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29 Seminário de Extensão Universitária da Região Sul O USO DE IMAGENS NO ENSINO DE CIÊNCIAS: ABORDAGENS METODOLÓGICAS PARA A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA

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Academic year: 2021

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O USO DE IMAGENS NO ENSINO DE CIÊNCIAS: ABORDAGENS METODOLÓGICAS PARA A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA Área temática: Educação

Marcela Teixeira Godoy (Coordenador da Ação de Extensão)

Autora:

Marcela Teixeira Godoy1

Palavras Chave – Alfabetização Científica, ensino de Ciências, Imagens Resumo

O presente relato de experiência apresenta o desenvolvimento de um trabalho realizado dentro do Projeto de Extensão Alfabetização Científica em Ética Biocêntrica. Trata-se de uma oficina que enfatiza o uso de imagens no Ensino de Ciências como ferramenta para o aprendizado significativo. O público alvo principal é formado por professores da Educação Básica e Acadêmicos de Licenciatura. Os resultados apontam para uma melhora significativa nas aulas ministradas pelos professores e acadêmicos (regências), pois a oficina possibilitou a esse público, explorar novas formas de trabalhar os conteúdos.

Introdução

Esse trabalho trata da intervenção realizada com professores da Educação Básica, na forma de oficina. Os elementos utilizados, foram a internet e a técnica de animação de stop motion, do sistema operacional Windows.

São numerosas as ferramentas das redes para uso no processo educacional ou na elaboração da didática, mas sua utilização provoca uma forma diferente de conceber o aprendizado, de organizar o currículo:

"As habilidades hoje adquiridas são diferentes daquelas enfatizadas na pedagogia de meados do século XX e requerem freqüentes renovações. As novas técnicas de ensino são, tal como Internet, bidirecionais, colaborativas e interdisciplinares, comenta Reinhardt (1995)".

Segundo Reinhardt (1995) compete aos professores, juntamente com seus alunos, proceder à seleção, interpretação e análise crítica das informações captadas na Rede, explorando seus serviços e ferramentas para finalidades pedagógicas.

1 Mestre em Tecnologia pela UTFPr – Curitiba. Professora da Universidade Estadual de Ponta

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Professores e alunos têm a chance de criar base de dados pessoais para acesso posterior, sobre os mais variados assuntos de seu interesse.

Os conteúdos das mensagens que circulam na Internet não têm fronteiras, limites culturais ou formação acadêmica, social e econômica.

O uso da Internet para fins educacionais é um desafio para professores e instituições educacionais, mas não podemos ser seletivos ou elitistas na transmissão e recepção de informações. Pela sua própria concepção, a Internet tem dimensão socializadora de informações.

Reinhardt afirma ainda que:

"A tecnologia sozinha, seja ela de redes ou não, não é solução para os problemas educacionais. Colher benefícios dos computadores ou das redes requer, antes de tudo, extensivo treinamento dos professores, novos materiais curriculares e, mais, importantes mudanças nos modelos educacionais".

Quando uma escola se conecta à Internet, um novo mundo de possibilidades se abre diante de alunos e professores. Deve-se considerar que, no mundo futuro, o indivíduo, mais do que saber coisas e aprender, precisará dominar os processos pelos quais se aproximará do conhecimento e da informação, acessará uma multiplicidade de informações e o desenvolvimento do gosto pela pesquisa e pelo saber.

Há que se pensar nos recursos disponíveis e no contexto de cada escola.

Segundo Lassmar (1995), com a utilização da Internet os ganhos pedagógicos são: -Metodológico: trabalho de forma interdisciplinar e cooperativa; oportunidade de criar seus próprios projetos e trabalhar o raciocínio. A utilização da Internet como ferramenta, por si só levam a aprendizagem, reestruturação da educação tradicional num ambiente virtual e reestruturação dos currículos, procurando reduzir a rigidez dos currículos atuais e a segmentação dos conteúdos, permitindo um trabalho voltado para a interdiciplinaridade.

-Produção de material didático: produção da home page pelos alunos, onde alunos reúnem informações de maneira mais rápida e eficaz que outras áreas.

-Cultura: adquiridas quando os alunos estão a “busca” de informações com o uso da Internet não há barreiras.

-Interação e a Comunicação: não só a valorização pessoal (“eu” produzindo meu conhecimento), como maior integração entre colegas e com os professores.

-A popularização: da tecnologia foi ganho pedagógico voltado para a disseminação da tecnologia.

Lassmar cita, também, as principais dificuldades: - Ela não se adapta facilmente aos currículos;

- Não se adapta à organização e funcionamento habitual da sala de aula, com todos os alunos a fazer a mesma coisa num ritmo imposto pelo professor.

- Exige muito mais dos professores que deverão ter um domínio “técnico” dos programas, capacidade para criar situações pedagógicas novas, alimentar e orientar as idéias dos alunos, e orientar as idéias dos alunos, e conduzir os seus projetos. - A utilização de programas computacionais nem sempre é de fácil aprendizagem. - Os alunos ainda não estão preparados em desenvolver projetos, utilizando ou não os programas-ferramentas.

As imagens são recursos altamente significativos para quem trabalha com ensino de Ciências. Por imagens, entende-se qualquer forma de apresentação visual de um

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objeto e pode ser representada por meio de fotos, gráficos, vetores, desenhos, filmes e etc.

Metodologia

Foram atingidos 83 professores (de várias áreas do conhecimento) e 20 acadêmicos do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEPG. A oficina tem geralmente a duração de quatro horas, podendo ser estendida para oito. No início da intervenção, os professores colocam suas dificuldades para trabalhar com a internet e há posterior discussão para amenizar tais dificuldades através da troca de experiências. Os principais procedimentos adotados na oficina são:

- Explanação teórica: são trabalhados alguns tópicos referentes à importância da imagem no processo de ensino, especialmente no ensino de Ciências, onde as abstrações tem que ser freqüentes. É uma explanação teórica, expositiva e dialogada;

- Busca de informações na internet: são apresentados aos professores, alguns recursos e sites que poderão auxiliar em um Ensino de Ciências mais significativo. Nessa parte, são trabalhados tópicos relacionados à conversão de arquivos de imagens para serem utilizados e adaptados aos recursos disponíveis que os professores tem em sala de aula;

- Na terceira parte são mostrados fragmentos de vídeos que poderão ser utilizados em sala de aula, bem como sua relação com os conteúdos;

- Na última parte da oficina, os professores são convidados a conhecer e a praticar a técnica de stop motion, através da confecção de uma animação relacionada à temática de ensino.

Como funciona o Stop Motion?

A que se destina?: a montar animações dentro dos conteúdos de Ciências Recursos: máquina fotográfica e o programa Windows Movie Maker.

Materiais: o mais utilizado é a massa de modelar por permitir a mudança das cenas.

Pode-se fazer tambem com lápis, ou canetinha, ou giz de cera, desenhando-se quadro a quadro.

Como funciona: O stop motion é uma técnica de animação onde os modelos são

movimentados e fotografados quadro a quadro. Estes quadros são posteriormente montados em sequencia (aí entra o windows movie maker), criando a impressão de movimento. Nesta fase podem ser acrescentados efeitos sonoros como fala ou música. Quanto mais fotos e mais rápido essas fotos forem animadas, maior a impressão de movimento. Profissionalmente falando, para cada segundo de filme são necessárias aproximadamente 24 quadros. Mas para a produção artesanal na sala de aula, bastam duas fotos em média por segundo para dar a noção de movimento. Exemplos de alguns filmes mais conhecidos pelos alunos, feitos em stop motion, : O Estranho Mundo de Jack, A fuga das Galinhas, A Noiva Cadáver, Wallace e Gromit, o Fantástico Sr, Raposo e etc.

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Se o computador possui o Windows como sistema operacional, o Windows Movie Maker já está instalado. Poucas pessoas sabem disso devido ao simples fato de nunca terem utilizado.

Antes de utilizar o programa, o professor vai precisar das fotos, obviamente. Depois, são orientados a montar cenas que, ao serem animadas, possam dar a idéia de movimento. O material mais utilizado é a massinha de modelar. As cenas são montadas em uma folha de papel sulfite e fotografadas uma a uma, só depois são “jogadas” no programa Windows movie maker. Os participantes vêem o resultado na hora. É importante ressaltar que, após a oficina, os professores são acompanhados nas escolas durante a execução das tarefas propostas

Resultados

As temáticas elaboradas pelos professores são as mais variadas: Fecundação e nascimento, lixo, alimentação saudável, metamorfose da borboleta e do sapo, a lenda da gralha azul, enfim, há um campo enorme para se explorar dentro dos conteúdos de Ciências.

A maioria dos professores sente-se à vontade para utilizar os recursos sugeridos na oficina.

Dependendo da faixa etária e do numero de alunos por sala, os professores utilizam os recursos de várias maneiras: procedem à animação junto com os alunos, tiram as fotos e montam a animação em casa para posterior exibição ou passam como tarefa de casa para os próprios alunos desenvolverem suas animações e exibirem para os colegas em aula.

Depois de trabalhadas algumas vezes, as técnicas de conversão de vídeos e de animação são utilizadas com tranqüilidade pelos professores, que fazem das ferramentas, apoios para o aprendizado mais significativo.

Considerações Finais

Cada vez que nos entregamos a descrições, explicações expositivas de conteúdo, abrimos precedentes para cada aluno construir seus conceitos de acordo com sua história de vida, com seus pré-conceitos, com sua realidade.

Explicar as diferenças entre uma célula animal e uma vegetal para uma criança sem mostrar imagem alguma, ou falar sobre a reprodução das plantas, ou diferenças animais vertebrados e invertebrados, ou explicar como funciona algum sistema do corpo humano sem nenhuma imagem como referência é uma tarefa muito difícil. É importante ressaltar que nem todas as escolas dispõem de computador ou de um projetor multimídia. Muitas vezes os professores levam seu próprio notebook para mostrar às crianças os filmes produzidos por elas, contação de histórias e outros. Sem falar na oportunidade de aprender coisas novas. Dependendo da faixa etária, no caso das animações, aconselha-se produzir tirar as fotos na sala e depois animar, mostrando somente o resultado final para os alunos. Em outros casos é possível fazer com que eles acompanhem todo o processo de animação. Depende do contexto de cada escola.

Os recursos tecnológicos que surgem para o trabalho educativo estão em franca expansão. Caberá ao professor, de acordo com suas possibilidades, atualizar-se a cada dia sob pena de inviabilizar uma ação dialética com seu aluno. Claro que não é

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fácil acompanhar essas novas tecnologias com a rapidez que o mundo requer. Conhecer tudo o que aparece na área em termos de novidade? Impossível. Mas aos poucos vamos explorando e adentrando áreas do conhecimento que jamais pensávamos explorar. Melhor ainda dominar. E melhor ainda, fazer disso uma ferramenta que nos auxilie no ensino e no aprendizado. Ressaltamos que todas as técnicas sugeridas aqui ja foram experimentadas por vários colegas e acadêmicos em turmas com várias faixas etárias. Os procedimentos foram seguidos à risca vez ou outra, mas na maioria das vezes foram adaptados em termos de recursos, conteúdos e formas de explicar. Como trabalhamos com seres humanos, as variáveis estão presentes a todo momento. Uma coisa é certa: os alunos sempre engrandecem nossa proposta inicial. E essa sempre se modifica. O objetivo principal desde trabalho foi atingido ao inciar uma discussão sobre a importância do uso da imagem no Ensino de Ciências. E sugerir algumas formas de trabalhar embasadas em largo referencial teórico. As possibilidades não se esgotam nesse trabalho. Espera-se sempre que as estratégias sugeridas sejam uma semente que será adubada, cuidada e que e faça nascer novos frutos. Para que se transformem em novas sementes. Ciclicamente.

Referências

FROTA-PESSOA. Et all Como ensinar ciências.São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1982.

KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Edusp, 2008. LASSMAR, T. J. Usos educacionais da Internet: A contribuição para o desenvolvimento de programas educacionais. Brasília, 1995. 231p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília (Unb)

RAMAL, A.. C. O que vem aí na Pedagogia. GUIA DA INTERNET.BR. Rio de Janeiro: Ediouro S/A, 1997. Mensal. Ano 1, nº 3.

REINHARDT, A. Novas formas de aprender v.4, nº 3. São Paulo: Byte, março/1995. p.34-51.

Referências

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