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INFLUÊNCIA DE TRIBUTÁRIOS SOBRE O POTENCIAL REPRODUTIVO DE TRÊS ESPÉCIES DE PEIXES DA BACIA DO RIO GRANDE: UM ESTUDO COMPARATIVO

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INFLUÊNCIA DE TRIBUTÁRIOS SOBRE O POTENCIAL REPRODUTIVO DE TRÊS ESPÉCIES DE PEIXES DA BACIA DO RIO GRANDE: UM ESTUDO COMPARATIVO

CRUZ, Cláudia Kelly Fernandes¹; PERINI, Violeta da Rocha¹; LOUREIRO, Alessandro Paschoalini²; BAZZOLI, Nilo²; RIZZO, Elizete¹.

¹Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Departamento de Morfologia, Belo Horizonte, Minas Gerais (MG), Brasil.

²Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), Departamento de Zoologia, Belo Horizonte, Minas Gerais (MG), Brasil.

RESUMO EXPANDIDO Introdução

O Brasil possui a mais diversificada ictiofauna de água doce no mundo, contudo, esse grupo tem sido afetado por ações antrópicas, como a construção de usinas hidrelétricas (Paiva, 1978, 1983; Castro & Arcifa, 1987; Godinho, 1993). Nos primeiros segmentos de um rio imediatamente abaixo das barragens, observam-se modificações térmicas e hidrodinâmicas que afetam o comportamento dos peixes. Os peixes de água doce possuem papel de destaque na diversidade de nossa ictiofauna, na pesca comercial e esportiva, representando uma rica fonte de proteínas (Sato e Godinho, 2003). Estudos que incluam o entendimento do comportamento e estratégias reprodutivas dos peixes, associado a observações histológicas e análises do processo de desenvolvimento gonadal, fornecem parâmetros importantes para a melhoria da gestão de diretrizes para trabalhos de propagação artificial, normas de controle da exploração pesqueira e conservação das espécies nativas. A fecundidade é um método avaliativo que, por meio do número de ovócitos vitelogênicos nos ovários maduros, pode avaliar o potencial reprodutivo e refletir a estratégia de reprodução dos peixes, tanto no nível de espécie até no nível de população. A fecundidade está relacionada com o diâmetro ovocitário e tipo de desova, variando em diferentes ambientes aquáticos. O objetivo desse trabalho foi analisar parâmetros reprodutivos de três importantes espécies neotropicais,

Prochilodus lineatus e Leporinus obtusidens, characiformes reofílicos e migradores, e Pimelodus maculatus, siluriforme migrador de curta distância, em dois pontos da Bacia do rio

Grande: à jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia e no rio Pardo.

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Exemplares de fêmeas foram capturados bimestralmente (outubro/2010 a março/2011) em dois trechos: P1, rio Grande à jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia e P2, rio Pardo. Fragmentos de gônadas das três espécies estudadas foram fixados em líquido de Bouin por 8 a 12 horas, conservados em álcool 70%, submetidos a técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina, microtomia com 3-5 µm de espessura e coloração com hematoxilina-eosina (HE) e analisados ao microscópio de luz. Fragmentos de ovários em estádio de maturação avançada foram conservados em solução de Gilson modificada para estimação da fecundidade. Parâmetros físico-químicos de qualidade da água foram analisados nos dois pontos. A frequência das células da linhagem ovogênicas: ovogônias, ovócitos perinucleolares iniciais, ovócitos perinucleolares avançados, ovócitos pré-vitelogênicos, ovócitos vitelogênicos e ovócitos vitelogênicos atrésicos foi avaliada em cortes de ovários das três espécies em estudo, todos os folículos existentes em cada corte foram quantificados. O diâmetro de cada espécie foi obtido em lâminas histológicas de ovários em maturação avançada/maduro, com auxílio de ocular micrométrica acoplada a microscópio de luz.

Resultados e Discussão

A frequência relativa de folículos vitelogênicos em P. lineatus e L. obtusidens foi maior no P2 do que no P1 enquanto a frequência de folículos atrésicos, perinucleolares e pré-vitelogênicos foi maior no P1 (Figura 1). A atresia folicular é um processo degenerativo que leva à reabsorção dos ovócitos vitelogênicos, reduzindo o potencial reprodutivo das espécies. Altos índices de atresia podem indicar problemas na desova (Arantes et al., 2010, 2011). Isto sugere que P2 (rio Pardo) seja um ambiente mais favorável para a reprodução desses peixes. A construção de barragens gera alterações físicas e químicas da água, com variação térmica ao longo do perfil do rio e perda de nutrientes, devido à sedimentação, que está associada à diminuição da velocidade do curso da água, processo que pode estar ocorrendo imediatamente a jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia (P1). Peixes migradores como P. lineatus e

L. obtusidens não desovam em ambientes lênticos represados pela construção de hidrelétricas,

devido às mudanças ambientais que bloqueiam as rotas de migração para a desova. Em P.

maculatus, a frequência relativa de ovogônias e folículos ovarianos não variaram

significativamente entre os pontos, provavelmente por ser tratar de um peixe migrador de curta distância, sem exigência de grandes trechos livres para reproduzir, o que contribui para a reprodução desta espécie tanto em ambientes ideais, quanto em ambientes alterados (Figura 1). O diâmetro ovocitário e a fecundidade de P. lineatus e L. obtusidens foram maiores no P2, indicando maior desenvolvimento gonadal, provavelmente devido a parâmetros da água

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favoráveis à reprodução, como baixa transparência da água (Tabela 1, Figura 2). Comparando-se as espécies, os menores valores de fecundidade e diâmetro ovocitário foram registrados em P. maculatus, provavelmente por ser uma espécie de desova parcelada. As espécies P. lineatus e L. obtusidens, peixes migradores que têm por característica desova total, mostraram sempre os maiores valores para fecundidade (Tabela 1). Estes resultados são corroborados pelos relatos de Suzuki et al. (2000), que observaram valores mais altos de fecundidade em espécies com desova total em relação aos lotes de ovócitos de espécies que apresentam desovas múltiplas. Os valores de fecundidade das espécies estudadas podem ser usados para entender os problemas relacionados com a dinâmica reprodutiva de peixes em ambientes tropicais. Esse estudo demonstra a importância do rio Pardo para a reprodução de peixes migradores, evidenciando a importância de sua preservação.

Referências

ARANTES, Fábio Pereira; SANTOS, Hélio Batista; RIZZO, Elizete; SATO, Yoshimi; BAZZOLI, Nilo. Profiles of sex steroids, fecundity, and spawning of the curimatã-pacu

Prochilodus argenteus in the São Francisco River, downstream from the Três Marias Dam,

Southeastern Brazil. Animal Reproduction Science, 2010, v.118: p.330-336.

ARANTES, Fábio Pereira; SANTOS, Hélio Batista; RIZZO, Elizete; SATO, Yoshimi; BAZZOLI, Nilo. Collapse of the reproductive processo f two migratory fish (Prochilodus

argenteus and Prochilodus costatus) in the Três Marias Reservoir, São Francisco River,

Brazil. J. Appl. Ichthyol., 2011, v.27: p.847-853.

CASTRO, Ricardo Macedo Corrêa & ARCIFA, Marlene Sofia. Comunidades de peixes de reservatórios no sul do Brasil. Rev. Brasil. Biol., 1987, v 47 (4): 493-500.

GODINHO, Alexandre Lima. E os peixes de Minas em 20l0?. Ciência Hoje, 1993, v.16 (91): p.44-49.

PAIVA, Melquiades Pinto. A ictiofauna e as grandes represas brasileiras. Revista DAE, Sabesp, São Paulo, 1978, v. 38 (116): p.49-57.

PAIVA, Melquiades Pinto (1983). Impacto das grandes represas sobre o meio ambiente. Ciênc. Cult., 1983, v.35 (9): p.1274-1282.

SATO, Yoshimi & GODINHO, Hugo Pereira. Migratory fishes of the São Francisco river, 2003 pp. 195-232. In: J. Carolsfeld, B. Harvey, C. Ross, A. Baer (ed.), Migratory fishes of South America: biology, fisheries and conservation status. World Fisheries Trust,

International Development Research Centre and World Bank, Victoria.

SUZUKI, Harumi Irene; AGOSTINHO, Ângelo Antônio; WINEMILLER, Kirk.

Relationship between oocyte morphology and reproductive strategy in loricariid catfishes of the Panamá River, Brazil. J. Fish Biol., 2000, v.57, p.791-807.

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Tabela 1 - Fecundidade absoluta, fecundidade relativa ao peso corporal (PC), ao comprimento total (CT) e ao

peso gonadal (PG), diâmetro de folículos vitelogênicos de fêmeas de Prochilodus lineatus (A), Pimelodus

maculatus (B) e Leporinus obtusidens (C), e análise dos parâmetros da água em dois pontos da Bacia do rio

Grande: P1, rio Grande, imediatamente a jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia; P2, rio Pardo. C = condutividade elétrica da água

Nota: Valores representados com média ± DP. Letras diferentes indicam diferenças entre os pontos (p < 0,05). Fonte: dados da pesquisa.

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Figura 2. Diâmetro de folículos vitelogênicos de

Prochilodus lineatus (A), Pimelodus maculatus (B)

e Leporinus obtusidens (C), em dois pontos da Bacia do rio Grande: P1, rio Grande, imediatamente a jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia (coluna verde); P2, rio Pardo (coluna azul).

Figura 1 - Frequência relativa de ovogônia (OV),

ovócito perinucleolar inicial (O1), ovócito perinucleolar avançado (O2), ovócito pré-vitelogênico (O3), ovócito pré-vitelogênico (O4) e folículo atrésico (ATR) de fêmeas de Prochilodus lineatus (A), Pimelodus maculatus (B) e Leporinus obtusidens (C), em dois pontos da Bacia do rio Grande: P1, rio Grande, imediatamente a jusante da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia (primeira coluna); P2, rio Pardo (segunda coluna).

Fonte: dados da pesquisa.

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PROJETO HORTAS: BUSCA DA SUSTENTABILIDADE POR MEIO DA PARCERIA UNIVERSIDADE X SOCIEDADE

ALVIM, Marina Neiva1

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Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), Curso de Ciências Biológicas, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

RESUMO EXPANDIDO Introdução

O Projeto Hortas (PH) é um projeto de extensão do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH). Esse projeto faz parte do Programa de Extensão Universitária (EU) desta instituição de ensino superior e tem por objetivo geral viabilizar a extensão do ensino e da pesquisa à comunidade, mediante a realização de atividades de agricultura urbana nos moldes agroecológicos, disseminando conhecimentos que possibilitem o desenvolvimento humano como agente sustentável.

Na verdade, a participação da Universidade na busca pela sustentabilidade é preconizada na AGENDA 21, a qual considera a Universidade como uma parceira no desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região onde se insere. Esta parceria seria resultado da interferência no desenvolvimento local, mas com base nas metas globais.

Uma das formas de possibilitar esta interferência é por meio de atividades de extensão. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, a educação superior tem também por finalidade “promover a extensão, aberta à participação da população, visando a difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição” (BRASIL, 1996, art. 43, inciso VII).

A temática da agroecologia e da agricultura urbana são usadas como pano de fundo para as ações de extensão do PH. Como afirmado por Aquino e Assis (2007), agricultura urbana tem se apresentado como um fenômeno socioeconômico em ascensão em todo o mundo. Frequentemente, seja na mídia impressa ou televisiva, depara-se com relatos jornalísticos sobre hortas verticais ou telhados verdes. Já no caso da prática agroecológica em espaços urbanos, Empaire e Eloy (2008), afirmam que esta exige reconfigurações do sistema agrícola, mas os princípios essenciais permanecem e podem ser reconstruídos no ambiente urbano.

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Assim, o presente trabalho visa discorrer sobre as atividades de extensão do PH no biênio 2011-2012.

O Projeto Hortas

O Projeto Hortas teve início em agosto de 2010, desde o início vinculado à Agência de Estudos e Práticas Pedagógicas (AGESPPE) do Núcleo de Formação Docente (NFD) do CEUNIH. As ações do PH se dividem em duas vertentes, a saber:

• Hortas Escolares: atividades centradas no ambiente escolar em parceria como o Programa Escola Integrada (PEI) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte;

• Hortas Urbanas: atividades de extensão abertas a toda a comunidade.

Estas duas vertentes são bem delimitadas, mas possuem pontos comuns de diálogo, uma vez que ambas são norteadas pela temática da agricultura agroecológica urbana. Assim, apesar de cada uma das duas ações ser formada por um grupo diferente de atores, estes se encontram e dividem experiências nas Reuniões Semanais, nas Oficinas de Capacitação e Tardes de Estudos. Com estas três atividades, espera-se incentivar a participação direta dos alunos proporcionando motivação para o trabalho e para o aprendizado e além de proporcionar possibilidades para o desenvolvimento de ações pedagógicas ao permitir práticas em equipe explorando a multiplicidade das formas de aprender e ensinar.

A seguir será apresentado um pouco mais da organização, dinâmica e resultados obtidos em cada uma das vertentes do PH:

Hortas escolares

As atividades do Hortas Escolares buscam construir novos espaços de aprendizagem configurados na interação universidade e sociedade, como um sistema aberto de realimentação do processo de formação superior de educadores e desenvolvimento do pleno potencial humano. Os estagiários são, exclusivamente, alunos dos cursos de licenciatura do NFD do CEUNIH, selecionados pela AGESPPE e enviados para escolas do PEI segundo demanda das mesmas.

As oficinas constroem, com os alunos do ensino fundamental da rede municipal, hortas em leiras quando o espaço é suficiente para tanto, ou hortas verticais com a reutilização

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de materiais como garrafas PET e potes de plástico. Antes, durante e depois da construção da horta, são trabalhadas atividades lúdicas que abordam a educação ambiental e a educação para a saúde.

Os estagiários, na qualidade de oficineiros, realizam atividades junto a alunos do ensino fundamental nas escolas municipais, sendo acompanhados pela supervisora do PH, na Universidade, no planejamento pedagógico e pela professora comunitária da Escola, no planejamento logístico das oficinas. No período de 2011-2012, houve a participação de 8 alunos de graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas atuando como estagiários no PEI, o atendimento da demanda de 7 escolas e o envolvimento de 750 alunos do ensino fundamental na faixa etária de 6 a 13 anos.

Quanto à formação docente, apesar dos estágios vinculados ao PEI serem considerados como estágios não obrigatórios, eles tem demonstrado eficiente contribuição na vivência e construção do educador. Assim, há efetiva e necessária formação no aspecto do ensino não formal, como observado por Paula e Machado (2009) que afirmam que sendo a Educação um processo que ocorre em diferentes âmbitos da sociedade, necessita-se formar educadores para atuarem nestes diferentes âmbitos, não só na sala de aula.

Hortas Urbanas

As atividades do Hortas Urbanas buscam incentivar o aproveitamento de pequenos espaços dentro da cidade para o cultivo de alimentos e plantas medicinais, sob um enfoque agroecológico, reconhecendo e valorizando as experiências espontâneas da população, facilitando o acesso a conhecimentos técnicos apropriados e estimulando a experimentação. Os extensionistas são alunos dos cursos de graduação do CEUNIH, selecionados semestralmente, por edital.

Buscando a socialização de conhecimentos, o Hortas Urbanas promove oficinas, palestras, workshops e mini cursos, participa de feiras e mantém um blog e uma página em redes sociais. Todas estas atividades são realizadas pelos extensionistas.

No período de 2011-2012, o Hortas Urbanas teve um total de 21 extensionistas, oriundos de três cursos de graduação do CEUNIH e envolveu diretamente 363 pessoas da comunidade local e regional. Diz-se diretamente, pois nestes números não estão sendo computados visitantes do blog ou da rede social ou das feiras. Indiretamente, este número é muito maior e dificilmente mensurável.

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Considerações finais

Por meio da percepção das realidades sociais e do diálogo com a sociedade, o projeto de extensão Hortas se tornou um local de aprendizagem e prática, contribuindo para a emancipação de todos seus atores. Especificamente nos caso dos extensionistas, a vivência passa a referenciar a formação técnica uma vez que contextualiza os futuros desafios da profissão de professor e também de biólogo.

Referências

AQUINO, A. M e ASSIS, R.L.. Agricultura orgânica em áreas urbanas e periurbanas com base na agroecologia. Ambiente & Sociedade, n. 10, v.1, p. 137-150, 2007

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação – lei 9394, de 20/12/96, publicada no DOU em 23/12/96

EMPERAIRE, L. e ELOY L. A cidade, um foco de diversidade agrícola no Rio Negro (AM, Brasil)? Ciências Humanas, n. 2, p. 195-211, 2008.

PAULA, E. M.A. T.; MACHADO, E. R. Pedagogia: concepções e práticas em transformação. Educar, n.35, p. 223-236, 2009.

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LABORATÓRIO DE OFICINAS: DESENVOLVENDO IDEIAS SUSTENTÁVEIS FERREIRA, Andressa Felipe1; SOUZA, Bruna Fernandes1; LIMA, Cleofas Tadeu Pinto de Souza1; BENTO, Diego Salomão1; RODRIGUES, Florence Moreira1; LIMA, Geisiane Aparecida1; VITOR, Jussara Batista1; FREIRE, Laislaine Helena Martins dos Santos1; MOREIRA, Lucas Vuolo1; BRITO, Mara Rúbia1; MARTINS, Naiara Chirlei Ferreira1; MEIRELES, Noara Abrantes1; OLIVEIRA, Priscila Catharine Soares1; TELES, Priscila Mendes1; MUNIZ, Sergimara de Fátima1; RODRIGUES, Tatiane Cristina Marinho1; SANTOS, Walter Antonio1; FRADE, Rodrigo Itaboray1; ALVES, Fabiana1

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Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH), Curso de Ciências Biológicas, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

RESUMO EXPANDIDO Introdução

Desde a década de 60 a comunidade internacional começou a se preocupar com os limites do desenvolvimento no mundo, e se iniciaram grandes discussões sobre o risco de degradação total do meio ambiente (CAVALCANTI et al., 1995). Em 1972, ocorreu a conferência de Estocolmo sobre o meio ambiente que alertou o mundo para as alterações do meio ambiente e os prejuízos para a humanidade (JUNGSTEDT, 2002).

Desde então, há um consenso da necessidade de preservação do meio ambiente. Após a elaboração da Agenda 21 na ECO-92, em 1992, no Rio de Janeiro, os países se comprometeram em prezar pelo chamado desenvolvimento sustentável (BEZERRA e BURSZTYN, 2000).Desta forma, as atividades antropogênicas que visão o progresso, devem ocorrer de forma responsável objetivando um ambiente seguro com qualidade de vida (SILVA et al., 2005). No relatório da Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, das Nações Unidas, intitulado Our common future, em abril de 1987, definiu-se desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro (CAVALCANTI et al., 1995).

LEFF (2001) afirma que deve ocorrer uma mudança radical nos sistemas de conhecimentos, dos valores e dos comportamentos, fundados no aspecto do desenvolvimento

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econômico para resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas.

Contudo, a dimensão ambiental é uma questão crescente que envolve um conjunto de atores do universo educativo, potencializando a multidisciplinaridade, a capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva interdisciplinar (JACOBI, 2003).

O projeto de Extensão: Laboratório de Oficinas (LDO) do Núcleo de Formação do Docente (NFD) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH) foi criado em agosto de 2011 e desde então, visa à complementação da formação oferecida pelos cursos do CEUNIH, permitindo que os extensionistas não só apliquem os conhecimentos científicos adquiridos, mas também apreenda-os sob uma nova ótica. A divulgação desse conhecimento a partir de cursos fortalece o caráter de extensão do projeto, levando à sociedade teorias e práticas sustentáveis acessíveis mesmo a pessoas de baixo poder aquisitivo.

Diante do exposto, o objetivo do projeto de extensão LDO é promover a educação ambiental dentre o corpo discente, docente e comunidade através de um trabalho de educação e conscientização ambiental.

Metodologia

Atualmente o projeto LDO conta com 19 extensionistas voluntários do 1º ao 8º período dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental, selecionados no mês de abril de 2013 e uma professora responsável.

As atividades são realizadas visando a extensão à sociedade e o desenvolvimento técnico e científico dos alunos envolvidos. O projeto realizará neste semestre, atividades relacionadas ao desenvolvimento sustentável, como: reutilização e reciclagem de resíduos. Será mantido no cronograma o projeto da produção de sabão reutilizando o óleo de cozinha usado. E neste semestre será implantada a reciclagem de papel pelos alunos selecionados. Esta atividade será fonte de diversas pesquisas e trabalhos de conclusão de curso (TCC). Visando a sustentabilidade, também será implantada a coleta seletiva dentro do CEUNIH. Neste contexto, os extensionistas irão desenvolver trabalhos sobre educação ambiental e gerenciamento dos resíduos.

Objetivando criar e disponibilizar conteúdos informativos à sociedade serão criados blogs com conteúdos das diversas áreas da Biologia e da Engenharia Ambiental.

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Resultados e discussão

O LDO consolidou-se e desde sua implantação até dezembro de 2012 contou com a participação de 35 extensionistas. Foi construída uma página no Facebook: http://www.facebook.com/lab.de.oficinas e um site: http://ldoih.wordpress.com que apresentam boa visitação.

O projeto da produção do sabão reutilizando óleo de cozinha usado já realizou diversas atividades como: [1] 2012 – atividades no Colégio Izabela Hendrix, na Escola Estadual Caio Nelson de Sena, Escola Estadual Coronel Manoel Soares do Couto, Colégio Metrópole, na Semana Pesquisa, Extensão e Responsabilidade Social do CEUNIH e Sustentar (2012); [2] 2013 – Oficina pedagógica para a comunidade, realizado no CEUNIH: aproveitando o óleo de cozinha, junto ao curso de Pedagogia.

Foi defendido um TCC e cinco trabalhos integrados (trabalho multidisciplinar realizado no curso de Ciências Biológicas) relacionados ao projeto do sabão até dezembro de 2012.

O desenvolvimento sustentável é um termo que desde 1993, está na moda, graças à publicidade. Este termo se tornou comum nas discussões e debates. Políticos e grandes empresas também mostram dedicação e cuidado ao meio ambiente, mas o fato é que muitos estão explorando a necessidade da sustentabilidade para melhorar a imagem e obter lucros (RUSSEL, 1995). O propósito é digno, e se tais princípios não forem colocados em prática, nós poderemos ter danos irreparáveis nos ecossistemas (RUSSEL, 1995).

Contudo, torna-se necessária a participação de toda a comunidade, governo, empresas e instituições vinculadas ao ensino, para que ocorra uma efetiva educação e conscientização ambiental, visto a necessidade de um mundo mais sustentável. Segundo HÄNI et al. (2007), é necessário mudar o modo como encara-se os recursos naturais diante da atual demanda para o desenvolvimento consciente e seguro. O desenvolvimento sustentável deve ser uma consequência do desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental.

Diante deste contexto, o projeto de extensão produziu bons produtos durante sua fase de implantação e conseguiu atingir o objetivo de um projeto de extensão. Espera-se que o este projeto se torne uma referência na pesquisa sobre a conscientização ambiental, e construção e divulgação do conhecimento científico, pois é de grande importância à busca de alternativas sustentáveis que visem à qualidade de vida para a dinâmica urbana.

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Referências

BEZERRA, M. C. L.; BURSZTYN, M. Ciência e Tecnologia para Desenvolvimento Sustentável, Ministério do Meio Ambiente; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Consórcio CDS/UNB/Abipti: Brasília, 2000.

CAVALCANTI, C. (org).Desenvolvimento e natureza – estudos para uma sociedade sustentável, São Paulo: Ed. Cortez, 1995, 460 p.

HÄNI, F. J., PINTÉR L. and HANS R. H. Proceedings and outputs of the first Symposium of the International Forum on Assessing Sustainability in Agriculture(INFASA), March 16, 2006, Bern, Switzerland. A Dialogue on Sustainable Agriculture From Common

Principles to Common Practice. Disponível em: <http://www.worldbusiness.org/> Acesso em: 19 dez. 2013.

JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/ 2003 Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, 2003.

JUNGSTEDT, L. O. C. Direito Ambiental — Legislação, 2ª ed., Thex Editora Ltda: Rio de Janeiro, 2002.

LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2001

SILVA, F. M.; LACERDA, P. S. B.; JONES JUNIOR, J. Desenvolvimento sustentável e química verde. Quím. Nova, 28, 1, 2005.

RUSSELL, Peter. Is Sustainable Development Compatible with Western civilization? Originally published in Perspectives, the journal of The World Business Academy, 1995. Disponível em: <http://www.worldbusiness.org/> Acesso em: 20 abr. 2013.

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