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A IMPORTÂNCIA DA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO CADASTRAL NA EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL ESTADO DO PARANÁ

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A IMPORTÂNCIA DA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

CADASTRAL NA EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS NO

MUNICÍPIO DE CASCAVEL – ESTADO DO PARANÁ

Marcos A. Pelegrina (Professor do Departamento de Geografia Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-Consultor da Prefeitura Municipal de Cascavel-PR, para Implementação do GeoCascavel. http://lattes.cnpq.br/1622490047195822. Universidade

Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil. marcospelegrina@gmail.com); Ronald Peixoto Drabik (Engenheiro Civil. Responsável pela implementação do projeto

Geocascavel. http://lattes.cnpq.br/4767322179617718. Cascavel, Brasil.

dr.a.bik@ibest.com.br);

Mariana Melani Drabik (Arquiteta e Urbanista. http://lattes.cnpq.br/8740593957721762. Centro Universitário FAG, Cascavel, Brasil. marianadrabik@gmail.com)

Resumo: A Prefeitura Municipal de Cascavel – PR, passou por uma reestruturação

cadastral, após contratação de consultor para atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), com a finalidade de promover uma justiça tributária. Essa reestruturação tinha como propostas: implantação de uma justiça tributária, modernização no cadastro por meio de um sistema de gestão via web, e ainda, promover uma valorização dos profissionais de Arquitetura e Engenharia. Sendo assim, foi desenvolvido o GeoCascavel, ferramenta que tem como objetivo disponibilizar aos gestores públicos municipais e aos cidadãos, informações importantes acerca das parcelas territoriais urbanas. O GeoCascavel é um portal na internet de acesso a dados geográficos e tem se tornado uma ferramenta importante para o trabalho dos engenheiros de avaliações de imóveis. Através dele é possível consultar informações do cadastro imobiliário do local pesquisado; realizar a consulta de viabilidade; entre outros recursos. De forma resumida o sistema facilitou e agilizou bastante o acesso às informações do município como um todo. Anteriormente ao sistema, era necessário dirigir-se à Prefeitura, fazer um protocolo de pedido de uma Consulta Prévia, esperar os prazos, ou seja, o processo era oneroso e demorado, e agora basta ter acesso à internet que o usuário terá a informação pronta na sua tela.

Palavras-chave: Informação Cadastrais. GeoPortal. Engenharia de Avaliações.

THE IMPORTANCE OF THE DEMOCRATIZATION OF CADASTRAL

INFORMATION IN THE EXECUTION OF THE REAL STATE

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Abstract: The City Hall of Cascavel - PR, underwent a cadastral restructuring, after hiring a

consultant to update the Generic Values Plant (PGV), with the purpose of promoting tax justice. This restructuring had as proposals: implementation of a tax justice, modernization in the register through a system of management via web, and also, to promote a valuation of the professionals of Architecture and Engineering. As such, GeoCascavel was developed, a tool that aims to make available to municipal public managers and citizens, important information about urban land parcels. GeoCascavel is a geographic data access website and has become an important tool for real estate appraisal engineers. Through that it is possible to consult information of the real estate register of the searched place; carry out the feasibility inquiry; among other resources. In summary, the system facilitated and fastened the access to the information of the municipality as a whole. Prior to the system, it was necessary to go to the City Hall, make a request protocol for a Previous Consultation, wait for the deadlines, that is, the process was costly and time consuming, and now it is enough to have access to the internet so the user will have information ready in the screen.

Keywords: Cadastral Information. GeoPortal. Real State Appraisal Engineer. 1. INTRODUÇÃO

O município de Cascavel Estado do Paraná, com a finalidade de praticar uma justiça tributária, principalmente com relação ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ao ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), contratou consultor para atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), qual apontou falhas existentes no sistema de tributação. O processo de atualização da planta de valores, não se restringiu apenas no incremento de receita tributária na administração pública municipal. Também garantiu melhorar os processos de desapropriação dos imóveis, na garantia de empréstimos bancários, maior visão no planejamento urbano e na gestão territorial urbana, entre outros.

Em maio de 2010, a Prefeitura contratou nova consultoria especializada para elaboração de um diagnóstico do Cadastro Territorial Multifinalitário - CTM. O relatório apontou os principais problemas do cadastro e fez um prognóstico de ações. O georreferenciamento apontado, tem como base a Portaria nº 511/2009, do Ministério das Cidades, que define as diretrizes para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios Brasileiros.

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A reestruturação cadastral proposta visava na época implantar uma justiça tributária e uma modernização no cadastro, por meio de um sistema de gestão cadastral via web. A outra ação do projeto foi a valorização dos profissionais da Engenharia e Arquitetura da prefeitura, através de plano de carreira, cursos de capacitação, cursos de especialização e participação em eventos com estudos de caso.

A Secretaria de Planejamento e Urbanismo desenvolveu o projeto denominado de GeoCascavel. Este buscava agilizar os procedimentos administrativos, disponibilizando informações do cadastro, de processos, tributos e de outros setores das diversas secretarias municipais. A ideia do projeto era disponibilizar aos gestores públicos municipais e aos cidadãos informações importantes acerca das parcelas territoriais urbanas. Com a divulgação destas informações na internet, acreditava-se na facilidade que o cidadão teria para obter tal dado se comparado a situação atual, em que o cidadão entrava em contato com a Prefeitura para obter tais informações (e esperava certo tempo para obter este dado, pois ele era disponibilizado apenas de forma analógica). Alguns dados, após a implantação podem ser visualizados por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, possibilitando o crescimento econômico e populacional do Município.

O GeoCascavel é um avançado sistema de mapeamento que integra as funcionalidades e informações do Google Maps com a base cadastral do Município. O objetivo é fornecer ao cidadão, de maneira ágil e rápida, informações sobre as parcelas (lotes), como seu número de cadastro (ou inscrição imobiliária), utilização, área, testada e outras informações cadastrais. E a consulta prévia de viabilidade de edificação, parcelamento do solo e de estabelecimento.

O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados do uso das informações cadastrais disponíveis via web do município de Cascavel, auxiliando o trabalho do Engenheiro de Avaliação.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi de caráter qualitativo, que conforme Marconi e Lakatos (2011) busca analisar e interpretar dados fornecendo análises com maiores detalhes sobre a investigação, onde os dados são analisados em relação a seu conteúdo psicológico e social e a coleta possui instrumentos não estruturados. Tendo sido desenvolvida essa metodologia, esta pesquisa pode ser classificada como pesquisa bibliográfica.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Planejamento urbano e o georreferenciamento

De acordo com Bernardy (2013) o atual Planejamento Urbano nas cidades brasileiras foi inserido na Constituição Cidadã de 1988, através dos artigos 182 e 183, que determinaram uma nova ordem à Política Urbana, e foram regulamentados através do Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001.

Para Rodrigues (2004) a aplicação do planejamento urbano no Brasil ainda está em formação, porém seus resultados são pouco satisfatórios. Existe um volume intenso de dados e informações que se encontram nas entidades públicas, esferas federais, estaduais e municipais que podem ser repassados à sociedade a fim de auxiliar na escolha do caminho mais adequado para qualquer decisão, mas, em diversos municípios, faltam ferramentas para os processamentos dessas informações.

De acordo com Pasquotto et. al. (2010), o planejamento territorial necessita de ferramentas eficientes e ágeis para se analisar a coleta de dados espaciais, mas, muitas cidades brasileiras ainda não se utilizam desses instrumentos. Em algumas Prefeituras o mapeamento ainda está sendo trabalhado no papel, fazendo com que mapas sejam gerados repetidamente ou usados de uma forma parcial, e o cadastro técnico urbano ainda está implantado em sistemas arcaicos, ultrapassados e com procedimentos lerdos. Na busca por melhores resultados é oportuno o uso da tecnologia através do uso de um sistema de bases cadastrais para interpretar as informações de maneira correta. Através de um sistema Georreferenciado, em um portal disponibilizado na Internet, ou simplificadamente, um Geoportal (ARAUJO, et. al., s.d.).

Para Silveira (s.d.), ainda existe uma dúvida em relação ao retorno do investimento realizado para a implantação desse sistema, mesmo com propostas de viabilidade técnica e econômica. Pereira (2009) cita que o acesso às informações tem que ser disponibilizado para todos. O governo municipal deve proporcionar a instalação de sistemas regionais e setoriais de acesso às informações da cidade acessíveis à população, através de terminais de computadores, cadastros atualizados e mapas. Conforme Pasquotto et. al. (2010), a simples atualização digital dos mapas do município já é um início de melhoria e auxilia para que o cadastro técnico também seja regularizado.

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O cadastro mostra dados do território aonde ocorre a fixação da informação dos diversos elementos que são apresentados conforme a unidade jurídica da parcela territorial (lote, imóvel, propriedade). Por seu importante auxílio para dar condições de sustentação ao desenvolvimento econômico, o cadastro tornou-se um instrumento fundamental de organização territorial tendo como característica principal o controle das diversas atividades do espaço urbano, de forma sistemática e em períodos determinados (LOCH, 1993).

Em alguns países o cadastro teve sua origem como um registro público de limites das unidades. Com o tempo foram incluídos muitos outros interesses sobre o território, entre os quais alguns conceitos de planejamento, que evoluíram juntamente com a gestão territorial. Desta forma, o que começou com um simples cadastro, hoje se tornou de uma forma mais ampla, um cadastro multifinalitário, que devido a sua maior importância, esta evolução colaborou para aumentar a sua utilidade (ONEYKA, 2005).

O significado da palavra cadastro na Alemanha é único, se refere aos limites levantados que definem as parcelas do território, com referência a um sistema geodésico. Já no Brasil a palavra cadastro possui diversos significados, quando utilizado de forma isolada, define o registro de clientes para uma determinada loja podendo ser pessoa física ou jurídica. Para se identificar um cadastro de uma propriedade imobiliária, utilizamos no Brasil, as denominações “cadastro técnico”, “cadastro fiscal” ou “cadastro imobiliário” (BRANDÃO e SANTOS FILHO, 2008).

Para Loch (1998, p. 46):

O cadastro deve ser entendido como um sistema de registro da propriedade imobiliária, feito na forma descritiva, em conjunto com o registro de imóveis e principalmente na forma cartográfica [...] A parte cartográfica do cadastro, trata da forma, dimensões e situação das propriedades imobiliárias no contexto municipal, regional ou nacional (LOCH, 1998, p. 46).

Erba e Loch (1996) admitem que o maior erro que ainda ocorre no Brasil de hoje, esteja na falta da troca de informações entre os diversos mapas produzidos cartograficamente com seus respectivos Cartórios de Registros de Imóveis. Por isso que no Brasil os conflitos de limites e sobreposição de títulos ainda ocorrem com muita frequência, evidenciando assim a falha entre o existente no território e o documentado.

Ainda Loch (1998), afirma complementando, que o Cadastro Técnico Multifinalitário envolve diversos conhecimentos, necessariamente se utiliza de pesquisas interdisciplinares tais como as medidas cartográficas disponibilizadas ao nível do imóvel, o conhecimento da

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legislação que estabelece a forma de ocupação do uso solo, aplicando um maior rigor na avaliação do espaço que será utilizado, visando a melhor forma de ocupação e o melhor desenvolvimento lógico da região escolhida. Portanto o conjunto de medidas levantadas e disponibilizadas deverá obrigatoriamente servir e atender múltiplos usuários para que um Cadastro Técnico seja Multifinalitário.

O Cadastro Técnico Multifinalitário é imprescindível no planejamento urbano porque suas informações são básicas e necessárias quando se prepara os planos urbanísticos e da mesma forma colabora para a manutenção das informações das áreas urbanas e rurais numa estrutura que preserve o valor e o tempo de maneira ordenada. Um planejamento urbano participativo e que agregue a sociedade, reflete numa gestão organizada e contribui para o desenvolvimento integrado e equilibrado. (PEREIRA, 2009).

Pereira (2009) enaltece a importância de um Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM), pois ele reflete na confiabilidade da informação e na qualidade que definem as políticas públicas municipais, contribuindo também para uma melhor arrecadação dos impostos municipais, mas sem aumento de alíquotas, pois com a melhoria da urbanização pública, os atributos dos imóveis melhoram e consequentemente seu valor no mercado.

Além das diversas finalidades de uso do CTM, o Cadastro Técnico fornece ao gestor uma visão macro do Município e também dos dados públicos, elementos importantes para uma tomada de decisão. O CTM poderá se tornar um excelente instrumento de promoção do Município na busca por financiamento de suas políticas públicas, dando visibilidade às ações e programas de governo e auxiliando-o na prestação de serviços (GARCIA, 2007).

Segundo Pereira (2009), para que um Cadastro Técnico Multifinalitário seja completo e confiável, o ideal é que a partir de levantamento aerofotogramétrico os mapas sejam elaborados com restituição em meio digital, contendo os elementos de altimetria (curvas de nível e referências de nível) e também os elementos da superfície plana, arruamento, limites de lotes, edificações e hidrografia.

A manutenção de um Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM) não substitui o Cadastro Imobiliário, mas sim o integra, o complementa e torna obrigatória sua maior abrangência para além da questão tributária. Desta forma o Cadastro Imobiliário deverá possuir informações de todos os tipos de imóveis localizados na área urbana, sejam eles tributados ou não. Então se observa que a arquitetura de um Cadastro Técnico Multifinalitário deverá abranger os mais diversos registros, sejam eles: cadastro de loteamentos, de logradouros, de equipamentos comunitários, de estabelecimentos

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licenciados em geral, cadastro de áreas irregulares, de áreas verdes, o cadastro planialtimetrico urbano e o cadastro de glebas também podendo ser incluídas as redes de infraestrutura, os dados censitários, a legislação urbanística, dados da área social, da educação, da área da saúde e tantos outros (PEREIRA, 2009).

O Cadastro Temático é definido como sendo um conjunto referenciado de informações relativas a uma determinada matéria e de acordo com o disposto nas Diretrizes para o Cadastro Territorial Multifinalitário (BRASIL, 2009), este conjunto de informações somadas aos dados retirados dos registros dos imóveis forma o Sistema de Informações Territoriais (SIT), gerenciados pelos diversos órgãos governamentais visando um maior conhecimento do território nacional.

A identificação de uma figura geométrica fechada está determinada pela Cartografia Cadastral como sendo a menor unidade do cadastro e conforme determina a Portaria n° 511/2009 do Ministério das Cidades do Brasil, está definida como um pedaço de solo, com regime jurídico único, que passa a compor o Cadastro Territorial Multifinalitário (BRASIL, 2009).

O cadastro multifinalitário procura demarcar a fração de terras sem nenhuma dúvida, expressando de forma íntegra suas divisas, sua área com muita exatidão, simplesmente definindo os limites e confrontantes de cada fração de terras, expõe de forma exata sua localização e sua utilização, valida os direitos de uso e ocupação da parcela e as limitações de utilização e deveres. Atendendo as garantias jurídicas do mercado imobiliário o cadastro multifinalitário traz de maneira responsável o valor de cada área (PELEGRINA, 2014).

Um dos principais propósitos do cadastro multifinalitário é dar maior publicidade aos direitos e às restrições que existem sobre as parcelas territoriais na área urbana, a legislação referente à ocupação do solo urbano está contemplada no código de obras e edificações, que apresenta normas para construção, reforma e ampliação de qualquer edificação e a legislação que disciplina a vocação e a finalidade das diversas regiões urbanas é a lei de zoneamento e uso do solo, que procura atender a população com qualidade, assegurando seu desenvolvimento com harmonia (PELEGRINA, 2014).

Já, a engenharia de avaliações, para Dantas (2003), é um pedaço da engenharia que engloba diversas áreas de conhecimento e tem como objetivo determinar, através de procedimentos técnicos, o valor de um bem. Sendo assim, o cadastro multifinalitário auxilia os profissionais dessa área por abranger diversas informações sobre imóveis,

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3.3 O Geoportal como ferramenta para o engenheiro de avaliações

O Geoportal é um tipo de portal eletrônico usado para buscar e acessar informações geográficas através da internet, os geoportais devem ser acessados via WEB, através da utilização de um sistema de informação geográfica – SIG, que é um sistema computacional feito para analisar, manipular, capturar e armazenar dados geográficos (ARAUJO, et. al., s.d.).

A utilização de SIG – Sistema de Informação Geográfica para análise da ocupação do uso do solo e para o zoneamento municipal constituiu-se numa ferramenta técnica que veio auxiliar na busca por soluções que as organizações Municipais de Planejamento necessitavam. Sua aplicação atendeu a necessidade de uma ocupação organizada e direcionada para um planejamento firme e atuante a médio e longo prazo, trazendo mais visibilidade aos técnicos, segurança nas informações apresentadas, conforto e comodidade na sua aplicação, com apoio ao controle da preservação do meio ambiente (PETTA e CUNHA, 2004).

A ferramenta SIG atende com muita vantagem ao planejamento urbano mostrando-se um instrumento de diversas utilidades, devido principalmente à disposição de trabalhar os dados em vários níveis de detalhe, dentro de enfoques gerais ou específicos no estudo da cidade. Também tem a capacidade de guardar, restaurar, coletar, modificar e representar informações espaciais com suas diversas ferramentas e também elementos estatísticos ou de texto que estejam relacionados, desta forma os sistemas de informações geográficas retratam de forma racional um grande passo para a decisão em diversos processos e na gestão de subsídios, atividades e dados municipais (RODRIGUES, 2005).

Os SIG’s estão se apresentando como uma ferramenta apropriada para as diversas análises no planejamento urbano apesar de não terem sido criados, a princípio, para o atendimento a esse tipo de trabalho. Por exemplo, Lees e Ritman (1991), confirmam que o SIG alterou e melhorou a maneira de se trabalhar dados de mapas no papel, oportunizando a interferência no processo de interpretação através da exibição espacial, enquanto Moore, Lees e Davey (1991) revelam uma vantagem através da obtenção da área dos polígonos observados no mapa que sejam oriundos de mapas temáticos ou mapas-síntese, cujos mapas, através de estudos com base em planejamento ambiental e através de cruzamentos de dados, o arquiteto e pioneiro Ian McHarg desenvolveu metodologia genérica e simples, para se chegar a mapas resumidos.

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ferramentas para facilitar o estudo do planejamento urbano, pois aperfeiçoam o domínio da arte que envolve a visão espacial e o formato urbano. Experiências que deram certo após a implantação do SIG em países desenvolvidos puderam demonstrar a viabilidade deste sistema após a grande aplicação desta ferramenta, com a efetiva utilização de banco de dados para execução de modelos que reproduzam o instante atual e com previsão, em intervalos de tempo determinados. A possibilidade da criação destas previsões que auxiliam de maneira especial os profissionais planejadores urbanos e ambientais, considerando que a maior dificuldade para se elaborar e analisar os dados finais é o prognóstico, a junção e a comparação das alternativas analisadas em determinado período (BALL, 1994).

No Brasil, ainda são poucos os trabalhos envolvendo o SIG, pois ainda sua utilização ainda é muito baixa em administrações de cidades de médio e grande porte (LEITE, 2005). Mas, após a implantação do Plano Diretor em diversos municípios brasileiros, estes começaram a perceber que se tornaram entidades planejadoras com liberdade para organizar e gestionar seu território de forma ordenada, atendendo de maneira mais eficaz os anseios da população (RODRIGUES, 2005). Cita-se como exemplo o Geoportal Cascavel, que tem por objetivo fornecer maneira ágil e rápida, informações sobre as parcelas (lotes), como seu número de cadastro (ou inscrição imobiliária), sua utilização, área, testada, zoneamento, localização, etc (SOUSA NETO, PELEGRINA e CANAL, 2012).

Para Michael (2004):

Através de um cadastro constantemente atualizado e acoplado com ferramentas tecnológicas modernas, como um sistema de informações geográficas, consegue-se buscar informações importantes sobre uma municipalidade como, por exemplo, distância a polos de valorização ou desvalorização, coordenadas geográficas de cada imóvel [...] (MICHAEL, 2004, p.17).

3.4 A cidade de Cascavel-PR e o GeoCascavel

O Município de Cascavel está localizado no Oeste do Estado do Paraná, Região Sul do Brasil, é considerado polo regional, pois passou por um processo de crescimento demográfico muito intenso e rápida urbanização nas últimas décadas (CASCAVEL, s. d.).

Segundo Cascavel (s. d.), o município de Cascavel integra a Mesorregião Geográfica número 06, com posição geográfica privilegiada em relação aos países do MERCOSUL (Mercado Comum do Cone Sul) por situar-se no principal entroncamento rodoviário. A economia é baseada na área da agropecuária e serviços, provavelmente uma futura

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metrópole da região oeste do Paraná. O município atinge a altitude máxima de 780 metros acima do nível do mar na área urbana, possuindo uma área total de 2.100,831 Km², com população estimada em 309.259 habitantes em 2014.

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Fonte: IBGE (2016). Adaptado por Pelegrina (2017).

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municipal em todos os seus aspectos, surgiu a ideia do Geoportal Cascavel, com o objetivo de ampliar a transparência nas ações do poder público e de colaborar com a autonomia do serviço. O Geoportal Cascavel é um serviço via WEB que integra informações e funcionalidades do Google Maps com a Base Cadastral do Município, tem como público alvo a administração pública, os profissionais, o contribuinte e a sociedade em geral. O sistema Geoportal foi estruturado no ano de 2011 e teve seu lançamento oficial no dia 20/03/2012, com o objetivo de fornecer ao cidadão, de maneira ágil e rápida, informações sobre as parcelas (lotes), como seu número de cadastro (ou inscrição imobiliária), utilização, área, testada e outras informações cadastrais. Com as informações disponibilizadas no site da prefeitura a população pode consultar localização, área, imagens, viabilidade, zoneamento dos terrenos, entre outros, a qualquer hora na sua própria casa (CASCAVEL, 2013).

Anteriormente à implantação do GeoCascavel via web, o sistema responsável pela gestão do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), era apenas alfanumérico não existia uma ligação entre os dados gráficos (plantas cadastrais) e os dados alfanuméricos do banco de dados para cobrança do imposto. O cadastro urbano apresentava inúmeras irregularidades com dados incorretos e desatualizados (PELEGRINA, 2015). De outra parte, não existia profissional especialista em geoprocessamento ou cadastro técnico multifinalitário na Prefeitura Municipal. Através da capacitação dos profissionais, as principais ações desenvolvidas foram:

a) Adequação da cartografia existente;

b) Preparação da base cartográfica para um site via WEB; c) Geocodificação de todos os imóveis urbanos;

d) Migração das bases de dados disponíveis numa única base cadastral consolidada; e) Consultoria para auxílio na elaboração da planta de valores do município;

f) Estudo e implementação do modelo de dados para o cadastro de logradouros; g) Desenvolvimento de sistemas computacionais para migração de dados existente para o novo modelo que deveria ser desenvolvido;

h) Curso de capacitação em Cadastro Territorial Multifinalitário e Sistemas de Informações Geográficas aplicadas a gestão territorial para os técnicos da prefeitura;

i) Implantação de site via WEB de consulta de viabilidade de edificação, parcelamento do solo e estabelecimento;

j) Implantação de sistemas de dados geoespaciais;

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(PELEGRINA,2015).

O GeoCascavel, um portal na internet de acesso a dados geográficos, tem se tornado uma ferramenta importante para o trabalho dos engenheiros de avaliações de imóveis. Na figura 2, apresenta-se tela inicial do portal.

Figura 2 – Tela Inicial do GeoCascavel

Fonte: Cascavel (2017a).

Através do serviço de busca, digitando apenas o nome da rua e número predial (sem acentos, vírgulas, etc..), aparecerão todas as informações pertinentes referentes aquele imóvel em questão. Na tela inicial, observa-se a área total, testada principal, área construída, tipo de construção, número do cadastro, bairro ou loteamento ao qual pertence, número de quadra e lote se o lote possui mais que uma construção cadastrada, entre outras informações.

Para obter informações mais completas, no botão “Detalhes Imóvel” há um cadastro discriminado sobre o imóvel: endereço completo, tipologia do imóvel, características da construção e estimadas idade aparente, estado de conservação, padrão, entre outros. Essas informações são úteis quando não se tem acesso à parte interna do imóvel, conforme figura 3. Pode-se também obter informações sobre o cadastramento das áreas construídas como, por exemplo, os protocolos e datas de cadastro.

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Fonte: Cascavel (2017b).

Identificado o lote e clicando em “Consulta de Viabilidade” (Figura 4), obtemos a informação sobre o Zoneamento, de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo, onde o imóvel está localizado e gerando uma consulta prévia, temos os parâmetros de “coeficiente de aproveitamento” e “taxa de ocupação” referente aquele zoneamento. E assim podemos identificar as condições legais do imóvel: se a área que está cadastrada é igual a área averbada, e quando não forem iguais, se esta área construída não está ultrapassando a taxa de ocupação máxima do lote. Observamos também quando o imóvel possui uma faixa não edificante ou de preservação, assim sabe-se a área utilizável do imóvel ou onde se pode construir.

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Fonte: Cascavel (2017c).

Pode-se também identificar as regiões da cidade onde existe coleta de esgoto pública ou onde ainda existem fossas e sumidouros, também podem ser identificadas as regiões da cidade onde existe rede de abastecimento de água.

Outro recurso bastante interessante é a “ortofoto”. A partir dela podemos acompanhar as modificações que ocorreram no imóvel ao longo do tempo, em datas pré-determinadas. Assim pode-se observar em que épocas o imóvel foi ampliado ou demolido, e se isso causou algum impacto aos imóveis do entorno do imóvel avaliando em questão.

Existem outras funções não mencionadas no texto, mas que também podem ser utilizadas dentro da engenharia de avaliações. Sua utilização dependerá do propósito pelo qual se faz a busca.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A legislação urbana referente ao uso e ocupação do território no Brasil é dividida entre o código de obras e edificações, que visa normatizar toda e qualquer construção, reforma e ampliação de edifícios efetuada a qualquer título no território do município. E a lei de zoneamento e uso do solo, que visa disciplinar vocação e finalidade de cada zona ou área do território urbano, objetivando o desenvolvimento harmônico da comunidade, assegurando

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sua qualidade de vida. Em uma gestão territorial democrática, é necessário desenvolver instrumentos técnicos e científicos, para permitir o acesso dessas informações para toda a sociedade (PELEGRINA, 2013).

Na prática é possível observar que existem os dados atualizados no município, mas eles encontram-se dispersos em diferentes instituições, com padrões de precisão e qualidade distintos. Uma das funções do GeoCascavel juntamente com a diretriz do SUI é a divulgação dos dados existentes, na medida em que vão sendo identificados (CASCAVEL, 2013). Assim, conforme a Seção II da diretriz, Sistema Único de Informações (SUI) prevê, o GeoCascavel vem garantindo a divulgação das informações públicas, a possibilidade de monitoramento do uso e ocupação do solo municipal, a produção e sistematização das informações públicas, a troca de informações e o monitoramento do Plano Diretor1

(CASCAVEL, 2013).

Antes da sua implantação mais de 3 mil atendimentos eram realizados na Secretaria de Planejamento por mês, sendo 300 consultas de alvará de estabelecimento, 400 de edificação, 70 de parcelamento do solo e os demais sobre a localização e dados cadastrais dos imóveis, com um prazo médio para as consultas de viabilidade de 8 dias.

Deste total de atendimentos, em torno de 1/3 são de consultas de viabilidade, que atualmente podem ser realizadas on line através do Geoportal (LEITE, 2013). Segundo Pelegrina (2014), o número total de visitantes na página foi de 106.436, esses acessos referem-se ao período de 02/07/2013 (data do lançamento da consulta de viabilidade) à 30/04/2014 data fechamento da pesquisa, (Figura 05).

Neste período o número total de consultas de viabilidade foi de 58.532, correspondendo a 54,99% do número total de consultas no SIT via WEB. Sendo: Edificação: 36.437 consultas; Parcelamento: 3.723 consultas; Estabelecimento: 18.372 consultas.

O número de atendimentos no balcão da SEPLAN (Secretaria de Planejamento e Urbanismo) no mesmo período foi de 17.448. No período anterior de julho de 2012 à abril de 2013 o número foi de 34.098. Ou seja, uma redução no atendimento balcão de 51%.

Figura 5- Números de Consultas de Viabilidade de Parcelas e Número de Atendimentos de Usuários.

1

“O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos agentes que constroem e utilizam o espaço urbano” (BRASIL, 2002, p. 40).

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Fonte: Cascavel (2014); Pelegrina (2015).

Já no período de janeiro de 2016 a maio de 2017, quando o sistema se consolidou, o número total de visitantes na página aumentou mais de 300% chegando a um total de 376.994 acessos, quais se referem à data fechamento da pesquisa, (Figura 6).

Figura 6- Números de Consultas de Viabilidade de Parcelas e Número de Atendimentos de Usuários.

Fonte: Cascavel (2017).

Neste período o número total de consultas de viabilidade foi de 103.148. Sendo: Edificação: 53.602 consultas; Parcelamento: 5.213 consultas; Estabelecimento: 44.333 consultas, um incremento de mais de 76% de buscas e pesquisas via WEB em relação ao período inicial (set/12 a abr/14).

O número de atendimentos no balcão da SEPLAN (Secretaria de Planejamento e Urbanismo) no período desta pesquisa (Jan/16 a Mai/2017) não foi medido. Mas recomeçaram as medições no mês de junho/2017, que resultou em 1.516 atendimentos. Ou seja, uma redução no atendimento balcão em relação à média da pesquisa inicial (set/12 a abr/14 – 1.745) de 13%.

Anteriormente à disponibilização da consulta via WEB, alguns técnicos municipais

2682 3387 3694 2801 3009 3422 3153 3991 2241 2485 2704 2010 2864 2868 3913 3489 4869 262 313 363 316 363 337 220 359 258 292 226 224 273 252 374 350 431 2113 2537 2150 1865 2488 2515 2686 2894 2595 2875 2760 2204 2838 2713 2929 2232 3939 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Número de Consultas de Viabilidade por Tipo

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responsáveis pelo planejamento urbano dedicavam boa parte do seu tempo ao atendimento ao público, devido à grande procura de informações cadastrais. Após o lançamento da consulta de viabilidade, esses servidores voltaram para suas atividades normais (LEITE, 2013).

Na busca constante pela otimização de tempo o Engenheiro de Avaliação necessita

de agilidade e facilidade no acesso às informações, o GeoCascavel veio para suprir a maior parte dessa busca por informações. Assim como para qualquer cidadão ou outro profissional que dela precise. De forma resumida, o GeoCascavel facilitou e agilizou bastante o acesso às informações da cidade como um todo. Anteriormente a ele, precisava dirigir-se à Prefeitura, fazer um protocolo de pedido de uma Consulta Prévia, esperar os prazos, ou seja, o processo era oneroso, e agora basta ter acesso à internet que você terá a informação pronta na sua tela.

5. CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo apresentar os resultados do uso das informações cadastrais disponíveis via web no município de Cascavel, facilitando o trabalho do Engenheiro de Avaliação. Anteriormente a implantação on-line do GeoCascavel não existia ligação entre os dados gráficos (plantas cadastrais) e os dados alfanuméricos do banco de dados, para uma informação rápida e confiável. As consultas eram realizadas em diversos locais da prefeitura e as informações somente eram conseguidas presencialmente. Com as ações desenvolvidas para a implementação do novo sistema, além da melhoria no atendimento pelos funcionários da Secretaria de Planejamento e Urbanismo da Cidade de Cascavel, o GeoCascavel apresenta diversas funções, tais como: consulta de viabilidade, dados do cadastro, identificação das regiões da cidade onde existe coleta de esgoto pública ou onde ainda existem fossas e sumidouros, também podem ser identificadas as regiões da cidade onde existe rede de abastecimento de água, a informação da área de atendimento dos Cartórios de Registro de Imóveis, o Sistema Viário, a Planta Genérica de Valores atualizada, a posição dos postes de energia elétrica, a localização de árvores nos logradouros públicos, o perímetro urbano da cidade e dos distritos, o recurso de “ortofoto” que possibilita o acompanhamento das modificações que ocorreram no imóvel ao longo do tempo, em datas pré-determinadas, além de outras funções, as quais a utilização dependerá do propósito pelo qual se faz a busca. Após a implantação do GeoCascavel foi possível avaliar o número total de consultas de viabilidade de parcela e número de atendimento de

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atendimentos diretos no balcão da SEPLAN, sendo observada uma redução desse atendimento de 51%, no período de julho de 2012 à abril de 2013 e também observamos que na Prefeitura Municipal de Cascavel, em especial no setor de Planejamento Urbano, o fluxo de cidadãos on line aumentou em mais de 76%, assim o setor ganhou tempo e qualidade no atendimento das demais situações que precisam ser resolvidas presencialmente. Conclui-se, então, que a implantação do GeoCascavel facilitou e agilizou bastante o acesso às informações das cidades como um todo, otimizando o trabalho do Engenheiro de Avaliações.

6. REFERÊNCIAS

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A UTILIZAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS

EM HABITAÇÃO UNIFAMILIAR DE BAIXA RENDA

Celina Vanat de Oliveira

Arquiteta. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2126973448446338. Faculdades Ponta Grossa. Ponta Grossa-PR. Brasil. E-mail: celina_vanat@hotmail.com

Luís Banaczek

Engenheiro Civil. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5893792307723962. Prefeitura Municipal de Castro. Castro– PR. Brasil. E-mail: banaczek.luis@gmail.com

Resumo: A utilização de água da chuva não é uma prática recente. Com a falta de água e a crescente busca por práticas sustentáveis em todas as atividades humanas, seu aproveitamento mostra-se como uma forte tendência em edificações. A água pode ser utilizada para fins não potáveis, dessa forma preservando as águas tratadas para fins mais nobres, reduzindo o tempo do ciclo da água, além do risco de enchentes. O objetivo deste trabalho é apresentar soluções para o aproveitamento pluvial de fácil instalação para edificações habitacionais de população de baixa renda na cidade de Castro-PR. A pesquisa é qualitativa através da revisão bibliográfica e coleta de dados referente à quantidade de chuva na região em estudo, descrição da edificação em estudo, o dimensionamento da área do telhado da edificação e o dimensionamento do reservatório para armazenar a água pluvial captada. Deste modo, verificou-se a possibilidade de implantação do sistema para atender suas necessidades de consumo.

Palavras-chave: Águas pluviais. Reservatório. Tratamento de Água. Fins não potáveis. Cidade de Castro – PR.

Abstract: The use of rainwater is not a recent practice. With the lack of water and the growing search for sustainable practices in all human activities, its use is shown as a strong tendency in buildings. Water can be used for non-potable purposes, thus preserving the waters treated for nobler purposes, reducing the time of the water cycle, and the risk of flooding. The objective of this work is to present solutions for the use of easy-to-install rainwater for housing buildings of low-income population in the city of Castro-PR. The research is qualitative through the bibliographical revision and data collection regarding the amount of rainfall in the region under study, description of the building in study, the sizing of the roof area of the building and the scaling of the reservoir to store the rainwater Captured. In this way, it was verified the possibility of implantation of the system to meet its consumption needs.

Keywords: rainwater. Reservoir. Water treatment. Purposes not potable. City of Castro – PR

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1 INTRODUÇÃO

O aumento da população mundial de forma desordenada, e consequentemente na demanda por água potável faz o homem buscar alternativas para suprir suas necessidades.

Além das mudanças da forma de consumo, com a conscientização da população e incentivo ao uso sustentável da água, devem ser incentivadas novas tecnologias, que possibilitem a utilização rotineira da água potável para fins mais nobres, como cozinhar alimentos, realização de higiene e para consumo, deixando a água não potável para fins menos nobres, como descarga em bacias sanitárias, rega de jardins e lavagem de calçadas.

Dentro das práticas que racionalizam a utilização da água de acordo com a sua finalidade, estão o Reuso de Águas Cinza e a Captação de Água da chuva que, após tratamento, podem ser utilizadas para fins não potáveis. Como o uso de águas cinzas não possui padrões descritos em uma norma específica, este trabalho tratará apenas da utilização de água da chuva.

Este trabalho tem por finalidade caracterizar um sistema hidráulico residencial de reaproveitamento de águas pluviais para uso não potável como: descarga em bacias sanitárias, lavagem de calçadas e rega de jardins para habitações de baixa renda. As famílias de baixa são aquelas cuja renda familiar mensal é de até 3 salários mínimos. Serão apresentados os itens mínimos necessários para utilização de água da chuva, de acordo com a NBR 15527:2007 - Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis através de um projeto simples e de fácil instalação. Além disso, os principais problemas e limitações do sistema serão elencados.

A utilização de águas pluviais para fins não potáveis possui tecnologia simples e importante, que deve ser incluída nos projetos de residências sustentáveis.

Diariamente, grandes quantidades de água potável são utilizadas para descarga em bacias sanitárias e lavagem de calçadas, sendo que poderia ser

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utilizada para preparo de alimentos e higiene. Com a utilização deste sistema, a água potável pode ser utilizada apenas para fins nobres e a água da chuva para fins não potáveis, assim reduzindo o tempo do ciclo da água.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 UTILIZAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

A NBR 15527: 2007 conceitua água de chuva em seu item 3.1 como “água resultante de precipitações atmosféricas coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais”.

A captação e aproveitamento da água da chuva não é uma prática nova, existem relatos desse tipo de atividade há milhares de anos, antes mesmo da era cristã. (ANNECCHINI, 2005)

Bertolo (2006) cita como principais vantagens da utilização de águas pluviais a redução do consumo de água potável e do custo de fornecimento da mesma e a melhor distribuição da carga de água da chuva no sistema de drenagem urbana, o que ajuda a controlar as cheias.

Dornelles (2012) descreve que há uma tendência de crescimento do aproveitamento de água da chuva, motivado pelo enfoque ambientalista, que visa inserir a sustentabilidade em todas as atividades humanas.

Segundo Silveira (2008), os critérios de qualidade para o reuso da água são baseados em requisitos de usos específicos, em considerações estéticas e ambientais e na proteção da saúde pública.

2.2 SISTEMAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL

O sistema de aproveitamento da água da chuva é considerado um sistema descentralizado de suprimento de água, que tem como finalidade conservar os recursos hídricos, reduzindo o consumo de água potável (KOENIG, 2003)

Estes sistemas captam a água da chuva que cai sobre superfícies, direcionando-as a reservatórios de armazenamento para posterior utilização. (ANNECCHINI, 2005)

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Para a coleta da água pluvial, o sistema envolve a captação, a filtração, a reservação e a distribuição. Em alguns casos é necessária a desinfecção, para a utilização de fins potáveis, com na lavagem de roupas. (JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011)

As tubulações e demais componentes devem ser claramente diferenciados das tubulações de água potável. O sistema de distribuição de água de chuva deve ser independente do sistema de água potável, não permitindo a conexão cruzada de (NBR 5626). Os pontos de consumo devem ser de uso restrito e identificados com placa de advertência com a seguinte inscrição "água não potável" e identificação gráfica.

2.2.1 Área de captação

A ABTN 15527 (2007) define como área de captação, a área em metros quadrados projetada na horizontal da superfície impermeável da cobertura onde a água é captada.

A captação de água da chuva varia com o tamanho e a composição do telhado. Materiais macios, lisos e impermeáveis contribuem com o aumento da quantidade e qualidade da água (BERTOLO, 2006).

Podem ser de telha cerâmica, de fibrocimento, de zinco, de aço galvanizado, de plástico, de vidro, de acrílico, ou mesmo, de concreto armado ou manta asfáltica (ANNECCHINI, 2005)

Para Dornelles (2012), a composição da superfície altera a água apenas esteticamente, podendo trazer coloração diferenciada, não sendo um problema para fins não potáveis.

Devido à poluição urbana (poluição difusa), muita sujeira é depositada nos telhados das edificações. Por isso, ao coletar a água pluvial, é necessário o descarte dos primeiros 5 minutos de água, que irão “lavar” o telhado e retirar os poluentes. (JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011)

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2.2.2 Sistema de Condução

Conforme Dornelles (2012), a condução da água dos telhados até o reservatório é feito através de calhas e tubulações, de acordo com a NBR 10844/1989 – Instalações Prediais de Águas Pluviais, que especifica o detalhamento e a forma de instalação.

Nos telhados, empregam-se calhas que, conforme o detalhe arquitetônico, podem ser de cobre, PVC rígido, chapa galvanizada, fiberglass e concreto. (MACINTYRE, 2013)

Pode ser instalado no sistema de aproveitamento de água de chuva um dispositivo para o descarte da água de escoamento inicial, que é a proveniente da área de captação suficiente para carregar a poeira, fuligem, folhas, galhos e detritos (NBR 15527, 2007)

Segundo Annecchini (2005), deve-se evitar a entrada de folhas, gravetos ou outros materiais grosseiros no reservatório, através de telas ou grades nas calhas, pois estes poderão se decompor prejudicando a qualidade da água.

Figura 1 – Modelo básico e de baixo custo de captação de águas pluviais Fonte: JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011

2.2.3 Reservatório para armazenamento

O armazenamento de água de chuva, de modo geral, requer volumes superiores aos necessários para armazenamento de água potável fornecida pela

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rede de abastecimento, devido à disponibilidade de chuva, que é má distribuída no tempo (DORNELLES, 2012).

Segundo Annecchini (2005), os reservatórios de água de chuva podem ser enterrados, semi-enterrados, apoiados sobre o solo ou elevados. Esses reservatórios podem ser construídos de diferentes materiais, como concreto armado, alvenaria, fibra de vidro, aço, polietileno, entre outros, e podem ter diversas formas.

May (2004) apresenta as seguintes recomendações para o bom funcionamento do reservatório:

- evitar a incidência direta de luz solar no reservatório, para reduzir a proliferação de microorganismos;

- a tampa de inspeção deve ser hermética;

- a saída do extravasor deve possuir uma tela que impeça o ingresso de animais;

- realizar a limpeza anualmente removendo o sedimento no fundo;

- o fundo do reservatório deve ter caimento mínimo em direção à saída auxiliar de limpeza;

- o reservatório e a tubulação que conduz água da chuva, devem ser identificados com placas e pintados com cor diferenciada, para identificar que a água ali contida não é potável;

- o tubo de entrada deve ter um dispositivo de redução de turbulência (freio hidráulico), que evite o revolvimento do sedimento depositado no fundo do reservatório. Estes dispositivos são peças hidráulicas que direcionam o jato na direção vertical e oposta ao fundo do reservatório, fazendo com que a velocidade seja dissipada na zona superficial do reservatório.

2.2.4 Sistema de recalque

Esse sistema é constituído por um conjunto de motores e bombas que são utilizados para transportar a água do reservatório de armazenamento de água de chuva, situado abaixo do nível de utilização, para um reservatório elevado que distribuirá a água por gravidade para os pontos de uso de água não potável. Em alguns casos, o reservatório de armazenamento de água de chuva situa-se logo abaixo do telhado, não sendo necessária a instalação de um sistema de recalque. (CARDOSO, 2010)

2.3 CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

Na ABNT 15527 (2007), verificamos que os padrões de qualidade devem ser definidos pelo projetista de acordo com a utilização prevista. Para desinfecção, a

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critério do projetista, pode-se utilizar derivado clorado, raios ultravioleta, ozônio e outros. Em aplicações onde é necessário um residual desinfetante, deve ser usado derivado clorado tipo flutuante (de piscinas) com o uso de pastilhas de cloro. (JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011)

O cloro é o desinfetante mais comum devido à sua eficiência, solubilidade em água, disponibilidade e facilidade de aplicação (BERTOLO, 2006). Há dispositivos dosadores de cloro, que podem ser instalados na entrada do reservatório, clorando a água no momento do seu ingresso, ou então, são dispositivos instalados no interior dos reservatórios, que então disponibilizam o cloro a uma taxa constante (DORNELLES, 2012)

Na tabela 1, adaptada da ABNT 15527, podemos verificar as características de qualidade de águas para fins mais restritivos.

Tabela 1 - Parâmetros de qualidade de água de chuva para usos restritivos não potáveis

Parâmetro Análise Valor

Coliformes Totais Semestral Ausência em 100 mL

Coliformes Termotolerantes

Semestral Ausência em 100 mL

Cloro residual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L

Turbidez Mensal <2,0 uT, para usos menos

restritivos <5,0 uT

Cor aparente Mensal <15 uH

Deve prever ajuste de pH para proteção das redes de distribuição, caso necessário Mensal pH de 6,0 a 8,0, no caso de utilização de aço carbono ou galvanizado Fonte: NBR 15527 3 METODOLOGIA

Do ponto de vista da abordagem da problemática, trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois consiste na análise e interpretação das normas e de informações e dados disponíveis na literatura sobre o tema, não tendo como enfoque o uso de

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métodos e técnicas estatísticas. Também é uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos de uso prático, dirigida ao aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis.

Para Godoy (1995), na pesquisa qualitativa os fenômenos devem ser compreendidos no contexto em que ocorrem e suas análises devem privilegiar uma perspectiva integrada entre o objeto e o pesquisador. Deve-se capturar o fenômeno considerando todos os pontos relevantes e os tipos de dados coletados e analisados.

A pesquisa qualitativa é uma atividade ligada ao contexto que insere o pesquisador na realidade. O pesquisador faz parte integrante do contexto de sua pesquisa e usa procedimentos metodológicos específicos. (DENZIN e LINCOLN, 1994, apud. BIROCHI, 2015)

4 EXEMPLO DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL: ESTUDO DE CASO EM CASTRO, PARANÁ

A cidade de Castro situa-se a 159 km de Curitiba, tendo por Municípios limítrofes: Carambeí, Campo Largo, Cerro Azul, Doutor Ulisses. Itaperuçu, Piraí do Sul, Ponta Grossa e Tibagi, que integram a região Centro Sul do estado do Paraná.

Os dados pluviométricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo Instituto das Águas do Paraná da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado do Paraná. Para captação de água de chuva por cobertura o período de retorno é de 5 anos, segundo a NBR 10844/1989. Os dados de precipitação coletados são mensais e referentes aos últimos 5(cinco) anos (2012 a 2016), como demonstrado na tabela 2.

Tabela 2 – Dados Pluviométricos de Castro (2012-2016)

2012 2013 2014 2015 2016 Janeiro 149,1 82,4 164,8 129,4 168,6 Fevereiro 143,5 330,5 97,3 161,7 327,6 Março 67,0 168,7 135,0 276,0 167,0 Abril 218,6 69,1 128,2 94,0 87,7 Maio 41,2 86,0 118,1 154,1 152,7 Junho 238,2 339,1 197,9 65,6 136,8 Julho 78,5 86,6 65,1 263,4 88,5

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Agosto 15,3 17,8 45,3 35,8 198,4 Setembro 176,9 150,0 181,9 162,0 85,9 Outubro 109,6 93,3 86,2 155,8 195,5 Novembro 67,0 93,6 171,9 207,3 98,7 Dezembro 226,5 89,7 249,7 201,6 122,1 Total (mm) 1531,4 1606,8 1641,4 1906,7 1829,5

Fonte: Instituto das Águas do Paraná

O Clima Subtropical úmido, onde Castro está inserida, caracteriza-se por ter média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão quente e geadas menos frequentes e com a pluviosidade em torno de 1703,2 mm anuais. De acordo com estes dados, salienta-se que a coleta e captação da água pluvial tornam-salienta-se viável, devido à alta pluviosidade local e poucos períodos de estiagem.

O aproveitamento da água da chuva, para o uso doméstico, será para as finalidades que não exigem água potável. Sendo assim, a água da chuva coletada através do escoamento do telhado e calhas de uma edificação será aproveitada posteriormente para limpeza de calçadas, pisos e carros, descargas de banheiros, jardins, entre outros, através de instalações hidráulicas adequadas. (CARDOSO, 2010)

A habitação unifamiliar possui 44,22 m² de área construída composto por: sala, cozinha, banheiro, 2 dormitórios e área de serviço. A cobertura do telhado é em telha de barro tipo romana com dois panos de água. Edificação retangular (6,48 m x 6,82 m) e beiral de 80 cm em todo o perímetro da edificação. O ponto do telhado está previsto para 1,60 m.

Em se tratando de uma habitação de interesse social, serão utilizados materiais e técnicas construtivas visando o baixo custo e a sustentabilidade. As calhas e condutores serão em PVC com diâmetro 100 mm. As calhas serão posicionadas nas decidas dos panos de água e em cada pano de água haverá dois condutores verticais. Em toda a extensão da calha, será instalada uma grade metálica e deste modo evitar a entrada de galhos e folhas. Os reservatórios superiores serão de 500 litros para água potável e de 500 litros para água não potável.

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A residência terá 01 (uma) cisterna de polietileno de 500 litros de água pluvial armazenada. As águas pluviais, antes de serem armazenadas na cisterna, passam por um filtro, constituído de uma tela, para retirada do material grosseiro. A cisterna apresenta o extravasor e dispositivo de descarga para a limpeza da cisterna. (JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011)

O sistema de armazenamento de águas pluviais para a descarga de vasos sanitários pode estar enterrado ou apoiado no nível do chão. Deve-se recalcar a água para os pontos de utilização. (MAY, 2009)

Finalizando o processo, a água sofre o processo de filtração, para a retirada das partículas de pequenas dimensões. Para um tratamento simples, utiliza-se a cloração para desinfecção da água.

Um conjunto motor-bomba de 0,5 C.V. (cavalo vapor), recalca a água para o reservatório superior. No caso de falta de água pluvial, é utilizada a água potável, que possui um reservatório separado e com tubulação independente, o qual não há mistura com a tubulação de água pluvial. (JABUR, BENETTI e SILIPRANDI, 2011)

A coleta de água de chuva é um sistema de fácil manuseio, custo de implantação baixo, dependendo da tecnologia utilizada e retorno de investimento rápido em regiões onde a precipitação pluviométrica é relativamente elevada e tem como desvantagem a redução de quantidade de água no que concerne a períodos de estiagem. (MAY, 2009)

Em seu item 5.1, a NBR 15527 apresenta a seguinte redação: Deve-se realizar manutenção em todo o sistema de aproveitamento de água de chuva de acordo com a Tabela 3.

Tabela 3 – Frequência de Manutenção

Componente Frequência de Manutenção

Dispositivo de descarte de detritos Inspeção mensal Limpeza trimestral Dispositivo de descarte do escoamento

inicial

Limpeza mensal

Calhas, condutores verticais e horizontais

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Dispositivos de desinfecção Mensal

Bombas Mensal

Reservatório Limpeza e desinfecção anual

Fonte: NBR 15527

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de coleta da água pluvial para fins não potáveis não precisa necessariamente ser de alto custo de implantação, principalmente quando não se inclui o uso da água pluvial em descargas para vasos sanitários, pois neste caso, é necessária a instalação de bomba de recalque para gera carga hidráulica ao sistema.

Um dos principais problemas do sistema é a manutenção da limpeza do telhado, que deve ser periódica com a remoção de contaminantes que prejudicarão a qualidade da água armazenada.

A manutenção do sistema deve ser realizada como indicada na NBR 15527, de acordo com os seus componentes, caso contrário, a qualidade da água final será prejudicada. Deve-se impedir a entrada de galhos, folhas, e animais no reservatório, que, em decomposição e tem como consequência mau cheiro, coloração imprópria, além de microrganismos patogênicos.

Com a utilização de material e mão de obra de qualidade, a captação de água da chuva mostra-se um método seguro de economia de água, e deve-se identificar as tubulações e ponto de consumo de água não potável para evitar acidentes.

A escassez de água de qualidade para o uso de fins nobres gera a economia da água potável e uso de novas soluções individuais, sendo primordial o uso da água pluvial.

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