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Incidência do uso indiscriminado do levonorgestrel por alunos da EEEFM 4 de janeiro, Porto Velho/RO / Incidence of the indiscriminate use of levonorgestrel by students of EEEFM 4 de janeiro, Porto Velho/RO

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Incidência do uso indiscriminado do levonorgestrel por alunos da EEEFM 4 de

janeiro, Porto Velho/RO

Incidence of the indiscriminate use of levonorgestrel by students of EEEFM 4 de

janeiro, Porto Velho/RO

DOI:10.34117/bjdv6n6-404

Recebimento dos originais: 08/05/2020 Aceitação para publicação: 17/06/2020

Rivaldo Souza Ribeiro

Graduando em Farmácia no Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA

Endereço: Rua Clara Nunes, 7198, Aponiã, Porto Velho, RO, CEP 76824-166 E-mail: rivaldogmsouza@gmail.com

Maciel Souza Silva

Graduando em Farmácia no Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA

Endereço: Rua Dezoito de Janeiro, 4767, Bairro Caladinho, Porto Velho, RO, CEP 76808-152 E-mail: maciel_17@outlook.com

Neuza Biguinati de Barros

Dra. Docente no Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA Endereço: R. das Ararás, 241, Eldorado, Porto Velho, RO, CEP 76811-678

E-mail: neuzabiguinati@gmail.com

RESUMO

Introdução: O levonorgestrel mais conhecido como pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência, sendo utilizado para prevenir de uma gravidez indesejada, desprotegida, entre outras situações. Esse método contraceptivo de emergência é altamente eficaz, porém se fizer um uso prolongado e/ou irracional do levonorgestrel (LNG) pode acarretar grandes prejuízos à saúde da mulher, com ênfase para o câncer de mama e colo uterino. É valido mencionar diminuição da eficácia terapêutica, com possível gravidez indesejada ou até mais uma infertilidade. Objetivos: Essa pesquisa tem como intuito o de relatar a incidência do uso indiscriminado do levonorgestrel nos alunos da EEEF 4 de Janeiro, Porto Velho - RO, podendo ser utilizado para futuros trabalhos acadêmicos e com isso contribuir para que os indivíduos tenham noção dos riscos que esse medicamento pode causar a curto e a longo prazo e seu mecanismo de ação. Metodologia: Tendo como base outros artigos para um melhor entendimento teórico, foram utilizadas plataformas como: Scielo, BVS, Medclin, sendo que de 80 artigos somente 18 entraram nos critérios de inclusão. Da mesma forma, nas entrevistas na escola somente alunos que assinaram a TCLE e na faixa etária entre 18 e 45 anos puderam participar da pesquisa. Resultados: Com base nos dados coletados do questionário, cerca de 50% dos entrevistados não procuram informação profissional; 13% buscou o farmacêutico como sendo sua maior orientação e 61% não sabiam sobre os riscos. Conclusão: Com base nos dados coletados muitos alunos não procuraram informações básicas e essenciais sobre o medicamento, ocorrendo mais tomadas do medicamento em curto prazo, procedimento este que aumenta os riscos de complicações graves a longo prazo.

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ABSTRACT

Introduction: The levonorgestrel better known as the morning after pill is an emergency contraceptive, being used to prevent an unwanted, unprotected pregnancy, among other situations. This emergency contraceptive method is highly effective, but if you make prolonged and / or irrational use of levonorgestrel (LNG) it can cause great damage to women's health, with an emphasis on breast cancer and cervix. It is worth mentioning decreased therapeutic efficacy, with possible unwanted pregnancies or even more infertility. Objectives: This research aims to report the incidence of the indiscriminate use of levonorgestrel in students of the EEEF 4 de Janeiro, Porto Velho - RO, which can be used for future academic work and thereby contribute to the individuals' awareness of the risks that this medication can cause the short and long term and its mechanism of action. Methodology: Based on other articles for a better theoretical understanding, platforms such as: Scielo, BVS, Medclin were used, and of 80 articles only 18 entered the inclusion criteria. Likewise, in school interviews, only students who signed the informed consent form and between the ages of 18 and 45 were able to participate in the research. Results: Based on the data collected from the questionnaire, about 50% of respondents do not seek professional information; 13% sought the pharmacist as their greatest guidance and 61% did not know about the risks. Conclusion: Based on the data collected, many students did not seek basic and essential information about the medication, taking more medication in the short term, a procedure that increases the risks of serious complications in the long term.

Key Words: Levonorgestrel. Scratchs. Contraceptive. Contraceptive. Emergency.

1 INTRODUÇÃO

A pílula do dia seguinte, composta do princípio ativo chamado de levonorgestrel (LNG) é utilizado como profilaxia à gravidez após a relação sexual sem uma devida proteção. Esse medicamento é um contraceptivo de emergência e não deve ser usado com frequência, pois quando usados de modo prolongado pode trazer riscos à saúde da mulher.

Os métodos contraceptivos são ferramentas capazes de prevenir a fecundação, porém o único método que possui uma dupla atividade onde atua como contraceptivo e, ao mesmo tempo, barreira para infecções sexualmente transmissíveis (IST) é o uso da camisinha. Esta age como uma barreira, evitando, ao mesmo tempo, a ascensão dos espermatozoides ao útero e a troca de fluidos corporais entre os parceiros. Essa dupla ação inibe de forma eficiente a transmissão de vírus e outros agentes patogênicos causadores das diversas formas de ISTs. O Ministério da Saúde disponibiliza oito tipos de contraceptivos reversíveis, grátis para população. Alguns exemplos destes artifícios são os preservativos, o contraceptivo oral e de emergência e o dispositivo intrauterino (DIU) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

A procura pelo contraceptivo de emergência (CE) tem aumentado consideravelmente num período de 10 anos. Junto ao aumento da procura, aumentou também seu uso abusivo. Esse aumento pode ser justificado pela facilidade em encontrar o CE em farmácias e drogarias e da dispensabilidade da receita médica para comprá-lo, o que infringe as normas recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isso acontece de certa forma, pois a receita para esse medicamento

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não é retida no estabelecimento. Quando o cliente efetua a compra do medicamento, geralmente não pede informações ao farmacêutico por vergonha, receio, nervosismo ou até mesmo pressa. Também existe a prática da não leitura da bula do medicamento. Esses fatores somados gera uma falta de conhecimento sobre o uso correto da pílula do dia seguinte, contribui como fator de consumo exagerado desse método utilizando todo mês ou até mesmo mais de uma vez num único mês (BRANDÃO, et al., 2017).

O método contraceptivo de emergência é altamente eficaz, porém se fizer um uso prolongado e/ou irracional do levonorgestrel (LNG) pode acarretar grandes prejuízos à saúde da mulher, com ênfase para o câncer de mama e colo uterino. É valido mencionar diminuição da eficácia terapêutica, com possível gravidez indesejada ou até mais uma infertilidade. Com isso deve ser preconizado o uso com cautela, procurar auxílio de um profissional capacitado para orientar, fazer exames de marcadores sorológicos para que faça uso de um anticoncepcional oral (DREZET, 2005).

A disseminação da correta informação sobre o uso adequado do Levonorgestrel deve e pode ser incentivado, orientando e informando as pessoas sobre os benefícios do uso de forma adequada e as consequências que poderão advir do seu uso incorreto ou abusivo, com graves consequências à saúde da mulher. A disseminação das informações abrangendo benefícios do uso correto, os riscos e os efeitos colaterais contribuem de modo significativo, para a diminuição do uso indiscriminado deste ou de qualquer outro fármaco, além de incentivar o uso dos demais métodos contraceptivos.

2 METODOLOGIA

A pesquisa está embasada em um estudo qualitativo e quantitativo, de cunho descritivo, tendo como base em outros artigos para um melhor entendimento teórico. Foram utilizadas plataformas como: Scielo, BVS, Medclin, sendo que de 80 artigos somente 18 entraram nos critérios de inclusão. A pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental 4 de Janeiro. Para entrevista, foram selecionados somente alunos que assinaram a TCLE, na faixa etária entre 18 e 45 anos e somente os que atendiam aos critérios puderam participar da pesquisa, que foi efetuada em 3 salas de aulas, totalizando 86 alunos.

Os dados foram tratados e armazenados no programa Excel®, versão 2010, constituindo uma planilha utilizada posteriormente para confecção das tabelas que compõem este artigo. Foram agrupadas as variáveis: faixa etária, tomadas do medicamento, versão do medicamento, riscos, mecanismo de ação, efeitos colaterais e adversos.

As informações coletadas em questionário foram analisadas e realizadas através de entrevistas enfatizando os fatores de riscos e verificar o nível de conhecimento sobre o medicamento. Contudo os dados foram tabulados e dispostos em gráficos para melhor entendimento.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir são apresentados os resultados da pesquisa realizada com alunos do EEEFM 4 de janeiro, por meio de questionário para melhor entendimento de avaliação nas análises. O universo da pesquisa abrangeu 86 alunos em três salas de aulas.

Foram entrevistados alunos do turno da noite do EJA. Nessa modalidade de ensino é onde se concentra alunos acima de 18 anos de idade. Segmentando o público-alvo pode-se observar que os alunos com maior porcentagem dos entrevistados estão na faixa etária entre 20 – 30 anos, com 41,86% do total; em segundo lugar em números absolutos, vem os alunos com idade entre 18 a 20 anos, cujo índice de participação foi de 34,89%; já os entrevistados na faixa etária entre 30 a 40 anos atingiu o índice de 13,95%; por fim, os 9,3% restantes foram compostos por estudantes acima de 40 anos de idade.

Tabela 1 – Faixa etária dos alunos entrevistados na EEEFM 4 de janeiro

Sexo Masc (%) Fem (%) Total

Faixa etária 38 44,19 48 55,81 86

18-20 anos 16 18,62 14 16,27 30

21-30 anos 18 20,93 18 20,93 36

31-40 anos 02 2,32 10 11,63 12

>40 anos 02 2,32 06 6,98 08

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Embora as atitudes conservadoras que não entraram no planejamento familiar, mesmo nos países onde a pílula do dia seguinte já integra os programas de saúde, sejam o maior obstáculo para a difusão desse método entre as jovens com maior foco (PEREIRA, 2010).

Em relação ao conhecimento sobre esse medicamento pode-se perceber um certo receio dos entrevistados de que houvesse um incentivo para o seu uso. Isso se explica porque, sendo o contraceptivo de emergência um fármaco de último recurso em situação onde o risco da concepção indesejada está presente, o seu uso pode levar as pessoas a interpretar erroneamente essa função e venham a negligenciar os métodos convencionais de prevenção. Essa preocupação existe principalmente em relação aos jovens. No entanto, o objetivo da pesquisa é exatamente o contrário porque tem o condão de esclarecer sobre a importância do correto uso do fármaco em questão e as consequências do uso indiscriminado. Enfatizando que ele não é um substituto dos métodos tradicionais de anticoncepção, estes mais seguros e adequados para o uso constante e prolongado.

Dentre os entrevistados a maioria 88% conhecia sobre o medicamento, 9% não sabiam ou não tinha ouvido falar e 2% deixaram a questão em branco.

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Gráfico 1 – Conhece o medicamento levonorgestrel?

Fonte: Silva; Souza, 2020.

É de suma importância tal conhecimento sobre o método, pois os malefícios variam desde câncer de mama, colo do útero até a infertilidade. Dessa forma, destaca-se a importância do acesso à informação de qualidade em relação ao levonorgestrel (LNG), para que as mulheres possam vir a utilizá-lo de forma adequada. Isto sem abandonar o método regular contraceptivo, se já o faz e, principalmente, sem deixar de utilizar o preservativo, devido à dupla proteção que este oferece no caso de infecções sexualmente transmissíveis (ALVES, BRANDÃO, 2009).

É fundamental que os profissionais de saúde que fazem essa dispensação se empenhem em fazer essa orientação para os jovens e aos casais que utilizam a CE. Contudo, este não é problema exclusivo ou específico da CE, o que se teme, principalmente, é que ocorra o uso abusivo ou indiscriminado do método. Com isso, cogita-se que poderia ocorrer o abandono da camisinha ou a redução expressiva de seu uso, aumentando perigosamente a exposição para as IST/HIV. Essa preocupação, embora legítima, não tem sido confirmada ate o momento (MORAIS, 2010; FIGUEREDO, 2005).

Gráfico 2 – compra e utilização do LNG

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Sobre as mulheres que já fizeram uso desse medicamento foi de 40% e outras 16% não fizeram uso do contraceptivo de emergência. Os homens que compraram para sua parceira fizessem o uso do medicamento teve o percentual de 23% e cerca de 19% não compraram e 2% foi dos entrevistados que deixaram a questão em branco.

O Levonorgestrel (LNG) é a segunda versão da pílula do dia seguinte (pílula pós-coital, pílula anticoncepcional com dosagem mais elevada, indicada após uma relação sexual que ofereça risco de gravidez), que começou a partir da segunda metade da década de 1990, ingerido em duas doses, sendo

88% 9%2%

SIM NÃO não respondeu*

MULHER ES HOMENS SEM RESPOST A SIM 40% 23% 2% NÃO 16% 19%

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1,5 mg de levonorgestrel (LNG), dividido em duas doses de 0,75 mg a serem tomadas com 12 horas de intervalo (GARCIA et al., 2013).

Gráfico 3 – uso de versão diferentes

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Cerca de 42% dos entrevistados fizeram uso do medicamento na versão de 1 comprimido apenas, onde que nessa versão tende a ter uma eficácia melhor, pois evita esquecimento do outro comprimido como na versão de 2 comprimidos onde que 29% dos entrevistados disseram ter feito seu uso e 29% dos entrevistados deixaram em branco onde que alguns não lembravam de qual versão foi utilizada e alguns não tinha usado esse medicamento.

Até o momento o contraceptivo emergencial mais indicado pela Organização Mundial de Saúde é a chamada “terceira fase” deste tipo de medicamento, ou seja, um único comprimido contendo 1,5 mg de levonorgestrel. (BRASIL, 2012).

Dentre as marcas (nomes comerciais) em circulação no Brasil podemos citar do Postinor Uno, Pozzato, Mini-Pil, Diad, Poslov, Nogravide, Prevyol, Pilem, Dopo, Neodia, entre outros (PORTALBEBES.NET, 2019).

Em relação ao tempo de ação e sua eficácia, a maioria informou que o tempo possível de uso após a relação sexual é de 72 horas; um deles disse 12 horas após o ato sexual. Vários afirmaram que a contracepção de emergência é 100% eficaz, mas que sua eficácia vai diminuindo com o tempo (BRANDÃO et al., 2017).

Gráfico 4 - tempo em realizar a administração

Fonte Silva; Souza, 2020. versão de comp.

1 comp. 42%

2 comp. 29%

sem resposta* 29%

31% 31% 8% 3% 27%

dias após relação desprotegida horas*

1 dia 2 dias 3 dias

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Como podemos observar no gráfico, 31% dos entrevistados fizeram o uso do medicamento em horas após relação e 31% um dia depois a relação, 8% após 2 dias e apenas 3% dos entrevistas usaram o medicamento 3 dias (72 horas) após relação, vale a pena ressaltar que esse medicamento tem sua eficácia em até 72 horas e 27% dos entrevistados deixaram essa questão em branco porque não tomaram esse medicamento.

Gráfico 5 - efeito desejado

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Com relação ao efeito desejado, observa-se que 67% dos entrevistados disseram que o medicamento teve sua eficácia trazendo o efeito desejado, apenas 6% disseram que não obtiveram o efeito desejado e 27% dos entrevistados deixaram essa questão em branco.

Apesar do levonorgestrel (LNG) ser usado por mulheres para prevenir a gravidez após a relação sexual sem proteção, elas tendem a fazer o uso com esse único propósito sem prestar atenção nos riscos e efeitos colaterais, tendendo assim, a fazer o uso constante do medicamento, não apenas nas emergências.

Ressalta-se aqui que esse medicamento é um contraceptivo de emergência e assim deve ser utilizado, abstendo de nova ingestão em certo intervalo de tempo de, no mínimo, seis meses. Vale a pena ressaltar que esse medicamente terá eficácia apenas para que não ocorra uma possível gravidez indesejada, mas não trará eficácia alguma para infecções sexualmente transmitidas (IST) (ALVES, BRANDÃO, 2009).

Gráfico 6 - uso do medicamento no último ano

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Essa questão foi apontada as tomadas do contraceptivo de emergência no ultimo, onde que 23% dos entrevistados fizeram uso desse medicamento uma vez, e 3% fizeram uso mais de uma vez no período de um ano. 74% foram dos entrevistados que nunca tomaram esse medicamento, conjuntamente com os que tomaram há mais de um ano.

67%

6% 27%

SIM NÃO não respodeu

23%

3%

74%

Tomadas no periodo de 1 ano 1 vez mais de uma* em branco

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Uma pesquisa foi realizada pelo portal G1 (2008) no estado de São Paulo sobre o uso repetido e os riscos inerentes à saúde da mulher, a perda da eficácia em adolescentes que estão abusando do uso da pílula. O contraceptivo de emergência não é para ser usada repetidas vezes. A taxa de eficácia diminui e a carga de hormônio exagerada pode causar vômitos e sangramentos. Essa pesquisa têm os parâmetros no gráfico abaixo:

Gráfico 7 - efeitos que se apresentou após o uso do medicamento

Fonte: BRASIL, ANVISA, 2015.

Esses sintomas são os mais citados dentre os usuários, muitas vezes esses sintomas/efeitos podem estar surgindo em conjunto.

Os jovens que fazem o uso do medicamento sem ter uma orientação médica profissional tendem a ter relações sexuais desprotegidas e administra o medicamento toda vez após a relação. Vale ressaltar também que o CE não oferece qualquer proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo o temível vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Como há um grande preconceito e certo receio da população quando o assunto está relacionado a sexo se evita até a dar a devida e correta informação ao usuário do medicamento. Quem tem mais contato com essas pessoas são os balconistas de farmácia, porém, as informações que eles possuem sobre LNG são de uma forma geral desatualizada e pouco confiável. Estas, geralmente, são adquiridas com os próprios colegas nas farmácias, pelo fato de ter se tornado um dos medicamentos mais vendidos.

Esse Fármaco, como método pode ser administrado por mulheres em qualquer fase do ciclo menstrual e vida reprodutiva. Entretanto, é suposto dois mecanismos de ação para desempenho de sua atividade terapêutica. O primeiro mecanismo proposto retarda ou impede a ovulação, enquanto o segundo, facilita o espessamento do muco cervical, o que dificulta a locomoção do espermatozoide (BRANDÃO et al., 2017).

Há vários pesquisadores que tem explorado essa interferência do CE nos processos da ovulação. Os resultados de alguns indicam que o efeito anovulatório depende do momento do ciclo em que o

7% 7% 7% 2% 12% 29%

1% 35% Dor de estômago leve

Dor ou sensibilidade no peito Náusea / Vomito

Diarreia Dor de cabeça

Mudanças nos seus períodos menstruais. outros sintomas

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CE é administrado, podendo induzir ou atrasar a menstruação. Quando utilizado na primeira fase do ciclo menstrual o levonorgestrel (LNG), associado ou não ao etinil-estradiol (EE), tem capacidade demonstrável de suprimir o pico do hormônio luteinizante (LH), fundamental para que ocorra a ovulação, por sua vez o estrogênio quando está em seu pico faz com que aja uma maturação do epitélio que, quanto maturo, ocorre uma descamação (DREZETT et al., 2011).

Gráfico 8 – busca de informações sobre o medicamento

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Neste quesito 22% dos entrevistados buscaram informações sobre o medicamento e 50% dos simplesmente fizeram uso e 27% dos entrevistados deixaram em branco, pois não fizeram uso de tal medicamento.

Gráfico 9 – origem da orientação

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Essa questão foi destinada aos 22% dos entrevistados que disseram que tinham buscado informações sobre o medicamento, no qual esses 22% foram subdivido especificando a origem das informações. Podemos observar que 13% buscou o farmacêutico como sendo sua maior orientação, o que é considerado como uma informação profissional confiável, porém, 7% buscaram informações de amigos que já fizeram uso desse medicamento.

É fundamental que os profissionais de saúde que fazem essa dispensação se empenhem em fazer essa orientação para os jovens e aos casais que utilizam o LNG.

sim/não SIM 23% NÃO 50% EM BRANCO 27% 13% 2% 7% Prestadores da informação

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Contudo, este não é problema exclusivo ou específico do LNG. Todos os demais métodos anticoncepcionais, com exceção dos preservativos masculino e feminino, enfrentam a mesma limitação e também não protegem contra as IST/HIV.

Mesmo assim, todos esses métodos continuam indicados e com critérios bem definidos, sem que se deixe de observar todos os cuidados necessários de aconselhamento para prevenção das IST/HIV.

De certa forma, o mesmo ocorre com o LNG. Porém, o fato de o LNG não proteger a mulher das IST/HIV, evidentemente, desperta a preocupação de provedores e profissionais de saúde. O que se teme, principalmente, é que ocorra o uso abusivo ou indiscriminado do método. Com isso, cogita-se que poderia ocorrer o abandono da camisinha ou a redução expressiva de cogita-seu uso, aumentando perigosamente a exposição para as IST/HIV. Essa preocupação, embora legítima, não tem sido confirmada ate o momento (MORAIS, 2010; FIGUEREDO 2005).

Os efeitos secundários mais frequentes para as mulheres que usam o LNG são

náuseas, em 40 a 50% dos casos, e vômito, em 15 a 20%. Esses efeitos podem ser minimizados com o uso de antieméticos cerca de uma hora antes da tomada do LNG. Mas não está claro que se consiga reduzir a incidência de náuseas e vômitos associando o LNG com alimentos.

Outros efeitos secundários podem ocorrer, embora com menor frequência. Cefaleia, dor mamária e vertigens são de curta duração e têm remissão espontânea nas primeiras 24 horas após o uso do LNG. De modo geral, o LNG é bem tolerada pela maioria das mulheres e, excepcionalmente, ocorrem efeitos indesejáveis mais intensos ou severos, com ênfase para o câncer de mama e colo uterino. É valido mencionar diminuição da eficácia terapêutica, com possível gravidez indesejada ou até mais uma infertilidade.

Gráfico 10 - conhecimento sobre riscos

Fonte: Silva; Souza, 2020.

Cerca de 39% dos entrevistados sabiam sobre os riscos que esse medicamento pode causar quando usado indiscriminadamente e 61% não sabiam sobre os riscos.

SIM / NÃO

SIM 39%

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4 CONCLUSÃO

Diante ao objetivo definido neste trabalho, a partir da pesquisa com os alunos do EJA realizada na EEEF 4 de janeiro, Porto Velho – RO, observa-se o uso negligente do medicamento. A sua aquisição e uso de forma demasiada, sem ter as devidas informações sobre o correto uso e as consequências que podem advir quando esse uso se dá de forma não recomendada, o que denoda desconhecimento da população em relação ao fármaco e aos riscos que ele pode ocasionar à saúde da mulher.

Olhando atentamente aos gráficos demonstrados através desta pesquisa, constata-se que o uso do contraceptivo está presente da maioria dos casos relatados, entre os estudantes adultos dessa unidade escolar e que estes muitas vezes não tem conhecimento dos riscos causados ao utilizá-lo. Outro dado negativo é que não fazem questão de conhecer ou se informar sobre o medicamento antes de consumi-lo.

A partir da pesquisa podemos salientar a importância que o farmacêutico tem na sociedade, sendo ele o profissional com o conhecimento técnico adequado e que precisa possuir um canal eficiente aberto com a população a fim de esclarecimentos sobre o uso deste ou de quaisquer outros fármacos. Somente dessa forma, os pacientes/usuários esclarecidos é que permite que estes façam o consumo de drogas de forma consciente, a fim de melhor se posicionarem perante os desafios da saúde que lhes são apresentadas ao longo da vida, dentre as quais, a importantíssima questão dos métodos contraceptivos como meio de se evitar a gestação indesejada e o controle populacional.

REFERÊNCIAS

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adolescentes e jovens: interseções entre políticas públicas e atenção à saúde. Caderno de Saúde Pública, v. 14, n. 2, p. 661-670, 2009.

BRANDÃO, E. R. et al. “Bomba hormonal”: os riscos da contracepção de emergência na

perspectiva dos balconistas de farmácias no Rio de Janeiro, Brasil, 2016.

BRANDÃO, E. R. et al. Os Perigos Subsumidos Na Contracepção De Emergência. Horizontes

Antropológicos, p. 131–161, 2017.

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva,. Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de

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DREZETT, F. J et. al. Mecanismo de ação da anticoncepção de emergência, 2011.

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LUPIÃO AC, OKAZAKI ELFJ. Métodos anticoncepcionais: revisão. Rev Enferm UNISA, 2011.

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PORTALBEBES.NET: Nomes Comerciais Do Levonorgestrel, acesso em 08/04/19.

TAVARES, et. al. Pílula Do Dia Seguinte: Uma Alternativa Segura, Revista Thêma et Scientia – Vol. 2, no 2, 2012.

Imagem

Tabela 1 – Faixa etária dos alunos entrevistados na EEEFM 4 de janeiro
Gráfico 2 – compra e utilização do LNG
Gráfico 4 - tempo em realizar a administração
Gráfico 6 - uso do medicamento no último ano
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