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Brasília - DF DIGITE AQUI O ANO

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Academic year: 2021

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Nome do autorNome do autor

TÍTULO DO PROJETO

Projeto de pesquisa apresentado ao prof. ___________ como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina ___________ do curso de ___________ das Faculdades Integradas de Patos – FIP.

Orientador(a):

Patos Ano ano

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de (Nome do curso)

Projeto de Pesquisa – TCC I

ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGENICOS E

HIPOGONADISMO: UMA REVISÃO SISTEMATICA

Autor: (Digite aqui o nome dos integrantes do grupo)

Orientador: (Digite aqui a titulação e o nome do seu orientador)

Brasília - DF

DIGITE AQUI O ANO

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso

ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS E

HIPOGONADISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autor(s): Edmilson Ferreira da Costa Neto

Jackson Alcântara Conde da Silva

Orientador: Msc. Fábio Antônio Tenório de Melo

.

Brasília - DF

2017

(2)

EDMILSON FERREIRA DA COSTA NETO JACKSON ALCÂNTARA CONDE DA SILVA

ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS E HIPOGONADISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Artigo final apresentado a Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, Educação Física, Bacharel, como requisito para a avalição da disciplina no Semestre 2017/02.

Orientador: Msc. Fábio Antônio Tenório de Melo.

Brasília DF 2017

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Trabalho de autoria de Edmilson Ferreira da Costa Neto e Jackson Alcântara Conde da Silva, intitulado “ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS E HIPOGONADISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de (bacharel) em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 04 de dezembro de 2017, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof. Msc. Fábio Antônio Tenório de Melo Orientador

Prof. Dr. Noriberto Barbosa da Silva Avaliador

Brasília DF 2017

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ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS E HIPOGONADISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

EDMILSON FERREIRA DA COSTA NETO JACKSON ALCÂNTARA CONDE DA SILVA

RESUMO: Os esteroides anabolizantes sintéticos (EAS) são derivados sintéticos da testosterona utilizados inicialmente para fins terapêuticos. Atualmente, essas drogas estão sendo empregadas, de forma abusiva e indiscriminada, para melhoria da performance esportiva e para fins estéticos. Contudo, muitos usuários e alguns profissionais da área de saúde desconhecem ou não acreditam nos efeitos adversos dessas drogas. A utilização de EAS, tanto prescritas como não prescritas, está entre os principais fatores que acabam por gerar um estado de hipogonadismo após a cessação do uso. Esta revisão sistemática teve como objetivo pesquisar na literatura os estudos que relacionam o aparecimento de hipogonadismo induzido pelo abuso EAS em fisiculturistas, atletas de força e potência e frequentadores de academias. Foram revisadas fontes de literatura por intermédio das seguintes ferramentas de busca: PUBMED e Google Scholar. Conclui-se que maioria dos usuários de EAS demonstrou hipogonadismo persistentemente com baixos níveis de gonadotrofina e de testosterona, com duração de vários meses após a retirada dos EAS. O uso de EAS resulta em efeitos profundos e prolongados sobre a sistema reprodutor de indivíduos que abusam da utilização dessas drogas para a melhoria de desempenho, massa muscular, força e composição corporal.

Palavras-chave: Abuso De Esteroides Anabolizantes Sintéticos, Hipogonadismo, Fisiculturistas.

1. INTRODUÇÃO

Os esteróides anabolizantes sinteticos (EAS) são uma classe de compostos que incluem qualquer droga ou substância hormonal, quimicamente e farmacologicamente relacionada à testosterona que estimula o crescimento ou fabricação de ossos e músculo. Inicialmente os EAS foram desenvolvidos para fins

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terapêuticos no tratamento de doenças, atualmente também são utilizados por fisiculturistas, atletas de força e potência e frequentadores de academias com o objetivo de melhorar força, potência e volume muscular.

É bem sabido que a administração de EAS leva à supressão do eixo hipotalâmico-hipófise-testicular (HPT) masculino através de um feedback negativo. Durante mais de um quarto de século, as publicações demonstram a supressão desse eixo após o uso de EAS sem receita médica. Assim, os homens que utilizam EAS para fins atléticos ou para melhorar a aparência pessoal estão correndo o risco de desenvolver o hipogonadismo induzido por EAS, especialmente se utilizaram por longos períodos (KANAYAMA, et. al. 2008; RAHNEMA, et. al. 2014).

O Hipogonadismo pode ser classificado como o quadro clinico provocado por níveis bem inferiores dos quais são considerados normais de testosterona. De acordo com Dohle, et. al. (2015) o hipogonadismo masculino trata-se de uma síndrome clinica que é causada por um defeito no sistema reprodutor que resulta na diminuição da função das gônadas (ovários ou testículos) e que podem ser qualificadas nas seguintes formas: causadas por insuficiência testicular; causadas por disfunções hipotalâmicas-hipofisárias (abuso de esteroides anabolizantes); Hipogonadismo de início tardio; e Hipogonadismo devido a insensibilidade dos receptores androgênicos.

Atualmente o número de frequentadores de academias vem crescendo gradativamente no Brasil e no mundo, da mesma forma também cresce o número de indivíduos que almejam melhoria de desempenho esportivo, assim os EAS vem sendo a droga mais requisitada e utilizada entre os praticantes dessas atividades. Essa utilização de EAS, sendo prescritas ou não, está inteiramente ligado a um dos principais fatores que induzem ao estado de hipogonadismo (supressão do eixo HPT) após a retirada da droga (BOFF, 2010), com isso está crescendo o número de casos de hipogonadismo induzido por EAS.

O abuso de EAS entre os fisiculturistas e atletas de força é comum, embora potencialmente perigoso (LAMB, 1984; WILSON, 1988). A quantificação da utilização dessas drogas é difícil de verificar, mas McKillop (1987) registrou em seu estudo que oito dos 41 (20%) fisiculturistas escocêses estavam usando vários anabolizantes em suas preparações. Uma grande variedade de combinações são usadas com doses muito altas (incluindo preparações orais e injetáveis) (WU, 1992), potencializando os efeitos colaterais como o hipogonadismo precoce, disfunção

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erétil, ginecomastia, zoospermia e depressão, todos decorrentes do abuso de anabolizantes. Embora no campo do fisiculturismo e do treinamento de atletas de força os EAS melhorem o físico, seus efeitos colaterais são ignorados e esses usuarios arriscam suas saúdes em troca dos beneficiois dos esteroides (GILL, 1998). Para tanto esta revisão sistemática teve como objetivo identificar e analisar na literatura os estudos que relacionam o aparecimento de hipogonadismo induzido pelo abuso EAS em fisiculturistas, atletas de força e potência e frequentadores de academias.

2 OBJETIVO

2.1 GERAL

Esta revisão sistemática teve como objetivo identificar e analisar na literatura os estudos que relacionam o aparecimento de hipogonadismo induzido pelo abuso esteroides anabolizantes sintéticos (EAS) em fisiculturistas, atletas de força e potência e frequentadores de academias.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS

Originalmente, hormônios são substancias produzidas pelo sistema endócrino, liberados dentro da corrente sanguínea para agirem em células alvo distantes de suas células de secreção. Desempenham papel de grande importância no desenvolvimento dos organismos, pois controlam o crescimento, a reprodução e o metabolismo e possuem diferentes estruturas químicas, podendo ser originados de proteínas (peptídeos) ou do colesterol (CUNHA et. al. 2004; KADI et. al. 2000).

Os esteroides anabolizantes referem-se aos hormônios esteroides da classe dos hormônios sexuais masculinos; dentre eles, podemos destacar a testosterona e seus derivados, que são promotores e mantenedores das características sexuais

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associadas ao sexo masculino e do status anabólico dos tecidos somáticos. (DA SILVA, DANIELSKI, CZEPIELEWSKI, 2002) Durante décadas, análogos de testosterona e testosterona, têm sido utilizados na comunidade atlética para melhorar a massa muscular e a força muscular muitas vezes com o uso indiscriminado dessas substancias.

3.2 ESTEROIDES ANABOLIZANTES SINTÉTICOS (EAS)

Grande parte dos EAS são produzidos a partir da testosterona, para que isso seja possível acorre a manipulação das propriedades químicas e farmacotécnicas da testosterona. São utilizados mais comumente na pratica clínica, por atletas e também por praticantes recreacionais de atividades físicas por possuírem propriedades anabólicas. (FRANKE, BERENDONK, 1997)

Os EAS são utilizados para produzirem maiores efeitos anabólicos do que androgênicos, entretanto estes efeitos não podem ser separados totalmente porque os mecanismos de ação anabólica/androgênica estão envolvidos na ligação com receptores comuns que interagem com o DNA a manifestam a expressão genica. Com isso, a resposta anabólica/androgênica está diretamente relacionada ao tecido alvo, não existindo EAS considerados exclusivamente anabólicos.(CUNHA,2004)

A manipulação dos EAS na clínica medica normalmente é empregada no tratamento de hipogonadismo masculino, politraumatismo, queimados, pós-operatórios, anemia, osteoporose e síndrome da imunodeficiência adquirida. (LINDQVIST, et. al. 2002; SCHROEDER, et. al. 2003) A utilização dos EAS promove o aumento da síntese proteica beneficiando o tratamento dos quadros clínicos citados acima.

O uso dos EAS por atletas e praticantes recreacionais de exercício físico, tem como principal finalidade melhorar a performance física, em especial os praticantes de modalidades que exigem altos níveis de força, potência muscular, velocidade, como levantamento de peso, arremessos e lançamentos, sendo utilizados, principalmente, quando o objetivo é a competição (CORRIGAN, 1996; SHEFFIELD-MOORE, URBAN, 2004).

Fisiculturistas e praticantes recreacionais do treino de força que buscam a estética corporal também se beneficiam com a utilização dessas substancias pois

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são modalidades esportivas que buscam o aumento do desenvolvimento muscular e da hipertrofia, mas seu uso abusivo causa alterações profundas no sistema reprodutor masculino e hormonal, entre essas alterações está o estado hipogonadal que pode ser reversível ou não (TAN, SCALLY, 2009).

A testosterona é o principal esteroide utilizado para o desenvolvimento muscular (BHASIN, 1996), e segundo Kuhn (2002), a partir da molécula de testosterona, temos as seguintes formas de esteroides anabolizantes:

a) Testosterona 17β-esterificada: undecanoato, proprionato, enantato e cipionato de testosterona. Apresentam maior solubilidade lipídica possibilitando liberação lenta e ação prolongada em virtude da esterificação.

b) 17α-derivados: Resistentes ao metabolismo hepático, sendo encontrados na forma oral. Metiltestosterona, metandrostenolona, nortandrolona, fluoximesterona, danazol, oxandrolona e estanozolol.

c) Modificações nos anéis A, B ou C da testosterona: Mesterolona, nortestosterona, metenolona, fluoximesterona, metandrostenolona, nortandrolona, danozol, nandrolona, estanozol. Estas modificações permitem lenta metabolização e afinidade aumentada ao receptor androgênico.

3.3 PERFIL DOS USUÁRIOS DE EAS

Segundo Dawson (2001), podemos dividir os usuários de EAS em quatro grupos:

1. Aqueles que estão seriamente envolvidos com o esporte e veem o uso de EAS como uma forma de alcançar melhor rendimento ou de evitarem a derrota (WAGNER, 1989);

2. Aqueles que recentemente se envolveram com o esporte, ou que já praticam exercício físico há algum tempo, mas não têm o objetivo de se tornarem atletas profissionais. Acreditam que a administração de tais substâncias faz parte do meio no qual estão inseridos, ou que esta é a forma mais rápida para melhorar a aparência física ou a performance atlética;

3. Usuários ocupacionais, como seguranças, policiais ou prisioneiros. Possuem um objetivo bem definido: acreditam que em função da posição que

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ocupam necessitam aumentar a massa muscular e a agressividade, tanto para proteger como agredir outras pessoas;

4. Usuários recreacionais, que utilizam estas substâncias para aumentar a libido, agressividade ou a sensação de bem-estar. O uso de drogas ilícitas também é bastante comum neste grupo.

Algumas considerações a respeito do uso de EAS pelos grupos 1 e 2 (envolvimento com a prática de exercício físico, seja de maneira profissional ou amadora) devem ser mencionadas. Segundo Wu (1997), o uso de EAS por estes indivíduos apoia-se nas seguintes evidências:

1. Diferencial nítido de performance atlética entre homens e mulheres;

2. Diferença de massa magra média entre homens e mulheres, sendo que homens apresentam massa magra 30% superior à das mulheres;

3. Efeitos anabólicos evidentes resultantes do aumento fisiológico dos níveis de testosterona durante a puberdade;

4. Inquestionáveis efeitos benéficos da administração de doses fisiológicas de testosterona a pacientes com hipogonadismo;

5. Pressuposto de que doses suprafisiológicas de testosterona, ou de análogos sintéticos mais potentes, são capazes de aumentar a massa muscular e melhorar a performance de homens adultos eugonadais;

6. Ilusão de que efeitos anabólicos podem ser dissociados dos androgênicos, através do uso de agentes “puramente anabólicos”.

3.4 EFEITOS DO ABUSO DE ESTEROIDES

Com base em levantamentos epidemiológicos referentes ao uso indiscriminado de EAS, podem-se verificar dados concretos e preocupantes acerca deste tema, principalmente no que diz respeito a crescente taxa de mortalidade entre os usuários de tais substâncias. Como o abuso de EAS por atletas de força, fisiculturistas e também por frequentadores de academias é bastante comum, existe em todo o mundo preocupação sócio-governamental, dentro e fora do meio desportivo (SILVA et al., 2002), relacionada a este assunto.

Os efeitos colaterais associados ao uso indiscriminado dos EAS são dose e período-dependentes. No mundo esportivo para se manter em nível competitivo

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atletas de diversas modalidades (fisiculturismo, atletismo, levantadores de peso, halterofilistas, entre outros) que possam se beneficiar dos efeitos anabólicos dos EAS são expostos a essas drogas por longos períodos. Com isso, as administrações excessivas dessas substâncias afetam o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal, resultando num feedback negativo na secreção do hormônio folículo-estimulante (FSH do inglês Follicle-stimulating hormone) e do hormônio luteinizante (LH do inglês Luteinizing Hormone) que, por sua vez, diminuem a produção de testosterona endógena, resultando na redução da espermatogênese. O efeito dos EAS sobre a espermatogênese se produz através de uma retroalimentação negativa do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal, inibindo tanto a secreção hipotalâmica do Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH do inglês Gonadotropin-Releasing Hormone) como a hipofisária de FSH e LH induzindo a um estado de hipogonadismo (TAN, SCALLY, 2009).

Dentre os principais efeitos indesejados do abuso de EAS sobre o sistema endócrino e reprodutivo masculino destacam-se: a menor produção de testosterona, atrofia testicular, a oligo e azoospermia, ginecomastia, carcinoma prostático, priapismo, impotência, alteração do metabolismo glicídico e alteração do perfil tireoidiano (SMURAWA, CONGENI, 2007). Estudos demostram que a administração exógena de EAS, a partir de 15 a 150mg por dia, são responsáveis por significativa diminuição da testosterona plasmática, o que intensifica os efeitos colaterais indesejados. A inibição da secreção de gonadotrofina e a conversão de andrógenos em estrógenos podem provocar atrofia testicular levando a castração química e a azoospermia além de hipertrofia prostática (LISE, GAMA e SILVA, FERIGOLO, 2000).

Os poucos estudos controlados sobre os efeitos de doses farmacológicas de androgênios sugerem um efeito da testosterona dependente da dose sobre a força muscular, que atua de modo sinérgico com o exercício (DANDAN, 2015). Todos os andrógenos quando consumidos em excesso causam supressão da função testicular endógena e suprimem a secreção de gonadotrofina. Ainda segundo o autor, a produção de testosterona e de espermatozoides retorna habitualmente ao normal poucos meses após a interrupção do tratamento, mas pode tardar mais tempo ao retorno normal.

A utilização dos EAS para fins estéticos entre indivíduos saudáveis é contraindicada, embora sejam utilizados em demasia por atletas de força e

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fisiculturistas. Essa afirmação tem por base as alterações provocadas pelos anabolizantes, como modificações de características sexuais secundários, destacando-se por um lado a virilização com o aumento do pênis, aumento da libido, aumento dos pelos faciais, o tom de voz mais grave, e por outro lado a feminização, com a diminuição do tamanho dos testículos, o aumento das mamas no homem e a diminuição da capacidade de produção de espermatozoides, até quadros graves como disfunções hepáticas e câncer de fígado (CECCHETTO et al., 2012).

Levando em consideração que usuários de EAS, principalmente fisiculturistas, utilizam esses esteroides de forma prolongada, este abuso continuado de esteroides exógenos diminui a secreção de hormônios endógenos por um mecanismo de retroalimentação negativa do eixo hipotálamo-pituitário-testicular. Nos homens a supressão endócrina pode levar ao hipogonadismo hipogonadotrófico. Este efeito geralmente piora com maiores doses tomadas por longos períodos de tempo. Este estado hipogonadal induzido é transitório e pode ser recuperado após a cessação do uso de EAS. Em fisiculturistas com longo período de uso de anabolizantes, são necessários 6 a 12 meses para uma recuperação completa das funções testiculares (EVANS, 2004; MARQUES et al., 2003).

Já é pacifico na literatura que o uso dos EAS, de forma abusiva, causa uma série de efeitos colaterais. Recentemente, foi constatado que quase 100% dos usuários de esteroides anabolizantes apresentavam algum efeito colateral. Dentre eles, os mais comuns são acne, atrofia testicular, retenção hídrica, alterações do humor e ginecomastia. (HARTGENS, KUIPERS, 2004; PARKINSON, EVANS,2006). Outro ponto importante com relação aos efeitos colaterais é a dependência que o uso de altas doses pode causar. Este efeito foi pela primeira vez apresentado na literatura médica em 1980 e desde então vários outros estudos envolvendo atletas apresentaram evidências de que os EAS causam dependência física e que, após a sua retirada, há manifestação da síndrome de abstinência (PARSSINEN, SEPPALA, 2002).

3.5 ESTEROIDES ANABOLIZANTES E HIPOGONADISMO

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Segundo Dohle, et. al. (2015), o hipogonadismo masculino é uma síndrome clinica causada por deficiência androgênica. O Hipogonadismo ainda pode ser definido como o quadro clínico provocado por níveis abaixo dos normais de testosterona. Conforme a idade e a origem do hipogonadismo, a apresentação clínica varia, sendo tão mais evidente quanto mais jovem o paciente (WAJCHENBERG, 2014).

Os androgênios desenvolvem um papel crucial no desenvolvimento e na manutenção das funções reprodutivas e sexuais do homem. Todos os hormônios sexuais masculinos são denominados, de forma geral, androgênios. Baixos níveis de androgênios podem causar alterações no desenvolvimento sexual masculino, resultando em anormalidades congênitas no aparelho reprodutor. Com o passar dos anos e o avançar da idade, pode causar redução da fertilidade, disfunção sexual, declínio da forca muscular, menor mineralização óssea, distúrbio do metabolismo lipídico e disfunção cognitiva (DOHLE, et. al. 2015). Os níveis de testosterona diminuem como um processo natural de envelhecimento, com isso os sintomas podem ser considerados normais como parte do processo de envelhecimento.

O hipogonadismo masculino pode ser classificado em 4 formas (DOHLE, et. al. 2015):

a) Formas primarias, causadas por insuficiência testicular;

b) Formas secundarias, causadas por disfunções hipotalâmicas-hipofisárias; c) Hipogonadismo de início tardio;

d) Hipogonadismo devido a insensibilidade dos receptores androgênicos.

O quadro 1 descreve as principais causas destas diferentes formas de hipogonadismo.

Quadro 1: principais causas do hipogonadismo.

Diferentes formas de hipogonadismo masculino e suas principais causas Formas primárias (Insuficiência testicular) Principais causas Formas congênitas Síndrome de Klinefelter

Disgenesia testicular (criptorquidismo) Anorquia congênita

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Formas adquiridas Neoplasia maligna testicular Orquite

Medicações

Doenças sistêmicas

Anorquia adquirida

Formas secundárias (Disfunções hipotalâmicas-hipofisárias)

Síndrome de Kallmann

Formas congênitas Hipogonadismo hipogonadotrofico idiopatico (IHH)

Tumor hipofisário (Prolactinoma) Formas adquiridas Medicamentos

Doenças sistêmicas (Falência renal, hemocromatose, hipotireoidismo, traumas, infecções)

Abuso de esteroides anabolizantes Obesidade mórbida

Radioterapia Senilidade Hipogonadismo de início tardio Obesidade (Combinação de insuficiência testicular e

hipotalamica-hipofisaria)

Doenças crônicas

Estado de saúde precário

Síndrome da insensibilidade androgênica parcial (PAIS)

Insensibilidade dos receptores androgênicos Fonte: DOHLE, et. al. 2015.

3.5.2 Hipogonadismo induzido por esteróides anabolizantes (ASIH do ingles

Anabolic steroid-induced hypogonadism)

Há muitos anos a utilização de EAS sem prescrição médica resulta em um tipo de hipogonadismo hipogonadotrópico, também chamado de hipogonadismo secundario. Em 1939, o médico Boje foi o primeiro a sugerir que os EAS poderiam

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aumentar a força e o desempenho atlético, mas também foi um dos primeiros a prevenir atletas de potência sobre os efeitos negativos dos esteroides sobre a saúde. Diversas publicações e estudos demonstram a supressão do eixo hipotamalo-pituitario- testicular (HPT) após o uso prolongado destas subastancias sem prescrição médica. De forma bastante consitente, descobriu-se uma supressão prolongada das gonadotropinas séricas e níveis de testosterona que continuam por um período indefinido após a cessação de uso de esteroides (CLERICO, et. al. 1981; ALEN, HAKKINEN, 1985), que pode durar de 3 a 6 meses ou muitas vezes nunca retornar a produção normal.

A utilização tanto prescrita como não prescrita, está entre os principais fatores que acabam por gerar um estado de hipogonadismo após a cessação do uso. Todos os compostos classificados como EAS, dependendo das doses administradas, causam uma inibição do eixo pituitário testicular e um feedback negativo no hipotálamo, suprimindo a secreção endógena de gonadotropina e, como conseqüência, a produção endógena de testosterona (OVIEDO, 2013).

O ASIH (Anabolic steroid-induced hypogonadism), descrito como uma forma de hipogonadismo, é uma doença com conseqüências potencialmente graves. A diminuição, ou a supressão, de níveis de testosterona circulantes causada por condições hipogonadais fisiopatológicas ou induzidas por esteroides podem ter muitas conseqüências graves nos homens. Existe uma associação muito clara na literatura entre hipogonadismo (diminuição dos níveis de testosterona) e uma série de sinais e sintomas, principalmente alterações na composição corporal (diminuição da massa muscular e aumento da massa gorda), disfunção sexual (diminuição da libido, diminuição das erecções espontâneas, diminuição da ejaculação, disfunção erétil), diminuição da força muscular, perda óssea, aumento do risco cardiovascular, diminuição das habilidades cognitivas (memória e concentração), distúrbios do sono, efeitos psicológicos adversos (depressão, baixa autoestima, culpa, aumento do estresse e anedonia) e sintomas constitucionais (fadiga geral, agitação / discinesia motora e diminuição do apetite) (NIESCHLAG, BEHRE, 1998). Tais efeitos colaterais são importantes para desenvolver o entendimento para o que vem sendo chamado de dependência de EAS e tambem para o uso clínico associado ao uso dessas drogas para alterações positivas na massa e força muscular.

Homens que utilizam esteroides com afinalidade de melhorar o desempenho atletico, aumentar o volume muscular (caso dos fisiculturistas) ou para aparência

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pessoal estão correndo risco de desenvolver o hipogonadismo induzido, especialmente por períodos prolongados (KANAYAMA et. al., 2008; RAHNEMA et. al., 2014). Os sintomas do hipogonadismo induzido por EAS aparecem normalmente durante a fase de retirada e após completar um periodo sem o uso, e geralmente são caracterizados por diminuição ou ausência da libido, função erétil prejudicada e sintomas de depressão.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MÉTODO (REVISÃO)

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura a respeito do hipoganadismo induzido por esteroides anabolizantes androgênicos em atletas e usuários recreacionais.

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Foi realizada uma pesquisa da literatura eletrônica usando os bancos de dados PUBMED e Google Scholar. Foram incluídos estudos com os seguintes critérios: os participantes eram atletas ou usuários recreativos do sexo masculino, de qualquer idade, nível ou tipo de esporte; uso de AAS de qualquer tipo, dose, forma ou duração; quadro de hipogonadismo diagnosticado por analise clínica de sintomas.

Os estudos utilizados foram identificados pela busca na base de dados eletrônica, digitando o titulo de artigos que estavam nas referencias de outros artigos sobre o tema, e também depois de buscar referências de revisões pertinentes. A busca foi realizada nos bancos de dados da MEDLINE (PubMed), e Google Scholar (estudos publicados entre o ano 2000 e 2017).

Para o levantamento da população e para procurar todos os estudos relevantes nos bancos de dados acima mencionados foram utilizados os seguintes descritores e termos (anabolic OR andrgenic OR steroids) e (abuse OR

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Após análise crítica da literatura a amostra será formada por todos os estudos que atendam aos seguintes critérios de inclusão:

4.2.1 Critérios de Inclusão

a) Estudos publicados entre 2000 e 2017; b) Estudos publicados em Português e Inglês;

c) Estudos disponíveis na integra nas bases de dados escolhidas (e/ou disponíveis para aquisição na base de dados eletrônica da Biblioteca da UCB), selecionados pela busca direta ou por busca reversa (Referências dos artigos selecionados).

Para a identificação dos artigos elegíveis para inclusão na revisão, foi realizada uma triagem inicialmente pelo título utilizando-se para a pesquisa os descritores anabolic steroids hypogonadotropic hypogonadism, anabolic steroids

abuse hypogonadism e anabolic steroids abuse hypogonadism. Após essa etapa, os

resumos dos artigos foram analisados para averiguar se possuíam relevância com o tema. Nessa etapa, 46 artigos foram considerados elegíveis para a inclusão no estudo. Em seguida, todos os artigos foram lidos na íntegra e as referências bibliográficas dos artigos incluídos na revisão foram avaliadas, com o objetivo de verificar a existência de artigos elegíveis não identificados nas buscas nas bases de dados. Após exclusão das publicações repetidas, 10 artigos foram incluídos no estudo (Figura 1).

(17)

Figura 1 – Fluxograma da seleção dos estudos incluídos na revisão.

Artigos identificados nas buscas PUBMED: 4274 artigos Google Scholar: 6380 artigos

Artigos elegíveis PUBMED: 9 artigos Google Scholar: 11 artigos

5 Artigos incluídos na revisão 10637 artigos excluídos 8 artigos Repetidos 5 artigos excluídos após revisão 1 artigo não encontrado

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5 RESULTADOS

A tabela 1 apresenta as principais características do estudo, como o número de participantes dos estudos, tipos de estudo (estudos de caso controle e estudos envolvendo usuários e não usuários de EAS).

A faixa etária que frequentemente fez uso de EAS e sofreu com outros efeitos colaterais e o surgimento do hipogonadismo oscilou entre 32 e 55 anos de idade. Os tipos de EAS que foram utilizados também são apresentados na tabela, tendo destaque a nandrolona, hormônio do crescimento, decanoato de nandrolona (Deca-Durabolin), stanozolol (Winstrol), metandrostenolona (Dianabol), ésteres de testosterona, trembolona, boldenona e Mesterolona como os mais utilizados pelos pacientes estudados.

Com relação à duração de uso, um período de 24 meses de administração foi relatado em um dos estudos como o menor tempo e 15 anos o período mais prolongado de utilização de EAS nos casos considerados nesta revisão.

Quanto aos sintomas relatados percebe-se uma evidente semelhança entre todos os casos, onde todos apresentaram ou Disfunção erétil, ou perda da libido ou depressão ou todos os sintomas ao mesmo tempo, reforçando o que a literatura já alerta a respeito do abuso crônico destas substancias sem acompanhamento e orientação médica.

Os tipos de usuários são frequentemente praticantes do treinamento de força, nos estudos apresentados na Tabela 1 as populações foram de um fisiculturista não profissional, um fisiculturista, um halterofilista e Praticantes de treinamento de força recreativos, entretanto os abusadores de EAS não se restringem apenas a esses grupos, outros usuários também administram EAS com outras finalidades.

Por fim o período de suspensão do uso de EAS foi bastante diversificada, teve margem de um mês até dois anos e meio, indicando que o aparecimento dos sintomas pode está diretamente relacionado a quantidade e ao período de utilização de EAS.

A tabela 2 apresenta um breve resumo dos estudos com o título, os objetivos que cada estudo se propôs a alcançar em cada caso avaliado, os materiais e métodos que foram utilizados para alcançar os objetivos propostos, os resultados alcançados e a conclusão final de cada artigo.

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EAS esteroides anabolizantes sintéticos, N nandrolona, GH hormônio do crescimento, DN decanoato nandrolona (Deca-Durabolin), S stanozolol (Winstrol), M metandrostenolona (Dianabol), ET ésteres de testosterona, T trembolona, B boldenona, MT Mesterolona.

Autor (ano de publicação

N Idade Tipos de EAS utilizado

Duração do uso de EAS

Sintomas relatados Tipo de usuário Duração da cessação dos EAS

Ilenia Pirola, M.D et. Al. (2010)

1 34 anos N, S, MT e B 13 anos Perda de libido e energia seguida de leve depressão. fisiculturista não profissional 1 mês Kusuma Boregowda. et al. (2011)

1 40 anos N, GH 10 anos Disfunção erétil e infertilidade Fisiculturista 24 meses Robert M. et al. (2013) 80 40.4 ± 8.4 anos DN, S e M DN 14 meses S 9,5 meses M 10,7 meses Hipogonadismo, Infertilidade e Hipogonadismo hipergonadotrópico N/A N/A Gen Kanayama. et al. (2015)

19 35-55 anos N/A 24 meses Disfunção erétil, perda de libido e depressão.

Halterofilista Pelo menos 3 meses Jon Jarløv Rasmussen. et al. (2016) 70* 34.8 (1.2) anos

ET, T, N, S, e B 6.3 (4.5–8.8) anos Disfunção erétil, perda de libido e depressão.

Praticantes de treinamento de força recreativos

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Ano de publicação/A utores

Titulo Objetivos Materiais e Métodos Resultados Conclusão

2010 Ilenia Pirola, M.D., et. al. Esteróides anabolizantes comprados pela Internet como causa de hipogonadismo hipogonadotrópico prolongado Relatar um caso de hipogonadismo hipogonadotrópico devido o abuso crônico de EAS comprados pela Internet.

Estudo de caso. Paciente (s): Um homem de 34 anos de idade. Intervenção (s): Uma dose única (100 mg) de triptorelina (teste de triptorelina). Principais medidas avaliadas: sintomas clínicos, normalização androgênica, níveis de testosterona sérica, hormonio folículo estimulante e hormônio luteinizante

No prazo de 1 mês, a testosterona sérica do paciente estava no intervalo normal, e ele relatou um retorno da energia normal e libido.

Para enfrentar os serios efeitos colaterais causados pelo uso de EAS acreditamos que é necessário aumentar o monitoramento e adotar sanções severas, principalmente em relação aos sites da Internet.

2011 Kusuma Boregowda. et al. Hipogonadismo primário persistente associado ao abuso de esteróides anabolizantes Relatar um caso de insuficiencia gonadal primária devido o abuso crônico de EAS usados para o Bodybuilding.

Estudo de caso. Paciente (s): Um homem de 40 anos de idade. Intervenção: Nenhuma. Principais medidas avaliadas: sintomas clínicos, níveis sérico de T, FSH e LH.

Insuficiencia gonadal primária resultante do uso de EAS.

Descrevemos um caso de insuficiência gonadal inicialmente secundária resultante do uso de EAS. Este caso acrescenta à literatura atual e ilustra que os efeitos colaterais dos esteróides anabolizantes podem ser prolongados e irreversíveis. (2013) Robert M. et al. Hipogonadismo induzido por esteróides

O uso de EAS não tem sido tradicionalmente discutido na medicina convencional. Com

Realizamos uma análise de banco de dados retrospectiva inicial de todos

Hipogonadismo profundo, definido como testosterona de 50 ng/dl ou menos, foi

O uso prévio de EAS é comum em homens jovens que procuraram tratamento para

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homens jovens hipogonadismo uma população heterogênea de homens está sendo agora avaliada. Nesta população de pacientes a existência de hipogonadismo induzido por EAS, seja transitório ou permanente, agora deve ser considerado..

buscaram tratamento para hipogonadismo de 2005 a 2010. Uma pesquisa anônima foi posteriormente distribuída em 2012 para estabelecer os pacientes submetidos a terapia de reposição de testosterona.

(1,6%) na grande parte dos grupos inicialmente revisados. A etiologia mais comum foi a exposição anterior aos EAS, que foi identificado em 42 homens (43%). Por causa desses dados surpreendentes, nós realizamos uma pesquisa de acompanhamento anônimo de nossa atual população hipogonadal. Homens hypogonadais com menos de 50 anos tiveram 10 vezes mais probabilidade de ter exposição prévia a EAS do que homens com idade superior a 50 anos.

induzido por esteróides anabolizantes. Estes resultados sugerem que é necessário reorientar a abordagem de avaliação e paradigmas de tratamento em jovens hipogonadistas. Gen Kanayama. et al. (2015) Hipogonadismo prolongado em homens após a retirada de esteróides anabolizantes androgênicos: um problema subconsciente Avaliar a freqüência e a gravidade dos sintomas hipogonadais em usuários de longo prazo de EAS que interromperam o uso.

A entrevista clínica

estruturada para DSM-IV, questões sobre história de uso de AAS, exame físico, determinação de hormônio sérico e Índice Internacional de Função Erectil (IIEF).

Comparados com os 36 levantadores de peso que não utilizam AAS, os 19 antigos usuários de EAS não tratados exibiram volumes testiculares significativamente menores e níveis mais baixos de testosterona.

Entre os usurários que utilizaram EAS por um longo periodo, o hipogonadismo e a abstinência de EAS parece ser comum, freqüentemente prolongado e associado a morbidade substancial. (2016) Jon Jarløv Ex-abusadores de esteróides

O objetivo deste estudo foi investigar o impacto do

Este trabalho trata de um estudo de caso controle

Os antigos abusadores de EAS exibiram níveis de testosterona

Os antigos usuarios de EAS exibiram níveis significativamente

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et al. androgênicos exibem diminuição dos níveis de testosterona e sintomas hipogonadais anos após a cessação: um estudo de caso-controle

hormônios reprodutivos e sintomas sugestivos de hipogonadismo em usuarios atuais e ex-usuarios que abusaram de EAS.

usuarios atuais de EAS, 33 ex-usuarios de EAS. Todos os participantes tinham idade entre 18 e 50 anos e estavam envolvidos no treinamento de força recreativa. Sintomas de hipogonadismo (sintomas depressivos, fadiga, diminuição da libido e disfunção erétil) foram registrados

sistematicamente.

livres significativamente inferiores aos dos participantes do grupo. Em geral, 27.2% dos antigos abusadores de EAS exibiram níveis plasmáticos de testosterona total abaixo do limite de referência inferior (12.1 nmol/l), enquanto que nenhum dos participantes do grupo controle apresentou testosterona abaixo desse limite. O grupo de ex-usuarios de EAS apresentou maiores proporções de participantes com sintomas depressivos, disfunção erétil e diminuição da libido do que os outros dois grupos

plasmática e freqüências mais altas de sintomas sugestivos de hipogonadismo do que os participantes do grupo controle saudáveis, anos após a cessação de EAS..

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6 DISCUSSÃO

Em um dos estudos desta revisão foi relatado em um paciente hipogonadismo prolongado com duração superior a 1 ano (BOREGOWDA, et. al., 2011). Casos de hipogonadismo secundário persistente causados por esteróides anabolizantes foram relatados anteriormente em outros estudos, mas não há relatos de hipogonadismo primário persistente.

A faixa etária de idade nos estudos selecionados ficou em uma margem de 32 a 55 anos, e a idade de 34 anos como a mais frequente quanto ao aparecimento do hipogonadismo. Como será possível observar mais adiante a duração de uso dos EAS foi prolongada em todos os estudos desta revisão, isso pode estar relacionado ao aparecimento do hipogonadismo pois observou-se que é necessário um período de exposição prolongado aos EAS para o surgimento dos sintomas mais agressivos hipogonadais. Com isso, a faixa etária de idade (32 a 55 anos) está relaciona ao hipogonadismo induzido por esteroides anabolizantes pois verificou-se nos estudos que existe um período de abuso até o seu surgimento.

Tais informações podem evidenciar que uma história de uso de EAS seja um possível fator de risco para hipogonadismo precoce em homens jovens. A existência do ASIH foi identificada, quando os níveis reduzidos de gonadotropina foram encontrados de 1 a 3 anos após o último uso de EAS documentado (JAROW, LIPSHULTZ, 1990). O grau de supressão e capacidade de recuperação em grande parte depende do EAS específico usado e da duração e da dose cumulativa (TAN, SCALLY, 2009). A maioria dos homens retorna à testosterona dentro dos niveis fisiologicos normais dentro de 1 a 2 anos após a exposição aos EAS (CLERICO, et. al. 1981; RUOKONEN, at. al. 1985), mas alguns nunca podem se recuperar completamente. (BOREGOWDA, 2011; JAROW e LIPSHULTZ, 1990).

Os principais EAS utilizados nos estudos revisados foram a nandrolona, hormônio do crescimento, decanoato nandrolona (Deca-Durabolin), stanozolol (Winstrol), metandrostenolona (Dianabol), ésteres de testosterona, trembolona, boldenona, mesterolona. Entretanto não é possivel relacionar diretamente um tipo especifico de EAS ao aparecimento do Hipogonadismo já que realizar estudos de campo do uso desses recursos em esportes é limitada por problemas e restrições, ou seja, o tamanho da amostra é pequeno devido à natureza secreta do uso de drogas; diferenças no tipo, dose, duração e via de uso; EAS podem estar escondido

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em suplementos alimentares e não é facilmente acessível; respostas falsas positivas em questionários anônimos sobre "esteróides"; uso contemporâneo de mais de um EAS em altas doses; metodologia diferente de medidas hormonais; e possíveis interações com outras drogas comumente usadas. E Além disso, as doses de EAS declaradas em estudos podem ter sido consideravelmente menores do que as doses auto-administradas reais já que muitos usuarios se utilizam de esteroides com procedencia duvidosa e de laboratorios “undergound” ou foram empregados diferentes métodos de uso (por exemplo, uso cíclico, empilhamento, piramide, etc).

Quanto a duração de uso de EAS os estudos revisados possuíam diversos tempos de duração de exposição aos esteroides, isso indica que tanto o abuso por períodos relativamente curtos (9 a 24 meses) quanto períodos muito longos (mais de 10 anos) podem induzir ao hipogonadismo. Um estudo de Gårevik et. al. (2014), em que 25 voluntários do sexo masculino com idade entre 27-43 anos receberam 500, 250 e 125 mg de enantato de testosterona com uma dose intramuscular de Testoviron® Depot com um período de eliminação de 6-8 semanas entre as doses. Neste caso a LH permaneceu suprimida até 6 semanas após a dose única de 500 mg e a LH ainda estava abaixo do limite inferior do intervalo de referência. Estes resultados indicam que uma única dose de testosterona tem um efeito endócrino mais profundo e sustentado no eixo hipotálamo-pituitário-gonadal do que era anteriormente conhecido. Verificou-se que após o uso prolongado de testosterona (26 semanas), os níveis de LH e FSH não retornam ao normal até 12 semanas após a cessação. Isso demonstra que com apenas doses reduzidas como as do estudo já suprimem o eixo HPG, então o abuso prolongado de EAS pode estar diretamente ligado ao aparecimento do hipogonadismo já que a supressão prolongada dos hormonios LH e FSH são os principais causadores do hipogonadismo induzido por EAS. Destacando-se que os periodos de exposição aos EAS por fisiculturistas, halterofilistas, praticantes de treinamento de força recreativos entre outros abusadores de EAS comumente perduram por vários anos e possuem protocolos muitas vezes exagerados de dosagem de esteroides anabolizantes.

Dos cinco estudos incluídos nesta revisão todos relataram sintomas semelhantes como perda de libido e energia seguida de leve depressão, disfunção erétil e infertilidade. Percebe-se que apesar dos EAS promoverem grande desenvolvimento muscular, reparação tecidual acelerada, lipólise de gorduras, melhora da forca e potência muscular, todos esses efeitos não são sustentáveis

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após a interrupção do abuso. Após a interrupção e a depender do período de exposição aos EAS as gônadas estão suprimidas gerando assim uma deficiência na produção endógena dos hormônios LH e FSH prejudicando assim a produção normal de testosterona. Desta forma os ganhos provenientes do abuso de EAS não se sustentam, o que pode justificar o sintoma relatado em três dos cinco estudos desta revisão, a depressão.

Nos estudos incluidos nessa revisão todos os pacientes com hipogonadismo relataram exposição previa aos EAS. Exceto o estudo de Coward (2013), que em uma revisão retrospectiva de 6.033 pacientes, 43% das pessoas com hipogonadismo profundo relataram exposição prévia. Neste estudo como apenas homens profundamente hipogonadais foram avaliados, o percentual com exposição prévia poderia superestimar a prevalência na população hipogonadal geral. O hipogonadismo profundo tambem poderia ser o resultado da interrupção recente ou do uso ativo de EAS.

Atualmente devido a escasses de pesquisa na area, o uso prévio do EAS é uma etiologia raramente considerada no diagnostico do hipogonadismo. O diagnóstico requer um relacionamento proximo e confiável entre o paciente e o médico, pois usuarios dessas drogas geralmente não expoem que utilizam ou se sentem constrangidos em informar que utilizam esse recursos, com isso fica difícil de conseguir um diagnostico durante uma visita inicial.

Pode-se deduzir que um historico de uso de EAS seja um possível fator de risco para hipogonadismo precoce, principalmente em homens jovens. A existência do ASIH foi identificada diretamente em 1990 por Jarow e Lipshultz, quando os níveis de gonadotropina encontrados estavam diminuidos de 1 a 3 anos após o último uso de EAS (JAROW, LIPSHULTZ, 1990). Os achados de que os homens jovens hipogonadais provavelmente usaram esteroides sugere a possibilidade de o abuso ter causado esse quadro.

No tratamento do hipogonadismo a Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) produz bons resultados com relação ao retorno do funcionamento das gônadas. Entretanto, como o TRT afeta negativamente a espermatogênese e a fertilidade, as opções que preservam a fertilidade devem ser discutidas e preferencialmente oferecidas a homens jovens com hipogonadismo. (KIM et. al., 2013). A utilização concomitante de baixas doses de gonadotropina coriônica humana (HCG) mantém a espermatogênese em homens hipogonadais que desejam

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a preservação da fertilidade ao receber TRT. (HSIEH et. al., 2013) Além das estrategias de utilização do TRT, outras opções de tratamento de hipogonadismo que preservam a fertilidade em homens em idade reprodutiva incluem o uso de moduladores seletivos dos receptores de estrogênio e inibidores da aromatase (KIM et. al., 2013 BURNETT-BOWIE et. al., 2009, KATZ et. al., 2012).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existem relatos sobre o uso de EAS por atletas desde a década de 1950, utilizados com a finalidade de aumentar o tamanho e a força muscular e para melhorar o desempenho. O uso desses recursos tornou-se popular entre fisiculturistas e atletas de força e potência, mas o uso pelo público leigo também aumentou desde então. Com essa utilização abusiva de esteroides, também cresceu o desenvolvimento de pessoas com quadros de hipogonadismo induzido por EAS, fato que vem preocupando a comunidade médica.

Diante dos estudos avaliados nesta revisão, conclui-se que o aparecimento do hipogonadismo está relacionado diretamente com o abuso de esteroides anabolizantes androgênicos. Fisiculturistas e atletas de força que abusaram de anabolizantes desenvolveram hipogonadismo persistentemente e demonstraram baixos níveis de gonadotrofina e de testosterona, com duração de vários meses após a retirada das drogas. Mesmo com os benefícios que a pratica de exercício físico pode trazer, a nível profissional ou recreativo, a busca por resultados acelerados trazem problemas à saúde caso sejam utilizados em demasia recursos como os esteroides anabolizantes.

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