• Nenhum resultado encontrado

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOCENTE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOCENTE"

Copied!
111
0
0

Texto

(1)

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOCENTE

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

(2)

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOCENTE

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

São Paulo-2008

(3)
(4)

À minha família, pelo apoio e incentivo.

À Flávia, minha amiga do peito, companheira de vida, por sempre acreditar em mim, pela parceria, cuidado, apoio, força, paciência e troca constante.

Ao meu amigo-professor de geografia Eduardo Yuji, pela ajuda na definição do percurso a ser percorrido em busca de meus objetivos e realizações, pelo apoio e incentivo.

À Gabi e Néia, amigas de infância, companheiras fiéis, pela presença e apoio.

À todas amigas do curso de Pedagogia, pelo companheirismo e afeto demonstrado.

À Fany e Eli pela amizade e parceria nas horas de angústia, dúvida, troca, aprendizagem e reflexão, pelos milhares de momentos alegres e divertidos que passamos juntas ao longo dos quatro anos de curso.

À Lua, lua, luah... Luana, amiga querida, mais um “encontro” que a vida me proporcionou, pela ajuda carinhosa no desenvolvimento desse estudo, pela sincera amizade.

À Carolzinha e ao Bruno, pelo carinho, pela disponibilidade de ouvirem e refletirem junto comigo sobre esse estudo e pela contribuição dada na finalização dele, pela amizade.

À todos os amigos da PUC-SP, dos cursos de História, Serviço Social, Ciências Sociais, Letras, Filosofia, Artes do Corpo, Administração, pelo carinho, pelas risadas, pela troca de idéias, pelas festas e cervejadas, pela possibilidade de perceber a vida e o mundo por diversas visões e linguagens, pelas experiências proporcionadas em nosso alegre convívio.

(5)

sua profissão.

Ao Prof.º Ruy Cezar do Espírito Santo, por fazer eu perceber que dentro mim existe uma linda e colorida borboleta.

À Prof.ª Branca Ponce, pela dimensão do Sagrado e da Ética na Educação e na vida.

À Prof.ª Nádia, pelo reconhecimento, incentivo e carinho.

À Prof.ª Patrícia Biotto, pela amizade, compreensão, apoio e trocas significativas.

Ao meu orientador Prof.º Ronaldo Ferreira Negrão, pelo comprometimento, competência, paciência, pelos valiosos momentos de aprendizagem e orientação, por ter acreditado e confiado em mim, e pela imensa contribuição na minha formação como Pedagoga.

(6)

O presente estudo objetiva refletir sobre a importância da Educação Ambiental na formação de professores para a construção de uma prática educativa voltada para a transformação social, centrada nas necessidades humanas e ambientais. Tendo como recorte o papel do Coordenador Pedagógico.

Para tanto, foram feitas investigações sobre a Educação Ambiental, seu histórico e desenvolvimento no mundo e no Brasil, os efeitos na sociedade e o reflexo provocado na escola.

O tema foi escolhido diante da extrema urgência em que se coloca a questão ambiental para a manutenção da vida na Terra e pelas possibilidades que a educação traz para reverter esse quadro.

Apresentando como proposta um projeto para a integração do tema ao Projeto Pedagógico da Escola.

(7)

This study aims to reflect on the importance of environmental education in teacher training for the construction of an educational practice dedicated to social transformation, focusing on environmental and human needs. Having cut as the role of the Educational Coordinator.

For this, so made investigations on Environmental Education, its history and development in the world and in Brazil, the effects on society and the reflection caused at school.

The theme was chosen ahead of extreme urgency in which he raises the environmental issue to the maintenance of life on Earth and the opportunities that education brings to revert this situation.

Featuring as a project proposal to integrate the theme of the School Educational Project.

(8)

I)Introdução

A trajetória percorrida...1

Estágios realizados... 5

Análise Institucional...6

O que ficou...19

O Motivo...21

Metodologia...22

II)Uma Educação voltada para cidadania O homem e a Educação...23

Concepções e conceitos de Avaliação Educacional... 27

Trabalho, Sociedade e a importância da Orientação Vocacional...30

O papel do Coordenador Pedagógico e a construção de uma escola cidadã...37

III-) Educação Ambiental e a Formação de Professores Referencial teórico...45

As conferências internacionais e suas contribuições para a Educação Ambiental....49

Contexto da educação Ambiental no Brasil...60

Sociedade do consumo...64

Educação Ambiental e Escola ...66

O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada em Educação Ambiental...70

Proposta de Ação...73

Osbastidores...78

Considerações Finais...80

(9)

Viajar, no fundo, é ver que é igual

O drama que mora em cada um de nós

Descobrir no longe o que já estava em nossas

mãos

Minha vida brasileira é uma vida universal

É o mesmo sonho, é o mesmo amor

Traduzido para tudo o que o humano for

Olhar o mundo é conhecer

Tudo o que eu já teria de saber

Estrangeiro eu não vou ser

Eu não vou

Cidadão do mundo eu sou”

(10)

I - INTRODUÇÃO

A Trajetória percorrida

Meus primeiros questionamentos sobre o mundo, sobre a vida, sobre quem

eu era e o que eu queria ser surgiram quando tive que fazer minha primeira escolha

profissional. Partindo do pressuposto que para ser alguém era preciso ter uma

profissão, aos quinze anos e indo para o Ensino Médio esbocei meu primeiro projeto

de vida: faria o colegial técnico em nutrição e depois faculdade de Engenharia de

Alimentos.

Em busca do idealizado fiz vestibulinho para nutrição em uma Escola Técnica

Estadual, mas como não obtive “sucesso” na prova acabei terminando meus estudos

do Ensino Médio na escola que havia realizado os de Ensino Fundamental

(particular/ católica), me formando como auxiliar em Patologia Clínica (era a

habilitação que mais preparava para o vestibular!).

No final do mesmo ano que conclui o Ensino Médio prestei a tal sonhada

faculdade: USP, Engenharia de Alimentos. Como o vestibular me vencera comecei

a trabalhar e a fazer cursinho pré-vestibular no período da noite, no final do ano de

1999 prestei vestibular novamente: USP, UNESP, UFSC, Engenharia de Alimentos.

Mais uma vez sem sucesso. Essa história se repetiu no ano seguinte.

Sendo assim, resolvi rever meu projeto de vida inicial, passei a perceber que

a certeza de que queria ser uma engenheira estava sendo diluída. O mundo, a vida,

as pessoas e suas relações estavam me trazendo outros tipos de questionamentos,

o conceito ”ser alguém” sofrera alteração. Passei a me interessar por estudos

relacionados ao ser humano, sua psique, sua relação com o mundo e com as

pessoas e dessa forma, resolvi mudar meu trajeto profissional, iria para a Psicologia

e depois faria uma pós em Psicopedagia. Dessa forma prestei as mesmas

faculdades de sempre, mas agora apostando na Psicologia.

Não dando certo meu segundo projeto, mudei de estratégia, resolvi parar de

estudar por um tempo e comecei a trabalhar em uma casa de câmbio na Avenida

(11)

objetivo era entrar para o mercado de trabalho, eu estava nele. O que eu queria ser

quando crescesse... ? Fica para depois. Agora não há tempo, é preciso trabalhar!

Dois anos se passaram. Tinha conquistado um cargo importante dentro da

empresa que trabalhava, mas se quisesse me afirmar no mercado financeiro teria

que fazer uma faculdade. Foi quando a idéia de voltar a estudar começou a ganhar

força, matriculei-me então novamente em um cursinho pré-vestibular.

A princípio estava almejando fazer uma faculdade que possibilitasse chances

de crescimento profissional, para um rápido retorno, depois correria atrás da minha

realização pessoal.

Porém, ao decorrer do ano de 2004, algumas transformações aconteceram

dentro de mim. Foi um ano especial, conheci algumas pessoas que me

possibilitaram ter um maior entendimento do mundo e de mim. Em especial, um

amigo, um professor de geografia, sob sua mediação fui estimulada a olhar para

dentro de mim e olhar para a realidade, refletir e assim descobrir quais eram as

minhas “paixões”, o que me movia, o que fazia sentido para mim, em que acreditava,

e o que tudo isso trazia de possibilidades para minha vida.

Nessa viagem interna descobri a Educação como uma de minhas paixões.

Estava claro, somente ela me traria as respostas ou pelo menos as tentativas de

respostas aos meus tantos questionamentos sobre o homem e o mundo e me traria

as possibilidades de intervenção nessa realidade que tanto me incomodava, a fim de

uma transformação social e um maior cuidado com o ser humano. O lugar era dentro

da sala de aula. Estava mudada, decidida, queria ser educadora.

O final do ano chegou e o vestibular também. Mesmo ganhando relativamente

bem no meu emprego de operadora de câmbio manual, ainda não daria para pagar

uma faculdade particular, como a PUC-SP, que era a que eu queria. Então, prestaria

a Pedagogia na USP. Mas, com medo de não obter sucesso novamente e sem

ânimo de ter que fazer mais um ano de cursinho para prestar outro vestibular resolvi

que prestaria também Economia no Mackenzie, pois tinha ouvido falar que além de

ser fácil de entrar, tinha como conseguir bolsa e, além disso, poderia tentar uma

ajuda da empresa em que trabalhava para pagar a mensalidade.

Ganhei então de presente do meu amigo professor a inscrição para o

(12)

de conseguir uma bolsa e partir em busca do meu atual objetivo: ser uma

profissional da Educação.

Como era de costume, o vestibular da USP me venceu, mas para minha

surpresa e alegria venci os do Mackenzie e da PUC-SP! A porta do conhecimento se

abrira.

Novamente me deparava com a questão da escolha profissional, teria que

decidir: ir atrás das possíveis respostas aos meus questionamentos para situar-me

dentro da realidade e encontrar possibilidades de mudanças, realizando-me assim

profissionalmente e pessoalmente ou, permanecer em um campo, ambiente de

trabalho que não sentia como sendo “meu” apenas para alcançar a possível

estabilidade financeira mais rápida e depois ir atrás do que realmente almejava?.?.

O medo do novo, do desconhecido, de fracassar e decepcionar os meus

familiares fez minhas pernas bambearem diante da tal escolha. Era o meu eu interior

brigando com todo o exterior (contexto) que me envolvia.

Foi quando meu amigo-professor interviu mais uma vez. Com toda sua

paciência e disponibilidade sentou ao meu lado e me ouviu, meus medos, minhas

dúvidas, meus anseios, meus projetos, minhas vontades, e foi a partir dessa

conversa que traçamos juntos as possibilidades que tanto a Pedagogia quanto a

Economia trariam para minha vida. Escolhi a Pedagogia.

Com o decorrer do curso foi ficando cada vez mais claro que atuar no

Mercado Financeiro, definitivamente não era vida para mim. A escolha tinha sido

certa, o encanto e a paixão pela Educação foram crescendo a cada dia.

No segundo ano iniciaram-se os estágios, e isto significava partir para a

realidade, para a prática. Realizei a maior parte dos estágios em Escola Pública

(Prefeitura e Governo) e um semestre na Escola Particular, no Colégio São

Domingos.

Ter estado dentro da sala de aula pública e particular me fez perceber que

algo andava muito mal na Educação Brasileira de um modo geral. Mesmo diante de

um contexto recheado de transformações, a escola estava totalmente descolada da

realidade do aluno, sendo ainda uma reprodutora dos saberes, mantenedora do

status quo, transmitindo valores e crenças da classe dominante da sociedade,

(13)

Confrontando meus estudos teóricos com as observações e pesquisas da

realidade que vivi, levantei a hipótese de que um dos grandes problemas da escola

está na formação de seus profissionais, principalmente de seus professores.

Percebi o quanto era necessário fazer o professor se descobrir e pensar como

um profissional da Educação, um profissional que tem como um dos objetivos

desenvolver nos sujeitos a consciência do agir, focado em valores humanos. Sua

função não se reduz a mera transmissão do conhecimento, é algo muito maior, que

perpassa por todos os âmbitos sociais e que tem como perspectiva a transformação

social.

Passei então a me interessar mais por esse tema, todas a minhas reflexões

acabavam passando por esse terreno e apesar de querer muito atuar na sala de

aula, a possibilidade de trabalhar com a formação de professores me atraiu.

É preciso que o professor pense, critique, reflita sobre o seu contexto, a sua

realidade e o seu papel. Somente conhecendo, entendendo e avaliando sua prática

poderá agir dentro do campo social. Formar um professor, na minha concepção não

é apenas armá-lo com conteúdos, métodos e teorias, é possibilita-lo também o

entendimento de todos os porquês que historicamente construídos o remete ao

contexto educacional que irá atuar.

Dentro da perspectiva apresentada optei no quarto ano em fazer Habilitação

em Supervisão e Orientação Educacional, pois me possibilitaria:

O desenvolvimento do olhar de formador, de coordenador, diferente daquele

desenvolvido durante os três primeiros anos da graduação, o de professor;

Um maior entendimento da estrutura e organização da Educação Brasileira;

A atuação no campo da Orientação Profissional, entendida como um

(14)

Estágios Realizados

Realizei meus estágios de Supervisão Escolar e Orientação Educacional no

Senac Santa Cecília, escola onde trabalho desde 2007.

As atividades que desenvolvo estão concentradas na Secretaria Educacional

e envolvem uma atuação direta com a supervisão, coordenação, professores e

alunos, possibilitando assim a articulação com o estágio em Supervisão Escolar.

Já o estágio em Orientação Educacional foi realizado no Programa de

Aprendizagem em Comércio de Bens e Serviços, projeto desenvolvido a partir das

mudanças mais recentes nas leis que regulamentam a contratação de menores por

empresas de grande e médio porte. Sendo norteado pela necessidade de

profissionalização de adolescentes, busca garantir a sua entrada no mercado de

trabalho pelo processo educativo e pela oportunidade da escolha.

Antes de relatar as impressões, percepções, reflexões trazidas pela

experiência desses estágios e a contribuição para minha formação, acredito ser

(15)

Análise Institucional

Um pouco de História

O Senac foi criado pelo Governo Federal no contexto das grandes

transformações sociais, políticas e econômicas que marcaram a década de 40, pelo

Decreto–Lei no 8.621, de 10 de janeiro de 1946. Surgiu da necessidade de preparar

pessoas para as atividades de comércio de bens e serviços, com o compromisso de

organizar e administrar, em todo o território nacional, escolas de aprendizagem

comercial, preparando menores, entre 14 e 18 anos, para o trabalho e, ao mesmo

tempo, oferecendo oportunidades de aperfeiçoamento de adultos.

Durante as décadas de 50 e 60, ampliou sua atuação. Em 1955, iniciou a

oferta do Ginásio Comercial para aprendizes, comerciários e dependentes de

comerciários e, a partir de 1959, os Cursos Técnicos regulares de Contabilidade,

Administração e Secretariado.

A década de 70 foi um período de rápido desenvolvimento econômico e

empresarial. Marcantes mudanças na legislação afetaram a educação profissional. A

Lei Federal nº. 5.692/71 generalizou a profissionalização no nível do ensino médio

regular, então 2º grau, com isso propiciando ao Senac concentrar-se na

profissionalização independente do ensino regular. Substituiu os cursos técnicos

regulares pela correspondente oferta de diversificados cursos de qualificação

profissional, inclusive os que conduziam à habilitação técnica.

Diversificou seus serviços, transformando, suas então denominadas Escolas,

em Centros de Formação Profissional - posteriormente, Centros de Desenvolvimento

Profissional, e acrescentando o atendimento às empresas em geral e à própria

comunidade. Nesta década, o Senac São Paulo passou a exercer supervisão

educacional própria, delegada pela Secretaria Estadual de Educação.

Na década de 80, foram instituídas Unidades Especializadas, responsáveis

pelo desenvolvimento de produtos e da programação da respectiva área. Iniciou-se

expressiva expansão da rede física, que prosseguiu na década seguinte, com a

(16)

Com a implantação do Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria, a partir de

1989, a instituição ingressou na Educação Superior, o que veio a propiciar a criação

das Faculdades Senac, atualmente integradas no Centro Universitário.

Nos anos 90 novos métodos de gestão empresarial foram incorporados à

organização. Enfatizou-se o estabelecimento de parcerias, o marketing, a ampliação

da rede física de unidades, o investimento em equipamentos, a ampliação do

trabalho de educação sócio-comunitário. Foram criadas as Unidades Regionais, com

função de operacionalização dos programas desenvolvidos pelas Unidades

Especializadas e responsáveis pela coordenação da ação das Unidades

Operacionais a elas vinculadas.

No inicio do ano 2000, a instituição mobilizou-se para a construção da nova

Proposta Estratégica, definindo a sua missão: “Proporcionar o desenvolvimento de pessoas e organizações para a sociedade do conhecimento, por meio de ações educacionais comprometidas com a responsabilidade social”.

O conceito de “sociedade do conhecimento” indica a preocupação da Instituição em manter-se atualizada e integrada às transformações que têm lugar

nos sistemas produtivos, a partir de duas vias. A primeira expressa a valorização

dos atributos que possibilitam a inovação e a aprendizagem de indivíduos e

organizações, em um contexto no qual o conhecimento é cada vez mais valorizado.

A segunda reconhece que a alta tecnologia e os serviços têm papel cada vez mais

decisivo no crescimento econômico, sendo que, nos serviços, a proximidade com os

clientes, a qualidade do atendimento e a personalização das soluções são

elementos que contribuem para a diferenciação das organizações e para sua

vantagem competitiva. (Projeto Pedagógico, p.7)

Nesse sentido, compromete-se publicamente com os seguintes princípios da

qualidade:

1. Educação: construção, disseminação e aplicação de conhecimento que

favoreça o desenvolvimento de competências e autonomia, visando a educação de

um cidadão ético e produtivo.

2. Responsabilidade social e ambiental: atuação efetiva no processo de transformação econômico-social, com uma atitude cidadã que contribua para o

(17)

3. Pessoas: investimento permanente em conhecimento e contínuo aprimoramento humano e profissional de colaboradores, clientes e organizações.

4. Gestão do conhecimento: aprimoramento contínuo dos processos de trabalho frente às mudanças no ambiente econômico, social, cultural e tecnológico.

5. Internacionalização: participação, sintonia e reciprocidade com o mercado globalizado.

6. Práticas avaliativas: avaliação sistemática da ação institucional, buscando

referenciais de excelência internos e externos.

Cursos Oferecidos

O Senac São Paulo atua nas seguintes Áreas de Negócios:

• com foco em públicos com afinidade em criação, expressão e senso

estético: Comunicação e Artes, Design, Moda, e Idiomas;

• com foco em públicos que buscam ferramentas e processos administrativos

e de gestão: Administração e Negócios, Informática e Tecnologia aplicada a educação à distância;

• com foco em públicos que prestam serviços para o setor de hospitalidade e

entretenimento: Turismo, Hotelaria, Gastronomia e Lazer;

• com foco em públicos que buscam o desenvolvimento sustentável das

comunidades e o bem-estar pessoal e coletivo: Saúde, Meio-ambiente, Educação e

Desenvolvimento social.

No nível da Educação Superior, além da graduação e da pós-graduação

Tecnológica, o Senac São Paulo oferece as demais modalidades de graduação -

Bacharelado e Licenciatura; a Pós-Graduação – lato e stricto sensu; e programas de Extensão, abrangendo diferentes Áreas de Conhecimento.

Em 2005, nova configuração organizacional foi implantada com a

transformação das Unidades Especializadas e das Regionais em Unidades

Operacionais, e a criação de quatro Gerências de Desenvolvimento e de três

(18)

As Gerências de Desenvolvimento agrupam áreas afins de conhecimento e

de atuação profissional, e são responsáveis pelo desenvolvimento e atualização de

cursos, programas, produtos e serviços educacionais, nas diferentes áreas de

negócios. Mais especificamente, sua função é pesquisar demandas de educação

profissional a partir de dados e tendências emitidas pelo mercado, elaborar produtos

e serviços que correspondam a isso e promover sua implantação na rede.

As Gerências Operacionais correspondem às três regiões do Estado, são

responsáveis pela rede de Unidades Educacionais do Senac São Paulo e têm a

função primordial de articular e monitorar a distribuição de serviços e produtos

educacionais pela rede de Unidades.

Como já dito anteriormente, a supervisão educacional própria, conforme

delegação recebida da Secretaria Estadual de Educação, que tem como órgão

responsável a Gerência de Desenvolvimento Educacional, tem seu processo

(19)

SENAC - SANTA CECÍLIA

A Unidade Santa Cecília é uma escola especializada em Design de

Interiores, Paisagismo e Visual Merchandising. Oferece cursos livres, técnicos,

pós-graduação latu-sensu e o Programa de Aprendizagem em Comércio de Bens e Serviços. Está localizada na Alameda Barros, nº 910, no bairro Santa Cecília, São

Paulo.

Estrutura Física

Possui Laboratórios de Artes Decorativas, Paisagismo, Design, Vitrinismo

Informática, Auditório e Biblioteca Especializada, além de salas de aulas

convencionais.Todos os espaços são acessíveis a portadores de deficiência.

Estrutura administrativa

Direção: Responsável pelo cumprimento do Projeto Pedagógico da Unidade, da legislação e normas educacionais; pela coordenação e supervisão de ensino e

aprendizagem; pelo zelo da prevalência do diálogo; gerenciamento dos recursos

financeiros; estimular e proporcionar a formação continuada da equipe escolar;

coordenar a elaboração, execução, avaliação e atualização do Projeto Pedagógico.

Supervisão: Participar da elaboração, execução, avaliação e atualização do Projeto Pedagógico; interpretar a legislação e as normas educacionais; acompanhar,

analisar e avaliar processos de avaliação, de recuperação da aprendizagem; orientar

e acompanhar o trabalho dos professores articuladamente com a Secretaria

Educacional; assegurar a realização dos planos de curso; atuar com toda a equipe

nas atividades educacionais da escola.

Coordenação: Constituída por especialistas de áreas profissionais, denominados Técnicos de Desenvolvimento Profissional, a quem compete orientar,

(20)

qualidade do processo e dos resultados de aprendizagem; trabalhar articuladamente

com a Supervisão, participando da elaboração, execução, avaliação e atualização

do Projeto Pedagógico, do acompanhamento do trabalho dos professores;

coordenar as reuniões pedagógicas; participar do processo de contratação

afastamento e substituição de professores.

Secretaria Educacional: É o setor responsável pelo processamento da documentação relativa aos cursos e aos alunos; pela participação na elaboração,

execução, avaliação e atualização do Projeto Pedagógico; aplicação da legislação

educacional; pela orientação do trabalho dos professores; participação nas reuniões

pedagógicas; expedição e organização da documentação escolar assegurando sua

regularidade e autenticidade.

Setor Administrativo: É o setor responsável em coordenar e executar as atividades de administração de pessoal, financeira e orçamentária, atividades de

manutenção e conservação dos materiais e equipamentos, e limpeza das

dependências físicas. Todas atividades são realizadas em parceria com os outros

agentes educacionais.

Conselho Pedagógico: Composto pela Diretora, pela Supervisora, pela Secretária Educacional, por representantes da Coordenação, dos professores e dos

alunos, tem como função avaliar o desempenho geral da execução do Projeto

Pedagógico; apoiar e monitorar as avaliações da aprendizagem e analisar situações

disciplinares.

Equipe de Ecoeficiência: Responsável pela elaboração, desenvolvimento e coordenação de práticas educacionais voltadas ao meio ambiente.

(21)

Projeto Pedagógico

Concepção de Homem

... O homem é um ser que se relaciona com o mundo de modo consciente, intencional, reflexivo e potencialmente responsável. Pelo pensamento, pela linguagem e pelo trabalho dá sentido, conhece e modifica o mundo, entendido como

o ambiente ou circunstâncias no qual o homem vive, convive e transforma pela sua ação...(PROJETO PEDAGÓGICO SENAC, 2005, p.3)

Concepção de Trabalho

... O trabalho é a ação tipicamente humana que promove e estrutura formas de convivência e de relações entre os homens. O mundo do trabalho é dinâmico e baseia-se, cada vez mais, em pesquisa e desenvolvimento. As organizações tendem a ser mais horizontais e estruturadas em forma de rede. A valorização da autonomia profissional, da flexibilidade, da recomposição da complexidade do trabalho, da rearticulação entre concepção e execução das atividades e da ampliação do conhecimento sobre as mais diversas áreas são efeitos possíveis e desejáveis dessas mudanças. Os vínculos empregatícios tradicionais tendem a ser substituídos por novas formas de relações laborais: trabalho autônomo, atividades em tempo parcial, tele-trabalho, trabalho comunitário e voluntário, terceirização, parceria e organização cooperativa... ...(PROJETO PEDAGÓGICO SENAC, 2005, p.3)

Concepção de Mundo

... No processo de globalização em curso, poucas nações e grandes

(22)

cada vez mais qualificados e competentes para o desempenho de novas e diversificadas funções... ...(PROJETO PEDAGÓGICO SENAC, 2005, p.4)

... O desequilíbrio decorrente da globalização, em que as grandes corporações dominam os mercados, impulsiona a concentração de renda e promove ainda mais a exclusão social. Uma grande parte da população, privada dos recursos mínimos para sobreviver em um mundo tão complexo, depara-se com um abismo que separa os cidadãos e trabalhadores educacionalmente preparados daqueles

sem escola, sem qualificação profissional e digitalmente excluídos... ...(PROJETO PEDAGÓGICO SENAC, 2005, p.4)

Educação e Educação Profissional

... Educar é uma ação intencional e política. Possibilita ao indivíduo o desenvolvimento de competências, fundamentado em conhecimentos científicos e tecnológicos, aprendendo a conhecer, viver, conviver, agir e transformar sua vida e sua prática social, e a participar da sua comunidade. Uma educação participativa e de qualidade deverá ser capaz de gerar ferramentas para que as pessoas possam: ampliar a visão crítica de mundo; participar da vida pública; defender seus direitos e ampliá-los; inserir-se e permanecer no mundo do trabalho, com desempenho de qualidade e com empreendedorismo; assumir responsabilidade social, com desempenho ético, de preservação do meio ambiente e de atenção à saúde individual e coletiva..(PROJETO PEDAGÓGICO SENAC, 2005, p.5)

... A educação profissional no Senac São Paulo deve promover as pessoas, organizações e comunidades, buscando fortalecê-las por meio de um processo que visa à inserção social e à ação participativa. Deve estar voltada para desenvolver as competências para o trabalho e para a melhoria da qualidade de vida.(PROJETO

(23)

Avaliação

Situada na perspectiva de aprendizagem com autonomia, a avaliação é vista

como o momento de revisão do processo de ensino-aprendizagem, que serve para

repensar e replanejar a prática pedagógica. É, sobretudo, qualitativa e diagnóstica. Considera os conhecimentos prévios dos alunos e enfoca o desenvolvimento individual e coletivo.Em um currículo integrado, flexível e pautado em competências,

com trabalhos desenvolvidos por meio de projetos, a avaliação e a recuperação são contínuas.

A avaliação do desempenho do aluno é contínua e cumulativa, prevalecendo

aspectos qualitativos sobre os quantitativos, considerando seu desenvolvimento ao

longo do processo de aprendizagem.

O resultado do processo de avaliação é expresso em menções, que estão relacionadas com o nível de desenvolvimento das competências exigido pelo perfil profissional de conclusão, sem caráter classificatório dos alunos, seu caráter é diagnóstico e orientador.

Promove-se avaliação de aprendizagem, avaliações de reação, de

conseqüências na vida e no desempenho profissional dos ex-alunos, de impacto no

mercado e de impacto social.

(24)

Organização Curricular

O currículo é voltado para o desenvolvimento de competências profissionais

das pessoas, organizações e comunidades. É aplicado por meio de um processo

educativo que vise a inserção social e profissional por meio da ação participativa e

criativa, capacitando pessoas para o trabalho, para o exercício da cidadania e

melhoria da qualidade de vida.

A organização curricular é definida em planos de curso específicos,

atendendo às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos demais dispositivos legais,

podendo ser constituída por módulos, etapas, ciclos, blocos, componentes

curriculares, disciplinas ou projetos.

Programa de aprendizagem em Comércio de Bens e Serviços

De acordo com a Medida Provisória 251, de 14 de junho de 2005:

“Aprendiz é o empregado com idade entre 14 anos completos e 24 anos incompletos sujeitos à formação técnico-profissional do ofício ou ocupação, a que se refere o artigo 425 da CLT, matriculado em curso mantido ou reconhecido pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem, Escola Técnicas de Educação e entidades sm fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e a educação profissional”.

Os aprendizes serão contratados por uma empresa e, ao mesmo tempo,

receberão formação técnico-profissional, por meio de um programa que possibilite o

desenvolvimento de competências ao segmento de comércio e bens de serviço.

No Senac, esse programa contempla as características do mundo do

trabalho, marcado por transformações estruturais significativas, exigindo, dos

profissionais, flexibilidade para adaptação às mudanças, empenho para promover

transformações e sensibilidade para contribuir com a melhoria da qualidade de vida.

É proposto que o programa contemple as competências básicas necessárias para a

permanência dos jovens no mercado de trabalho, nos setores do comércio de bens

(25)

desenvolvimento de pessoas e organizações, o compromisso com a qualidade da

educação e o desenvolvimento dos cidadãos. (PLANO DE CURSO, 2004, p.7)

Clima e Cultura

O clima de uma escola resulta do tipo de programa, dos processos utilizados,

das condições ambientais que caracterizam a escola como um agrupamento de alunos, dos departamentos, do pessoal e dos membros da direção. Cada escola possui o seu clima próprio. O clima determina a qualidade e a produtividade dos docentes e dos alunos. O clima é fator crítico para a saúde e para a eficácia de uma escola. Para os seres humanos, o clima pode ser um fator de desenvolvimento. (Fox, in BRUNET, L. apud Nóvoa [Org.] 1992:128).

De acordo com os sistemas de administração elencados por Chiavenatto,

entendo que o Senac se encaixa no Sistema de Administração Participativo, onde o

nível institucional define políticas e controla os resultados e o trabalho em equipe é

desenvolvido e valorizado.

Partindo dos pressupostos trazidos por Nóvoa, onde a escola é entendida

como espaço de autonomia pedagógica, curricular e profissional, implicando em seu

reconhecimento como organização, observei que o clima organizacional de trabalho

é aberto, na medida em que o ambiente de trabalho é amplamente participativo,

encaixando-se dentro do tipo de clima denominado por Likert (1961,1974) como

Clima de tipo Participativo, onde... a direção tem uma confiança total nos professores. O processo de tomada de decisão está disseminado por toda a organização, sendo muito bem integrada nos diferentes níveis hierárquicos. A

(26)

É uma escola que promove e estimula a integração dos agentes escolares, o

trabalho em equipe, a formação permanente dos professores e funcionários, a

participação coletiva no desenvolvimento do trabalho educativo, na elaboração,

execução, avaliação e atualização do Projeto Pedagógico.

Desenvolve projetos visando a formação cidadã participativa, como por

exemplo, o Projeto Palavra Lida, uma iniciativa da equipe da Biblioteca em incentivar

a leitura entre os aprendizes. Promovem-se palestras com escritores, professores,

contadores de história, visitas monitoradas, a última realizada foi ao Museu da

Língua Portuguesa, e oficinas direcionadas à faixa etária dos alunos com o intuito de

integrá-los à biblioteca, despertando a busca por livros, jornais e revistas além do

uso da Internet. A atividade é extracurricular, complementar à formação dos alunos e

contribui, mesmo que indiretamente, para a redução da evasão escolar. Como a

repercussão foi grande, o projeto estendeu-se à todas modalidades de ensino

oferecidas na escola e a biblioteca passou a ser aberta à toda comunidade. O

resultado, apurado em números, mensalmente, é o significativo aumento da

freqüência qualitativa ao espaço e a redução de danos causados no acervo.

Uma outra iniciativa é a política de compromisso com o meio ambiente,

adotando como eixos norteadores para o desenvolvimento de projetos nesse âmbito

o respeito à legislação, às normas e aos demais requisitos ambientais aplicáveis a

suas atividades e a contribuição ao desenvolvimento sustentável, incorporando nos

processos de gestão a variável ambiental, disseminando práticas e posturas

ambientalmente responsáveis.

Com relação à imagem organizacional da escola defendida por Gareth

Morgan, acredito que a imagem da escola em questão oscila entre o pressuposto de

organização vista como Organismo e como Cérebro, passando pela visão de

organização vista como Máquina, uma vez que sua origem se deu dentro de uma

concepção de educação tecnicista.

As organizações vistas como Organismos: a natureza entra em cena – O homem , o mundo e a sociedade são entendidos como organismos vivos que

(27)

organização funciona como sistema aberto, incentivando um comportamento flexível

e inovador, promovendo a motivação de seus empregados e mantêm a co-relação

entre os aspectos técnicos e humanos. Principais representantes; Elton Mayo,

Frederick Herzberg e Douglas McGregor.

As organizações vistas como Cérebro : a caminho da auto-organização – O todo está presente nas partes e as partes estão presentes no todo; as decisões são

orientadas e reorientadas por FEEDBACKs; trabalham e controlam o processo de

forma a promover a auto-organização, focando no desenvolvimento da capacidade

holística, intuitiva, flexível e criativa. Principais representantes: Hebert Simon e Karl

Lashey.

As organizações vistas como Máquinas: a mecanização assume o comando – Organizações mecanicistas, burocráticas; foco na rapidez, precisão, eficiência e

(28)

O que ficou...

A experiência proporcionada pelo Estágio

Estagiar no programa de aprendizagem me proporcionou pela primeira vez

trabalhar diretamente com adolescentes possibilitando uma articulação mais clara

dos conceitos estudados a cerca das questões relacionadas à escolha profissional e

à atuação do educador.

A abertura proporcionada pelo coordenador do programa permitiu a minha

aproximação com os alunos, com os professores e com a estrutura do programa,

resultando em um envolvimento efetivo da minha parte na formação desses

adolescentes no que compete à escolha de seu projeto de vida. Participei de

eventos direcionados à formação dos profissionais que atuam com os jovens do

programa, dentre eles uma mesa redonda com uma representante do Ministério do

Trabalho e Emprego e o Coordenador Regional do Programa e palestras com o

Profº Dr.º Ruy César do Espírito Santo , da PUC-SP, que trouxe reflexões sobre a

Educação Transformadora.

As experiências vividas mostraram a articulação feita com a Proposta

Pedagógica, plano de curso e práticas educativas. As atividades desenvolvidas são

pautadas num processo educativo que norteia a escolha e a capacitação no

processo individual de definição profissional, focadas na aprendizagem e não na

produtividade, são orientadas para a criação de situações que levam os jovens a

aprender a pensar, a mobilizar, a articular e a criar.

O trabalho desenvolvido na Secretaria Educacional me trouxe o conhecimento

prático da parte organizacional e legal da Educação, obtive um conhecimento mais

claro da LDB e suas aplicações, compreendi o funcionamento de uma escola voltada

para a formação profissional e do trabalho em equipe, além de aprender a executar

e arquivar toda documentação relacionada à vida escolar do aluno de forma a

(29)

A possibilidade do diálogo, da troca com a coordenação e supervisão me

trouxeram uma visualização mais ampla do papel do Coordenador a partir das ações

realizadas na escola. Ficou nítido a desenvolverem planos de trabalho que

incentivem a formação de pessoas participativas, críticas e transformadoras da

realidade organizacional e comunitária, e a apropriação dos saberes necessários ao

exercício de sua cidadania.

Levando em consideração que as habilitações escolhidas trabalham

conjuntamente visando à formação do Coordenador Pedagógico, acredito que o

estágio me possibilitou perceber na prática as possibilidades de ação que cabem a

esse profissional da Educação.

Além disso, pude ver na prática o desenvolvimento de um projeto vocacional

liderado por educadores, sendo possível observar as posturas adotadas pelos

professores e alunos, pelo Coordenador, pela Supervisão e Direção da escola.

Só tinha tido experiência com as crianças, ter estado entre os adolescentes

contribui para a desmistificação de muitos conceitos criados a cerca da dificuldade

em trabalhar com essa faixa etária, e que tinha até então como um desafio para a

atuação com a Orientação Vocacional.

Os estudos e reflexões trabalhados na faculdade passaram a fazer muito

(30)

O MOTIVO

“A consciência ecológica levanta-nos um problema duma

profundidade e duma vastidão extraordinárias. Temos de defrontar ao

mesmo tempo o problema da Vida no planeta Terra, o problema da

sociedade moderna e o problema do destino do Homem. Isto obriga-nos a

repor em questão a própria orientação da civilização ocidental. Na aurora do

terceiro milênio, é preciso compreender que revolucionar, desenvolver,

inventar, sobreviver, viver, morrer, anda tudo inseparavelmente ligado”.Edgar

Morin.

A iniciativa de trazer para estudo a questão ambiental originou-se de reflexões

trazidas pela minha atual prática profissional. Como já dito anteriormente, a escola

onde trabalho possui ações educacionais voltadas ao meio ambiente.

Para a elaboração e realização dessas ações existe uma equipe denominada:

Equipe de Ecoeficiência. Atualmente participo como colaboradora do grupo de

Reciclagem dessa equipe.

Passar a fazer parte dessa equipe me fez debruçar sobre estudos

relacionados ao tema. Dessa forma, retomei estudos realizados no 1º ano de

faculdade, em Biologia da Educação, e iniciei outros tantos.

O estudo da temática me despertou especial interesse em entender um pouco

mais toda essa discussão em torno da questão ambiental e do papel da Educação,

perpassando pelo papel da escola, do professor, do coordenador pedagógico, da

direção e da comunidade.

Pude perceber então, que existe uma preocupação com a meio ambiente,

acentuada nas últimas décadas, quando finalmente reconheceu-se a finitude dos

recursos ambientais e também o grau de destruição que já havia acontecido nos

mesmos, isto tudo derivado de um único fator ou conseqüência – as ações do

homem sobre o meio ambiente.

Dessa forma, sendo o homem o principal agente causador dos desequilíbrios

(31)

desenvolvimento de uma consciência ambiental transformadora capaz de mudar as

condições de vida no planeta Terra.

Ficando sob a responsabilidade da Educação promover novas posturas e

novos olhares. Direcionando suas práticas em favor da formação em valores e tendo

como finalidade propiciar o desenvolvimento de sujeitos críticos, conscientes e com

sentimento para com seu habitat.

Foram questões como essas apresentadas que deram vida ao meu trabalho

de conclusão de curso.

Metodologia:

Pesquisa teórica

(32)

II - UMA EDUCAÇÃO VOLTADA PARA A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

O Homem e a Educação

“A Educação é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada

indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente

pelo conjunto dos homens”. Dermeval Saviani.

No entender de Paulo Freire toda ação educativa deverá ser precedida por

uma reflexão sobre o homem e uma análise de seu meio de vida. Para refletir sobre

a educação é necessário conceituar o homem, que no processo educacional é, ao

mesmo tempo, educador e educando, num acontecimento que poderíamos dizer,

como Paulo Freire, dialético.

O homem para garantir a sua sobrevivência transforma a natureza por meio

do trabalho, que consiste em uma atividade de ação intencional, antecipada

mentalmente. Através desse processo de transformação, o homem cria o mundo da

cultura, ou o mundo humano, que diz respeito aos padrões de comportamento,

crenças, valores, hábitos de determinada sociedade que são transmitidos

coletivamente.

De acordo com Karl Marx, o homem se coloca como um ser social, histórico e

que se constitui homem a partir das relações sociais e pelo processo de trabalho,

onde intencionalmente projeta as ações necessárias para a sua sobrevivência em

um movimento dialético, transformando simultaneamente a natureza e a si próprio.

(33)

Para Vygotsky, o processo da apropriação da cultura e das características

humanas criadas ao longo da história humana é, inicialmente um processo de

reprodução do uso social dos objetos da cultura, das técnicas, dos costumes, dos

hábitos, da linguagem, dos objetos materiais e não-materiais e dos instrumentos,

resultado sempre de um processo de educação socialmente mediado.

Sendo assim, o homem entendido como um ser histórico e social, que se

constitui a partir de sua relação com o outro, exige a mediação de um parceiro mais

experiente que demonstre o uso social dos objetos ou o instrua verbalmente.

O processo de humanização/hominização se inicia quando começa a

participar do convívio humano, é quando se apropria dos signos construídos

historicamente, do sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que,

ao nascer, encontra o mundo de valores já dados, onde vai se situar. A língua que

aprende, a maneira de se alimentar, andar, correr, vestir, se relacionar, até na

emoção, o homem fica a mercê de regras que dirigem de certa forma a sua

expressão e seu modo de ser.

A educação nessa perspectiva tem como seu primeiro elemento o educar

enquanto processo pelo qual o homem vai se fazendo homem, se construindo

historicamente em mútua relação com o outro, com o mundo, e com o saber

acumulado de sua espécie, de sua cultura, de sua localidade.

Diferente do animal irracional, o ser humano se coloca como a única criatura

capaz de ser educado e de se educar, de se construir através do processo de

trabalho e de se definir ao longo de uma história, tendo como essência o conjunto

das relações sociais (CHARLOT, 2000:51).

A educação diz respeito à produção do saber, ao conjunto da produção

humana e o seu objeto é o conhecimento produzido historicamente e coletivamente

pelos homens e considerados como necessários à sobrevivência em sociedade.

Nesse sentido, o trabalho educativo, consiste no ato de selecionar os conteúdos

culturais essenciais a serem assimilados pelo indivíduo, assim como descobrir as

formas adequadas de organizar os meios através dos quais o mesmo irá apreender

o conhecimento, ou como Saviani coloca, em realizar a humanidade produzida

(34)

A Educação, segundo Saviani é um fenômeno próprio dos seres humanos e é

ao mesmo tempo uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é, ela

própria, um processo de trabalho, na medida em que produz os bens não-materiais

que norteiam o mundo cultural existente.

Nesse contexto, a escola se coloca como um lugar de trabalho, um espaço de

reprodução social, que se constitui como produto de convenções sociais e históricas.

Anne-Marie Chartier (2002) entende a escola como um produto de uma evolução

histórica, mas que carrega até hoje traços do final do século XVIII, repousando sobre

um certo número de dispositivos institucionais que ao mesmo tempo espaciais e

temporais que delimitam e estruturam um espaço social autônomo, fechado e

separado do ambiente comunitário, onde as crianças são submetidas a um processo

de socialização e instrução por vários anos, segundo as regras próprias da

organização.

Essas idéias de controle disciplinar e de moralização das crianças podem ser

interpretadas, segundo Foucault (1977), como a imposição da nova ética do trabalho

capitalista às crianças das classes proletárias, trazendo-as para uma primeira

organização do trabalho coletivo, planejado dentro do sistema produtivo.

Historicamente, a expansão da escolarização está ligada à construção de

uma cultura e de saberes escritos que apresentam um alto grau de abstração em

relação aos saberes locais das comunidades e à cultura diária, que geralmente

muito pouco tem a ver com a realidade social e familiar do aluno.

De acordo com Saviani, a escola é uma instituição cujo papel consiste na

socialização do saber sistematizado, do conhecimento elaborado e da cultura

erudita, enriquecendo a cultura popular.

Mannheiem (1962) coloca, que através dos conteúdos que compõe os

currículos escolares é possível ensinar valores humanos, mostrar que a história da

humanidade, o modo e o ritmo possível de vida pode influenciar, provocar crises

econômicas, sociais e assim ampliar, possibilitar ao indivíduo criar, construir a sua

visão de mundo, a partir de sua interpretação.

Os seres humanos, por estarem todo o tempo se relacionando com os outros

(35)

movimento, num constante vir a ser, construído dentro de um tempo e de um

espaço.

Sendo a Educação, considerada como um ato político, um processo de

construção do conhecimento que se dá através da troca entre os seres e o meio

social, onde a aprendizagem se dá por meio do respeito, da criatividade, do diálogo,

(36)

Concepções e conceitos de Avaliação Educacional construídos

Ao ingressar no curso de Pedagogia, possuía uma visão reduzida do

processo de Avaliação na medida em que a entendia como um processo de mera

verificação de resultados esperados, pela escola e pelo professor, onde o objetivo

era medir a quantidade de conhecimento acumulado pelo aluno. Conceito esse

construído a partir da representação trazida da avaliação do período de estudos que

antecederam a graduação.

Realizei meus estudos de ensino fundamental e médio em escola particular

católica, e como era bolsista minha permanência na escola dependia do meu

desempenho nas provas e das minhas notas no Boletim, que deveriam sempre

estar, no mínimo, 1 ponto acima da média.,

Estudava por causa das provas, para ir bem nas provas, pois a nota mostraria

meu nível de aproveitamento do ensino dado, a quantidade de conhecimento

acumulado e o merecimento da manutenção da bolsa de estudos. Portanto,

avaliação para mim era sinônimo de prova.

Ao sair da escola, tive contato com outros tipos de Avaliação: ENEM e

Exames Vestibulares, porém o fato de conhecer e participar dos mesmos não

alterou em nada a concepção de avaliação que tinha até então, o caráter continuava

classificatório, a avaliação feita corresponderia à comprovação e à verificação dos

resultados esperados. Dessa forma, avaliar continuava sendo sinônimo de prova.

No decorrer do curso de pedagogia esse conceito foi sofrendo alterações e se

ampliando. Ter tido contato com as diferentes teorias pedagógicas, visões de

homem, mundo e sociedade, trouxeram outros tipos de reflexão a cerca da

Avaliação Educacional. Estudar e refletir sobre a Educação como um processo de

formação do indivíduo para e na sociedade me fez enxergar a Avaliação como uma

possibilidade de intervenção, no sentido de assegurar a aprendizagem mediante as

(37)

A partir de estudos baseados em Yves de La Taille e Piaget passei a entender

o erro como algo construtivo no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma

passei a me indagar sobre o significado de avaliar um aluno e o que isso representa

para ele, para o professor, para os pais , para a comunidade e para a Instituição

Escola.

Foi a partir dessas questões que comecei a construir uma nova visão de

Avaliação Educacional. Busquei em autores especialistas no tema um maior

aprofundamento e entendimento para encontrar possíveis respostas.

Segundo Luckesi, avaliar é investigar a realidade dos resultados de uma

determinada ação, diagnostica o que está acontecendo, e por isso, aponta para a à

possibilidade de correções das ações. Sacristán coloca a avaliação como um

caminho para entender o currículo real do aluno e deve servir à tomada de

consciência sobre a prática educacional. Já Paulo Freire a coloca como uma

atividade intersubjetiva e moral que se exerce entre sujeitos.

Avaliar, segundo Sacristán, refere-se a qualquer processo por meio do qual

alguma ou várias características de um aluno, grupo de alunos/professores, de um

ambiente educativo, de objetivos educativos, de materiais, etc, recebem a atenção

de quem avalia, analisam-se e valorizam-se suas características em função de

alguns critérios ou pontos de referência para emitir um julgamento que seja

relevante para a educação.

Analisando sob a perspectiva histórica, é possível observar que as idéias

trazidas pelos autores citados ganharam voz na medida em que novas concepções

de homem, sociedade, mundo, aprendizagem, cognição e formas de interpretação

do papel que o aluno desempenha foram ganhando espaço no campo da Educação.

É nesse contexto que a Avaliação passa a ser vista como um processo de

indagação e reflexão, ponto de partida para a ação e não mais como ponto final de

comprovações, pautada em uma concepção de conhecimento estático, que deixava

de fora os aspectos afetivos, pessoais e sociais da aprendizagem.

As formas de conceber e praticar a avaliação têm a ver com: a evolução das

funções que a instituição educativa cumpre na sociedade e no mercado de trabalho;

(38)

concepções adotadas sobre a natureza dos alunos e da aprendizagem; a

estruturação do sistema escolar.(SACRISTÁN, 2000, p.229)

A Avaliação, de acordo com Charles Hadji, deve estar sempre a favor da

aprendizagem dos alunos e pautada em princípios éticos, possibilitando a

conscientização do curso dos processos e resultados educativos com o objetivo de

valorizá-los. O professor tem que colocar as informações proporcionadas pela

avaliação a serviço do desenvolvimento do aluno com a clareza dos instrumentos

utilizados a fim de possibilitar uma melhora nos desempenhos.

Dessa forma, defino hoje a Avaliação como uma atividade que envolve

aspectos sociais e institucionais que incidem diretamente nos elementos de

escolarização e que pressupõe uma concepção de Homem voltada para a formação

de valores e tem como objetivo investigar resultados alcançados, dificuldades,

recursos e condições desse processo que é avaliar para a promoção do

desenvolvimento do indivíduo, da instituição escolar, do sistema educacional e da

(39)

Trabalho, Sociedade e a importância da Orientação Vocacional

Partindo do pressuposto trazido por Silvio Duarte Bock de que a questão da

escolha profissional encontra-se relacionada com o fator da sobrevivência, onde os

meios para se alcança-la estão pautados nos parâmetros que norteiam as

sociedades e que as condições do trabalho estão estabelecidas a priori pela

estrutura, organização e modo de produção de cada uma, trago como reflexão os

conceitos de trabalho, vocação e sociedade a fim de situar o campo da orientação

profissional dentro do processo educativo e sua importância nos dias atuais.

A definição mais genérica do trabalho consiste na ação humana sobre a

natureza, por meio de instrumentos de trabalho, para a obtenção de coisas

necessárias à vida.

No dicionário Aurélio o significado aparece como aplicação das forças e

faculdades humanas para alcançar determinado fim; atividade coordenada a

qualquer tarefa, serviço ou empreendimento; exercício dessa atividade como

ocupação permanente, ofício, profissão.

Nos tempos mais primórdios, o trabalho tinha como objetivo a sobrevivência,

o viver, não previa e não pressupunha atividades e ocupações distintas, era

baseado nas diferenças orgânicas existentes entre homens e mulheres. Era um

esforço apenas complementar ao trabalho da natureza, regido por um sistema de

deveres religiosos e familiares.

Na Grécia, tinha como objetivo produzir a existência material era

desempenhado pelos homens não-livres e não tinha reconhecimento social. Visto

apenas como uma atividade física, era entendido como a dependência que os seres

humanos tinham com relação às suas necessidades.

Para os gregos a causa real da fabricação não está na vontade do artesão,

mas fora dele, no fim a que se dirige a atividade. A ação propriamente dita é

(40)

pensamento antigo considera menos o processo de fabricação do que o uso que

dela é feito é a finalidade que dá sentido e comanda o conjunto da atividade

produtiva.(ALBORNOZ, 2004, p. 45)

Com o feudalismo, a sociedade estratifica-se em camadas sociais e o

trabalho passa a ser individual, os meios de produção eram de propriedade de cada

trabalhador. Continua sendo visto como uma atividade para a sobrevivência, visando

o sustento das pessoas, mas com um diferencial, como a ordem social passa a ser

determinada e inquestionável, baseada na vontade de Deus, o conceito de vocação

que imperava era o religioso, a ocupação profissional do indivíduo não dependia de

escolhas e sim da sua condição social, determinada por Deus.

Junto com a Reforma protestante, Lutero traz a idéia do trabalho como a base

da vida, todo aquele capacitado para trabalhar tinha o dever de faze-lo, ele era o

caminho para a salvação, uma forma de servir a Deus. A profissão torna-se uma

vocação e um dever. O trabalho como virtude se associa estranhamente à idéia de

predestinação. Se, pela preferência divina, alguns estão predestinados a ter êxitos, e

outros, a ficar na miséria, contudo é vontade de Deus que todos trabalhem, e é pelo

trabalho árduo que alguém pode chegar ao êxito, e assim a realizar a vontade de

Deus. (ALBORNOZ, 2004, p.53)

Segundo Max Weber, para afirmar-se a classe burguesa utiliza-se da religião

do trabalho, o homem religioso e o homem econômico coincidem-se no empresário

burguês, em contraste com a concepção católica são aumentados a ênfase moral e

o prêmio religioso para atividade profissional. O poder de convicção religiosa põe à

disposição da classe burguesa, trabalhadores sóbrios e aplicados, que se dedicam

ao trabalho com a consciência de estar agradando Deus. E a burguesia tem a

tranqüilizadora consciência de que a distribuição desigual da riqueza deste mundo é

obra da divina providência.

A Revolução Francesa em 1789 e seu movimento de idéias, o Iluminismo,

marca a consolidação dos ideais burgueses. A passagem do modo de produção

feudal para o capitalista apresenta uma nova realidade material que implica novas

necessidades sociais, econômicas e políticas. Nesta perspectiva o homem passa a

ser um sujeito ativo, construtor e criador do mundo, atinge o auge da sua

(41)

resultado das relações dos próprios homens em sociedade e não mais regidas por

leis divinas.

As nascentes relações capitalistas e o desenvolvimento da ciência e da

técnica acarretam uma nova atitude com relação às atividades humanas vinculadas

à transformação da natureza. A ação do homem passa a ser valorizada e o trabalho

condição necessária para a sua liberdade.

Entre as características da era moderna que a distinguem do passado está a aplicação da ciência à produção. Embora mantendo certa autonomia em relação às condições materiais, arte e ciências acompanham de perto o desenvolvimento econômico. A performance histórica da classe burguesa em seu momento criativo teria sido, pois, a idéia de aplicar à produção os conhecimentos sobre a natureza e os fenômenos físicos. Aplicar a ciência ao aumento da produção material, assim como hoje cada vez mais, nas sociedades contemporâneas, se aplicam conhecimentos das ciências humanas e principalmente da psicologia ao controle social (ALBORNOZ, 2004, p 21)

Revolução Industrial, desintegração da ordem social patriarcal, instalação da

sociedade urbano-industrial, surgimento de novas classes sociais ligadas às novas

atividades econômicas, divisão técnica do trabalho, modo de produção capitalista,

liberalismo. A temática do trabalho é recolocada para além da sobrevivência, o

trabalhador passa a não possuir mais os meios de produção que garantiriam sua

sobrevivência e o objetivo da produção passa a ser o lucro.

O desenvolvimento das forças produtivas e a divisão do trabalho

condicionaram a divisão da sociedade em duas classes sociais com interesses e

objetivos contrários: a burguesia e o proletariado. Para que o indivíduo sobreviva na

sociedade capitalista é necessário que venda a sua capacidade de trabalhar, a sua

força de trabalho. Esse desenvolvimento fez com que a educação atuasse no campo

da instrução, capacitando/moldando os indivíduos a viverem dentro dessa nova

sociedade que surgia, isto é, com um caráter utilitário.

Nessa sociedade, a posição do individuo não é mais determinada pela

(42)

vocação passa a se remeter ao caminho pelo qual o indivíduo escolhe o modo de

sobreviver, conforme as condições em que vive e em função das aptidões e

competências que possui. Na ótica liberal, o indivíduo pode almejar socialmente e

enriquecer não em função de condições advindas de prerrogativas de nascimento,

mas também em virtude do trabalho e talento pessoal (CUNHA, 1977, p.31).

É dentro desse contexto que nasce a questão da escolha profissional e da

orientação vocacional. Para que se tenha um maior entendimento dessas questões,

é preciso encara-la como uma construção histórica.

Em um primeiro momento, que compreende o período de 1910 até meados

de 1970, as teorias que se desenvolvem a cerca do tema se baseiam nos

pressupostos de ajustamento do indivíduo à sociedade e estão pautadas nos valores

liberais, onde a sociedade é entendida como um conjunto de camadas sociais

sobrepostas e ordenadas em forma de pirâmide que possibilita ascenso ou descenso social (BOCK, 2002, p.49). O conceito de escolha é privilégio da classe dominante e essa, impõe sua visão para as outras classes.

Parsons, um dos principais representantes, remete ao ato da escolha um

caráter de cientificidade pela qual se dará a caracterização das ocupações e

identificações das aptidões.

Na escolha profissional, espera-se que o indivíduo estabeleça uma correlação

entre si e os vários perfis ocupacionais disponíveis para que possa achar aquele que

melhor se ajusta à sua pessoa. Entendendo as aptidões como inatas ao indivíduo,

determina como papel do orientador profissional, o de fazer vir à tona essas aptidões

e vocações por meio de testes e medições para confronta-las com as características

e necessidades das diferentes profissões (BOCK, 2005, p. 45).

Em meados dos anos 80, surgem autores que começam analisar e questionar

as teorias até então existentes, denunciando seu caráter ideológico, na medida em

que permitem a dissimulação da realidade e a reprodução da ordem social vigente.

A escola é centralmente vista “como aparelho ideológico do Estado, que tem como função principal a manutenção do status quo e a transmissão dos valores e crenças da classe dominante” (Althusser, 1983; Bourdieu & Passeron, 1975), e isso dá grande impulso à análise crítica da função da educação escolar e, por

Referências

Documentos relacionados

Inserido na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e considerado uma área-piloto pela UNESCO, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) constitui-se numa das Unidades

Segundos os dados analisados, os artigos sobre Contabilidade e Mercado de Capital, Educação e Pesquisa Contábil, Contabilidade Gerencial e Contabilidade Socioambiental

Frondes fasciculadas, não adpressas ao substrato, levemente dimórficas; as estéreis com 16-27 cm de comprimento e 9,0-12 cm de largura; pecíolo com 6,0-10,0 cm de

a viver na felicidade completa. Vós, Deus de ternura e de bondade, nunca vos cansais de perdoar.. Concedeis agora a vosso povo tempo de graça e reconciliação. Daí, pois, em

As espécies exóticas utilizadas em processos de recuperação, além de impedirem a sucessão por não estabelecerem interações interespecíficas nos ecossistemas brasileiros, tendem

Para essa discussão, selecionamos o programa musical televisivo O fino da bossa, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, na TV Record de São Paulo, entre os anos de 1965 e

O desenvolvimento experimental consistiu na determinação dos hormônios naturais estrona (E1), 17β-estradiol (E2), estriol (E3), do hormônio sintético 17α-etinilestradiol

Os tratamentos escarificação química com ácido sulfúrico por 10 minutos e 20 minutos, utilizando-se substrato umedecido com a solução de nitrato de potássio a 0,04% e a embebição