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Liderança e Coaching

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Academic year: 2021

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Liderança e Coaching

Aula 3

Profas.

Elizabeth Nery Sinnott

María del Carmen Hernández Gonçalves

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Conversa Inicial

Nos estudos de administração, o termo decisão refere-se a um comportamento racional: a um pensamento e uma ação direcionados por objetivos. Trata-se de um processo que inclui reunir informações, propor alternativas, fazer análises comparativas e eleger uma ação que segue um critério predefinido.

Cada um dos temas que iremos tratar nesta aula auxiliará a compreender com mais detalhes o processo de decisão, por meio do qual a organização, através de seus procedimentos, de seus líderes e funcionários, decide passar a uma ação que não é aleatória, e que implica em cruzar a linha entre a análise e a realização.

O processo decisório, como explicação do rumo que toma a organização, inclui uma atitude construtiva por parte dos líderes, aos quais cabe tomar decisões baseadas em um processo reflexivo e conectadas com as necessidades reais — incluindo as demandas ambientais —, além de obter um alto rendimento das equipes que eles comandam e mobilizar recursos para melhorar o desempenho da organização como um todo.

Acreditamos que o processo de coaching é um facilitador necessário para que se entendam melhor os fatores racionais do líder, vinculados à sua competência, à sua capacidade de fazer leituras e diagnósticos inteligentes da situação atual, e para que ele coloque em prática sua visão de futuro.

É importante admitir que é necessário fazer leituras e análises sistêmicas para encontrar soluções que levem em conta todos os aspectos e variáveis que entram na tomada de decisões. Tendo em conta, portanto, que o processo decisório se orienta para a resolução de problemas, propomo-nos a esquematizar, através dos temas que serão tratados aqui, a importância dos conceitos envolvidos nesse processo.

Você, como gestor consciente, deve preparar-se para um mercado com uma dinâmica diferente e mais rápida, no qual o domínio de conceitos como

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liderança, coaching, processos decisórios, entre outros, lhe trará um diferencial competitivo.

Contextualizando

Todos os temas que trataremos nesta aula serão de vital importância para um gestor atuante neste século. Os estilos de liderança contribuem para que a organização tome decisões acertadas. O trabalho do líder é criar um contexto adequado à sua equipe e dirigi-la na busca por novas respostas. A equipe, assim, empenha sua ação e sua inteligência para encontrar soluções coletivas.

O sucesso das organizações mede-se pela capacidade que têm os líderes para gerenciar mudanças, tomar decisões e satisfazer as necessidades da organização. O processo de decisão do líder deve estar centrado na avaliação das ações, com a finalidade de determinar a eficiência da organização no mercado e as respostas da mesma às necessidades que se apresentam.

Ao longo dos temas trabalhados nas aulas anteriores, você deve ter se convencido da importância do processo de coaching para os líderes que atuam numa organização. Este tem como consequência o favorecimento da gestão de suas equipes.

Na Tailândia, meninos aprendem a conduzir elefantes de carga de grande porte, utilizando simplesmente uma pequena vareta de madeira. Esses elefantes transportam uma grande quantidade de troncos ao longo da jornada de trabalho. Dizemos que o verdadeiro coaching só será viável quando o líder conseguir redefinir “a partir de dentro” o seu verdadeiro papel. Se o líder se vê como o menino, inconscientemente considerará sua equipe como um grande elefante capaz de conseguir muitas coisas, quando bem dirigida.

Se ele se vê como o elefante, porém, inconscientemente considerará sua equipe como... “troncos que ele tem de transportar”.

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Outro tema de que trataremos é o da responsabilidade social. Esta implica um enfoque ético de liderança e gestão empresarial, que se traduz em um comportamento responsável para com os diversos grupos de interesse:

funcionários, clientes, acionistas, fornecedores, concorrentes e sociedade em geral, com o objetivo de satisfazer suas necessidades.

Você poderá constatar, ao longo do desenvolvimento desses temas, que o compromisso com a ética e a responsabilidade social não se opõe à rentabilidade da organização. Os resultados alcançados baseiam-se em um marco, no qual prevalece o respeito à lei e a ação de empresas guiadas por uma série de princípios éticos.

Pesquise

O objetivo das organizações é tomar decisões acertadas que as tornem competitivas e que as mantenham na liderança de seus respectivos negócios.

Nesta aula você ficará por dentro de conceitos e práticas que as organizações incorporam a seu modo de agir e que de algum modo garantem sua continuidade e destaque como organizações competitivas.

Existem dados que comprovam a eficácia do processo de coaching no desenvolvimento pessoal e profissional do líder. É uma metodologia que se converte em uma grande fonte de desenvolvimento, autoconhecimento e crescimento profissional.

Tema 1: Estilos de liderança e o processo decisório

É importante ter em conta que quanto mais um líder adaptar seu estilo de comportamento de liderança para atender à situação particular e às necessidades de seus seguidores, tanto mais efetivo ele se torna na conquista de seus objetivos pessoais e organizacionais. Nesse caso, o estilo de liderança passa a depender de vários fatores: da personalidade, do caráter e das necessidades do grupo a ser gerenciado, e da situação imediata.

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Portanto, pode haver os mais diferentes estilos de liderança, assim como existem diferentes tipos de pessoas, situações, necessidades e ocasiões.

A partir do estudo desse tema, você poderá perceber que existem várias teorias sobre o estilo de liderança. Parece-nos interessante e pertinente tratar os efeitos dos diferentes tipos de liderança sobre os processos da organização.

Por exemplo, os líderes autocráticos acostumam liderar pelo medo e a desconfiança. Muitas vezes, as organizações dirigidas de maneira autocrática não são favoráveis às relações. Priorizam a cadeia de comando. Todos possuem seus grupos e sempre os protegem. A comunicação flui numa só direção — para cima — e disso pode resultar que as fofocas se convertam numa forma institucionalizada de difusão das notícias na organização.

Este estilo de liderança pode sacrificar a iniciativa, as novas ideias e o desenvolvimento individual e grupal em troca de um entorno estruturado e hierárquico, no qual todos sabem exatamente o que devem fazer, seguindo ordens sem questioná-las.

Se for eficiente, um líder benevolente-democrático saberá tudo o que acontece na organização. Seu nível de gestão será de controle, conhecerá as políticas e os procedimentos perfeitamente, resolverá os problemas de uma forma rápida e eficiente criando um ambiente fraterno, onde o importante é a manutenção da organização.

Uma organização com este estilo de liderança é bem administrada, agradável para trabalhar. Os funcionários sentem-se seguros porque a supervisão é cordial, evitando colocar os funcionários uns contra os outros.

Um líder democrático entende que a organização não existe sem as pessoas. Consulta-as para tomar decisões. Tem consciência do valor das opiniões dos funcionários, convida à participação, não só na tomada de decisões, mas na configuração da visão da organização. Permite que os funcionários expressem suas opiniões sobre os destinos da empresa. A liderança democrática enriquece as possibilidades da organização.

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Ao dar ênfase na igualdade, a liderança democrática fomenta as boas relações no âmbito da organização. Valoriza as pessoas ao pedir-lhes opiniões que serão incorporadas a uma decisão ou política final.

O termo “laissez-faire” vem do francês, e significa “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”. Ele se aplica a um estilo de liderança liberal, em que o líder não se impõe aos seus liderados e dá total liberdade para que o grupo tome as decisões e divida tarefas. Neste modelo, o líder raramente se envolve em discussões, pois entende que sua equipe possui maturidade e dispensa supervisão constante.

Temos outros estilos de liderança. Por exemplo, o estilo paternalista.

De acordo com um estudo feito por Alfredo Behrens (2016), que é professor e pesquisador do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) e da Fundação Instituto de Administração (FIA), foi comprovada a preferência do modelo de liderança paternalista, que relaciona a ação do gestor com proteção, amizade e familiaridade, por parte dos brasileiros. Para realizar esse estudo, o pesquisador contou com o apoio de colegas docentes de MBA no Brasil e no continente europeu, que apresentaram certos vídeos aos seus alunos e coletaram as preferências dos diferentes grupos. “O estilo de liderança preferido entre os estudantes europeus é o do líder com foco intelectual — dois terços da amostra pesquisada preferiram este modelo. O percentual no Brasil foi o mesmo, porém o tipo de líder escolhido foi o paternal e protecionista”, afirma o professor (Behrens, 2016).

Alfredo Behrens defende que a liderança deve ser moldada ao que é esperado pelo colaborador. “Quando a liderança é adequada à realidade dos funcionários e ao que eles esperam de um líder a empresa torna-se mais produtiva” (Behrens, 2016) afirma.

Esperamos que o estudo deste tema acrescente elementos de análise, para que você, como gestor, pense sobre os estilos de liderança aqui enumerados, ou mesmo outros que porventura venha a conhecer, e que com isso esteja preparado para decidir por qual deles optar, quando estiver desempenhando seu trabalho de gestor.

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Não esqueça que a transformação das organizações se centra principalmente no desempenho das pessoas, por meio da partilha dos resultados. Por isso, o papel desempenhado pelos gestores, quando adotam seus estilos de liderança, passa a exigir competências que tornem as equipes mais autônomas e empreendedoras.

Tema 2: Gestão de indivíduos, equipes e empresas

Quando falamos de gestão de pessoas, remetemo-nos diretamente às grandes mudanças existentes nesse âmbito. O ritmo das mudanças ficou acelerado nas ultimas décadas, o que trouxe como consequência muitas transformações nas organizações e também na sociedade.

Consideramos que as empresas são sistemas sociais complexos, que têm como exigência a transparência de orientação, objetivos e direção. Com isso, no cenário atual, as empresas que melhor se adaptam a esse processo têm ganhos maiores em decorrência da gestão estratégica de pessoas.

As lideranças e seus talentos estão se tornando insuficientes para suprir a grande demanda das organizações. Principalmente, porque hoje o colaborador é o ativo mais importante nas empresas e, por isso, a satisfação do trabalhador tem sido um aspecto extremamente valorizado. Um dos mais importantes fatores para se alcançar tal satisfação, como se sabe, está ligado à excelência no exercício da liderança.

Considera-se que tudo isso como desafios para a área de gestão de pessoas. Esta necessita identificar os talentos presentes dentro da organização e, principalmente, mantê-los, valorizando-os e desenvolvendo-os para que seja atingida a eficácia.

Já nos referimos aqui à grande complexidade do cenário atuai, em que as condições de diversidade e interdependência são aspectos fundamentais.

Consequentemente, os processos que regem as políticas de gestão de pessoas devem levar em conta o desenvolvimento dos indivíduos, para

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identificar suas competências, valorizar sua autonomia, sua capacidade de resolução e suas tomadas de decisão.

Quando mencionamos a importância das interações e dos resultados que estas podem gerar, entendemos o quanto o líder necessita se desenvolver e desenvolver as pessoas. “(...) as equipes comportam a diversidade de conhecimentos, atitudes, habilidades e experiências cuja integração permite oferecer respostas rápidas, flexíveis e inovadoras aos problemas e resultados esperados, promovendo rendimento e melhorando a satisfação de seus integrantes” (Rico; Alcover de La Hera; Tabernero, 2010, p. 47).

Pensamos que é necessário fazer uma distinção didática entre grupos e equipes. O Dicionário Caldas Aulete (2004, p. 412) define grupo como:

“conjunto de pessoas ou objetos perto uns dos outros, formando um todo” e equipe como: “grupo de pessoas que realiza uma tarefa comum”... grupo que forma um time” (Dicionário Caldas Aulete, 2004, p. 322). A diferença parece sutil, mas tem implicações profundas. A semelhança está em que toda equipe é um grupo, mas com toda certeza nem todo grupo é uma equipe. A essência do grupo é a proximidade. Uma equipe, só pode ser composta por pessoas, já que não existem equipes de objetos. Para que fique mais claro, a essência da equipe é a pessoa, com toda a riqueza que ela encerra. Cada pessoa é um mundo diferente de ideias, sentimentos, vontades, temperamentos, histórias, capacidades de relacionamento e potenciais de realizações. A primeira diferença, portanto, está na essência.

Podemos dizer que a segunda diferença está no modo de relacionamento. Um grupo é um conjunto de pessoas formando um todo, o que indica que todas as partes estão presentes. Na equipe, o principal aspecto é que todas as pessoas estão sintonizadas num relacionamento de parceria absoluta, o que implica um destino comum, ou seja, o sucesso de um é o sucesso de todos, da mesma forma como o fracasso de um é fracasso de todos. É esse senso de unidade e comprometimento com a missão que faz com que líderes e liderados formem uma só equipe.

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A terceira diferença está em que toda equipe tem um sonho compartilhado. Em um grupo, cada membro pode ter seu sonho pessoal, não necessariamente ligado ao sonho dos outros. No caso da equipe, todos compartilham o mesmo sonho. Todos são responsáveis pelas vitórias e pelos fracassos.

Com essas breves comparações, concluímos que o desenvolvimento de equipes de trabalho nas empresas é um fator muito importante no mercado competitivo. Quando os relacionamentos das equipes estão bem estruturados, tudo funciona melhor, inclusive as estratégias da organização, que são as que a transformam e sustentam sua manutenção no mercado.

Por fim, acredita-se que uma equipe desenvolvida, como uma ferramenta poderosa para ampliar a esfera de ação e os resultados da empresa, em consonância com uma liderança eficaz, pode contribuir para o crescimento e para a aprendizagem organizacional, que se entende como um fator competitivo da organização e como este se faz necessária.

Tema 3: Contextos organizacionais e o processo de decisão do líder

Comecemos refletindo sobre a tomada de decisão. Quando ela ocorre?

Quando falamos sobre a atuação do líder, sabemos que dentro das organizações sempre irão existir tarefas ligadas às suas tomadas de decisão.

As regras e ordens dentro da empresa são transmitidas, muitas vezes, através de um processo de decisão, por meio da expressão escrita ou verbal, ou seja, e-mails, avaliações, memorandos, palestras, estabelecimentos de metas, missões, entre outras formas de comunicação.

Sabemos que, dentro de um contexto organizacional, é essencial o processo de tomada de decisão, pois é através do exercício da liderança que se estabelece o melhor caminho a seguir. Por esse motivo, a liderança é um dos temas que mais se pesquisa atualmente, no âmbito da administração

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empresarial. O líder necessita de aptidões e determinadas competências para que alcance os resultados esperados de forma eficaz.

Muitos estudos de determinados autores tentam explicar como surgiu a liderança. O líder nasce líder? Eis aqui um tema de reflexão! Você, enquanto gestor... o que pensa sobre isso?

Uma das teorias sobre a natureza da liderança tenta explicá-la dando ênfase à teoria do grande homem. Segundo tal hipótese, teria sido em decorrência da atuação de grandes homens que se iniciaram as principais tendências na sociedade — sociais e culturais, por exemplo —, em decorrência das suas decisões!

Por isso, fala-se muito em líder impulsionador, incentivador, estimulador:

aquele que ressalta os aspectos positivos do que foi realizado pelos indivíduos:

o trabalho cumprido! Aquele, enfim, que sabe que não dependeu somente das máquinas e da matéria-prima para obter um resultado bem-sucedido, e sim do trabalho das pessoas. Isso é liderança!

Entendemos que as organizações se direcionam ao lucro e à produtividade. Mas, como fazer com isso ocorra de forma desejada? Estruturar uma empresa com vários funcionários não é uma tarefa simples, que dirá ter a certeza de que estes darão conta das metas estabelecidas, dos planos de ação que lhes foram designados, dos planejamentos: tomar decisões que gerem crescimento é uma tarefa desafiadora que cabe à liderança. Para que sejam estabelecidos objetivos e metas, primeiramente se faz necessário compreender o cenário existente, os problemas e, a partir dessa percepção, adotar um processo decisório que esteja alinhado à organização, visando o desenvolvimento e o desempenho esperados.

Consideramos que o processo decisório requer, do gestor, determinadas habilidades para alcançar esse resultado. No entanto, existe um conjunto de pontos relevantes que o líder necessita conhecer para tomar a decisão correta.

O relacionamento favorável, que motive e gere confiança junto aos funcionários, é um deles. Mas é muito importante, também, que esse gestor conheça as demandas do mercado em que está inserido, as oportunidades e

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ameaças que se apresentam, e também os pontos fortes e fracos da organização como um todo, para que assim possa estabelecer planos estratégicos efetivos.

O processo de tomar decisões (ou processo decisório) é a sequência de etapas que vai da identificação de uma situação que oferece um problema ou oportunidade, até a escolha e colocação em prática de uma ação ou solução.

Podemos acrescentar que a tomada de decisão se dá com a escolha da melhor solução para determinada situação ou oportunidade. Esse processo decisório é uma prática que pode apresentar dificuldades e, em muitos casos, gerar consequências boas ou ruins.

Alguns autores referem-se ao processo decisório como um facilitador da tomada de decisões.

A Teoria das Decisões, em administração, tem como precursor o economista Herbert Simon. Ela parte de pressupostos que dizem respeito ao comportamento humano, de acordo com a teoria comportamental, e propõe que cada individuo toma suas próprias decisões, mesmo dentro da empresa e em assuntos específicos, sempre identificando as regras racionais da organização e objetivando o alcance dos resultados esperados.

Outros autores, abordando o processo de tomada de decisão nas organizações tomando como parâmetros outros aspectos, salientam a importância dos seguintes passos (Tomada de decisão nas organizações, 2016):

1) Expor o problema;

2) Traçar um esqueleto do problema e relacionar suas partes, a fim de construir um modelo;

3) Montar o problema de forma técnica;

4) Fazer uma simulação ou teste do modelo e suas possíveis soluções;

5) Determinar e delimitar uma forma de controle sobre a situação;

6) Colocar em prática a melhor solução dentro da organização.

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Alguns autores salientam que o processo decisório embasa fatores importantes. Perceber a situação que envolve a problemática conforme ela se apresenta é fundamental. Além disso, é imprescindível analisar a conjuntura para definir o que fazer, pois somente com esse subsídio o gestor poderá estabelecer suas metas. Por fim, é necessário avaliar e buscar alternativas para, só então, implementar estrategicamente uma decisão mais assertiva para a organização.

Tema 4: O Processo de coaching como facilitador de desempenho na liderança

Como já trabalhamos com o conceito de coaching anteriormente, sabemos que essa metodologia inovadora atua como um processo que torna mais fácil às pessoas alcançarem excelentes resultados, tanto em sua carreira profissional como em sua vida pessoal.

Quando nos remetemos ao cenário atual das organizações, percebemos que, cada vez mais, o investimento nas competências humanas tem sido um fator essencial. Isso, por sua vez, vem impulsionando a qualidade das empresas e fazendo com que estas se tornem mais competitivas globalmente.

Entendemos que a valorização das pessoas vem sendo considerada um aspecto muito importante. Mas, como se trabalha isso na organização? Quem poderá fazer isso nas equipes de trabalho? É possível afirmar que o gestor de pessoas, o líder, é o responsável por facilitar seu desenvolvimento? Que cabe ao líder promover a manutenção dos talentos na empresa?

E esse gestor, esse líder? Como será desenvolvido e mantido?

Hoje, muitos autores falam em liderança sustentável!

Segundo Ian Hough e Mateus Kling, em pesquisa realizada pela instituição Brighter Planet (São Francisco/EUA), envolvendo 1.055 executivos americanos:

Os programas de engajamento mais eficazes com relação à sustentabilidade, são aqueles cujos gestores, líderes, são os principais defensores. Eles são três vezes

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mais eficazes em relação àqueles em que o diretor de Sustentabilidade faz esse papel. O envolvimento de funcionários em estratégias de sustentabilidade em toda a empresa sugere que tanto a liderança de cima para baixo (top-down), pelos gestores, como a de baixo para cima (bottom-up,) exercida pelos funcionários, são abordagens igualmente viáveis. No entanto, nas organizações em que a alta liderança é o grande defensor da sustentabilidade, o resultado é mais eficaz do que nas organizações em que os funcionários são os principais motores. (Hough;

Kling, citados por Empreender e intraempreender, 2014, p. 25)

Tendo isso em mente, podemos considerar que a aplicação do processo de coaching com as lideranças estabelecerá uma gestão mais estratégica e sustentável nas empresas, pois ele favorece a ampliação dos modelos mentais, fortalecendo o potencial dos líderes para uma atuação mais eficaz.

De acordo com Wolk (2008), o coaching é um novo estilo, por meio do qual o líder não apenas amplia as suas habilidades e competências, como também motiva, potencializa e enriquece o trabalho em equipe.

Coaching trata-se fundamentalmente de autoconhecimento, que é uma condição essencial para qualquer mudança de comportamento e visão de mundo. Ele facilita a busca por clareza quanto ao seu propósito de vida, à sua missão, visão e valores, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.

A prática do coaching entre as lideranças tem feito diferença considerável nas organizações, especialmente por propiciar que esses profissionais lidem melhor com os conflitos, aumentem a sua autoestima, saibam gerir melhor o tempo, desenvolvam uma comunicação assertiva com sua equipe, aprimorem os relacionamentos, entre outros aspectos. A participação no processo de coaching exige também a receptividade do coachee para o crescimento pessoal e para novas formas de aprendizado.

Segundo o autor Withmore (2006), o coaching não é uma técnica fácil, a ser conduzida e aplicada em circunstâncias já determinadas; ele é uma forma de gerenciar, lidar com as pessoas, ser, estar, pensar; é a capacidade relevante de liderança em equipe.

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considera que o sucesso e os resultados alcançados por uma equipe dependem fundamentalmente do estilo de liderança empregado. Tendo esse aspecto em mente, é possível perceber que o melhor estilo é aquele que se adapta ao cenário, à demanda atual e às pessoas envolvidas. Para que isso se dê, o líder necessita essencialmente ampliar o seu autoconhecimento e o seu nível de maturidade, a fim de lidar com as diversidades e adversidades existentes no exercício da sua gestão. A metodologia do coaching tem isso como principal objetivo!

Tema 5: Cultura de responsabilidade social e o papel do líder

Aos gestores que estejam interessados em agir de uma forma sustentável, lançamos um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o mundo. Nós, como autoras destes temas, vemos a importância de que os futuros gestores entendam e se apropriem dos pensamentos e tendências abordados aqui. Sem dúvida, as decisões tomadas pelos líderes dentro das empresas têm também consequências no que diz respeito ao cuidado com o meio ambiente, decorrentes das experiências, capacidades e iniciativas que possam ser tomadas.

O primeiro passo é levar em conta o posicionamento da empresa, o modo como ela opera, a natureza do seu negócio e como a sustentabilidade se aplica nesse contexto.

Alcançar metas de desempenho que incluam o desenvolvimento sustentável traz inúmeras vantagens para a organização. Sem dúvida nenhuma, a mais importante vigia e guardiã dos valores organizacionais e da mobilização da empresa é a sua liderança. As organizações de hoje entendem que uma atuação efetivamente sustentável passa pelo exemplo dos líderes.

Portanto, como gestor, você deve entender a necessidade de que os empregados sejam inspirados pela sua liderança a compartilhar o valor da sustentabilidade de forma genuína, para que eles se sintam verdadeiramente integrantes da empresa.

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Trabalhar com uma estratégia clara e consistente de políticas e modelos de liderança, que atendam às expectativas das práticas empresariais que valorizam os conceitos de sustentabilidade e inovação, são mais do que ações isoladas, e isso leva a liderança a se ocupar de como a sustentabilidade é tratada nas reuniões da empresa; como são orientadas as decisões de investimento e a alocação de custos e recursos, e como se direciona a priorização de projetos.

Não se trata apenas do discurso da liderança sobre a sustentabilidade, mas sim da ação, que deve ser tomada como parâmetro de decisão. É papel da liderança garantir que os processos organizacionais (produção, marketing, vendas, relacionamento com o cliente), tomem a sustentabilidade como orientação. Então, surgem questionamentos próprios do processo:

Os fornecedores trabalham com parâmetros de sustentabilidade?

 O processo seguido na cadeia de valor obedece aos princípios da sustentabilidade?

 Como são orientados os processos produtivos, por exemplo:

aproveitamento de resíduos, utilização da água e energia, reciclagem?

 Como se dá a relação com os clientes?

Como disse João Carlos Brega CEO da Whirlpool, “Para criar um ambiente que estimule o colaborador a pensar e agir de maneira sustentável é preciso incentivar o desenvolvimento de valores, conhecimentos e atitudes em todas as áreas, em favor da criação de uma cultura de sustentabilidade”

(Revista Ideia Sustentável, 2014, p. 30). Para tornar o tema intrínseco à cultura da organização, é preciso inseri-lo na missão e visão, com metas mensuráveis em todos os níveis e foco no engajamento e no comprometimento. Antes de qualquer outra coisa, a alta liderança deve entender que dar retorno diferenciado ao acionista só é possível se a empresa for sustentável, pois os

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As atividades da gestão responsável podem variar de uma organização para outra, porém a sustentabilidade pede capacidades diferentes, como entender o que a tarefa do líder significa no nível sistêmico e na geração de impactos, o que implica que ele deva estar aberto a pensar de maneira ética.

Precisamos entender que ser um líder responsável é também ser um líder que compreende e internaliza o significado de uma gestão sustentável.

Estamos presenciando a transição de uma conduta calcada em métodos tradicionais para o exercício de uma liderança mais responsável, em que se destacam habilidades essenciais para que um gestor possa atuar com os valores da sustentabilidade numa organização.

Trocando Ideias

Refletir sobre estes temas torna-se necessário. É através de questionamentos que se descobrem novos caminhos.

Leia com atenção as seguintes afirmações e reflita.

1) Sustentabilidade é o único caminho para a prosperidade.

2) Novo mundo, novas regras de sustentabilidade.

3) Sustentabilidade, responsabilidade e ética, compromisso da liderança hoje.

4) O coaching como mudança de modelo mental favorece a criação de uma cultura sustentável na organização.

Na Prática

Leitura do caso

A Volvo passou, por exemplo, a aproveitar o calor gerado pelas máquinas de usinagem de motores para esquentar a água dos chuveiros no vestiário dos funcionários, antes aquecidas a gás. Além disso, identificou que, em algumas fases da fabricação, mesmo quando não havia veículos passando pela linha de montagem, as máquinas ficavam ligadas o tempo todo, pois demoravam a voltar ao funcionamento se desligadas. Assim, em junho de 2013, a empresa implantou uma inovação que ativa o maquinário, reduzindo o consumo de energia. A organização reduziu 65% da energia necessária para fabricar um veículo e 50%

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de suas emissões de gases de efeito estufa, devido a iniciativas simples. (Revista Ideia Sustentável, 2015, p. 33)

Responda, com base no texto, as seguintes perguntas:

1. Em sua opinião, as pequenas modificações para a eficiência energética nas linhas de produção podem gerar resultados positivos, dentro de um processo de sustentabilidade adotado pelas empresas?

Cite três resultados que lhe pareçam importantes.

2. Coloque-se dentro do processo acima citado e analise:

 Qual foi o papel dos líderes neste processo?

 Hoje é um desafio ou uma obrigação para as empresas, adotar e implantar estas novas formas de administrar?

 Há necessidade de um engajamento dos líderes, assim como de investir no desenvolvimento eficaz dos mesmos?

 O acompanhamento destes processos fornece ao líder informações para elevar os impactos positivos e reduzir os negativos?

Síntese

Você percebeu que os temas tratados nesta aula estão relacionados ao contexto atual das grandes demandas em relação aos profissionais e às organizações?

Essas demandas se estabelecem em função das competências necessárias ao líder enquanto gestor de pessoas e não somente de processos, e também das organizações presentes que realmente investem no seu “capital humano”, para que as pessoas se sintam satisfeitas com a sua atuação e, ao mesmo tempo, para alcançar resultados de forma sustentáveis.

Quando falamos de liderança, tratamos dos seus diferentes estilos. Os estilos definirão a atuação do líder e os resultados que se sustentarão a partir

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Percebemos, neste estudo, que o processo de gestão da equipe tem sido uma prática muito valorizada, pois, cada vez mais, a competitividade do mercado tem exigido melhores resultados, e que boa parte do sucesso dessa técnica é garantida pela inovação. Refletimos, também, que a valorização das pessoas nas organizações é um aspecto fundamental, mas para que ela ocorra são necessários líderes que saibam priorizar a manutenção, o desenvolvimento e o reconhecimento de suas equipes e gerir de forma satisfatória os colaboradores da empresa.

Entendemos que o contexto organizacional se desenvolve por meio das decisões e ações tomadas pelos líderes. Essas decisões, para serem bem- sucedidas, dependem da real percepção que o líder tenha das demandas existentes. Além da percepção, é necessário também analisar o processo e buscar alternativas eficazes de ação para a implementação.

Conforme já estudamos, a metodologia do coaching tornará mais fácil que o líder utilize esse aprendizado para lidar melhor com as diversidades e adversidades existentes nas equipes.

Para finalizarmos esta reflexão tão atual, resgatamos a importância de entender que, na qualidade de gestor, a responsabilidade pelos resultados cabe a você! Ela está em relação direta com a sua exemplaridade. Você, gestor, é o grande inspirador das pessoas! Portanto, quando se almeja a sustentabilidade, deve-se inspirar uma visão sistêmica e compartilhar os valores que gerarão comprometimento em cada ação executada. Cada vez mais, ampliar a visão de mundo dos envolvidos na sua gestão e estabelecer estratégias que contribuam para a organização, as pessoas e o mundo em que estamos inseridos.

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Referências

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Referências

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