garante a disponibilidade do produto, podendo suprir demandas de consumo (LEITE, 2013).

A localização das unidades armazenadoras exerce influência sob aspectos comerciais, faz-se necessário um melhor arranjo da instalação das unidades e o aumento da capacidade estática, bem como implantação de unidades em nível de fazenda, as quais visam aumentar a lucratividade do produtor sendo desnecessária a comercialização imediata, podendo aguardar melhor oportunidade de mercado (COIMBRA et al., 2006).

O descompasso entre a sazonalidade da produção é causado pelo consumo ininterrupto, e devido a falta de capacidade estática das unidades armazenadoras, não é possível a formação suficiente de estoques reguladores, havendo assim variação dos preços dos produtos (FREDERICO, 2010).

2.4. Caracterização das unidades armazenadoras

O Brasil tem encarado grandes problemáticas devido as práticas impróprias executadas no decorrer do processo de armazenamento (LIMA JÚNIOR et al., 2012). Com intuito de preservar o grão tanto na qualidade física e química, até que o produto chegue ao consumidor final, as unidades armazenadoras devem ser compostas por estruturas adequadas às suas finalidades particulares, e serem projetadas e localizadas de acordo com as peculiaridades de operação (ELIAS, 2003).

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De acordo com Azevedo et al. (2008) o armazenamento é dividido em dois tipos estruturais: convencional (armazenagem em sacarias em armazéns) e a granel (armazenagem em silos e armazéns graneleiros).

A armazenagem a granel é considerada tendência mundial. Nesta modalidade tem-se silos metálicos e de concreto, podendo ser horizontais e verticais, dependendo da relação altura e diâmetro; e armazém graneleiro, que são estruturas horizontais mistas, ou seja, de concreto com cobertura metálica (PUZZI, 2013). Para armazenagem de grãos ensacados tem-se os armazéns convencionais, com estrutura retangular e horizontal, com pé direito de 5 à 6 metros de altura e fundo plano. Com portas amplas para a entrada de caminhões (WEBER, 2005).

As unidades armazenadoras são classificadas por categorias, segundo os estágios de transferência dos fluxos de comercialização e localização. De acordo com Weber (2005), as unidades armazenadoras são classificas da seguinte forma:

- Nível de fazenda: localizada nas propriedades rurais, geralmente de pequeno e médio porte, e atendem um único produtor.

- Coletoras: unidades que se localizam a uma distância razoável das propriedades rurais, atende vários produtores. São consideradas de médio ou grande porte.

- Subterminais: são armazenados produtos provenientes das unidades de fazendas e das coletoras. Visando vantagens na redução dos custos de transporte aos produtores, consumidores e exportadores, tem-se como pontos estratégicos para facilitar à logística.

- Terminais: unidades que estão localizadas em polos centrais de consumidores, onde o produto já sai para consumo imediato, ou destinado a portos para a exportação.

Unidades nível de fazenda são prioridade em países desenvolvidos, pois apresentam inúmeras vantagens. D’Arce (2003) e Nogueira Junior e Nogueira (2007) citam como vantagens do armazenamento de grãos nas fazendas os seguintes aspectos: reduzir perdas, decorrentes do atraso na colheita ou armazenagem inadequada; custo reduzido do transporte; melhor desempenho na colheita; grãos com melhor qualidade devido a um melhor manejo; linhas de crédito para a pré-comercialização; liberdade para utilização em momentos oportunos, dando oportunidade para o produtor escolher o melhor momento para comercialização.

No estado de Mato Grosso como a logística é um ponto crítico, a alternativa mais viável seria o investimento em unidades nível fazenda. A conservação do produto seria melhor garantida visto que os grãos seriam menos manipulados, pois o transporte seria realizado uma só vez seja para indústria de beneficiamento, exportação e varejo. As

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unidades instaladas nas fazendas contribuem ainda para uma melhora do escoamento das safras para as regiões de comercialização, com consequente redução das perdas de produto (LEITE, 2013).

2.5. Certificação de unidades armazenadoras

No final do século XX começaram a ocorrer mudanças mais expressivas, decorrente ao estabelecimento da nova lei de armazenagem nº 9.973 (de 29 de maio de 2000) conhecida como o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, que tem por objetivo uniformizar as atividades desenvolvidas pelos armazéns. O processo de certificação das unidades armazenadoras determina regras e procedimentos para qualificação, armazenadores recebem títulos de comercialização, quem podem ser utilizados como ativos financeiros (FERRARI, 2006).

A certificação é o reconhecimento formal de que uma organização tenha conhecimento técnico para realizar os serviços específicos, dentro dos padrões de qualidade e são requeridos documentos que evidencie o manejo adotado pelo armazenador. É exigido apenas para as unidades que prestam serviços remunerados de armazenamento para terceiros, e para estoques públicos. Unidades não certificadas não poderão seguir a finalidade de armazenamento remunerado. A certificação visa o fortalecimento entre o setor produtivo com o setor armazenador, isto em virtude das unidades armazenadoras seguirem requisitos legais exigidos pelo mercado, conquistando reconhecimento nacional e internacional, e sobretudo reduzir perdas e custos operacionais (MAPA, 2017).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Para realização do levantamento proposto foram avaliados os aspectos da produção de grãos e da armazenagem evidenciando possíveis déficits de armazenagem.

Inicialmente foi realizado uma avaliação temporal de 11 anos compreendidos entre as safras 2007/08 à 2017/18, comparando a produção total de grãos com a capacidade estática de armazenagem a nível Brasil.

Os dados de produção foram obtidos de boletins das safras de grãos publicados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A capacidade estática foi obtida por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (SICARM) administrado pela CONAB (CONAB, 2018e). Os dados foram analisados de forma descritiva.

O Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras – SICARM é uma plataforma de dados desenvolvida pela CONAB que concede o cadastramento e acompanhamento de unidades armazenadoras. As operações de cadastro e contrato de depósito estão amparadas pela Lei 9.973/2000 e Decreto no 3.855/2001.A CONAB tem como uma das atribuições a administração e o controle dos registros relativos ao Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (CONAB, 2017b).

Na sequência realizou-se uma avalição por região do país, sendo Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Para esta avaliação considerou-se dados apenas das culturas de soja e milho fornecidos pela CONAB. Esta consideração foi feita devido à grande influência que essas commodities tem na economia do país e ainda sofrem com a falta de infraestrutura.

Na terceira etapa do trabalho, por meio da elaboração de tabela e discussão descritiva, avaliou-se a capacidade estática, número de unidades armazenadoras e produção de soja e milho na safra 2017/18 dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, pertencente da região Centro-Oeste. Os dados foram obtidos nas mesmas bases já mencionadas.

Para melhor compreensão de dados, foi realizada uma comparação entre os três principais estados produtores e armazenadores (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul). Nesta etapa discutiu-se a expressiva contribuição do estado de Mato Grosso sobre a armazenagem e produção de soja e milho, comparado com os outros dois estados.

De forma mais específica, avaliou-se a situação agrícola do Mato Grosso levando em consideração as macrorregiões (Figura 1), segundo classificação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

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Nesta etapa avaliou-se a evolução da produção de soja e milho das sete macrorregiões entre 2007/08 à 2017/18.

Também foi elaborada uma tabela das sete macrorregiões, onde avaliou a variação entre as safras de 2016/17 e 2017/18 comparando produção a capacidade estática. Destacou-se a Região Médio-Norte (macrorregião 4 da Figura 1), considerada como grande polo produtor de soja e milho do Brasil. É composta por 16 munícipios (Tabela 1), sendo os principais, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum que se encontram a margem da BR-163, e se destacam pelo elevado quantitativo de produção de soja e milho, número de unidades armazenadoras e capacidade estática. Os dados foram compilados por meio de planilhas eletrônicas e discutidos descritivamente.

No levantamento da safras de grãos, estimados com base nos produtos de milho e soja, referente aos anos agrícolas 2007/08 à 2017/18, foi utilizada a base de dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

Para uma avaliação dos quatro principais municípios da região Médio-norte, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum foram obtidos dados do último levantamento realizado em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Figura 1 - Mapa de macrorregiões do estado de Mato Grosso. Fonte: IMEA, 2017. Tabela 1 – Municípios que compõem as Macrorregiões do estado de Mato Grosso. Fonte: IMEA (2017).

Macrorregião de Mato

Grosso Municípios

1) Noroeste Aripuanã; Brasnorte; Castanheira; Colniza; Cotriguaçu; Juara; Juína; Juruena; Novo Horizonte do Norte; Porto dos Gaúchos; Rondolândia; Tabaporã.

2) Norte

Alta Floresta; Apiacás; Carlinda; Colíder; Guarantã do Norte; Itaúba; Marcelândia; Matupá; Monte Verde do Norte; Nova Bandeirantes; Nova Canaã do Norte; Nova Guarita; Nova Monte Verde; Nova Santa Helena; Novo Mundo; Paranaíta; Peixoto de Azevedo; Terra Nova do Norte.

3) Nordeste

Água Boa; Alto Boa Vista; Bom Jesus do Araguaia; Campinápolis; Canabrava do Norte; Canarana; Cocalinho; Confresa; Gaúcha do Norte; Luciara; Nova Nazaré; Nova Xavantina; Novo Santo Antônio; Porto Alegre do Norte; Querência; Ribeirão Cascalheira; Santa Cruz do Xingu; Santa Terezinha; São Félix do Araguaia; São José do Xingu; Serra Nova Dourada; Vila Rica.

4) Médio-Norte

Cláudia; Feliz Natal; Ipiranga do Norte; Itanhangá; Lucas do Rio Verde; Nova Maringá; Nova Mutum; Nova Ubiratã; Santa Carmem; Santa Rita do Trivelato; São José do Rio Claro; Sinop; Sorriso; Tapurah; União do Sul; Vera.

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5) Oeste

Araputanga; Campo Novo do Parecis; Campos de Júlio; Comodoro; Conquista D’Oeste; Curvelândia; Figueirópolis D’Oeste; Glória D’Oeste; Indiavaí; Jauru; Lambari D’Oeste; Mirassol D’Oeste; Nova Lacerda; Pontes e Lacerda; Porto Esperidião; Reserva do Cabaçal; Rio Branco; Salto do Céu; São José dos Quatro Marcos; Sapezal; Vale de São Domingos; Vila Bela da Santíssima Trindade.

6) Centro-Sul

Acorizal; Alto Paraguai; Arenápolis; Barão de Melgaço; Barra do Bugres; Cáceres; Chapada dos Guimarães; Cuiabá; Denise; Diamantino; Jangada; Nobres; Nortelândia; Nossa Senhora do Livramento; Nova Marilândia; Nova Olímpia; Poconé; Porto Estrela; Rosário Oeste; Santo Afonso; Santo Antônio do Leverger; Tangará da Serra; Várzea Grande.

7) Sudeste

Alto Araguaia; Alto Garças; Alto Taquari; Araguaiana; Araguainha; Barra do Garças; Campo Verde; Dom Aquino; General Carneiro; Guiratinga; Itiquira; Jaciara; Juscimeira; Nova Brasilândia; Novo São Joaquim; Paranatinga; Pedra Preta; Planalto da Serra; Pontal do Araguaia; Ponte Branca; Poxoréo; Primavera do Leste; Ribeirãozinho; Rondonópolis; Santo Antônio do Leste; São José do Povo; São Pedro da Cipa; Tesouro; Torixoréu.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizada uma análise da evolução brasileira no setor de armazenagem no período entre 2008 a 2018 comparada a evolução da produção de grãos total.

Na avaliação das regiões do país do estado de Mato Grosso avaliou-se somente a produção de soja e milho.

4.1. Avaliação temporal do sistema de armazenagem no Brasil

A produção agrícola brasileira apresentou grande crescimento ao longo dos 11 anos avaliados (Figura 2). Foi variável entre uma safra e outra devido a redução de produção, normalmente ocorrida devido a problemas climáticos, a exemplo da safra 2015/16.

Tem-se na Figura 2 a evolução da produção total de grãos no Brasil comparada a evolução da capacidade estática (CE) de armazenamento.

Figura 2 - Evolução da produção total de grãos e da capacidade estática do Brasil no período compreendido entre 2007 e 2018. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor. *dados estimados – CONAB, 2018.

Da Figura 2 verifica-se pouco crescimento da capacidade estática de armazenagem, ao passo que a produção de grãos apresenta incrementos bem mais expressivos a cada safra. Esta discrepância entre investimentos em infraestrutura de armazenagem e produção de grãos resulta em problemas logísticos sérios, como por exemplo, vias de escoamento da safra com alto fluxo e em más condições, redução da lucratividade do produtor pela venda do produto em momento inadequado, perdas qualitativas e quantitativas de grãos, entre outros.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 * P rod uç ão e c ap ac ida de es tát ic a (m ilhõ es t) Safras

(23)

Os anos compreendidos entre 2008 a 2012 e, 2016 foram os que apresentaram menores déficit de armazenagem variando de 2,65 à 14,26%, com média de 9,84%. Os anos entre 2013 a 2015 e, 2017 e 2018 foram os que apresentaram o maior déficit na armazenagem no período avaliado, variando de 20 à 31,08%, com média de 25,21%.

Ainda da Figura 2 observa-se que na safra 2008/09 existiu uma relação próxima entre produção e CE. De acordo com informações publicadas pela Conab (2009) nesta safra houve estiagem nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que provocou redução da produtividade das lavouras tradicionais, como soja e milho.

Efeito similar pode ser observado na safra 2015/16, onde ocorreu redução da produção de 10,3% em relação à safra 2014/15, isto devido à redução de área plantada do milho primeira safra, queda de produtividade causada pelo estresse hídrico para o milho segunda safra, e em diversos estados ocorreu atraso no plantio da soja devido ao clima, impactando a produtividade média e no total de produção (CONAB, 2016). Neste caso o déficit de armazenagem que era de 24,16% em 2014/15, em 2015/16 foi de 11,71%. Embora o déficit tenha sido menor, isto não representa efeito positivo, pois a redução da falta de espaços foi em decorrência da redução de produção de grãos.

Atualmente o Brasil possui 17.189 unidades armazenadoras que totalizam 162,94 milhões de toneladas de capacidade estática, segundo Maculan (2014) o Brasil em 2014 possuía 19.176 unidades armazenadoras que totalizavam 154,7 milhões de toneladas de capacidade estática. Observa-se que dentro de quatro anos ocorreu retração no número de unidades e aumento da capacidade em 8,24 milhões de toneladas. A redução do número de unidades pode ser decorrente da inativação de algumas estruturas, porem o aumento da capacidade estática é em função da construção de unidades maiores.

De acordo com dados estimados da safra 2017/18 realizado pela CONAB (2018), serão produzidos no Brasil em torno de 228,3 milhões de toneladas de grãos, que resultara em um déficit de CE de 28,58 %.

De acordo com Gallardo et al. (2010) a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) recomenda que a capacidade deve superar a relação 1:1,2 entre a produção e a capacidade estática de armazenamento. Levando em conta essa recomendação, o déficit de capacidade estática no Brasil seria em torno de 41%, agravando ainda mais a situação.

Países como Argentina, Austrália, Canadá, Estados Unidos e na Europa a capacidade estática de armazenamento em fazendas é de 40; 35; 85; 65 e 50%, respectivamente. No Brasil estima-se que a capacidade estática para unidades de

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fazenda corresponde a 24% do total (FERNANDES; ROSALEN, 2014). Fatores que favorecem para este baixo índice no Brasil é a dificuldade de difusão da tecnologia, e falta de planejamento econômico (LACERDA FILHO et al., 2008).

Lacerda Filho et al. (2008) afirmam que países como França, Argentina e Estados Unidos seguem uma sucessão no sistema de armazenamento, iniciando nas unidades de fazenda avançando para as unidades coletoras, intermediárias e terminais. Sendo que no Brasil é considerada uma atividade tipicamente urbana, pois a estrutura armazenadora evolui de unidades coletoras para intermediárias e terminais.

A capacidade estática e a produção de grãos sendo soja e milho, teve grande variação entre 2007 e 2018 onde foi avaliada em cada região do país (Figura 3). Esta avaliação permite verificar a contribuição de cada região na produção de soja e milho, bem como a distribuição da localização das unidades armazenadoras pelo Brasil. A de se considerar que a solução logística pós-colheita não está atrelada apenas a aumentos de capacidade estática, mas também a necessidade de localização das unidades próximas a centro produtores, o que contribui por exemplo, com a redução de perdas e custo de frete.

Verifica-se das Figuras 3d e 3e que nas regiões Sudeste e Sul, de acordo com as previsões da safra 2017/18 tem-se uma proximidade entre produção de milho e soja e a capacidade estática, situação muito diferente é observada nas regiões Norte e Nordeste, e principalmente no Centro-Oeste (Figuras 3a, 3b e 3c), onde verifica-se déficit de 3,86; 5,68 e, 37,07 milhões de toneladas, respectivamente, se considerada a estimativa da safra de soja e milho de 2017/18.

A região Sudeste apresenta superávit CE durante todo o período avaliado, ou seja, a produção de soja e milho é inferior ao espaço destinado a armazenagem total de grãos. A região Sul também apresenta situação similar em quase todas as safras avaliadas, a exceção da safra 2016/17, a maior ocorrida na região, 83,3 milhões de toneladas.

Segundo Maculan (2014) a situação de um razoável equilíbrio entre a produção e capacidade estática no Sul, provavelmente, é em função de que a produção de soja e milho se encontra estabilizada, não havendo mais incrementos importantes de áreas no sistema produtivo.

(25)

(a) (b)

(c) (d)

(e)

Figura 3 - Evolução da produção de soja e milho, e da capacidade estática entre 2007 e 2018, em diferentes regiões do Brasil. (a) Norte; (b) Nordeste; (c) Centro-oeste; (d) Sudeste; (e) Sul. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor. *dados estimados de produção – CONAB (2018).

A estimativa para a safra 2017/18 para o Nordeste é de 16,28 milhões de toneladas e o Norte de 8,34 milhões de toneladas, segundo levantamentos da Conab (2018). Entre o período 2008 a 2018 (estimado) ocorreu crescente variação na produção de soja e milho nestas regiões com incrementos de 7,05 milhões de toneladas no Nordeste, e 5,49 milhões de toneladas no Norte. Estes aumentos são decorrentes da abertura de novas áreas e novos investidores nessas regiões. Neste mesmo período (2008 a 2018), houve aumentos de capacidade estática, porém inferior a produção, sendo de 1,98 e 1,95 milhões de toneladas, respectivamente.

0 20 40 60 80 100 P ro d u çã o e ca p a cida d e e stá tica (m ilh õ e s t) Safras

Produção do Centro-Oeste Capacidade estática

0 20 40 60 80 100 P ro d u çã o e ca p a cida d e e stá tica (m ilh õ e s t) Safras

Produção do Sudeste Capacidade estática

0 20 40 60 80 100 P ro d u çã o e ca p a cida d e e stá tica (m ilh õ e s t) Safras

Produção do Sul Capacidade estática

0 20 40 60 80 100 P ro d u çã o e ca p a cida d e e stá tica (m ilh õ e s t) Safras

Produção do Nordeste Capacidade estática

0 20 40 60 80 100 P ro d u çã o e ca p a cida d e e stá tica (m ilh õ e s t) Safras

(26)

A região denominada MATOPIBA, localizada nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Em 2015 foi oficializada pelo decreto presidencial 8.447, como região de desenvolvimento, ganhado destaque por ser considerada a mais nova fronteira agrícola do país (SÁ et al., 2015). De acordo com Paula Junior (2010), projetos de colonização foram criados por grandes proprietários de terras, impulsionando a chegada de sulistas, dando apoio aos pequenos agricultores, oferecendo crédito para financiamento de terras. Terras localizadas no sul do estado do Maranhão e no nordeste e sul do estado do Tocantins, que na década de 1980 era utilizada apenas para criação de gado, atualmente são utilizadas para a agricultura, incentivando a chegada de novos investidores de toda parte do Brasil. O Oeste e Noroeste da Bahia também vem apresentando bom desenvolvimento na agricultura. Na década de 90, essas regiões ganharam destaque pela facilidade no escoamento da produção.

Diante desses avanços, a região MATOPIBA tem sido responsável por um crescente volume de produção de soja e milho e de capacidade estática, beneficiando duas grandes regiões do Brasil, Norte (Figura 3a) e Nordeste (Figura 3b). Apesar das boas perspectivas agrícolas para as regiões Norte e Nordeste, a estimativa para a safra 2017/18 é de déficit de capacidade estática de 46,28 e 43,31 %, respectivamente.

As regiões Centro-Oeste e Norte, são as regiões que se destacam em relação ao déficit de armazenagem em 2018, com 38,66 e 46,28%, respectivamente, possuindo situações mais críticas. Nessas regiões ainda há situações de desenvolvimento da agricultura, com novas áreas sendo inseridas no sistema produtivo, sendo elas denominadas de fronteiras agrícolas.

Em relação a região Centro-Oeste, tem-se o estado de Mato Grosso como destaque, os números podem ser visualizados na Tabela 2.

Tabela 2 – Dados de produção de soja e milho e capacidade estática (milhões de toneladas e em %) dos estados da região Centro-Oeste e Distrito Federal em 2018. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor.

Regiões Capacidade Estática

(milhões t) Número de Unidades Produção (milhões t)

Distrito Federal 0,39 (0,7%) 88 (2,1%) 0,78 (0,8%)

Goiás 13, 27 (22,6%) 940 (20,8%) 20,13 (20,8%)

Mato Grosso 36,24 (61,6%) 2.291 (55,2%) 57,69 (59,6%) Mato Grosso do Sul 8,88 (15,1%) 868 (20,9%) 18,20 (18,8%)

Total 58,80 (100%) 4.151 (100%) 96,80 (100%)

A região Centro-Oeste, formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, apresentam bom desenvolvimento de produção agrícola, porém os investimentos no setor de armazenagem não estão sendo suficiente

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para acompanhar esse progresso. Dito anteriormente o Brasil possui 17.189 unidades armazenadoras sendo que 24,25% (4.169 unidades) estão localizadas na região Centro-Oeste, ficando atrás apenas da região Sul que possui 49,84% (8.568) unidades) das unidades armazenadoras do país, em número. Levando em conta a capacidade estática, a região Centro-Oeste participa com 36,55% e o Sul com 40,22% (em 2018), ou seja, a região Sul apresenta unidades menores e com melhor distribuição pelos estados que a compõe, visto o elevado número de unidades, porem menor CE que a região Centro-Oeste.

Outro aspecto a ser considerado é o de que pelo elevado número de unidades armazenadoras nos estados do Sul pode indicar que as unidades estejam instaladas, em boa parte nas fazendas, o que pode ser vantajoso. Segundo Mallet (2014) armazenar na propriedade propicia ao agricultor possibilidade de garantir melhor conservação do produto; e diminuir os custos de transporte. No período de safra, devido aos entraves enfrentados no escoamento rodoviário, o frete tem seus preços inflacionados. Outra vantagem seria em relação a comercialização que seria realizada em momento mais adequado, conforme a valorização do produto, assim, o produtor passaria a ter maior lucratividade, pois no período de colheita as cotações agrícolas tem grande tendência de retração.

Na região Centro-Oeste o estado de Mato Grosso é o que possui o maior número de unidades armazenadoras (55%), seguido por Goiás (22%), Mato Grosso do Sul (21%) e Distrito Federal com apenas 2% das unidades. Quando considerada a CE nesta região, a participação de Mato Grosso é na ordem de 62% e, de 59% na produção de soja e milho, ou seja, o estado com maior produção e investimentos em CE, tanto na região quanto no país.

Os investimentos em estruturas de armazenagem entre 2017 e 2018 proporcionaram aumento da CE no Brasil de 3,02 milhões de toneladas, sendo quase que na sua totalidade (94%) no estado de Mato Grosso com aumento de CE de 2,84 milhões de toneladas. Apesar do elevado déficit existente no estado, verifica-se grande movimento no setor de armazenagem em termos de investimentos, porém, não o suficiente para suprir as diferenças acumuladas nas últimas safras, principalmente a partir do ano agrícola de 2011/12, como verificado na Figura 3c.

É provável que a medida em que ocorra redução de incrementos de novas área no setor produtivo no Mato Grosso, representada principalmente pelas áreas até então usadas para pastagens e agora usadas na produção de soja e milho, é provável que se tenha uma tendência de equilíbrio entre produção e armazenagem.

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Como verificado, o Mato Groso apresenta expressiva participação em relação a produção e armazenagem de grãos no Brasil, em função disso procurou-se realizar uma avaliação específica do estado no período compreendido entre 2007 a 2018 (Figura 4).

Figura 4 - Evolução da produção de soja e milho e da capacidade estática no estado de Mato Grosso entre 2007 e 2018. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor. *dados de produção estimados – CONAB (2018).

No período avaliado (Figura 4) o estado de Mato Grosso nos dos últimos 11 anos apresentou grande tendência de aumento de produção de soja e milho, intensificado a partir da safra 2011/12, conforme constatado anteriormente para a região Centro-Oeste, permitindo inferir que os dados obtidos para o Mato Grosso influenciaram de forma expressiva a evolução de produção e armazenagem no Centro-Oeste, configurando como o maior contribuinte para os aumentos verificados.

Durante o período avaliado na Figura 4, a CE no estado aumentou de 24,53 (2007/08) para 36,25 milhões de toneladas (2017/18), porém ainda distante de se equiparar com a produção de soja e milho, que se encontra estimada em 58,7 milhões de toneladas, de acordo com levantamentos feitos pela CONAB (2018), ou seja, um déficit previsto em 38,2%.

Se for considerado os três estados com maior produção de soja e milho no país, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, nesta ordem (Figura 5) e proceder a diferença em relação a CE (em 2018), tem-se um déficit em milhões de toneladas de 22,44; 1,11 e, um superávit de -7,3, respectivamente. Demonstrando a necessidade urgente de investimentos volumosos em unidades armazenadoras no Mato Grosso, o qual apresenta crescimentos elevados de produção a cada nova safra, agravando os problemas logísticos existentes.

0 20 40 60 80 100 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 * Pro d u ç ã o e c a p a c id a d e e s tá ti c a (m ilh õ e s t) Safras

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Figura 5 - Produção de soja e milho e capacidade estática nos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, em 2018. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor.

O Rio Grande do Sul é o que apresenta situação confortável, sem déficit, dentre os três estados, provavelmente pelo elevado número de unidades (957 unidades) instaladas naquele estado, além da grande contribuição do setor de cooperativas há várias décadas. Não está sendo considerada a produção de arroz, que no Rio Grande do Sul é grande e ocupa espaço no armazenagem, o que reduziria esta vantagem em relação aos dois outros estados a que se está comparando.

Observa-se ainda da Figura 5 que a estimativa de produção de soja e milho é de 58,7 milhões de toneladas para o Mato Grosso, seguido pelo Paraná com 31,2 milhões de toneladas e Rio Grande do Sul com 22,0 milhões de toneladas. Juntos esses estados contribuem com 44,2% da produção nacional de soja e milho.

4.2. Avaliações do setor de produção e armazenagem de grãos em

macrorregiões no Estado de Mato Grosso

Em virtude da constatação da importância do estado de Mato Grosso no que se refere a produção e armazenagem de soja e milho, fez-se uma avaliação específica de cada macrorregião deste estado, conforme divisão apresentada pelo IMEA (Tabela 3).

Com base nos dados de levantamento de safras, e de cadastro de unidades armazenadoras realizados pela CONAB, verifica-se variação negativa ocorrida nos dois últimos anos agrícolas, 2016/17 e 2017/18* (*produção estimada) em relação a produção, por outro lado, houveram aumentos de CE em praticamente todo o estado, com exceção da região Centro-sul (Tabela 3).

A contribuição de cada macrorregião do estado no total de produção de soja e milho, durante os 11 últimos anos, é apresentada na Figura 6.

0 20 40 60 80 100

Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul

Pro d u ç ã o X c a p a c id a d e e s tá ti c a (t)

(30)

Figura 6 - Evolução da produção de soja e milho por macrorregião do estado de Mato Grosso. Fonte: IMEA (2018), adaptado pelo autor. *dados estimados – IMEA, 2018.

Pelos dados da Figura 6 verificasse que a macrorregião Médio-Norte se destaca das demais, sendo seguida em todos os anos pela macrorregião Sudeste. No cenário atual, para a safra 2017/18, a tendência se mantém. Os dados estimados apontam contribuição na produção de soja e milho na seguinte ordem: Médio-norte com 39,12%, seguido pelo Sudeste com 19,11% e Nordeste com 12,96%, e respectivamente Oeste, Centro-sul, Noroeste e Norte com 11,42; 7,66; 6,30 e 3,38%.

A macrorregião Médio-norte composta por 16 municípios é a principal produtora de soja e milho do estado e com a maior capacidade estática. A produção total de de soja e milho estimada para safra 2017/18 para esta região é de 22,58 milhões de toneladas, enquanto que a capacidade estática se encontra em 15,17 milhões de toneladas. Mesmo com expressivos aumentos de capacidade estática verifica-se que ainda não é suficiente, pois a região sofre com déficit de armazenagem de 32,81.

0 5 10 15 20 25 30 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18* P ro d u ç ã o ( m ilh õ e s d e t ) Safras

Noroeste Norte Nordeste Médio-Norte Oeste Centro-Sul Sudeste

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Tabela 3 – Dados de produção soja e milho e capacidade estática por macrorregião do estado de Mato Grosso, entre as safras 2016/17 e 2017/18. Fonte: Conab (2018) e IMEA (2017), adaptado pelo autor.

Macrorregião Produção (milhões t) Var. Capacidade Estática (milhões t) Var. Safra 16/17 Safra 17/18* Safra 16/17 Safra 17/18*

Noroeste 3,73 3,64 -0,09 1,39 1,42 0,03 Norte 1,92 1,95 0,03 0,59 0,63 0,04 Nordeste 7,94 7,48 -0,46 3,70 4,43 0,73 Médio-norte 24,20 22,58 -1,62 13,90 15,17 1,27 Oeste 7,16 6,59 -0,57 4,40 4,41 0,01 Centro-sul 4,53 4,43 -0,10 2,14 2,14 0,00 Sudeste 12,25 11,03 -1,22 7,69 8,05 0,36 Mato Grosso 61,72 57,69 -4,03 33,81 36,25 2,44

Var. - variação em milhões de toneladas; *dados estimados.

O decréscimo na produção de soja e milho no estado, estimado para a safra 2017/18 de acordo com dados levantados pela CONAB, seria o reflexo da queda na produção de milho 2ª safra, onde ocorreu recuo de área destinada ao plantio do cereal em virtudes de atrasos no plantio da 1ª safra, em decorrência das condições climáticas. Por outro lado, segundo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso INDEA (2018) houve um aumento de aproximadamente 9,53% na produção de soja em comparação a safra de 2016/17.

Em relação a CE, observa-se crescimento expressivo quando comparado aos demais estados do Brasil, sendo de 2,44 milhões de toneladas, desse total, 52% foi instalado na região Médio-Norte, porém, mesmo com esse acréscimo ainda há carência de espaço para armazenar a safra do estado.

A macrorregião Sudeste, composta por 29 munícipios, é a segunda com maior capacidade estática e produção de grãos, sendo três munícipios que se destacam em volume de CE, Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis com capacidade de armazenar 1,06; 2,39; 1,11 milhões de toneladas, respectivamente, responde por 56,65% da capacidade estática da macrorregião, dados estimados para safra de 2017/18.

Em virtude da importância da macrorregião Médio-Norte, fez-se uma avaliação dos municípios que mais se destacam no agronegócio, com maiores contribuições de capacidade de armazenagem (Tabela 4).

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Tabela 4 – Capacidade estática e número de unidades armazenadoras dos munícipios destaques da macrorregião Médio-Norte. Fonte: Conab (2018), adaptado pelo autor.

Os quatro municípios apresentados na Tabela 4 margeiam a BR-163, principal corredor de escoamento de grãos. Estes municípios apresentam grande contribuição de armazenagem, representando 63,08% da capacidade estática da macrorregião, 26,4% da capacidade do estado de Mato Grosso, e 6,0% da capacidade estática total do país. Vale destacar que o Brasil possui atualmente em torno 5.700 municípios, e os números apresentados são de apenas 4 municípios (0,07% do total de municípios), o que permite inferir, que estes se destacam como os maiores armazenadores.

Levando em conta dados de produção do ano de 2016, visto que este foi o último levantamento de produção de soja e milho por municípios realizado pelo IBGE (2016) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tem-se que: os municípios de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop, Sorriso totalizaram 1,56; 2,17; 3,37 e 3,60 milhões de toneladas respectivamente, representando 22,85% da produção do estado e, 6,62% a nível Brasil, o que configura estes municípios como sendo os principais produtores e armazenadores de grãos. Apesar dos elevados números de CE, em valores absolutos, a região Médio-norte é a que mais sofre com o déficit de armazenagem, como visto na Figura 4. O Mato Grosso desde 2012 vem apontando safras recordes, porem a capacidade estática não acompanha essa evolução da produção.

Lamentavelmente a cada ano a cena se repete na região. Durante a colheita do milho, toneladas de grãos expostas a céu aberto. O grande empecilho para a construções de novas unidades e principalmente unidades de fazenda é a burocracia, elevados custos, e falta de conhecimento técnico, o que desmotiva os produtores.

Munícipios Número de unidades Capacidade estática (milhões t)

Lucas do Rio Verde 82 1,90

Nova Mutum 110 1,57

Sinop 53 1,56

Sorriso 260 4,5

(33)

5. CONCLUSÕES

 A agricultura brasileira apresentou entre os anos 2008 e 2018 crescimento de produção de grãos de aproximadamente de 85 milhões de toneladas, variando de 144,14 para 228,7 milhões de toneladas, e a capacidade estática de armazenagem (CE) com variação de 128,48 a 162,94 milhões de toneladas.

 A região Sudeste tem produção inferior ao espaço para armazenamento, encontrando-se em situação de superávit.

 A região Sul se encontra em situação de constância entre a produção de soja e milho e a capacidade estática, e representa 17,98% da capacidade estática do país.

 O Norte e Nordeste vem ganhando destaque na produção de soja e milho durante o período avaliado, em 2018 com produção de 8,34 e 18,7 milhões de toneladas com capacidade estática de 4,48 e 10,60 milhões de toneladas respectivamente.

 O Centro-Oeste apresenta maior índice de desenvolvimento na produção agrícola, porém com déficit de CE de (38,66%).

 No período avaliado o estado de Mato Grosso teve aumento na capacidade estática de 11,71 milhões de toneladas. Atualmente com capacidade de 36,24 milhões de toneladas e déficit de armazenagem de 38,57.

 A macrorregião Médio-Norte de Mato Grosso, principal produtora do estado, teve aumento no período de 11,53 milhões de toneladas, contribui com 39,12% da safra do estado, entretanto apresenta déficit de CE de 48,84%. A atual capacidade estática e de 15,17 milhões de toneladas e a produção soja e milho em torno de 22,58 milhões de toneladas.

 Os municípios de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum respondem por 22,85% da produção de soja e milho do estado. Possuem a 63,08% da capacidade estática do Médio-Norte, 26,4% da capacidade do Estado e aproximadamente 6% da capacidade do país.

 Apesar dos investimentos em armazenagem com aumentos de capacidade estática, ainda é insuficiente para acompanhar o crescimento da produção.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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